Da forma como o professor 0% o disse “pientelho” tanto se poderia escrever com “i” como com “e”. Procuro na Internet e os famosos pêlos aparecem frequentemente com “i” mas na Wiki aparece com “e”, até fico a saber que um filme americano, “The cable guy”, recebeu em Portugal o título “O melga” enquanto no Brasil ficou conhecido por “O Pentelho”, com “e”. Bem talvez o professor 0% se tenha baralhado e tenha querido dizer “melguices”, “estamos a discutir melguices” pois como se sabe a direita e até o galo-da-Índia do Louça, consideram o Sócrates um grande “melga”, tão melga que se querem ver livres dele.
A questão de se saber de devemos escrever “pintelho” ou “pentelho” é muito importante, direia mesmo que é uma questão fundamental para o debate político durante a presente campanha eleitoral. Imagine-se que no meio da confusão desta campanha de alto nível, conforme Cavaco recomendou aos partidos e de que o outro professor, o 0%, tem sido um exemplo, alguém se lembra de dizer que “pintelho” se escreve com “i” porque vem daquele sítio que os espanhóis confundem com pilhas, porque se a palavra viesse de pêlo teria de se escrever com “e”. Pois é, ainda aparece por aí alguém a defender que coelho deve ser escrito com “u” pois tanto quanto se sabe ninguém tem um “co” ao fundo das costas, um ânus em vez de cu sim, é frequente na gente mais fina e nas classes mais abastadas, na burguesia como diria o galo-da-Índia, mas um co é que ninguém tem.
Assim sendo, a questão de acabar ou não com a taxa intermédia do IVA é uma coelhice porque a ideia veio do PSD de Passos Coelho, ou será que estamos a discutir cuelhos porque a questão é irrelevante? Resta-nos esperar que o Vasco Graça Moura esclareça esta questão na sua coluna no Diário de Notícias, ainda que eu esteja convencido de que o poeta venha a descobrir algo pior e mais tenebroso, Catroga não foi designado por Cavaco Silva para tutelar Passos Coelho, o professor 0% foi infiltrado na equipa do líder do PSD pela máquina de propaganda de Sócrates.
Sempre que Pedro Passos Coelho tem uma daquelas ideias brilhantes, uma mistura de Carrapatoso com Miguel Relvas, o professor 0% tem uma intervenção de teor capilar e dá cabo do debate político. Não é difícil imaginar Sócrates a telefonar ao professor 0% dando-lhe instruções do género: “ escreva mais uma carta cheia de perguntas”, diga que “o acordo nada tem que ver com o PEC IV”, sugira um a aplicação da taxa normal do IVA à cerveja, então diga que a aplica ao vinho, se não resultou então proponha o fim da taxa intermédia do IVA. Já estou a ver o Sócrates sugerir que em vez de mandar os jornalistas para a tia deles que diga que estão a discutir pintelhos.
O problema é que nos tempos que correm os pintelhos estão em extinção e uma boa parte da geração à rasca e mesmo os desenrascados não deverão ter percebido muito bem o que é essa coisa de que o professor 0% falou, agora a moda é o peladinho.