Se estiver a ouvir as intervenções de alguns dos nossos economistas John Stuart Mill deve estar a dar voltas na sepultura, como é possível reduzir tudo o que se passa na economia mundial e na economia portuguesa a uma questão de política orçamental de dois ou três governos? Não admira tamanha falta de honestidade colectiva quando um Presidente que queria ajudar o país consegue fazer no seu discurso de posse um diagnóstico da economia portuguesa como se vivêssemos em autarcia, como se a economia portuguesa estivesse tão à margem da economia mundial quanto estava a Albânia de Henver Hodja.
Como é possível falar de finanças ignorando a maior crise financeira mundial desde o crash de 1929? Como é possível ignorar o maior desarmamento pautal desde que o GATT foi criado? Como é possível falar do euro ignorando os desequilíbrios que foram gerados na zona de uma nova união monetária com a sua dimensão? Como é possível ignorar o maior aumento dos preços do petróleo desde a crise de 1973-74? Como é possível falar de desemprego ignorando o encerramento de centenas de empresas que faliram em consequência da concorrência externa ou se deslocalizaram para outros país? Como é possível falar de despesa pública ignorando o esforço financeiro que a crise exigiu do Estado? Alguns dos nossos ilustres economistas falam como se tudo fosse um erro de um plano quinquenal, como se os governos tivessem planeado gastar muito mais do que previram produzir.
Questões como o desarmamento pautal, a formação profissional, a criação de empresas competitivas à escala internacional, a mudança da educação ou as tensões crescentes do mercado do petróleo são questões de gerações e não de um governo e muito menos de um governo que nem conseguiu governar. Discutir a situação económica portuguesa apenas como se fosse o resultado de quatro ou cinco orçamentos revela não só falta de honestidade como ignorância e incompetência.
Estes ilustres senhores, desde o engenheiro com MBA, ao antigo ministro das Finanças que ficou célebre por penhorar um WC, desde o tal que tem uma pensão de 8.000 euros desde os 49 anos por ter trabalhado seis ao patrão dos telelés, teriam chumbado na cadeira de Política Económica no velho ISEG. Chumbariam por ignorância, falta de rigor e por charlatanice. É como se um ilustre professor de medicina fizesse o diagnósticos em função da cor política, se o governante fosse de direita tinha uma mera constipação, se fosse de esquerda a doença era tuberculose.
Compreendo que tenham aparecido tantos “economistas” engalfinhando-se com cada um a dizer o pior possível do governo, promovendo uma orgia demagógica. É como se se tivessem reunido as condições para o aparecimento de uma praga de gafanhotos, a mudança de um governo depois de um longo ciclo de oposição gera uma imensidão de oportunidades de emprego para compensar o longo período de carência. Administrações da CGD e das suas empresas, administrações de grandes empresas públicas, altos quadros do Estado como os reguladores apetitosos pelo seu poder, lugares na administração no Banco de Portugal, tudo tachos para resolver os problemas económicos de uma família para o resto da vida.
Tal como no passado aos exércitos medievais se juntavam imensos mercenários nos cercos à cidade para partilharem dos saques, as elevadas expectativas eleitorais do PSD levou muita desta gente a um corrida desenfreada contra o governo, com cada um a dizer o pior possível, a tentar aparecer ao lado de Passos Coelho, a querer conquistar o estatuto de conselheiro do líder do PSD. A excitação da proximidade de uma batalha fácil levou-os a comportarem-se como um cardume de piranhas.
Pode ser que se enganem e fiquem mais uns anos a roer os ossos.
Como é possível falar de finanças ignorando a maior crise financeira mundial desde o crash de 1929? Como é possível ignorar o maior desarmamento pautal desde que o GATT foi criado? Como é possível falar do euro ignorando os desequilíbrios que foram gerados na zona de uma nova união monetária com a sua dimensão? Como é possível ignorar o maior aumento dos preços do petróleo desde a crise de 1973-74? Como é possível falar de desemprego ignorando o encerramento de centenas de empresas que faliram em consequência da concorrência externa ou se deslocalizaram para outros país? Como é possível falar de despesa pública ignorando o esforço financeiro que a crise exigiu do Estado? Alguns dos nossos ilustres economistas falam como se tudo fosse um erro de um plano quinquenal, como se os governos tivessem planeado gastar muito mais do que previram produzir.
Questões como o desarmamento pautal, a formação profissional, a criação de empresas competitivas à escala internacional, a mudança da educação ou as tensões crescentes do mercado do petróleo são questões de gerações e não de um governo e muito menos de um governo que nem conseguiu governar. Discutir a situação económica portuguesa apenas como se fosse o resultado de quatro ou cinco orçamentos revela não só falta de honestidade como ignorância e incompetência.
Estes ilustres senhores, desde o engenheiro com MBA, ao antigo ministro das Finanças que ficou célebre por penhorar um WC, desde o tal que tem uma pensão de 8.000 euros desde os 49 anos por ter trabalhado seis ao patrão dos telelés, teriam chumbado na cadeira de Política Económica no velho ISEG. Chumbariam por ignorância, falta de rigor e por charlatanice. É como se um ilustre professor de medicina fizesse o diagnósticos em função da cor política, se o governante fosse de direita tinha uma mera constipação, se fosse de esquerda a doença era tuberculose.
Compreendo que tenham aparecido tantos “economistas” engalfinhando-se com cada um a dizer o pior possível do governo, promovendo uma orgia demagógica. É como se se tivessem reunido as condições para o aparecimento de uma praga de gafanhotos, a mudança de um governo depois de um longo ciclo de oposição gera uma imensidão de oportunidades de emprego para compensar o longo período de carência. Administrações da CGD e das suas empresas, administrações de grandes empresas públicas, altos quadros do Estado como os reguladores apetitosos pelo seu poder, lugares na administração no Banco de Portugal, tudo tachos para resolver os problemas económicos de uma família para o resto da vida.
Tal como no passado aos exércitos medievais se juntavam imensos mercenários nos cercos à cidade para partilharem dos saques, as elevadas expectativas eleitorais do PSD levou muita desta gente a um corrida desenfreada contra o governo, com cada um a dizer o pior possível, a tentar aparecer ao lado de Passos Coelho, a querer conquistar o estatuto de conselheiro do líder do PSD. A excitação da proximidade de uma batalha fácil levou-os a comportarem-se como um cardume de piranhas.
Pode ser que se enganem e fiquem mais uns anos a roer os ossos.