Grafitti, Montreal (A. Moura)
Jumento do dia
Marco António, pequeno imperador de Valongo
Este Marco António tem sentido de humor, ainda bem que reapareceu quando soube que o seu partido tinha "ganho" as eleições, sempre vai animando a vida política, pelo menos enquanto não desaparecer de novo.
«Embora tecendo duras críticas às afirmações e à carta enviada pelo secretário-geral do PS ao líder da coligação Portugal à Frente (PaF), que o PÚBLICO divulgou, o vice-presidente do PSD, Marco António Costa, fez questão de ressalvar, neste sábado, que a direita continua disponível para prosseguir as negociações, desde que esse diálogo seja baseado numa “atitude séria” e “construtiva”.
“Nunca abandonaremos uma atitude séria de negociação. Nunca viraremos as costas ao nosso país. Nem nunca viraremos as costas a uma atitude construtiva de negociação. Mas não estamos disponíveis para simulacros negociais, nem para arrastar na praça pública esta tentativa de inquinar uma negociação séria com insinuações infundadas que só podem estar justificadas em desespero político”, disse Marco António Costa aos jornalistas, considerando “inaceitável que, a meio de um processo negocial se lance estas atoardas injustificadas para tentar criar sombras na opinião pública que não têm o mínimo fundamento”.
Na sexta-feira à noite, na TVI, o secretário-geral do António Costa sugeriu que um das razões pelas quais a conversa com a coligação de direita azedou foi por causa de “uma má notícia para o país que um dia os portugueses vão saber”. E acrescentou: “Foram sempre deixando cair uma nova surpresa desagradável que um dia vão ser tornadas públicas sobre a real situação financeira do país.”» [Público]
Mais um ovo no cu da galinha!
Marco António, pequeno imperador de Valongo
Este Marco António tem sentido de humor, ainda bem que reapareceu quando soube que o seu partido tinha "ganho" as eleições, sempre vai animando a vida política, pelo menos enquanto não desaparecer de novo.
«Embora tecendo duras críticas às afirmações e à carta enviada pelo secretário-geral do PS ao líder da coligação Portugal à Frente (PaF), que o PÚBLICO divulgou, o vice-presidente do PSD, Marco António Costa, fez questão de ressalvar, neste sábado, que a direita continua disponível para prosseguir as negociações, desde que esse diálogo seja baseado numa “atitude séria” e “construtiva”.
“Nunca abandonaremos uma atitude séria de negociação. Nunca viraremos as costas ao nosso país. Nem nunca viraremos as costas a uma atitude construtiva de negociação. Mas não estamos disponíveis para simulacros negociais, nem para arrastar na praça pública esta tentativa de inquinar uma negociação séria com insinuações infundadas que só podem estar justificadas em desespero político”, disse Marco António Costa aos jornalistas, considerando “inaceitável que, a meio de um processo negocial se lance estas atoardas injustificadas para tentar criar sombras na opinião pública que não têm o mínimo fundamento”.
Na sexta-feira à noite, na TVI, o secretário-geral do António Costa sugeriu que um das razões pelas quais a conversa com a coligação de direita azedou foi por causa de “uma má notícia para o país que um dia os portugueses vão saber”. E acrescentou: “Foram sempre deixando cair uma nova surpresa desagradável que um dia vão ser tornadas públicas sobre a real situação financeira do país.”» [Público]
Mais um ovo no cu da galinha!
Procura-se, falando ou mesmo calado
A última vez que foi visto estava a celoricar nas Beiras.
Este homem fala quando deve estar calado e desaparece quando se espera que fale, a coragem não é a sua praia.
A última vez que foi visto estava a celoricar nas Beiras.
Este homem fala quando deve estar calado e desaparece quando se espera que fale, a coragem não é a sua praia.
Os excedentes de animação política
«Durante todo agosto, mês das notícias parvas, publiquei diariamente, no DN, um folhetim político sobre a campanha eleitoral que ia seguir-se. Coisas ficcionadas, que eu, o ingénuo!, julguei demasiado bizarras... Pus Portas a saltar o muro da Capela do Rato para encontros clandestinos com Costa. Fiz Passos inventar um António Costa com as posições do Bloco de Esquerda. Imaginei um resultado eleitoral em que o cargo de primeiro-ministro não ia para o ganhador mas para Maria Luís. Criei a notícia sobre a ameaça de Mariana Mortágua em votar socialista se o BE continuasse sectário com o PS... Inventei tanto que chamei ao folhetim "As eleições que ninguém queria ganhar".
Visto pelos dias de hoje, outubro, sou obrigado a admitir que fui, afinal, maçador. Seria como ir para a Síria contar o risco que é de andar às dez da noite na Mouraria. O hoje, o maluco e refrescante hoje nascido a 4 de outubro, merecia um folhetim chamado "As eleições que todos querem ganhar" - até ao deputado do PAN pode sair o Totobola caso seja ele a desempatar a votação para o próximo Governo, o que não está excluído. Se eu voltasse ao folhetim, contando os bastidores assombrosos dos nossos dias pós-eleições, os episódios não seriam mais os ingénuos de agosto. Os bastidores falsos que inventei há dois meses estão para os atuais como, na literatura, As Meninas Exemplares, de Madame de Ségur, está para O Libertino Passeia por Braga, de Luiz Pacheco. O que se passa na vida política atual é tão estrambótico como as cartas que se seguem - genuinamente inventadas e entregues por mão própria (também falsa, para fugir às escutas e violação de correspondência).
"Caro António, soube há tempos por um folhetim do DN que é possível visitar-te clandestinamente pela Capela do Rato. O que tenho para te dizer é que valho 18 deputados, só menos um que o BE e não assusto os mercados. Pensa nisso, Paulo."
"Caro eleito deputado do PS, tenho seguido a sua notável carreira política com admiração. Porém, não é sobre ela que quero falar, mas sobre o seu perfil profissional. Um facilitador meu conhecido sabe de uma grande empresa brasileira que precisa de representante para toda a Europa. Lembrei-me logo do meu amigo! A coisa é urgente e, naturalmente, sigilosa. Podemo-nos encontrar amanhã ao almoço no restaurante de Canal Caveira? Responda-me rápido porque tenho o pequeno-almoço agendado, na Mealhada, com um colega seu de bancada, e, com outro, jantar em Faro. Sempre a estimá-lo, Marco António."
"Caro Jerónimo, acabo de saber que posso estar a ser traído pelo Paulo. Pus-me a fazer somas e subtrações e dei-me conta de que, perdendo-o a ele mas ganhando-o a si, a coisa fica ela por ela. Com esta vantagem: a paz sindical que, consigo, eu ganharia nas ruas vale mais do que a popularidade entre peixeiras que ele me garante nas feiras (aliás, um bocado bluff, vi na campanha). Se está de acordo, caro parceiro social, vamos avante. Seu, Pedro."
"Eterno Presidente Cavaco Silva, pede-me o Líder Supremo Kim Jong-un que lhe transmita o interesse da República Popular Democrática da Coreia em investir na região de Loures, graças às relações de amizade entre os povos cultivada pelo presidente da câmara local, o amigo Bernardino Soares. Mas vemos com extrema preocupação as notícias que indicam que os comunistas podem integrar o próximo Governo português. Sabemos que o PCP é adepto de nacionalizações, o que lesaria os nossos investimentos futuros em Loures. Esperamos que o Eterno Presidente Cavaco Silva impeça a agressão ao povo amigo norte-coreano que seria a nomeação de um Governo com tal partido. Saudações, Chun Guk Kim (embaixador da RPDC)."
"Caro Pedro Passos Coelho e caro António Costa, vejam esta carta como um leilão em direto. Eu lanço o assunto a licitar, por exemplo "proibição de touradas", e vocês enviam as propostas em carta fechada, por exemplo, "já", ou "em breve"... Sabiam que há um pássaro chamado balança-rabo-de-máscara? Vai ser o nosso símbolo mas do nome retenham só a primeira palavra. O balança-rabo-de-máscara é pequeno mas passa a vida a cantar. Habituem-se, André Silva (deputado do PAN)."
"Caro Pedro, Paulo, Jerónimo ou Catarina (aquele ou aquela que estiver a ler esta carta), quero sublinhar, para além das nossas divergências ideológicas, o meu enorme entusiasmo por virmos a estar juntos no próximo Governo. Quer esteja à direita ou esquerda (riscar o que não interessa), garanto a minha lealdade à nossa decisão comum, António."
"Caro Professor Marcelo, apelo à sua memória para que reconheça que eu não costumo deixar trabalho para trás. Ainda em agosto fui de férias para a Praia da Coelha, com um jipe cheio de 86 dossiês parlamentares e 40 diplomas do Governo. Desta vez, porém, se não se importa, vou deixar-lhe o Governo para nomear. É coisa pouca, só apontar um de dois. Boa sorte, Aníbal."» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
O homem sabe tudo
«O Presidente da República disse hoje em Albufeira que o atual cenário político era uma das possibilidades que tinha imaginado e manifestou ter "forte esperança" de que vão prevalecer os "superiores interesses de Portugal".
"Nós tínhamos estudado todos os cenários, também este que está a acontecer, por isso não estamos assim tão surpreendidos na medida em que tínhamos imaginado todas as possibilidades", afirmou Aníbal Cavaco Silva aos jornalistas em Albufeira, ao ser questionado sobre as negociações entre os partidos para a formação de um novo Governo.» [DN]
Parecer:
O homem só não parece saber explicar o que pretende dizer com "superiores interesses de Portugal".
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se que Cavaco esclareça se é um governo de direita.»