Parece que cada governo tem uma personagem que lembra o
famoso ministro da informação de Sadam Hussein. No caso do governo de Passos
Coelho são vários os ministros que se encavalitam na disputa do papel, mas a
distinção vai par o Miguel Relvas, uma figura que se não existisse teria de ser
inventada, daí a alegria por ter sido considerado inocente pelos amigos da
imprensa. Só mesmo alguém com o ar descontraído e intelectualmente vazio de
Miguel Relvas é que perante a desgraça orçamental chegaria à brilhante conclusão
de que tudo está a correr como previsto. Se calhar é por isso que aquele que
era um ministro omnipresente anda agora tão desaparecido, o Gaspar que tanto
explorou aquele ar de totó para passar a imagem do competente, optou agora por
dar de frosques e ninguém o vê.
Cumprido o ritual da moção de censura, que no caso do
governo da direita tardou mais seis meses do que com o anterior, o PCP
prossegue com o seu ritual, agora são as esperas aos ministros, depois serão as
esperas ao primeiro-ministro e por aí adiante. No governo do PS a direita
divertiu-se com esta estratégia e até alinhou no jogo enviando os seus
militantes disfarçados de populares ou emprestando os autocarros e os velhos
dos seus centros de dia à CGTP. Agora vai provar o sabor do seu próprio veneno
enfrentando as mesmas tácticas de guerrilha política que apoiou e promoveu no
passado recente. A primeira vítima ia sendo o totó do sôr Álvaro que ia levando
uma galheta em Coimbra.