Este governo não é incompetente, é ridículo.
É ridículo porque tem um ministro dos Negócios Estrangeiros
que comprou submarinos e agora anda por aí a dizer que devem ser os funcionários
públicos a suportar a crise financeira do Estado.
É ridículo porque tem um ministro da Saúde que descobriu que
a melhor forma de poupar na saúde era imitar os latifundiários no tempo em que
contratavam os trabalhadores na Praça do Geraldo. O resultado foi tão
competente que conseguiu contratar enfermeiros ao preço da uva mijona e com
isso conseguiu unir os utentes do SNS aos médicos e estes fizeram a maior greve
de que há memória em Portugal. EM dois dias o ministro cedeu em tudo o que recusara ao longo de seis
meses.
É ridículo porque tem um ministro dos Assuntos Parlamentares
que um dia sonhou ser doutro e a melhor forma que arranjou para o ser foi
convencer o pessoal da Lusófona que se aprende mais de ciência político como
dirigente de um rancho folclórico do que como conselheiro político do
presidente Obama. Apanhado com a boca na botija não se cansa de promover
manobras de diversão, com sucessivas personalidades a darem entrevistas, ao
mesmo tempo que apenas ao coração dos portugueses afirmando-se como um homem prático.
Enfim, todos os estudantes portugueses são uns teóricos, o único prático da
academia portuguesa era o Miguel Relvas.
É ridículo porque tem um ministro das Finanças que confundiu
um país com um brinquedo da Lego e mesmo assim parece que recebeu um brinquedo
que não para a sua idade, desde que chegou ao governo que não acerta numa única
previsão e com isso o país está à beira de um segundo resgate, de ter níveis de
desemprego muitos superiores aos suportáveis pela segurança social e afastado
dos mercados por muitos e bons anos.
É ridículo porque assentou a estratégia do mais troikista do
que a troika numa medidas que até uim licenciado em direito na Lusófona à custa
de equivalências duvidosas saberia que o corte dos subsídios a funcionários públicos
e pensionistas é inconstitucional. Até o Cavaco os avisou mas como começa a ser
hábito neste país ninguém lhe deu ouvidos, o que se compreende, quando o Cavaco
abre a boca já estamos à espera das suas teorias sobre as vacas da Graciosa.
É ridículo porque quando está em dificuldades recorre a
personalidades que em condições normais deveriam estar escondidas dos
portugueses. Chamar o pirralho da JSD para embirrar com o Mariano Gago porque
adoptou a lei à base da qual o o Relvas é doutor é gozar com a inteligência dos
portugueses. Encomendar uma entrevista a António Borges para este elogiar o
primeiro-ministro como se estivesse a dar autorização a Passos Coelho para
tirar a carta de condução é dizer que Portugal tem um primeiro-ministro que
precisa de um ex-banqueiro promotor de negócios de produtos tóxicos para o
promover.
É ridículo porque ao fim de um ano de autismo, de abuso, de
excesso de austeridade, de desprezo pelo líder da oposição e sem reconhecer o
falhanço da sua política vem apelar ao PS para o ajudar no próximo orçamento.
Aquele que tanto desejou uma crise financeira para chegar ao poder está a
experimentar o veneno que serviu ao seu antecessor e acha que em vez de o beber
até à última colherada o serve à oposição em nome de um interesse nacional que
durante um ano desprezou em favor dos fretes que combinou com os mais ricos.
Este governo é tão ridículo que começamos a achar que o único ministro que podemos designar como normal é nem mais, nem menos do que o sôr Álvaro. É a vingança do sôr Álvaro.