sábado, julho 07, 2012

Até onde irá esta gente?


Dizem que Relvas fez chantagem sobre uma jornalista, o Macedo contrata enfermeiros a trezentos euros, o Gaspar escolhe sem critério quem deve passar fome e quem fica dispensado da austeridade, o Costa esquiva-se à austeridade no Banco de Portugal e consulta Bruxelas, o presidente interrompe a democracia para promulgar o OE. A dúvida está em saber até onde irá esta gente, do que já terá sido capaz de fazer e o que poderá vir a fazer para se manter o poder?
  
Quem é capaz de fazer chantagem sobre uma jornalista do que será capaz de fazer para se manter no poder? Quem me garante que um qualquer rabo-de-palha não possa servir para que um ministro sem escrúpulos possa fazer chantagem sobre um magistrado, sobre uma televisão ou mesmo sobre um presidente?
  
Do que serão capazes de fazer os que partilham informações íntimas com agentes secretos? Que credibilidade tem uma política brutal de austeridade quando é conduzida por um economista modesto que não respeita os mais elementares princípios de equidade e igualdade. Quem nos garante que não seremos as próximas vítimas desta gente?
  
Em poucos meses o governo de Passos Coelho lançou a desconfiança sobre as instituições, neste país deixou de se poder confiar. Quando o governo nos aumenta um imposto, nos corta o salário ou nos impõe outra medida não sabemos se foi necessária, se resultou de um falso desvio, se é consequência da incompetência do ministro, se fomos os escolhidos porque não costumamos votar neste ou naquele partido.
  
O pedido de ajuda internacional permite a gente incompetente ou sem escrúpulos pensar que este país deixou de ter regras, os valores constitucionais podem ser ignorados e desprezados, não há limites para a indecência na forma como se abusam de quem precisa de emprego, no momento de adoptar medidas difíceis escolhem-se vítimas como se fossem escravos para servirem o espectáculo num circo romano. Gente sem nível, falsos doutores, gente de competência duvidosa, está transformando aquilo que era um país, um povo com princípios, uma Nação, numa tasca da coxa.
  
Nunca se assistiu a tal espectáculo, ministros que desaparecem, outros que são acusados de fazer chantagem e têm diplomas universitários impressos em papel higiénico usado, um primeiro-ministro que se vinga do Tribunal Constitucional dizendo que corta os rendimentos a todos os que tinha perdoado, superministros que não sabem o que estão fazendo.
  
Do que será capaz esta gente, o que poderá resultar desta mistura perigosa de loucura, oportunismo, incompetência e maldade?