domingo, maio 29, 2011

Semanada

  
Passos Coelho não podia terminar a semana sem dar mais uma das suas cambalhotas, depois de ter andado a prometer a solução da crise financeira poupando o ordenado de dois ou três ministro acabou por admitir que se tivesse de aceitar uma coligação não iria dispensar os seus e a solução seria aumentar o número de pastas para empregar os do parceiro de coligação. O curioso é que bastou alguém dizer que Cavaco discordava para que Passos Coelho se apressasse a mudar de ideias, uma autêntica manifestação de fidelidade canina de alguém de quem se dizia não ser um cavaquista. Azar dos azares, Cavaco desmentiu ter omitido qualquer opinião sobre o número de ministros e Pedro Passos Coelho perdeu uma oportunidade de ficar calado.

Parece que Passos Coelho é o Lucky Luke da política portuguesa, o cowboy da banda desenhada era mais rápido do que a própria sombra, Passos Coelho fala em mudanças de opinião tão rapidamente que o seu pensamento não o acompanha. Basta um jornalista questioná-lo sobre qualquer questão e Passos Coelho dispara uma mudança de opinião, com a mesma rapidez com que mudou em relação ao aborto disparou uma nova dimensão para um governo.

O que também parece mudar tão depressa quanto as ideias de Passos Coelho são as sondagens encomendadas pelos jornais e televisões, quando o líder do PSD pensa que está perdido aparece em alta nessas sondagens, quando se começa a animar desce. O resultado é que já não basta o líder do PSD nos deixar almariados com as suas mudanças de opinião, ainda ficamos mais tontos com tanta mudança de estratégia em resultado das sondagens, num dia pede votos aos eleitores do CDS, no outro pede uma maioria absoluta aos eleitores do PS.

Com este tiroteio em todas as direcções não admira que Pacheco Pereira tenha sido alvo da última sessão de tiros ao boneco por parte de Passos Coelho que estão tão convencido da sua vitória eleitoral que fez um intervalo nos seus apelos a uma maioria absoluta para eleger o militante desavindo da sua derrota. No fim disto tudo vamos concluir que a culpa foi do Pacheco Pereira, um dos poucos que não engoliu um sapo ao ir manifestar a sua vassalagem a Passos Coelho numa jantarada do PSD. Ainda há quem não sirva a sua coluna no meio de croquetes e bife do lombo.

Outros que mudam rapidamente são os vira-casacas portugueses, quando Passos Coelho tinha uma maioria absoluta nas sondagens eram mais do que as mães a atacar Sócrates e a porem-se em bicos de pés com propostas para bajular Passos Coelho, agora que as sondagens andam empatadas nem a previsão feita pelo bruxo de Alfragide de que Sócrates tem 10% de hipóteses de ganhar foi suficiente para ganharem coragem e reapareceram, como diria o professor 0% desapareceram mais rapidamente do que um pentelho.