sábado, maio 07, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




FOTO JUMENTO


Insectos do Parque Florestal de Monsanto, Lisboa
  
JUMENTO DO DIA


Miguel Macedo, líder parlamentar do PSD

Começa a ser difícil perceber este PSD, o Passos elogia o acordo enquanto o Nobre considera-o um ataque violento ao Estado social, o Catroga disse que o acordo foi bom porque resultou das suas cartas agora vem Miguel Macedo dizer que foi péssimo, o PSD dizia que o país estava na bancarrota, agora o líder parlamentar já se fica pelo quase.
 
Miguel Macedo parece não percebe que esta criatividade é negativa para o seu partido, só põe em evidência a fragilidade do seu líder.
  
«"No caso do primeiro-ministro é cobardia política. Dirigir-se ao País a dizer o que ficou de fora é não assumir as suas responsabilidades," disse Miguel Macedo na reunião da Comissão Permanente, no Parlamento.

  
"O primeiro-ministro escondeu que o desemprego vai subir até aos 13%, escondeu a tributação dos apoios sociais, escondeu os cortes no subsídio de desemprego, escondeu o aumento do gás e da electricidade," acrescentou.
 
Macedo insistiu que o desgoverno socialista deixou o país à beira da bancarrota. "O Governo gastou até ao ultimo minuto e escondeu até ao ultimo segundo." Depois de reafirmar o apoio do PSD ao programa, citou os representantes internacionais para dizer que o Governo devia ter pedido ajuda mais cedo.» [DN]

 A COMUNICAÇÃO DE CAVACO SILVA

Cavaco Silva estava a dirigir-se ao país ou a gravar um vídeo para ser visto em Santa Maria da Feira onde os antigos líderes do PSD se juntaram a Passos Coelho fazendo de conta que no PSD só há paz e amor?
  
  
 

 COMO O PSD PERDEU AS ELEIÇÕES
  
«Durante dias a fio, políticos, jornalistas e comentadores, pintaram a situação do país o mais negro possível, que vinha aí o dilúvio, que iam cortar salários, acabar com as pensões, despedir em massa.
  
Na ânsia de dizer o pior possível do primeiro-ministro nem se deram conta de que estavam afinal a criar as condições para ajudar Sócrates a recuperar folgo. Aquilo que parecia uma impossibilidade há algumas semanas é agora o mais provável. O PS vai ganhar as próximas eleições.
  
Isto deve-se, antes de tudo, ao amadorismo político do atual PSD. O afogadilho de chegar ao poder tem levado este partido a cometer erros atrás de erros. O PSD esteve mal ao deitar abaixo o governo abrindo uma crise política irresponsável. Esteve mal, muito mal, durante o período de negociação com a troika em que tudo fez para prejudicar a posição portuguesa. Mal na escolha dos candidatos; pior ainda ao prometer lugares e benesses antes das eleições; péssimo porque não consegue apresentar uma única ideia coerente.
  
Como se isto não bastasse, a promoção do inenarrável Dr. Catroga a número dois do partido e aspirante a ministro das Finanças, tem-se revelado desastrosa. Já ouvi um comentário dizer que Catroga faz lembrar aqueles idosos que entram em contramão na autoestrada. De facto, o homem não parece viver no mundo real. O discurso é titubeante, desregrado, repleto de dislates. Talvez por isso escreva tantas cartas. Mas estas não são menos incoerentes. Passou os dias a dizer mal do país, a mandar recados indignos para a troika, a exigir mais austeridade, para no fim afirmar que foi ele (como? quando? onde?) que conseguiu um acordo que está longe da hecatombe anunciada. Na verdade o acordo é essencialmente o que estava definido no PEC IV que era tão mau e agora já é bom.
  
Em resumo. Os portugueses não esquecerão que este PSD tudo fez para lesar os interesses de Portugal. E isso não se desculpa.
  
Mas esta história tem outros protagonistas. O nosso jornalismo não pára de perder credibilidade. Num ambiente que funciona em circuito fechado, em que só valem as más notícias, em que as pessoas têm medo de dizer bem do governo, e, sobretudo, em que se perdeu independência e objetividade, já ninguém acredita no que lê, ouve ou vê. O nível de censura é preocupante. Ainda há dias criticou-se o diretor da TSF porque num programa em canal aberto a maioria dos ouvintes exprimiam opiniões favoráveis ao governo. Como se fosse um crime. Mas pior. Para além da parolice de andarem atrás dos senhores da troika, os nossos media reproduziram nas últimas semanas uma quantidade impressionante de notícias falsas; publicaram inúmeras análises totalmente erradas; veicularam insinuações sem o mínimo de fundamento. O que só demonstra o estado pantanoso a que chegou o nosso jornalismo. Sorte que a troika não teve tempo para ler jornais e concentrou-se nos factos.
  
A este propósito convém não esquecer a absoluta vergonha que foi pôr em causa as contas públicas, certificadas por várias instâncias independentes, diga-se, com o objetivo claro e pérfido de minar a capacidade negocial do governo. 
  
É certo que a campanha não vai parar. Já está aliás de novo em marcha. Basta ver os títulos de alguns jornais, ouvir os mesmos de sempre. Aqueles que anunciaram a catástrofe, vão agora esmiuçar o acordo à procura das vírgulas mais desfavoráveis. Mas o jogo é perigoso. Os que defenderam a vinda da troika como muito bom, não podem agora dizer que o resultado é muito mau. Afinal trata-se de entidades independentes do delírio local.
  
Aliás, vai ficando evidente que o matraquear constante nas televisões e jornais por esse pequeno núcleo de comentadores, ubíquos e venais, não tem o efeito esperado junto da opinião pública. A maioria dos portugueses agarra-se ao concreto. E, por muito que insistam no tremendismo, a sensação de alívio é generalizada.
  
O PSD perde as eleições por erros próprios. Pelo incrível amadorismo. Por prejudicar o país. Por não ter uma ideia. E também, já agora, por assustar as pessoas. Agora não digam que a culpa é mais uma vez de Sócrates. » [Jornal de Negócios]

Autor:

Leonel Moura.
  

 MAS QUE GRANDE ADESÃO À GREVE

«Um assessor do Ministério das Finanças explicou à Lusa que a rectificação, publicada no site, se devia a um lapso, mas garantindo que o valor correcto é o mais recente. Ou seja, que, às 12:00, dos 390.559 trabalhadores da Administração Pública Central, 5.451 tinham aderido à greve que decorre hoje, o que corresponde a 1,4 por cento do total.
  
O maior número registava-se no Ministério da Educação, que somava 1.914 funcionários em greve, estando encerradas 19 escolas, de acordo com os números da direcção-geral da Administração e do Emprego Público.
  
Em contraponto, a coordenadora da Federação dos Sindicatos da Função Pública, Ana Avoila, garante que a adesão à greve de hoje da função pública é de 60 por cento. Muito acima dos 2,54 avançados pelo Governo. » [DN]

Parecer:

Só reparei que era dia de greve quando me cruzei com três ou quatro velhotes que pareciam estar todos contentes por terem vindo passear a Lisboa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns pelos 60% de adesão à Avoila.»

 POBE PASSOS, COMEÇOU A MARCAR PASSO

«As negociações com a troika a decorrerem já há semanas, Catroga a multiplicar as cartas a pedir informações fiáveis ao Governo, os desfiles do 25 de Abril e do 1º de Maio a juntarem os partidos mais à esquerda e, mesmo assim, de acordo com o barómetro do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica, o PS sobe nas intenções de voto, ultrapassa o PSD e, apesar do crescimento do CDS, quase inviabiliza uma maioria de direita. [DN]
 
Na sondagem feita para o DN/JN/Antena 1 e RTP, nos dias 30 de Abril e 1 de Maio (antes do anúncio do catálogo de medidas da troika), na estimativa de resultados eleitorais o PS passa dos 33% registados em Abril para 36% (e já vinha a subir no anterior barómetro); enquanto o PSD desce de 39% (estava à frente, no mês passado, com seis pontos percentuais de vantagem) para 34% - o que, dado a margem de erro de 2,6 %, dá um empate técnico. O CDS sobe de 7% para 10% e troca de posição com o PCP-PEV, que, mesmo assim, sobe de 8% para 9%. O BE cai de 6% para 5% - resultado que, associado a outros itens do barómetro, revela uma tendência de queda acentuada.»

Parecer:

E a procissão ainda vai no adro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo dia 5 de Junho.»

 COMEÇOU A TREMIDEIRA ENTRE OS AUTARCAS

«Os critérios ainda não estão definidos, mas o acordo entre o Governo e a "troika" internacional exige uma "redução substancial" de autarquias até às eleições autárquicas de 2013, além de uma redução de dois por cento por ano no número de funcionários da administração local. [DN]

  
"Se for pela demografia, estou liquidado. Se for por resultados, dou cartas em relação a concelhos maiores", desabafa Carlos Esteves, presidente da câmara de Penedono (PSD), no distrito de Viseu, com pouco mais de 3.200 habitantes»

Parecer:

Não queriam regionalizar? É fácil, façam de conta que estão a regionalizar e criem pequenas regiões.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a sugestão aos autarcas.»

 BAGÃO PROPÕE UM MUSEU DA DÍVIDA EXTERNA
  
«O economista e conselheiro de Estado Bagão Félix apoiou, em declarações à agência Lusa, a criação em Portugal de um museu da dívida externa, que tenha uma função pedagógica e mostre a evolução do endividamento português ao exterior.

  
“É bom aprender com as coisas do passado, com as dificuldades, com as soluções que se encontraram ao longo da história económica portuguesa”, afirmou Bagão Félix, acrescentando que “um acervo, um estudo completo e sistematizado seria um instrumento bastante interessante e bastante pedagógico para evitar situações no futuro”.» [i]

Parecer:

Sente-se a raiva, deve ser das sondagens.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Bagão que diga qual é a sua pensão no BCP e em que circunstâncias a negociou.»

 A ANEDOTA DO DIA

«O responsável frisou que "o sindicato tem uma visão mais humanista da justiça que a reforma", mas garantiu que "os magistrados estão empenhados em colaborar e que os objetivos da reforma são bons, mas ambiciosos", nomeadamente o da redução da pendência processual em 24 meses.» [i]

Parecer:

O senhor João palma tem uma visão mais humanista da justiça...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

 AGORA QUEREM CORRER COM A GRÉCIA
  
«A Grécia está a considerar a saída da Zona Euro, segundo uma informação do "site" da "Der Spiegel". Uma reunião de emergência dos ministros das Finanças da Europa terá lugar hoje à noite em Luxemburgo, depois de ter sido convocada pela Comissão Europeia.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Foi com notícias destas que tudo começou.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

 BANQUEIROS ESPERAM QUE POLÍTICOS HOREM O ACORDO

«Faria de Oliveira, Santos Ferreira, Nuno Amado, Ricardo Salgado e Fernando Ulrich concordam que o plano de ajuda é "credível", mas o importante será implementar adequadamente o pacote de ajuda, sem recurso a interpretações, num encontro realizado pelo "Diário Económico".

  
"Aquilo que desejo é que honrem com o que se comprometeram e que não comecem agora a interpretar" o acordo, salientou Carlos Santos Ferreira, presidente do BCP.» [i]

Parecer:

A falarem desta forma os nossos banqueiros até parecem uns rapazes exemplares, tão exemplares que quando precisaram recorreram ao Estado e quando o seu parceiro BPN faliu deixaram ao Estado o custo da nacionalização. Até parece que são uns rapazes exemplares e que por isso se sentem no direito de dar lições ao país.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se esses senhores para um sítio malcheiroso.»