Começa a ser um hábito, quando uma voz incomoda o governo
não tarda muito a vermos um calhau cair-lhe em cima, nunca se sabe quem vai
atirar o calhau mas é quase certo que ele vai cair em cheio em quem ousar
criticar esta dupla maravilha formada por um Passos a quem governar faz cair o
cabelo e ao seu ajudante, o ilustríssimo dr. Relvas.
D. Januário Torgal Ferreira começou a falar demais, mas
quando começou a abusar um jornal pertencente a um dos grupos interessados no
negócio da RTP atirou para a praça uma lista de supostas pensões que o clérigo
da Igreja Católica receberia. A mensagem subliminar era evidente, esse sacana
que anda por aí de batina preocupado com os pobrezinhos está cheio de massa,
uma mensagem que não é nova em relação a personalidades da Igreja.
Alexandre Alves, o velho barão vermelho, um empresário que
não é propriamente uma flor de cheiro apareceu num rol de investimentos que o
governo terá deixado cair. Bastaram dois dias para que uma senhora que se mudou
directamente do PCP para a direita e de quem se diz que está a caminho de
ingressar na obra de Deus veio garantir que os aparelhos de ar condicionado da
FNAC estariam ligados à sede do PCP que faziam espionagem. Uma acusação digna
de um livro policial que só poderia vir de uma das maiores extremistas do PCP,
que em tempos estava à frente da tropa de choque do MJT que entre outros
grandes feitos destruiu a biblioteca do então ISCEF.
Roquete veio queixar-se da política de crédito da CGD, um
banco a quem os portugueses reconhecem uma grande dedicação à causa dos
interesses nacionais, e poucas horas depois a notícia deixou de ser “projecto
encerra” para passar a ser “projecto deve mais de 7 milhões”.
Enfim, mais dia menos dia o dr. Relvas recebe pelo correio o
competente diploma do mestrado em contra-informação e perseguição.