Não entendo a gritaria de alguns políticos contra o ilustre dr. Relvas, vejam lá que alguns até têm a infeliz ideia de pedir a sua demissão. Que me recorde Cavaco Silva ainda invocou os seus conhecimentos de economia para ser eleito, Relvas não prometeu nada, se alguém deve ser demitido é Cavaco Silva prometeu desenrascar-nos com os seus vastos conhecimentos e cada vez estamos mais enrascados. Os gregos choram, os espanhóis tremem de medo, os alemães bebem cerveja e apesar da fortuna mijam-se pelas calças abaixo, os únicos europeus que se divertem, que não perderam o bom hábito de contar anedotas são os portugueses. Não são cornos mansos como muitos insinuam, simplesmente têm fortes razões para passarem o dia a rir, para deixarem de trabalhar só para conseguirem limpar a caixa do correio electrónico, tudo isso graças ao Miguel Relvas.
O sôr Álvaro veio do Canadá para nos atazanar o juízo e tirar-nos quatro feriados? Que se dane o sôr Álvaro, nesta semana já perdemos mais do que quatro dias a ler emails como o do jornal de Tomar, a rir à gargalhada com a imagem do Relvas a contar que teve a sua primeira relação sexual aos treze anos graças a uma equivalência. Alguém, deu pelo debate do Estado da Nação, alguém ouviu falar do Silva da Quinta da Coelha, alguém se preocupou com o choradinho do Mário Nogueira ou com o acórdão do constitucional? Não, é o Relvas que nos interessa, que se lixe o subsídio de férias, de dia vamos à Caparica e à noite rimos que nem uns pedidos com as imagens do Relvas, por este andar depois de concluírem que a muralha dos patrões do professor pentelhos da EDP é a única obra humana que se vê da estação espacial, os astronautas vão dizer que o único ruído que lhes chega da superfície do planeta são as gargalhadas dos portugueses.
Graças a Miguel Relvas o povo português esqueceu a troica, está-se borrifando para a crise, as dificuldades de acesso ao crédito não é problemas, enquanto nos rirmos por conta dos 160 créditos que a Lusófona deu ao dr. Miguel Relvas andamos de barriga cheia, não queremos saber se o BCP nos dá crédito ou se o que o Gaspar diz merece qualquer crédito. Um dia destes uma dedicada esposa pergunta ao marido o que quer para o jantar e este responde “uma coisa leve, talvez uma anedota sobre o dr. Miguel Relvas” e faz como o outro quando dá de comer ao filho, depois de um bom par de anedotas sobre o Relvas ninguém reparou que o prato estava vazio e ficaram todos jantados.
Este governo sem os altos conhecimentos que o dr. Relvas tem dessa difícil ciência que é a ciência política, arte que em Portugal tem como decano o Professor Adriano Moreira, seria uma desgraça, veja-se o que sucedeu com o aumento do défice. Passos Coelho engasgou-se, o Gaspar ficou sem saber o que dizer, o Portas escondeu-se em parte incerta, Cavaco disse que já não há cu que aguente tanta austeridade. O único homem tranquilo, o único que fez uso de conhecimentos científicos aprendidos graças à combinação da gestão do banco off shore de Cabo Verde com a gestão dos ranchos folclóricos dos templários foi o nosso ilustre dr. Relvas. Esclareceu os jornais que o aumento do défice estava previsto, o oportuno esclarecimento foi primeira página de toda a comunicação social e o país regressou à sua boa disposição.
Relvas não tem motivos de vergonha, pode dizer à sua filha que tirou o curso durante a semana, algo que Sócrates nunca poderia fazer, o ex-primeiro-ministro só tinha filhos varões. Na casa do ilustre dr. Relvas andam todos felizes, não têm mãos a medir com tantos recortes de imprensa. Até no gabinete já se pensa em suspender a blogosfera de direita para que se possam contratar todos os bloggers pois são necessários no gabinete do dr. Relvas, até já há quem pense em contratar o pessoal do Arrastão para ajudar a tratar as notícias sobre o dr. Relvas.
O país deve agradecer ao dr. Relvas, o impacto resultante de tanta alegria na actividade económica é bem maior do que os que resultaria de uma vitória no europeu. Até a receita fiscal está a aumentar em consequência do aumento da colecta de IVA sobre as comunicações electrónicas e a cerveja ao fim do dia para trocar as últimas sobre o Relvas. Por isso não se entende tanta animosidade contra o ilustre dr. Relvas, em vez dos 160 devia ter levado os 200 créditos, tinha sido poupado à chatice dos quatro exames e ainda ficava com uns trocos para começar o mestrado!