Foto Jumento
Libelinha, Lisboa
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Junta de bois [J. Sousa]
Jumento do dia
Paulo Portas
É uma delícia ver o líder da direita portuguesa, agora armado em ministro dos Negócios Estrangeiros, ignorar os pergaminhos católicos que tanto defende para ir ao Templo do Céu, em Pequim, em busca de sorte para os negócios com os seus novos amigos do Partido Comunista da China. Esta direita sem princípios até a alma está disposta a vender.
«O ministro Paulo Portas iniciou hoje a parte mais importante da sua viagem à China com uma deslocação pouco oficial: ao Templo do Céu. Não será por acaso que o fez antes de iniciar uma série de encontros oficiais em Pequim durante os próximos quatro dias, é que esta visita ao templo garante, segundo os costumes chineses, boa sorte.
Parece que resultou pois minutos depois, no primeiro encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, foi brindado com palavras muito elogiosas sobre a sua pessoa e o significado desta visita oficial. É certo que os termos em que o ministro Yang Jiechi as pronunciou são protocolares, mas o facto de referir "o Sr. Ministro é muito importante" como complemento dos objetivos da deslocação mostram que que as autoridades acompanham a sua presença com atenção.» [DN]
«O ministro Paulo Portas iniciou hoje a parte mais importante da sua viagem à China com uma deslocação pouco oficial: ao Templo do Céu. Não será por acaso que o fez antes de iniciar uma série de encontros oficiais em Pequim durante os próximos quatro dias, é que esta visita ao templo garante, segundo os costumes chineses, boa sorte.
Parece que resultou pois minutos depois, no primeiro encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, foi brindado com palavras muito elogiosas sobre a sua pessoa e o significado desta visita oficial. É certo que os termos em que o ministro Yang Jiechi as pronunciou são protocolares, mas o facto de referir "o Sr. Ministro é muito importante" como complemento dos objetivos da deslocação mostram que que as autoridades acompanham a sua presença com atenção.» [DN]
O Opus Macedo incentiva o esclavagismo?
Ontem o país ficou estupefacto ao saber que o ministério da Saúde do Dr. Macedo, o tal que na DGCI ganhava mais de 20.000 euros mensais, contrata enfermeiros e paga-lhes menos de 400 euros, isto é, menos do que o salário mínimo e um montante que não lhes permite ficar acima o limiar da pobreza. O portugueses ficaram a saber que quando se sacrificam para que um filho possa estudar e qualificar-se com habilitações universitárias isso não significa que possam fugir à pobreza.
É evidente que os rapazolas do ministério não assumiram quaisquer responsabilidades, pagam menos aos enfermeiros que contratam do que às auxiliares da limpeza, mas não têm responsabilidades pois contrataram os serviços dos enfermeiros a uma empresa de prestação de serviços. Isto é, o ministério da Saúde opta por empresas dedicadas ao esclavagismo para ter enfermeiros com o estatuto de escravos, mas não reparam que recorreram ao estratagema do concurso precisamente para conseguirem este resultado.
O Estado que adopta as leis, que fixa objectivos de mínimos de subsistência paga aos enfermeiros pouco mais do que aos beneficiários do rendimento social de inserção. Ao fazê-lo está a influenciar o mercado, a mensagem que passa é a de que no Estado os enfermeiros ganham quatro euros à hora, menos do que se paga a uma empregada doméstica. Amanhã o ministério das Finanças contratará juristas recorrendo ao mesmo esquema e um dia será a vez de o ministério da Justiça fazer o mesmo com os magistrados, se os que nos podem salvar a vida são contratados desta forma porque não os juízes?
A curto prazo estes esquemas resultarão, brevemente o dr. Macedo promoverá a realização de seminários onde divulgará os sesu brilhantes resultados, o esclavagismo aparecerá disfarçado em contas de custos devidamente agregadas. Depois de tanto sucesso quando abandonar a pasta será convidado para presidir a um banco ou, quem sabe, se depois de tão grandes milagres não irá mesmo para prelado da Obra.
O problema é que os enfermeiros e médicos, os arquitectos e os engenheiros e os muitos quadros que fogem deste país de filhos da mãe e de pais anónimos custaram milhões aos contribuintes e todo esse dinheiro que o Estado e as famílias investiram nos seus jovens, jovens que deram o litro e não cederam a cursos fáceis nem decidiram trabalhar nas empresas de um padrinho político quando já tinham quarenta anos, para que agora toda essa riqueza seja exportada.
Daqui a poucos anos faltarão quadros, mesmo sem esta sangria a situação na saúde já seria crítica em consequência da imposição de numeros clausus apertados ns cursos do sector da saúde, designadamente, nos de medicina. Mas nessa altura o dr. Macedo não estará por cá, o país já se terá livrado do Passos Coelho e Cavaco estará na Quinta da Coelha a gozar dos seus rendimentos fáceis em acções, nenhum deles precisará de recorrer ao SNS.
Relvas à bolonhesa
O homem junto umas cadeiras velhas de direito e de história e num ano arranjou um diploma de doutor em ciências políticas pela grandiosa universidade Lusófana.
«Na década de 80 frequentou os cursos de Direito e de História sem os concluir.
Em 2006 foi admitido na Universidade Lusófona, por despacho do director do curso de Ciência Política e Relações Internacionais, licenciando-se em em 2007 em Ciência Política e Relações Internacionais, nos termos do Processo de Bolonha.» [Wikipedia]
O que é feito da geração à rasca?
Agora que são expulsos de um país que não os emprega, que têm um primeiro-ministro que lhes sugere que desamaprem o país, que são contratados a menos de quatro euros à hora parece que os jovens à rasca ficaram desenrascados, já não têm motivos para protestar. Coisas estranhas que acontecem neste país de golpes sujos.
Os motoristas do ministro da Saúde ganham 1.848.53€
Isso significa que ganham cerca de 13,2€ por hora, isto é, pelo mesmo que paga aos dois motoristas do ministro o ministério da Saúde contrata cerca de sete enfermeiros!
Sinto vergonha
Sinto vergonha
De ser cidadão de um país europeu onde um ministro paga muito menos aos enfermeiros do que à sua empregada doméstica e menos de um terço do que ganha o seu motorista. Tenho vergonha de ter como concidadão alguém que anda a promover missas de acções de graças e depois promove situações vergonhosas como esta.
Imagens que fazem lembrar os campos nazis
É assim que os soldados israelitas trataram uma criança de Hebron.
Pagava 3,96 euros à hora ao Speedy González das universidades?
Pobre Opus Macedo!Imagens que fazem lembrar os campos nazis
É assim que os soldados israelitas trataram uma criança de Hebron.
Pagava 3,96 euros à hora ao Speedy González das universidades?
O seu ministério abre concursos duvidosos para promover o esclavagismo de enfermeiros e médicos e agora diz que vai averiguar! Ainda hoje os médicos tinham uma greve agendada por causa de um concurso feito em termos idênticos aos dos enfermeiros, mas perante o escândalo público o ministro recuou a tempo de agora se fazer de distraído com os enfermeiros.
A verdade é que o ministro está a desregulamentar totalmente o mercado de trabalho num sector onde a banca privada tem fortes interesses. É bom recordar que o ministro é quadro do BCP onde já foi administrador da MEDIS, isto é, tem interesse pessoal em que os médicos e os enfermeiros sejam proletarizados à força e de preferência que fiquem a ganhar salários miseráveis como os que o ministério vai pagar aos enfermeiros.
O Opus Macedo não devia ir agora investoigar, devia juntar-se ao Relvas, ao Sôr Álvaro, ao Gasparoika e a outros incompetentes e demitirem-se, poupando o país a tanta sacanice. .
Mais uma comissão de inquérito ao acidente de Camarate
Ridículo.
Nuno Crato vai criar uma data de génios
«Bateu-me à porta do e-mail, leve, levemente, uma mensagem de uma professora. Fui ver e, realmente, a neve caía. Abri e deparei-me com um comentário a um documento do Ministério da Educação a definir as metas que os professores do ensino básico têm de cumprir .
Queixa-se a assinante do e-mail que, na prática, se introduzem tantas alterações ao programa - já de si novo - que vai ser uma confusão para os docentes entenderem o que devem fazer. Isso não me comoveu muito. Mas a descrição seguinte levou-me às lágrimas.
Por exemplo, no ano que corresponde à minha 3.ª classe de há muito tempo os alunos têm de aprender a contar até um milhão. Muito bem, está certíssimo. Mas nesse mesmo ano letivo em que têm de perceber uma coisa tão básica também têm, e passo a citar, de "identificar uma esfera como a reunião de uma superfície esférica com a respetiva parte interna".
Uaau! Será que algum professor vai conseguir meter aquilo na cabeça dos meninos? E na sua própria cabeça? Bendita tabuada recitada de cor e benditos percursos dos caminhos de ferro das então colónias dos meus oito anos!
Mas há mais. Também no primeiro ciclo os miúdos até aos 10 anos têm de "reconhecer o plano determinado por três pontos A, B e C, não colineares como a união de seis ângulos convexos: os três ângulos convexos por eles determinados e os respetivos ângulos verticalmente opostos". Para quem está em idade de pegar num transferidor pela primeira vez, não está nada mal.
No mesmo e-mail são apresentados exemplos de tratos semelhantes no 2.º ciclo. Achei graça àquele que pede aos alunos do 6.º ano para partirem do algoritmo de Euclides para deduzirem o "T
eorema Fundamental da Aritmética". Para quem não saiba, a sua definição é esta: "Todos os números inteiros positivos maiores que um podem ser decompostos num produto de números primos, sendo esta decomposição única a menos que haja permutações dos fatores." É simples não é?... Espero que esteja certo, pois roubei isto na Wikipédia. E obrigar uma plateia a "deduzir" tal matéria em salas com 30 alunos de 12 anos é mesmo uma brincadeira de crianças, não é para levar a sério.
Claro que estamos todos de acordo que o nível de exigência no ensino básico deve ser elevado, que não podemos pactuar com o laxismo, mas parece-me que alguém no ministério de Nuno Crato, não sei se o próprio ministro, com tanto corte de orçamento, tanto professor a despedir e tanta reforma curricular congeminada em gabinetes secretos, acabou a perder o sentido da realidade.» [DN]
Queixa-se a assinante do e-mail que, na prática, se introduzem tantas alterações ao programa - já de si novo - que vai ser uma confusão para os docentes entenderem o que devem fazer. Isso não me comoveu muito. Mas a descrição seguinte levou-me às lágrimas.
Por exemplo, no ano que corresponde à minha 3.ª classe de há muito tempo os alunos têm de aprender a contar até um milhão. Muito bem, está certíssimo. Mas nesse mesmo ano letivo em que têm de perceber uma coisa tão básica também têm, e passo a citar, de "identificar uma esfera como a reunião de uma superfície esférica com a respetiva parte interna".
Uaau! Será que algum professor vai conseguir meter aquilo na cabeça dos meninos? E na sua própria cabeça? Bendita tabuada recitada de cor e benditos percursos dos caminhos de ferro das então colónias dos meus oito anos!
Mas há mais. Também no primeiro ciclo os miúdos até aos 10 anos têm de "reconhecer o plano determinado por três pontos A, B e C, não colineares como a união de seis ângulos convexos: os três ângulos convexos por eles determinados e os respetivos ângulos verticalmente opostos". Para quem está em idade de pegar num transferidor pela primeira vez, não está nada mal.
No mesmo e-mail são apresentados exemplos de tratos semelhantes no 2.º ciclo. Achei graça àquele que pede aos alunos do 6.º ano para partirem do algoritmo de Euclides para deduzirem o "T
eorema Fundamental da Aritmética". Para quem não saiba, a sua definição é esta: "Todos os números inteiros positivos maiores que um podem ser decompostos num produto de números primos, sendo esta decomposição única a menos que haja permutações dos fatores." É simples não é?... Espero que esteja certo, pois roubei isto na Wikipédia. E obrigar uma plateia a "deduzir" tal matéria em salas com 30 alunos de 12 anos é mesmo uma brincadeira de crianças, não é para levar a sério.
Claro que estamos todos de acordo que o nível de exigência no ensino básico deve ser elevado, que não podemos pactuar com o laxismo, mas parece-me que alguém no ministério de Nuno Crato, não sei se o próprio ministro, com tanto corte de orçamento, tanto professor a despedir e tanta reforma curricular congeminada em gabinetes secretos, acabou a perder o sentido da realidade.» [DN]
Autor:
Pedro Tadeu.
O deus mercado e os xerifes privados
«Há dias, o Conselho Nacional de Segurança revelou que o número de polícias (da GNR à Polícia Marítima), 51 mil homens, fora ultrapassado pelos seguranças privados, 58 mil. A notícia deixou em êxtase a turma do "um dia, o deus mercado esmaga o diabo estatal." Se até naquilo que foi a primeira justificação do Estado, a segurança dos cidadãos, já os privados conseguem melhor... Em contramão, Paul Krugman, na mesma altura, citava uma série de reportagens do New York Times sobre o "inferno" das prisões privadas no estado de Nova Jérsia, construídas pela "fé dos conservadores na magia do mercado". Krugman (e o NYT) sendo esquerdistas, é justo citar The Economist, a Bíblia da tal turma, que também por esses dias (edição 16 de junho) escrevia sobre as prisões privadas do estado da Luisiana. Na década de 70, os iluminados do mercado decretaram que a solução era privatizar as prisões: hoje, na Luisana, 52 por cento dos presos estão nesse tipo de cárcere, dez vezes a média nacional dos EUA. Balanço do Economist: com as subvenções estatais (24,39 dólares por preso/dia), os xerifes privados aumentam-se os ordenados e cortam na comida dos presos. Ironia suplementar, nas prisões estatais, com condenados a penas mais pesadas, há programas de reinserção; nas privadas, onde só há presos de menos de dez anos de sentença, não há reabilitação. Claro, preso solto que volta é bem-vindo, é fonte de rendimento. E é The Economist que diz.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
PS: O mais curioso é que Portugal tem das maiores originalidades em matéria de segurança privada, a maior empresa privada de segurança, livre de impostos, sem despesas em viaturas, combustível, formação ou fardas (e talvez impostos) e a única cujos guardas podem andar armados, prender e disparar é uma empresa privada chamada serviços remunerados na PSP.
PS: O mais curioso é que Portugal tem das maiores originalidades em matéria de segurança privada, a maior empresa privada de segurança, livre de impostos, sem despesas em viaturas, combustível, formação ou fardas (e talvez impostos) e a única cujos guardas podem andar armados, prender e disparar é uma empresa privada chamada serviços remunerados na PSP.
O governo dos bancos, pelos bancos e para os bancos
«A grande fome irlandesa de 1845 dizimou a população a tal ponto que jamais voltou a ser tão grande como então. Como a visão britânica dominante atribuía a catástrofe à preguiça e à inépcia dos nativos, os colonizadores rejeitaram os pedidos de ajuda argumentando que era preciso forçá-los a alterar atitudes culturais inadequadas.
Um século mais tarde, na Índia, os mesmos preconceitos voltaram a ser invocados pelos ingleses tanto para justificar a fome em Bengala como para recusar o auxílio massivo às populações afectadas. Neste como noutros casos, o sentimento de superioridade nacional apaziguou as consciências e disfarçou a desumanidade das atitudes. "Do que eles precisam não é de ajuda, mas de reformas."
Curiosamente, nem a Irlanda, nem a Índia, nem qualquer outro país voltou a padecer de fomes endémicas a partir do momento em que conquistou a independência e instalou um sistema democrático, provando que o problema não estava na carência de recursos, mas na sua distribuição. Definitivamente, a democracia não tolera a privação massiva.
Diz-se que toda a gente está interessada no desenvolvimento e que, por conseguinte, ninguém impõe por gosto políticas de austeridade que condenam as populações ao empobrecimento. "Ninguém deseja fazer mal às pessoas", eis a sonsa expressão que diariamente escutamos. Mas apenas os pobres necessitam de desenvolvimento; os ricos só precisam de criados.
Quase meia década decorrida desde o início da crise financeira, não só ela permanece sem fim à vista, como se assiste a uma intolerável operação de revisão da história recente tendente a ilibar os responsáveis e a culpar as vítimas. Pior ainda, o poder político efectivo é progressivamente retirado aos povos e transferido, pela mão dos bancos centrais, para os círculos financeiros cujo descontrolo nos trouxe até aqui. Já não escandaliza a ideia de meter a democracia na gaveta.
A doutrina oficial sustenta que o considerável poder do BCE deve ser posto ao serviço dos bancos, não dos cidadãos ou dos estados. Caridade para os primeiros, punição para os segundos. A sageza dos bancos centrais é-nos apresentada como o derradeiro baluarte contra as insensatas exigências da multidão representada por governos demasiado sensíveis à vontade popular.
Sempre que possível, os executivos saídos de eleições são substituídos por outros liderados por algum economista com o selo de garantia do BCE, do Goldman Sachs, do Lehman Brothers, ou equivalente. No mínimo, as pastas da economia e das finanças deverão ser entregues a um legítimo representante da corporação.
A independência dos bancos centrais não pode ser absoluta e incondicional, sob pena de dar origem a um contrapoder inaceitável numa sociedade democrática bem formada. Mas os banqueiros centrais – uma casta divorciada do sentimento do cidadão comum – julgam-se hoje no direito de impor aos governos nacionais as suas políticas preferidas, declarando-as, ainda por cima, inquestionáveis.
Afirmando-se detentores de saberes esotéricos, arrogam-se o direito de, sobrepondo-se a todos os poderes constitucionais, legislativos e judiciais existentes, ditarem o que deve ser feito em matérias tão graves como a gestão orçamental, a regulamentação dos mercados laborais, os regimes de pensões dos reformados ou as políticas de saúde e da educação, exorbitando largamente do mandato que lhes foi conferido.
A importância sistémica da banca justifica, ao que parece, tudo isto e muito mais. Além da protecção do sistema financeiro não legitimar o apoio ilimitado aos accionistas dos bancos, convém recordar que há outros riscos sistémicos sérios a considerar na presente situação. Isto deveria ser evidente para quem entende que acima das finanças está a economia e que a saúde dela depende da preservação e valorização da capacidade produtiva das empresas e dos recursos qualificados que elas empregam.
Quando o sistema financeiro se fecha sobre si próprio e se aliena da economia real, reclamando sangue, suor e lágrimas sem fim à vista, é caso para dizer-se que ele se tornou incompatível com a sobrevivência de uma economia de mercado sofisticada, orientada para a inovação, o emprego e o crescimento.
O desenvolvimento não é uma montanha de produtos, é um estado de civilização complexo que inclui como ingredientes essenciais uma população educada e saudável, liberdade individual e colectiva, oportunidades de enriquecimento espiritual e material, solidariedade na adversidade, relação harmoniosa com o ambiente e desígnios partilhados. Destruindo os genuínos suportes de uma economia sã, no final não restará nada –, mas, ao menos, tampouco haverá dívidas.» [Jornal de Negócios]
Um século mais tarde, na Índia, os mesmos preconceitos voltaram a ser invocados pelos ingleses tanto para justificar a fome em Bengala como para recusar o auxílio massivo às populações afectadas. Neste como noutros casos, o sentimento de superioridade nacional apaziguou as consciências e disfarçou a desumanidade das atitudes. "Do que eles precisam não é de ajuda, mas de reformas."
Curiosamente, nem a Irlanda, nem a Índia, nem qualquer outro país voltou a padecer de fomes endémicas a partir do momento em que conquistou a independência e instalou um sistema democrático, provando que o problema não estava na carência de recursos, mas na sua distribuição. Definitivamente, a democracia não tolera a privação massiva.
Diz-se que toda a gente está interessada no desenvolvimento e que, por conseguinte, ninguém impõe por gosto políticas de austeridade que condenam as populações ao empobrecimento. "Ninguém deseja fazer mal às pessoas", eis a sonsa expressão que diariamente escutamos. Mas apenas os pobres necessitam de desenvolvimento; os ricos só precisam de criados.
Quase meia década decorrida desde o início da crise financeira, não só ela permanece sem fim à vista, como se assiste a uma intolerável operação de revisão da história recente tendente a ilibar os responsáveis e a culpar as vítimas. Pior ainda, o poder político efectivo é progressivamente retirado aos povos e transferido, pela mão dos bancos centrais, para os círculos financeiros cujo descontrolo nos trouxe até aqui. Já não escandaliza a ideia de meter a democracia na gaveta.
A doutrina oficial sustenta que o considerável poder do BCE deve ser posto ao serviço dos bancos, não dos cidadãos ou dos estados. Caridade para os primeiros, punição para os segundos. A sageza dos bancos centrais é-nos apresentada como o derradeiro baluarte contra as insensatas exigências da multidão representada por governos demasiado sensíveis à vontade popular.
Sempre que possível, os executivos saídos de eleições são substituídos por outros liderados por algum economista com o selo de garantia do BCE, do Goldman Sachs, do Lehman Brothers, ou equivalente. No mínimo, as pastas da economia e das finanças deverão ser entregues a um legítimo representante da corporação.
A independência dos bancos centrais não pode ser absoluta e incondicional, sob pena de dar origem a um contrapoder inaceitável numa sociedade democrática bem formada. Mas os banqueiros centrais – uma casta divorciada do sentimento do cidadão comum – julgam-se hoje no direito de impor aos governos nacionais as suas políticas preferidas, declarando-as, ainda por cima, inquestionáveis.
Afirmando-se detentores de saberes esotéricos, arrogam-se o direito de, sobrepondo-se a todos os poderes constitucionais, legislativos e judiciais existentes, ditarem o que deve ser feito em matérias tão graves como a gestão orçamental, a regulamentação dos mercados laborais, os regimes de pensões dos reformados ou as políticas de saúde e da educação, exorbitando largamente do mandato que lhes foi conferido.
A importância sistémica da banca justifica, ao que parece, tudo isto e muito mais. Além da protecção do sistema financeiro não legitimar o apoio ilimitado aos accionistas dos bancos, convém recordar que há outros riscos sistémicos sérios a considerar na presente situação. Isto deveria ser evidente para quem entende que acima das finanças está a economia e que a saúde dela depende da preservação e valorização da capacidade produtiva das empresas e dos recursos qualificados que elas empregam.
Quando o sistema financeiro se fecha sobre si próprio e se aliena da economia real, reclamando sangue, suor e lágrimas sem fim à vista, é caso para dizer-se que ele se tornou incompatível com a sobrevivência de uma economia de mercado sofisticada, orientada para a inovação, o emprego e o crescimento.
O desenvolvimento não é uma montanha de produtos, é um estado de civilização complexo que inclui como ingredientes essenciais uma população educada e saudável, liberdade individual e colectiva, oportunidades de enriquecimento espiritual e material, solidariedade na adversidade, relação harmoniosa com o ambiente e desígnios partilhados. Destruindo os genuínos suportes de uma economia sã, no final não restará nada –, mas, ao menos, tampouco haverá dívidas.» [Jornal de Negócios]
Autor:
João Pinto e Castro.
Já falam da saída de Portugal do euro
«Num colóquio anual organizado em Atenas pelo jornal britânico The Economist, que nunca escondeu as suas dúvidas sobre a manutenção da Grécia na Zona Euro, Megan Greene, diretora de estudos europeus da empresa do analista Nouriel Roubini, afirmou que a Grécia deverá ser a primeira a abandonar a moeda única.
"Estimamos que há uma probabilidade de 85 por cento de ver a Grécia e Portugal saírem da Zona Euro. Na minha opinião, a Grécia vai ser o primeiro país a sair e isso vai acontecer no início do próximo ano", afirmou Greene.» [DN]
"Estimamos que há uma probabilidade de 85 por cento de ver a Grécia e Portugal saírem da Zona Euro. Na minha opinião, a Grécia vai ser o primeiro país a sair e isso vai acontecer no início do próximo ano", afirmou Greene.» [DN]
Parecer:
O Gaspar não cabia em si de contente com o sucesso da sua maravilhosa política de ajustamento brutal.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Gasparoika.»
Isto vai acabar mal
«A tutela de Vítor Gaspar não poupa nas críticas à Saúde. No relatório da Conta Geral do Estado (CGE) de 2011, ontem divulgado, pode ler-se que "as Administrações Regionais de Saúde (ARS) não têm exercido uma intervenção sistemática e permanente sobre a informação fornecida pelo sistema, o que já custou ao Estado muitos milhões de euros".» [DN]
Parecer:
Aos poucos o Gaspar vai assumindo o controlo do poder.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos Coelho se é alguma coisa ao Carmona.»
Gaspar incompetente
«“Não deixes que a realidade estrague uma boa história” é uma expressão autocrítica usada com humor entre jornalistas – “Não deixes que a realidade estrague uma boa execução orçamental” parece ser a variante utilizada no Ministério das Finanças liderado por Vítor Gaspar, sugere o relatório mais recente da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).
A UTAO, um orgão técnico de apoio aos deputados à Assembleia da República, considera que o agravamento dos riscos orçamentais nos primeiros cinco meses do ano não se deve apenas à conjuntura económica dura e difícil de prever, mas às próprias previsões do governo para a receita dos impostos e a conta da Segurança Social.
“Tendo em conta que no primeiro trimestre de 2012 acabou por se verificar um abrandamento da recessão económica (determinado pelo comportamento menos negativo da procura interna), o agudizar dos referidos riscos coloca algumas dúvidas sobre a razoabilidade das metas orçamentais definidas, nomeadamente as relativas à receita fiscal e às contribuições e prestações sociais”, realça a UTAO logo no resumo do relatório sobre a execução orçamental até Maio.» [i]
A UTAO, um orgão técnico de apoio aos deputados à Assembleia da República, considera que o agravamento dos riscos orçamentais nos primeiros cinco meses do ano não se deve apenas à conjuntura económica dura e difícil de prever, mas às próprias previsões do governo para a receita dos impostos e a conta da Segurança Social.
“Tendo em conta que no primeiro trimestre de 2012 acabou por se verificar um abrandamento da recessão económica (determinado pelo comportamento menos negativo da procura interna), o agudizar dos referidos riscos coloca algumas dúvidas sobre a razoabilidade das metas orçamentais definidas, nomeadamente as relativas à receita fiscal e às contribuições e prestações sociais”, realça a UTAO logo no resumo do relatório sobre a execução orçamental até Maio.» [i]
Parecer:
Um ministro que assenta uma política em previsões erradas tem uma designação, incompetente.
Começa a ter-se a ideia de que o OE de 2012 não foi feito com base em previsões, o governo fixou os resultados e ajustou as previsões a esses resultados. Em consequência disso a execução orçamental está e vai falhar em toda a linha, com consequências económicas, políticas e sociais imprevisíveis. A confirmar-se a incompetência estamos perante uma situação quase criminosa pois graças aos excessos do Gaspar há milhaes e milhares de portugueses a sofrer.
Começa a ter-se a ideia de que o OE de 2012 não foi feito com base em previsões, o governo fixou os resultados e ajustou as previsões a esses resultados. Em consequência disso a execução orçamental está e vai falhar em toda a linha, com consequências económicas, políticas e sociais imprevisíveis. A confirmar-se a incompetência estamos perante uma situação quase criminosa pois graças aos excessos do Gaspar há milhaes e milhares de portugueses a sofrer.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se o ministro incompetente.»
O Bilhim não tem crise
«A Comissão de Recrutamento e Selecção da Administração Pública (CReSAP) foi criada no final do ano passado mas os membros apenas tomaram posse em Abril. Ao todo, a equipa, constituída por um presidente e três vogais, vai custar aos cofres do Estado 466,2 mil euros, de acordo com as Finanças. Ficam ainda de reserva oito mil euros para despesas.
A comissão foi alvo de polémica depois da publicação em Diário da República da nomeação de João Bilhim para a CReSAP, que dava conta que o “fiscal das nomeações” ia receber por mês o mesmo que o primeiro-ministro (mais de cinco mil euros). A pergunta do PS não fazia referência directa aos salários dos nomeados, ainda assim, Vítor Gaspar justificou a opção pelo vencimento mais alto na administração pública: “Importaria garantir uma remuneração compatível com o currículo, experiência profissional e estatuto remuneratório auferido nas carreiras de origem.”» [i]
A comissão foi alvo de polémica depois da publicação em Diário da República da nomeação de João Bilhim para a CReSAP, que dava conta que o “fiscal das nomeações” ia receber por mês o mesmo que o primeiro-ministro (mais de cinco mil euros). A pergunta do PS não fazia referência directa aos salários dos nomeados, ainda assim, Vítor Gaspar justificou a opção pelo vencimento mais alto na administração pública: “Importaria garantir uma remuneração compatível com o currículo, experiência profissional e estatuto remuneratório auferido nas carreiras de origem.”» [i]
Parecer:
Argumento ridículo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se o ministro.»
Governo grego acusa troika
«O Governo grego afirmou hoje que tenciona comunicar aos inspetores da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional que as políticas de austeridade levaram o país a um "beco sem saída" e que é precisa uma nova estratégia anticrise.
"Vamos apresentar dados que não deixam dúvidas e que provam que fomos conduzidos para um 'beco sem saída', especialmente no que se refere à recessão e ao desemprego", disse hoje em Atenas o porta-voz do Governo grego, Simos Kedikoglu.» [i]
"Vamos apresentar dados que não deixam dúvidas e que provam que fomos conduzidos para um 'beco sem saída', especialmente no que se refere à recessão e ao desemprego", disse hoje em Atenas o porta-voz do Governo grego, Simos Kedikoglu.» [i]
Parecer:
E não tiveram um extremista como o Gaspar...
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Política de terra queimada para a saúde
«Existe uma “política de terra queimada” para a saúde, aplicada pelos últimos governos e a que o “actual executivo tem dado continuidade”. A crítica é feita pelo bastonário da Ordem dos Médicos que garante que o governo “está a levar à falência a indústria” em Portugal. José Manuel Silva comentava ao i o comunicado divulgado ontem em conjunto com a Associação de Farmácias de Portugal que volta a destacar o “risco sério de colapso” no sector.
O documento fala num “problema de saúde pública” eminente. Um perigo que resulta, por um lado, do aumento das taxas moderadoras, que tem levado a um “incremento da automedicação”. “Há pessoas que estão a deslocar-se às farmácias e a comprar os medicamentos mesmo sem prescrição médica, porque lhes sai mais barato do que pagar um táxi e uma taxa moderadora”, garante José Manuel Silva.» [i]
O documento fala num “problema de saúde pública” eminente. Um perigo que resulta, por um lado, do aumento das taxas moderadoras, que tem levado a um “incremento da automedicação”. “Há pessoas que estão a deslocar-se às farmácias e a comprar os medicamentos mesmo sem prescrição médica, porque lhes sai mais barato do que pagar um táxi e uma taxa moderadora”, garante José Manuel Silva.» [i]
Parecer:
Um aviso muito sério.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Opus Macedo.»
O sucesso do Gaspar
«A crise que o país vive encontra um reflexo muito nítido na escalada dos processos de insolvência nos tribunais portugueses. No primeiro semestre deste ano, as falências judiciais aumentaram 83% face ao mesmo período de 2011, alcançando praticamente a barreira das dez mil e a um ritmo de 53 por dia. Esta subida continua a ser protagonizada essencialmente pelas famílias em dificuldades financeiras, que já representam quase 65% dos casos que chegam à justiça.
De acordo com dados cedidos ao PÚBLICO pelo Instituto do Informador Comercial, uma entidade gestora de crédito que reúne esta informação com base nos anúncios publicados em Diário da República, registaram-se 9637 processos de insolvência em Portugal entre Janeiro e Junho. Trata-se de uma subida de 83% face ao primeiro semestre de 2011 (período em que entraram nos tribunais 5274 acções deste tipo). E também do maior aumento verificado nos últimos cinco anos.
Tal como tem acontecido desde meados do ano passado, são as falências judiciais de pessoas singulares que têm impulsionado estas subidas. No primeiro semestre deste ano, o número de famílias arrastadas para a insolvência mais do que duplicou, atingindo um total de 6228. Este valor compara com os 3102 processos registados no mesmo período de 2011, mas a diferença é muito mais substancial quando analisados os dados de 2008 (ano em que se verificaram 408 casos).» [Público]
De acordo com dados cedidos ao PÚBLICO pelo Instituto do Informador Comercial, uma entidade gestora de crédito que reúne esta informação com base nos anúncios publicados em Diário da República, registaram-se 9637 processos de insolvência em Portugal entre Janeiro e Junho. Trata-se de uma subida de 83% face ao primeiro semestre de 2011 (período em que entraram nos tribunais 5274 acções deste tipo). E também do maior aumento verificado nos últimos cinco anos.
Tal como tem acontecido desde meados do ano passado, são as falências judiciais de pessoas singulares que têm impulsionado estas subidas. No primeiro semestre deste ano, o número de famílias arrastadas para a insolvência mais do que duplicou, atingindo um total de 6228. Este valor compara com os 3102 processos registados no mesmo período de 2011, mas a diferença é muito mais substancial quando analisados os dados de 2008 (ano em que se verificaram 408 casos).» [Público]
Parecer:
As coisas estão a correr bem.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Gaspar.»
TAP quer que tribunal declare ilegal a greve dos pilotos
«O Tribunal do Trabalho está a analisar um pedido de providência cautelar, entregue pela TAP, onde esta pede ao juiz que declare a ilicitude do pré-aviso de greve feito pelos pilotos da companhia para os períodos de 5 a 8 de Julho e 1 a 5 de Agosto. Caso o Tribunal aceite o pedido, a greve é declarada ilegal. A TAP, contactada, não quis fazer comentários sobre este processo.
O Negócios sabe, no entanto, que o pedido para que o Tribunal declare a greve ilegal assenta na ilicitude de dois pressupostos apresentados pelos pilotos para justificarem a greve. O primeiro, argumentam os juristas que redigiram a providência cautelar, é o de que é uma ilicitude do sindicato pedir a demissão do piloto chefe e do director de operações da companhia. A outra ilicitude, afirmam, é a exigência do arquivamento dos processos disciplinares. Aguarda-se que o Tribunal tome uma decisão ainda hoje ou amanhã» [Jornal de Negócios]
O Negócios sabe, no entanto, que o pedido para que o Tribunal declare a greve ilegal assenta na ilicitude de dois pressupostos apresentados pelos pilotos para justificarem a greve. O primeiro, argumentam os juristas que redigiram a providência cautelar, é o de que é uma ilicitude do sindicato pedir a demissão do piloto chefe e do director de operações da companhia. A outra ilicitude, afirmam, é a exigência do arquivamento dos processos disciplinares. Aguarda-se que o Tribunal tome uma decisão ainda hoje ou amanhã» [Jornal de Negócios]
Parecer:
A coisa está a complicar-se.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela requisição civil a decidir pelo populista Álvaro.»
Coitado do sôr Álvaro
«O Ministério da Economia veio hoje em defesa de Miguel Relvas, dizendo que o ministro-adjunto não teve qualquer interferência nas nomeações para o Metro do Porto. E explica que a assembleia-geral foi adiada porque a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP) teve reservas face a dois dos nomes indicados pelos accionistas para a administração da sociedade.
Face à manchete de hoje do jornal "Público", que diz que Luís Filipe Menezes e Miguel Relvas desautorizaram o ministro da Economia, o gabinete de Álvaro Santos Pereira emitiu um comunicado para dizer que "não existiu, neste ou em qualquer outro momento, interferência de qualquer outro membro do Governo no processo. É, por isso, completamente falsa a alegada interferência do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, ou de qualquer outro ministro do Governo, na escolha da nova administração desta empresa".» [Jornal de Negócios]
Face à manchete de hoje do jornal "Público", que diz que Luís Filipe Menezes e Miguel Relvas desautorizaram o ministro da Economia, o gabinete de Álvaro Santos Pereira emitiu um comunicado para dizer que "não existiu, neste ou em qualquer outro momento, interferência de qualquer outro membro do Governo no processo. É, por isso, completamente falsa a alegada interferência do ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, ou de qualquer outro ministro do Governo, na escolha da nova administração desta empresa".» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Isto começa a ter alguma graça.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Licenciado num ano
«O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas fez em apenas um ano uma licenciatura que tem um plano de estudos de 36 cadeiras, distribuídas por três anos. Relvas requereu a admissão à Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Lisboa) em Setembro de 2006. E concluiu a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais em Outubro de 2007.
Ao PÚBLICO, António Valle, adjunto do governante, explicou nesta terça-feira de manhã que tal se deve ao facto de a Lusófona ter analisado o “currículo profissional” do actual governante, bem como o facto de ele ter frequentado “os cursos de Direito e de História”, o que permitiu que o curso fosse feito em menos tempo. Valle não esclareceu quantos créditos foram atribuídos nem quantas cadeiras Miguel Relvas fez na Lusófona.
A única cadeira que o actual ministro tinha concluído antes de 2006 era uma de Direito, feita em 1985. Apesar de ter estado inscrito em mais dois cursos – História e Relações Internacionais. Quando pediu para ser admitido na Lusófona já tinha sido eleito deputado em várias legislaturas e ocupado o cargo de Secretário de Estado da Administração Local do XV Governo Constitucional.
Segundo informação prestada anteriormente ao PÚBLICO por António Valle, Relvas inscreveu-se pela primeira vez no ensino superior em 1984, no curso de Direito da Universidade Livre (instituição que daria origem à Universidade Lusíada), uma instituição privada.
Em 1985 concluiu, após frequência escrita e prova oral, a disciplina de Ciência Política e Direito Constitucional, com 10 valores. Em Setembro desse ano pediu transferência para o curso de História. Matriculou-se em sete disciplinas mas não fez nenhuma.
Em 1995/96 pediu reingresso na Lusíada para o curso de Relações Internacionais. Não frequentou nenhuma cadeira.
Só dez anos depois requereu admissão à Lusófona. O plano de estudos da licenciatura de Ciência Política e Relações Internacionais, publicado no site da universidade, contempla 36 disciplinas, distribuída por seis semestres, equivalentes a 180 créditos — o número de créditos que, por norma, é exigido para um grau de licenciatura desde que entrou em vigor o chamado Processo de Bolonha, que prevê a uniformização europeia da estrutura dos cursos superiores.
Uma lei publicada em Março de 2006, meses antes de o actual ministro ser admitido naquela instituição de ensino, prevê que as universidades e politécnicos possam reconhecer “através da atribuição de créditos, a experiência profissional” de pessoas que já tendo estado inscritos no ensino superior pretendam prosseguir estudos. Esse diploma (Decreto-Lei 74/2006) diz que cabe às instituições de ensino definir os procedimentos a adoptar nestes casos. A Lusófona não forneceu ao PÚBLICO o seu regulamento para reconhecimento de competências profissionais. E António Valle disse que não podia, para já, dar mais explicações sobre como foi feito o reconhecimento do currículo do ministro.
No dia 7 de Junho o jornal “Crime” publicou uma notícia com o título “Miguel Relvas não revela o seu percurso académico”. De então para cá escreveu outros artigos levantando dúvidas sobre o percurso académico do ministro.
Na segunda-feira, no seguimento de informações que já tinham sido prestadas por Valle sobre o assunto, o PÚBLICO questionou o gabinete de Relvas sobre o processo de reconhecimento do percurso profissional do ministro pela Lusófona. Nesta terça-feira, o jornal “i” cita o próprio ministro que diz que o curso foi “encurtado por equivalências reconhecidas e homologadas pelo Conselho Científico” da Lusófona “em virtude da análise curricular a que precedeu previamente”. “Fiz os exames que me foram exigidos”, explicou.» [Público]
Ao PÚBLICO, António Valle, adjunto do governante, explicou nesta terça-feira de manhã que tal se deve ao facto de a Lusófona ter analisado o “currículo profissional” do actual governante, bem como o facto de ele ter frequentado “os cursos de Direito e de História”, o que permitiu que o curso fosse feito em menos tempo. Valle não esclareceu quantos créditos foram atribuídos nem quantas cadeiras Miguel Relvas fez na Lusófona.
A única cadeira que o actual ministro tinha concluído antes de 2006 era uma de Direito, feita em 1985. Apesar de ter estado inscrito em mais dois cursos – História e Relações Internacionais. Quando pediu para ser admitido na Lusófona já tinha sido eleito deputado em várias legislaturas e ocupado o cargo de Secretário de Estado da Administração Local do XV Governo Constitucional.
Segundo informação prestada anteriormente ao PÚBLICO por António Valle, Relvas inscreveu-se pela primeira vez no ensino superior em 1984, no curso de Direito da Universidade Livre (instituição que daria origem à Universidade Lusíada), uma instituição privada.
Em 1985 concluiu, após frequência escrita e prova oral, a disciplina de Ciência Política e Direito Constitucional, com 10 valores. Em Setembro desse ano pediu transferência para o curso de História. Matriculou-se em sete disciplinas mas não fez nenhuma.
Em 1995/96 pediu reingresso na Lusíada para o curso de Relações Internacionais. Não frequentou nenhuma cadeira.
Só dez anos depois requereu admissão à Lusófona. O plano de estudos da licenciatura de Ciência Política e Relações Internacionais, publicado no site da universidade, contempla 36 disciplinas, distribuída por seis semestres, equivalentes a 180 créditos — o número de créditos que, por norma, é exigido para um grau de licenciatura desde que entrou em vigor o chamado Processo de Bolonha, que prevê a uniformização europeia da estrutura dos cursos superiores.
Uma lei publicada em Março de 2006, meses antes de o actual ministro ser admitido naquela instituição de ensino, prevê que as universidades e politécnicos possam reconhecer “através da atribuição de créditos, a experiência profissional” de pessoas que já tendo estado inscritos no ensino superior pretendam prosseguir estudos. Esse diploma (Decreto-Lei 74/2006) diz que cabe às instituições de ensino definir os procedimentos a adoptar nestes casos. A Lusófona não forneceu ao PÚBLICO o seu regulamento para reconhecimento de competências profissionais. E António Valle disse que não podia, para já, dar mais explicações sobre como foi feito o reconhecimento do currículo do ministro.
No dia 7 de Junho o jornal “Crime” publicou uma notícia com o título “Miguel Relvas não revela o seu percurso académico”. De então para cá escreveu outros artigos levantando dúvidas sobre o percurso académico do ministro.
Na segunda-feira, no seguimento de informações que já tinham sido prestadas por Valle sobre o assunto, o PÚBLICO questionou o gabinete de Relvas sobre o processo de reconhecimento do percurso profissional do ministro pela Lusófona. Nesta terça-feira, o jornal “i” cita o próprio ministro que diz que o curso foi “encurtado por equivalências reconhecidas e homologadas pelo Conselho Científico” da Lusófona “em virtude da análise curricular a que precedeu previamente”. “Fiz os exames que me foram exigidos”, explicou.» [Público]
Parecer:
Grande doutor! Digamos que tirou uma licenciatura honoris causa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o diploma de doutor da mula russa ao Miguel Relvas»
Paulo Macedo teve medo?
«O ministro da Saúde, Paulo Macedo, alterou as regras de contratação de médicos – e cedeu às exigências dos clínicos, nomeadamente nas horas e no número de empresas de recursos humanos aceites para prestar o serviço. Mais: o contrato deixa de depender única e exclusivamente do preço, passando a referir também a qualidade. Esta decisão surge a oito dias da greve dos médicos, marcada para os dias 11 e 12, mas, ao que o CM apurou, os sindicatos, pelo menos até à hora de fecho desta edição, mantinham a paralisação.» [CM]
Parecer:
Depois do escândalo com os enfermeiros o Opus ministro apressou-se a ceder aos médicos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Paulo Macedo se esta sua política salarial visa reduzir os custos da MEDIS de que foi administrador.»
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