


Maria Luís
Ou a ministra das Finanças acha que os portugueses são idiotas ou não sabe fazer contas, começou por ficar calada e aproveitou-se da confusão da sexta-feira para divulgar a execução orçamental enquanto se votava parta a escolha do presidente do parlamento. Perante as muitas acusações de fraude eleitoralista veio agora dizer que se esqueceu dos vencimentos dos funcionários públicos, sugerindo que foi a queda do IRS a culpada.
Há aqui qualquer coisa de errado, se os funcionários receberam três meses sem cortes isso significa que teriam de pagar mais IRS. Como se explica então que sejam os funcionários públicos, a besta negra desta quase extrema-direita, os responsáveis pelos erros de contas da iletrada? Explicar a queda das receitas do IRS com aumentos salariasi inesperados só mesmo alguém com demência o faria, note-se que o reembolso da sovbretaxa depende apenas da variação das receitas e não do aumento ou diminuição da despesa com salários.
Maria Luís e o seu Núncio Fiscoólico são co-responsáveis pela maior patranha eleitoral de que há memória em Portugal havendo fortes razões para suspeitar que martelaram as contas.
«A informação foi apurada pelo "Jornal de Negócios", que a publica na edição desta segunda-feira, ao escrever que "embora o Governo só tenha começado a divulgar a estimativa de devolução da sobretaxa a partir de junho, tem estimativas desde fevereiro". Ora, as estimativas "mostram-se irregulares de mês para mês". Por exemplo, em fevereiro a a estimativa era de devolução de 37,%, tendo caído para 7,9% em março, conta o diário. Mas o Governo só anunciou as previsões nos dois meses antes das eleições. E foi de junho a agosto que elas melhoraram.
Até sexta feira, a previsão anunciada pelo Governo era de que a devolução da sobretaxa seria de 35,3%, um pouco mais de um terço. Após a revelação dos dados da execução orçamental de setembro, a perspetiva baixou para 9,7%. A descida levantou polémica durante o fim de semana e é possível que o Ministério das Finanças dê uma explicação adicional para compreendê-la. O "Jornal de Negócios" atribui esta variação aos salários da Função Pública, por causa do comportamento dos seus salários no ano passado, quando os cortes foram suspensos em junho, julho e agosto.
Recorde-se que a sobretaxa de IRS, de 3,5%, foi criada como medida extraordinária para recolher mais receita pública e combater o défice orçamental. O Governo anunciou no Orçamento do Estado para 2015 que a sobretaxa poderia ser devolvida em 2016 aos contribuintes, se a receita fiscal tivesse um comportamento melhor que o esperado. E disse então que anunciaria as previsões de devolução mês a mês, o que começou a fazer no entanto só no verão. Até sexta feira, a previsão era de que a devolução seria de 35,3% da sobretaxa. Após os dados da execução orçamental de setembro, a previsão de devolução baixou para 9,5%, que assim baixaria a sobretaxa final de 3,5% para 3,2%.» [Expresso]


Está na hora de cada um regressar aos seus empregos, o Núncio Fiscoólico tem assegurado um lugar num novo escritório de advocacia, o mesmo não se pdoe dizer da Maria Luís. Com um marido mal empregado, uma casa cara por pagar à CGD e sem um lugar na administração de uma EP ou alguém lhe arranja um tacho ou terá de regressar ao lugar de funcionária onde terá de provar o venevo que serviu aos seus colegas durante estes quatro anos.
O pior que poderia acontecer à Maria Luís era uma acusação de utilização da sobretaxa para promover uma fraude eleitoral. A ministra sempre soue que o crédito fiscal do partido do Portas era uma patranha eleitoral e só ocasionalmente se associou à fraude eleitoralista. Não admira que agora o Expresso, um jornal que apoiou incondicionalmente o Núncio Fiscoólico, venha agora lembra que a Maria Luís e o Núncio nem se davam bem.
Está na hora da fuga das ratazanas, as do Expresso já fogem do Núncio e fazem o favor à ministra que afinal havia outro e não era o Núncio. Neste caso a pergunta não é "adivinhem quem vem jantar", é antes "adivinhem quem vai ser comido ao jantar?".


E ele dá a gorjeta, pode dar umas 50 acções do seu banco ao empregado de mesa.

No caso de Passos Coelho sentir dificuldades em preencher alguma vaga de ministro com contrato de quinze dias e nem mesmo os ministros mais incompetentes do seu ainda desgoverno se revelarem uns cobardolas, o primeiro-ministro indigitado pode contar com a disponibilidade aqui da récua. É só escolher, tem burros brancos, burros mirandeses e até burros do cigano.


«As notícias do "golpe de Estado em Portugal" foram manifestamente exageradas. Daí os jornais, ontem, não terem dado por tanques nas ruas. Mas, então, como é que as notícias exageraram e os jornais se calaram? Ora, ora, o admirável mundo novo responde: o Twitter encarregou-se de anunciar as barricadas. Antes, alguns jornais, portugueses e estrangeiros, tinham comentado, com espanto natural, o discurso do Presidente português, de quinta-feira. Não as nossas bizarrias constitucionais, não, cada país tem as suas. Mas excluir do governo, sem mas nem meio mas, dois partidos legais e (muito) votados, essa ideia peregrina de Cavaco, foi considerado abuso por algumas opiniões. Foram estas que levaram uns piadistas nacionais a esticar a crítica para, exagerando-a, lhe retirar a eficácia. Ah, Cavaco abusou? Façamo-lo, então, general Alcazar! E foi assim que, no fim de semana, o Twitter inventou um "golpe de Estado em Portugal". Toca de publicar fotos de procissão na Cova da Iria e maratona no tabuleiro da Ponte 25 de Abril, com legenda: "Protestos gigantescos". Mais fotos: velhas manifestações de polícias e a bandeira nacional içada ao contrário mostrando o país descontrolado. E o 0-3 na Luz confirmando mais um atentado aos grandes símbolos nacionais... Ok, piadas, é giro. Mas, atenção, se aquelas palavras de Cavaco se aplicarem num ato político, tirem as aspas ao "golpe de Estado em Portugal." E isso não dará vontade de "lol, lol, lol..."» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.

«Duvido que o Doutor Cavaco Silva tivesse antecipado todos os efeitos do seu gesto de hostilidade aos partidos da esquerda. Não se entende o porquê de tamanha agressão. Na verdade, anunciar que não conta com os partidos à esquerda do PS para as funções normais da vida política, nomeadamente para a constituição de governos, afastando-os da mesa constitucional parece longe do senso comum. Mas o Presidente não se ficou por aqui. Lançou uma tentativa de sedução-sedição aos deputados socialistas que estivessem dispostos a rebelarem-se contra a liderança. Pior ainda, açulou os mercados a ladrarem e morderem o pequeno e frágil País a cuja República preside. A resposta do sistema político foi a incredulidade, a rejeição liminar da atitude, e um coro enfraquecido e pouco convicto dos tenores do PSD e do CDS. A resposta dos partidos da nova maioria foi demolidora: se tinham dúvidas sobre a coligação, esqueceram-nas; se estavam titubeantes na parceria, tornaram-se lázaros que dispensam muletas; se estavam mudos passaram a audaciosos opositores ao Presidente; se tinham receios passaram a afoitos; se temiam cisões fratricidas, esqueceram o risco e suturaram feridas. Poucas vezes se viu o imediato impacto de uma peça política tão contrário ao que pretendia o emissor. Se não passámos a reconhecer o Doutor Cavaco como socialista militante, passámos a ver nele, ao menos, o grande aglutinador e o principal ator do processo político de união das esquerdas. O PS, relutante em moção própria de rejeição, passou a propô-la. Se receava no Parlamento uma derrota anónima para Ferro Rodrigues presidir, ou pelo menos uma arrastada negociação em várias votações inconclusivas, reconheceu na vitória à primeira um poder que quase ignorava. De nada valeram os remoques: que a proposta ia contra a tradição, que Ferro deveria ter engolido em silêncio a injúria presidencial, que doravante o Parlamento passava a estar de risco ao meio, apesar de ter mais cabelo do lado esquerdo. Dos argumentos de vitória eleitoral da coligação já pouco mais resta que a retórica pomposa de Portas a roçar o ridículo. Até os media, finalmente, parece terem caído em si e realizado que tudo mudou. Habituar-se-ão a nova distribuição de poder. E como se alimentam de notícias, depressa reconhecerão que agora elas nascem à esquerda. São as regras da fisiologia do poder.
Há quem diga que a decisão que Cavaco teria já tomado de nunca dar posse a Costa apoiado à esquerda teria efeitos para memória futura. Se assim for, tentou ler um jornal com binóculos. O futuro não se constrói com ressentimento e vingança, mas com grandeza, o que aqui parece faltar. O que mais surpreende em Cavaco, não é a mercearia de cartucho. O que mais nos intriga é a falta de visão de futuro, de perspectiva do País na Europa e no Mundo. Cavaco tratou este assunto como uma dona de casa alimenta galinhas: dá milho às que considera poedeiras e farelo às restantes. Assim nunca terá ovos das segundas.
E agora? Cavaco insinua, sem ser explícito, que recusará o governo de Costa e entronará Passos em governo de gestão. O que significaria meses de espera, de instabilidade, de protesto, de não-resposta à Europa, de alibis decisórios em temas que não esperam. Recorre-se ao Tribunal Constitucional a cada lei canhestra e arrogante? Retomam-se os cortes ou abatem-se desde já, por omissão? Mantém-se o sistema fiscal intocado ou afina-se? Financiam-se os hospitais por duodécimos ou modelam-se os recursos segundo o desempenho? Sancionam-se os dirigentes que violam no quotidiano a regra dos compromissos, ou muda-se a lei? Mantém-se o sistema de pensões tal como está, ou tenta-se algum aperfeiçoamento? Corta-se a gasolina aos aviões da Força Aérea, ou aceitamos as obrigações internacionais de cooperação militar? Saímos com os submarinos, ou deixamo-los acostados no Alfeite? Nomeiam-se os altos cargos da República por consenso, ou atrasa-se tal nomeação? Preferimos gastar os recursos de Bruxelas na agricultura ou no terminal do Barreiro? Usamos os fundos para crescimento e emprego ou continuamos a desperdiçá-los no alindamento das estatísticas? Em cada sector as alternativas confrontar-nos-ão.
Um governo de gestão não governa, flutua. Sem rumo, o País deixa de ter comando interno, de ter voz externa, de pensar, de prever o futuro. Instabilidade governativa gera incerteza económica, fuga do investimento, menos emprego. Em breve faltará o pão, culpa exclusiva dos que não respeitam as regras do jogo. Goste-se ou não de quem ganha, a democracia é o governo das maiorias.
Mas a alternativa tem que ser sólida. Os acordos têm que ser passados a escrito. Nada está acordado até tudo ser acordado, como se aprende em qualquer manual de negociação. O programa económico do PS, tão apreciado ele foi, pode ser certamente negociado, mas não desfigurado. Os limites são para cumprir. Se a relutância de muitos Portugueses assenta nos compromissos internacionais, pois então o acordo tem de ser explícito nessa matéria, não pode tomar a omissão por consentimento. Quanto ao compromisso temporal, claro que não são exigíveis cheques em branco, nem anos de fidelização como nos contratos de telecomunicações. Mas o tempo é elemento essencial da estabilidade. Tempo e vinculação, sem duplicidades. Entre gente séria não pode haver ambiguidades.» [Público]
Autor:
Correia de Campos.


«As receitas arrecadas pelo Estado com taxas, multas e outras penalidades estão a registar um crescimento galopante este ano, muito superior ao do conjunto das receitas. Até Setembro, o encaixe chegou aos 693,7 milhões de euros, um crescimento de 21,4% em relação ao valor arrecadado nos nove primeiros meses do ano passado.
As multas do código da estrada estão a crescer a um ritmo de 42%, garantindo aos cofres do Estado 70,3 milhões de euros, um valor que compara com 49,4 milhões conseguidos no mesmo período do ano passado. Mas a principal subida está a acontecer na rubrica “outras multas e penalidades diversas”. Embora valendo menos de um terço do bolo global das receitas com taxas e multas, aqui a cobrança apresenta um crescimento de 69%, com o valor arrecadado a passar para os 191,6 milhões de euros. Em queda estão, no entanto, as receitas provenientes dos juros de mora e compensatórios. A descida é de 3%, com o valor a cair para 57,9 milhões de euros, contra 59,7 milhões apurados até Setembro do ano passado.
No universo da administração central – onde se inclui o subsector Estado, serviços e fundos autónomos – as coimas e as penalidades aplicadas aos contribuintes por contra-ordenações tributárias, incluindo as de execuções fiscais, dispararam 80,2%.
Os números da execução orçamental divulgados na última sexta-feira incluem já os valores de Setembro, o que apanha o período do perdão fiscal para os contribuintes pagarem dívidas das portagens anteriores a 30 de Abril. Ao regime excepcional lançado pelo Governo, que começou a 1 de Agosto e só terminaria a 15 de Outubro, aderiram mais de 300 mil contribuintes, regularizando dívidas no valor de 12,3 milhões de euros.» [Público]
Parecer:
As pessoas não reparam mas os mais incautos estão a pagar uma segunda sobretaxa sob a forma de multas, o suficiente para gerar receitas para mandar muitos oficiais da GNR para a reserva, onde ganham como se estivessem no activo, para comprar caros para as polícias ou para aprovar os estatutos da PSP.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»





