sábado, julho 07, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Mosca, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Espigueiro no Minho [A. Cabral]
    


 A mentira do dia
   
   
Jumento do dia


Nuno Magalhães, deputado do Paulo Portas

Cavaco não pediu a fiscalização preventiva do OE porque não havia antecedentes, isto é, seguindo esta lógica nunca nenhum presidente teria pedido a fiscalização preventiva de qualquer diploma pois houve sempre uma primeira vez.

Cavaco sabia que o corte dos subsídios era inconstitucional e se não pediu a fiscalização preventiva isso significa que não cumpriu com as suas obrigações de respeitar e fazer respeitar a Constituição. Não o tendo feito só tem um caminho a seguir, o da Quinta da Coelha, que resigne e permita que no seu lugar fique alguém com a categoria para o cargo que ele não tem.

«Cavaco Silva lembrou que nunca nenhum Presidente da República requereu a fiscalização preventiva da lei do Orçamento do Estado. O chefe de Estado respondia aos jornalistas que perguntavam se não devia ter questionado o Tribunal Constitucional sobre os cortes dos subsídios há um ano, antes de promulgar o diploma.» [DN]
 

 Numa aula da Lusófona
 
Miguel Relvas: Sr. Professor, posso ir ao WC?
Professor: Ok, mas volta antes de acabares a licenciatura senão terá de sair já com o doutoramento!

Bardamerda para o senhor  Simon O'Connor

O senhor  Simon O'Connor é um funcionário de Bruxelas que deve achar que os portugueses são uns idiotas a quem ele deve dar instruções. Este canalha não esperou nem um dia para vir a público dar instruções a Portugal porque o Tribunal Constitucional decidiu e muito bem considerar inconstitucional uma medida discriminatória. 
  
Este merdas do O'Connor deveria saber que neste país não somos nem atrasados mentais nem aldrabões pelo que não precisamos que venha dizer a Portugal e aos portugueses o que devemos ou não fazer.
  
«A Comissão Europeia pediu hoje ao governo português que avance com outras medidas para conseguir cumprir a meta do défice no próximo ano, depois de o Tribunal Constitucional ter ontem considerado que o corte dos subsídios de férias e Natal a funcionários públicos e pensionistas é inconstitucional, devido à desigualdade no tratamento, tendo-o viabilizado apenas este ano porque as consequências da aplicação da inconstitucionalidade poderiam colocar em causa as metas do défice.
  
"Cabe agora às autoridades portuguesas apresentarem propostas para uma consolidação equivalente para 2013 e para os anos subsequentes", afirmou o porta-voz da Comissão Europeia Simon O'Connor, citado pela Bloomberg.» [DE]

Eu ainda sou do tempo...

Em que se para ter um curso superior era preciso estudar muito e fazer avaliações a todas as cadeiras e nenhum bom chefe de família aceitaria ser doutor sem o ser e teria vergonha de dizer a um filho que o seu canudo era falso. 
  
 

Indecência certificada

«Ao contrário do que nos dizem os clássicos infantis, não há em regra moral na história. É assim que podemos assistir, boquiabertos - como anteontem - a um Santana Lopes, na TVI24, a perorar, a propósito do curso de Relvas, sobre deverem ser os políticos julgados pelos seus atos em funções e não por episódios do seu percurso privado (cito de memória), sem que algum dos presentes, de Constança Cunha e Sá a Assis e Rosas, pigarreasse sequer. Que o homem que nas legislativas de 2005 fez insinuações explícitas sobre a orientação sexual do adversário e exigiu a audição do depois primeiro-ministro no Parlamento sobre a respetiva licenciatura possa, sem lhe cair tudo em cima, afetar lições de fineza e elevação é bem elucidativo, não apenas da sua comprovada desvergonha, como da amnésia amoral da audiência.
  
De vez em quando, porém, a realidade faz-se fábula de La Fontaine. E vemos então alguém como Miguel Relvas, que em abril de 2009 afirmou "se fosse parente do engenheiro Sócrates escondia que era parente dele", acrescentando "depois de ganhar as eleições todos os dias quero que a minha filha tenha orgulho" a, numa audiência parlamentar do caso das secretas, três anos depois, lamentar--se, olhos e voz tremeluzentes, pelo "muito que custa" e "o tão injusto é" ser julgado na praça pública, concluindo: "Todo o cidadão tem direito ao bom nome; [...] tenho família, tenho amigos, tenho uma posição na sociedade..." 
  
Tem Miguel Relvas toda a razão: todo o cidadão tem direito ao bom nome. Até ele, que o negou a outros. Curioso que só se dê disso conta quando é à sua porta que as acusações e insinuações batem, depois de tudo ter feito, como tantos "notáveis" do seu partido, de Santana a Ferreira Leite, de Marques Mendes a Menezes, de Pacheco Pereira a Passos, para que a doença do ad hominismo infetasse o combate político, banalizando as considerações sobre "o carácter", o percurso académico e até a família dos adversários.
  
Estamos a falar do partido cujo líder Marques Mendes pediu, em 2007, uma comissão independente para investigar a licenciatura de Sócrates (o qual, recorde-se, fez cinco anos de Engenharia em universidades públicas); que exigiu uma audição da ministra Lurdes Rodrigues para explicar a suspensão de um funcionário por supostamente ter feito uma piada insultuosa sobre o diploma do então PM, considerando, a priori, estar ante "uma atitude intimidatória, persecutória e opressora dos mais elementares direitos, liberdades e garantias." Um partido, enfim, especializado na calúnia, no insulto e na perseguição pessoal, cujo grupo parlamentar rejubila com menções "a licenciados de domingo" ou "discursos encomendados em cafés de Paris".
  
Num tal partido, a revelação da licenciatura "Novas Oportunidades" (ah, a suprema ironia - "certificação da ignorância", não era, senhor primeiro-ministro?) de Relvas deveria ter o efeito de uma bomba de tinta negra - tudo com a cara pintada de preto. Isto, claro, se face houvesse.» [DN]

Autor:

Fernanda Câncio.
  
Sobredotados

«Que a educação está desfasada da realidade é uma evidência. A sociedade tem andado muito mais depressa do que a academia. O ensino está obsoleto. Os professores impreparados. Os alunos desorientados.
  
Os ministros imaginam que resolvem o problema com "medidas" e "revisões curriculares". Por isso elas surgem umas atrás das outras, com uma tal velocidade e ímpeto, que nem tempo dá para avaliar da sua eficácia. Por estes dias é a vez do ministro Crato. Na sua ingenuidade e conservadorismo, pensa ser possível resolver a equação com disciplina, exames e uma ideia do antigamente que dá pelo nome de "disciplinas nucleares", a saber o português e a matemática. Como se existisse algo de nuclear na era da combinatória de todos os saberes.
  
Mas, verdade seja dita, os ministros agem na rama. Chamam revoluções a pequenos exercícios inconsequentes. O problema do ensino é muito mais profundo e de natureza civilizacional. Dou um exemplo.
   
Nos últimos anos tem-se registado um aumento significativo nas crianças, mesmo bastante pequenas, que exibem uma inteligência acima da média. Alguém lhes deu o nome de sobredotadas. Em Portugal calcula-se que existam umas quantas dezenas de milhar, mas o número é incerto dado o desconhecimento da matéria e o preconceito associado.
  
A designação sobredotado é, à partida, ideológica e nefasta. Cheira e resulta em discriminação. E ela tem sucedido num sistema que favorece a normalidade. Separados das restantes crianças, detestados pelos professores que não os entendem e lhes estragam as rotinas, analisados pela pseudociência que é a psicologia, os sobredotados são genericamente vistos como uma espécie de "doentes" que é preciso tratar. Ou seja, demasiado inteligentes para a idade há que os tornar estúpidos como deviam ser.
  
Li recentemente um artigo acerca dos sobredotados que tinha como título "não ignore os sinais de alerta", ou seja, a coisa é vista pelo senso comum como perigosa. E, no entanto, estamos a falar de crianças perfeitamente normais em si, ainda que excecionais do ponto de vista da espécie. Explico.
  
A evolução humana não parou. A cada geração vamos acrescentando pequenas alterações qualitativas, ora determinadas por impercetíveis mutações genéticas, como por exemplo uma maior resistência à malária detetada em certas populações, ora por efeito ambiental, o que nos humanos significa sobretudo a componente cultural e tecnológica.
  
No espaço de poucas gerações, o aumento do acesso à informação e ao conhecimento foi exponencial. A televisão, a Internet, os telemóveis são tecnologias muito recentes. A minha geração teve televisão em criança, mas não Internet, nem telemóveis. Uma criança (ocidental) de hoje nasce num mundo repleto de mensagens, visuais, auditivas, cognitivas, manipula gadgets de toda a ordem que lhe aceleram o desenvolvimento do cérebro (os tais joguinhos que os conservadores detestam), recebe constantemente informação, acede a conhecimentos muito variados. Daí que estas crianças desenvolvam capacidades tidas por excecionais, como saber ler muito cedo, relacionar e combinar coisas, ter uma enorme curiosidade, excelente memória, criatividade. Na verdade, nada disto é excecional mas "natural" em qualquer criança. Tudo depende do estímulo exterior. A capacidade de absorção de conhecimentos numa criança é enorme. São os pais e o sistema que acham que elas são pequenos idiotas a quem se deve falar imbecil.


Ao tratar estas crianças como "anormais" a sociedade e o ensino em particular mostram a sua incapacidade em evoluir. Na realidade, a questão não está em saber o que fazer com estas crianças, mas o que fazer com as outras. Porque todas podem e devem atingir tais níveis de desenvolvimento mental. Nem está em saber o que fazer para adaptar estas crianças ao sistema de ensino, mas sim o que fazer com um ensino tão infradotado.
  
Os chamados sobredotados são o sinal eloquente de que o processo de evolução da inteligência na espécie humana continua em marcha. Mesmo contra a estupidez da conjuntura. » [Jornal de Negócios]

Autor:

Leonel Moura.
     

Qual desvio colossal

«A Comissão Europeia espera que o Governo português apresente uma proposta que compense, em termos orçamentais, o corte de subsídios de férias e de Natal já em 2013, foi esta sexta-feira anunciado em Bruxelas.» [CM]

Parecer:

Está provado de que o desvio colosssal atribuído a José Sócrates era uma mentira.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se o ministro das Finanças por mentira e incompetência.»
  
Gostas da receita

«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, foi hoje recebido com apupos e assobios por mais de uma centena de manifestantes, junto a uma empresa vidreira da Figueira da Foz, mas não falou com os participantes no protesto.» [DN]

Parecer:

O PSD divertia-se muito quando a vítima era Sócrates, até mandava os seus guerrilheiros da política ajudar aos apupos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se por se ver o cão a ser tratado com o seu próprio pêlo.»
  
Outro

«O Secretário de Estado do Emprego, Pedro Silva Martins, foi hoje apupado e vaiado por sindicalistas e representantes da Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) à chegada à Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António.» [DN]

Parecer:

O autarca local do PSD esbulhou o orçamento com obras, palhaçadas e a boite da astróloga e agora anda a inventar programas de emprego.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  
Fraca é a tua tia

«O presidente da Comissão Europeia disse, esta sexta-feira, em Nicósia, que os programas de ajustamento têm menores possibilidades de sucesso quando os líderes políticos que os implementam são "fracos" e preferem culpar Bruxelas, em vez de assumirem as suas responsabilidades.» [JN]

Parecer:

Quem assim fala é um antigo primeiro-ministro que fugiu dos problemas do seu país.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  
Relvas mentiu à Universidade Lusófona?

«Miguel Relvas conseguiu a equivalência a 11 das 36 disciplinas do curso de licenciatura com base, essencialmente, na experiência profissional que declarou ter obtido anteriormente em quatro empresas privadas. Mas a sua ligação a essas empresas tinha apenas alguns meses. E o cargo de administrador que disse à Univerdade Lusófona desempenhar numa delas devia ter sido declarada ao Tribunal Constitucional (TC) em 2009, mas não o foi.
  
De acordo com a edição desta quinta-feira do jornal i, a universidade considerou as "competências adquiridas ao longo da vida" pelo então deputado equivalentes a 32 das 36 cadeiras do curso. O documento citado pelo i, que o ministro não autorizou o PÚBLICO a consultar – ao contrário do que José Sócrates fez em 2007 quando autorizou a consulta do seu processo individual de aluno da Universidade Independente –, refere que 13 dessas equivalências foram dadas com base na experiência obtida em cargos públicos, nomeadamente de deputado. Já o desempenho de funções políticas, como as que teve na direcção do PSD, deu-lhe direito a quatro equivalências, enquanto que o currículo no sector privado lhe proporcionou mais onze.» [Público]

Parecer:

Eu teria vergonha de dizer à minha filha que tinha um canudo tirado desta forma e sentiria vergonha de ter um familiar como o Relvas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se em nome dos familiares de Miguel Relvas.»
  
Paulo Macedo tenta comprar os médicos

«O ministro da Saúde anunciou em entrevista à RTP que quer reduzir o número de horas contratadas a empresas de prestação de serviços e que para isso serão abertas este ano 1000 vagas nos quadros e outras 1000 no próximo ano.
  
Paulo Macedo comentou também a greve dos médicos e os baixos salários que as empresas de prestação de serviços pagam a enfermeiros. Em relação aos médicos, o governante garantiu que "não serão aceites situações abaixo do mínimo da tabela salarial". O que significa que não existirão pagamentos "de quatro, cinco ou seis euros por horas".» [DN]
Parecer:

A divulgação desta medida tem um único objectivo, tentar travar uma greve dos médicos que está a aterrorrizar o governo e, em particular, o Opus ministro Macedo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
Flatulência intelectual de um deputado do CDS


«Nuno Magalhães acusou os juízes do Tribunal Constitucional de "induzirem" um corte nos subsídios dos trabalhadores do sector privado e de assumirem "poderes orçamentais".
  
Em conferência de imprensa, o líder parlamentar do CDS questionou os fundamentos do acórdão que declara inconstitucional os cortes nos subsídios do sector público e dos pensionistas.» [DN]

Parecer:

Há indivíduos sem qualquer vergonha nas trombas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  
Mais um reformado

«O atual presidente da Câmara Municipal de Faro vai receber da Caixa Geral de Aposentações uma pensão no valor de 2321,44 euros, segundo o "Jornal de Notícias".» [DN]

Parecer:

Mais um  que vai viver à custa do pouco dinheiro dos seus concidadãos.
  
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»