domingo, maio 15, 2011

Semanada

Esta semana foi a mais difícil de Pedro Passos Coelho, depois de ter sido incapaz de inverter a tendência para a descida nas intenções viu o PSD ser ultrapassado pelo PS. Como diria Eduardo Catroga a vantagem do PS ainda poderá ser um pentelho, mas a verdade é que a imagem do líder do PSD está a desmoronar-se de dia para dia e é pouco provável que a recupere, porque dificilmente um líder que perde a credibilidade dificilmente a recupera. Passos Coelho que andou a gerir o PSD em função das sondagens e não hesitou em assaltar o poder quando tinha uma vantagem inquestionável arrisca-se a iniciar a campanha eleitoral irremediavelmente derrotado.

E é precisamente quando começa a sentir o sabor da derrota que Passos Coelho radicaliza o discurso apelando a uma maioria absoluta e prosseguindo na sua tentativa de exorcizar Sócrates do sistema político. Enquanto Eduardo Catroga ia destruindo a credibilidade do programa económico do PSD o líder esteve mais preocupado em encontrar novas fórmulas para condenar o seu adversário. Parece ignorar que os eleitores avaliam os candidatos e não propriamente a qualidade dos ataques que cada um faz ao adversário.

Sem ninguém dar por isso a letra do jingle da campanha do PSD que pedia para mudar o … Passos Coelho foi alvo de uma revisão. Já o mesmo não se pode dizer do programa do PSD, Sem pensar muito no assunto e perante as críticas de um velho apoiante Pedro Passos Coelho não hesitou em informar que iria mudar o programa. Se alguns candidatos se apresentaram nos debates sem programa agora temos um programa em que não se pode confiar pois uns quantos dias depois de ser apresentado com pompa o líder do PSD já anuncia que vai ser mudado.

O revisionismo de Pedro Passos Coelho não se fica pelo jingle e pelo programa, também a grande vedeta desta campanha, Eduardo Catroga, desapareceu de repente, num dia dizia que a TSU iria sofrer uma redução de 8% e no dia seguinte foi eliminado das imagens lembrando os tempos de Estaline, quando as personalidades desaparecem das fotografia. Parece que o Gulag de Pedro Passos Coelho fica para os lados do Brasil e quem pensava que aquele que se arrisca a ficar conhecido pelo professor pentelho iria esmiuçar o programa do PSD até ao dia das eleições estava enganado, o tutor de Pedro Passos Coelho designado por Belém foi vítima de um apagão.

Quem se diverte é Paulo Portas, um político que tinha ido ao fundo com os seus submarinos, os mesmos que o Ministério Público alemão diz que terão gerado 80 milhões de euros em luvas sem que por cá os campeões dos processos judiciais e do combate à corrupção tenham dito uma palavra. No caso do Freeport não haviam dados que permitissem suspeitar de luvas, mas o Ministério Público português procurou-as durante anos, agora que os alemães garantem que alguém ganhou 80 milhões ninguém está interessado no assunto. Talvez por isso Paulo Porta possa apresentar-se nos debates exibindo um sorriso cínico irritante, é o sorriso de quem sente que pode gozar com os seus adversários políticos pois com a confusão política que poderá resultar destas eleições estará no centro das soluções, com o país a ir ao fundo ninguém vai querer falar em submarinos.