quinta-feira, agosto 23, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

Caíque "Bom Sucesso" (réplica), Olhão
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
"Rua dos Trabalhadores do Porto de Lisboa", Chãs de Álvares, Lousã [J. Ferreira]   
 
Jumento do dia
  
Assunção Cristas, uma espécie de ministra
 
O que mais impressiona nesta espécie de ministra da Agricultura que o Paulo Portas foi buscar às sacristias a luta anti-aborto é a ligeireza com que fala dos problemas da agricultura portuguesa, a senhor não pensa, não sabe e te uma leve ideia do que diz sobre o assunto. Está no cargo para distribuir os subsídios europeus como se fosse dinheiro do PP e recolher os votos para o Paulo Portas.

«"O Governo actuou em matéria de seca a tempo, propondo um conjunto de medidas que estão praticamente todas a ser executadas. Estamos a fazer o levantamento dessas situações, mas era expectável que houvesse quebras de produção", afirmou Assunção Cristas.
  
A bordo do navio Almirante Gago Coutinho, em Sesimbra, onde decorreu um teste ao robô submarino ROV Luso que vai recolher amostras do fundo do mar para que Portugal possa enriquecer a sua candidatura à extensão da plataforma continental, a ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território comentou os dados divulgados na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) que dão conta de que a produção de cereais no ano agrícola de 2012 será "a mais baixa desde 2005".» [Notícias ao Minuto]

«A ameaça de uma nova crise alimentar parece ganhar contornos nos mercados internacionais. O índice UN Food and Agriculture World Cereals registou em Julho a segunda maior subida mensal de sempre. Avançou 17%, perto da subida recorde verificada em Fevereiro de 2008, de 17,5%.

As fortes quebras nas colheitas de alguns dos maiores produtores mundiais de cereais, como a Rússia e os EUA, são a principal justificação apontada pelos especialistas para a subida de preços. Com uma agravante: a massa monetária maciça que continua parqueada fora dos mercados, à espera de boas oportunidades de negócio.» [DE]
   
 Quem paga a taxa do Multibanco

Pela forma como o hipermerceeiro do Pingo Doce decidiu vedar o uso do cartão Multibanco e Visa para quantias inferiores a 20 euros fica-se com a impressão de que as taxas cobradas aos hipermercados era altas e incomportáveis, isto é, que o Pingo Doce paga demasiado em comissões.
  
O hipermerceeiro tem razão quanto às taxas mas a verdade é que os cinco milhões de euros pagos pela utilização do Multibanco acabam por ser repercutidos nos custos e em consequência disso são os clientes que acabam por suportar a taxa. Alguém ouviu o Pingo Doce oferecer um desconto aos clientes que não usam o Multibanco ou aos que por se tratar de quantias inferiores a 20 euros não o podem usar? É evidente que não, as poupanças vão direitinhas para os lucros do Pingo Doce.
  
Ao lançar descontos de 50% no dia 1.º de Maio para concorrer com o Continente mas disfarçando essa guerra comercial atrás de um suposto ataque aos sindicatos o hipermerceeiro não só pôs em risco a segurança das suas lojas como não tendo ganho acabou por perder muitos clientes na esquerda. Agora encomenda outra guerra, desta vez contra a banca, talvez para recuperar da imagem suja com que ficou no 1.º de Maio.
  
A única consequência desta guerra será a transferência das comissões pagas pelos vendedores para os consumidores ou a sua redução à custa da cobrança de comissões sobre os movimentos dos cartões. O que o Pingo Doce pretende é isso, transferir os custos para outras operações dos consumidores e melhorar a sua margem. A guerra do Pingo Doce não é com a banca, é contra os seus próprios clientes.
  
Enquanto o Pingo Doce boicota o cartão Multibanco os seus clientes deveriam seguir a mesma lógica e boicotar o Pingo Doce.

 Uma pequena pergunta
 
Passos Coelho voltou de férias para a tal casa da Manta Rota?
 
 Uma sugestão ao Prof. Marcelo
 
Porque não pega nos vídeos do seu tempo de antena e não vai à Lusófona solicitar uma equivalência a dr. Relvas?



  
 Crescimento sustentável?
   
«A discussão corrente sobre o crescimento económico esgota-se, invariavelmente, na análise da evolução do ‘output’ final em detrimento das características e ‘drivers’ desse crescimento.
  
Contudo, são as dimensões qualitativas do crescimento que nos permitem aferir a sustentabilidade do modo como cada país produz riqueza e gera oportunidades de emprego.
  
Nas últimas décadas, os anos mais fortes de crescimento foram impulsionados por fatores que se esgotaram, ou por circunstancias irrepetíveis, pelo menos no curto prazo, como o financiamento ‘low-cost' à economia e às famílias, o forte dinamismo do sector da construção, níveis significativos de investimento público ou investimento direto estrangeiro. No atual contexto, tornou-se, por isso, consensual identificar a procura externa como principal esperança de saída para a crise embora a implicação lógica da necessidade de uma política económica ativa, que impulsione o sector exportador, se revele menos evidente, sob a crença de que a política orçamental, por si só, será capaz de animar os mercados financeiros e, consequentemente, entusiasmar a economia real.
  
Uma política económica forte, cuja ausência preocupa os menos crentes, pressupõe uma visão de futuro alicerçada em dimensões qualitativas do crescimento capazes de garantir o seu dinamismo e sustentabilidade bem como o retorno do enorme investimento que o País tem realizado, nas últimas décadas, em domínios estruturantes como a educação, a ciência e tecnologia e, mais recentemente, as energias renováveis.
  
Que políticas económicas? Políticas que privilegiem sectores exportadores em melhores condições de gerar emprego no curto-prazo (e.g. Turismo) e aqueles cuja produção incorpore maior valor acrescentado nacional e se baseie em fatores únicos de competitividade (e.g. fileira florestal, recursos marítimos); medidas que explorem, sem tabus, a possibilidade de substituição de importações em determinados sectores, como é feito em muitos países europeus; políticas que agilizem e acelerem a execução do QREN (suspenso há meses para reprogramação); que aumentem a eficiência das plataformas e infraestruturas logísticas que suportam o sector exportador; e ainda políticas que acelerem a mudança do perfil de especialização do tecido produtivo, promovendo a incorporação de conhecimento e tecnologia em sectores dinâmicos e emergentes no plano internacional.
  
A transformação do perfil de crescimento da economia portuguesa é determinante para garantir condições de competitividade sem ser à custa de baixos custos laborais, mas é igualmente condição para gerar oportunidades atrativas de emprego para os milhares de jovens qualificados, criando condições para que estes se fixem em Portugal, reinventem formas de produzir, e sejam, eles próprios, agentes ativos dessa transformação. O País precisa de políticas económicas.» []
   
Autor:
 
Mariana Trigo Pereira.   

 Enfim, uma história simples
   
«Antigamente as histórias eram simples, a filha do faraó ia lavar-se ao rio e recolhia um bebé que vogava num cestinho de vime. A princesa dava- -lhe o nome de Moisés, o "salvo das águas", e a vida ia por aí fora, simples: Moisés falava com Deus, sabia abrir as águas do mar e assim. Agora, as coisas tornaram-se demasiado complexas. Guerras tecnológicas, crises inexplicáveis, líderes perdidos... Já não estamos preparados para um rapazito de dois anos e meio a perder-se na horta. Aliás, quase não há mais hortas. Mas, em havendo, as coisas voltam a ser simples. Leidson estava com a mãe (cara talhada como Nefertiti, não sei como ninguém viu um sinal nisso) que trabalhava numa horta (São João da Talha é nas margens do Tejo, outro rio, outro sinal). Os sinais apontavam todos para uma história simples: o travesso apanhou a mãe distraída e desapareceu. Aí, reagimos todos com a complicação moderna: rapto, buscas com cães, Unidade de Contra-Terrorismo... Passaram duas noites e, afogados nos nossos densos mistérios, não soubemos encontrar o Leidson. Ora ele estava, onde mais podia estar?, debaixo de um feijoeiro, na horta. Depois de tanto tempo, os jornais voltaram ao que é uma boa, honesta e simples história. Uma leitora, simples, do DN online, teve uma epifania: "Já ganhei o dia", escreveu quando soube. Outro, irremediavelmente complicado, escreveu: "Leidson é nome?" É, etimologicamente quer dizer "encontrado debaixo de um feijoeiro".» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
   
  
           
 Pobre Duque
   
«Há um ano, o Governo nomeou um grupo de trabalho para definir o serviço público de televisão. Mas nenhuma das recomendações propostas pela equipa liderada por João Duque saiu ainda do papel.
  
«O ministro Miguel Relvas pôs o relatório na gaveta», resume Eduardo Cintra Torres, um dos membros do grupo, lembrando que ficaram pelo caminho ideias como acabar com a RTP Informação ou extinguir a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social).
  
De resto, o crítico de televisão não acredita que alguma vez estas sugestões sejam postas em prática. «Não vejo qualquer possibilidade de acabar com a informação no serviço público porque o Governo, qualquer governo, teme o dia em que não tenha uma ‘porta’ para aparecer».
  
O mesmo raciocínio aplica-se ao órgão que regula a comunicação social. «A ERC cumpriu a sua missão histórica, que é a de servir o poder político, já por duas vezes: no caso Sócrates e no caso Relvas», aponta Cintra Torres, para quem o único impacto real do relatório apresentado consistiu em «quebrar ideias feitas» ao fazer propostas ousadas.» [Sol]
   
Parecer:
 
O professor foi humilhado ao equiparado a licenciado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Condecorado pelo governo
   

  
«O homem que ficou conhecido por trazer material hospitalar e ortopédico da Suécia para distribuir em Portugal pode afinal ter burlado autarquias e instituições. Carlos Quaresma dizia-se fundador de uma associação de beneficência e oferecia camas articuladas, cadeiras de rodas e outro equipamento, dispensado pelos hospitais suecos. Em troca, pedia o pagamento do transporte, feito em camiões, por cerca de cinco mil euros, e de um imposto de selo, no valor de oito mil euros. Uma investigação SIC apurou que esse imposto, afinal, não existe.
  
Por outro lado, o preço do transporte também era muito superior ao real.
  
O caso está a ser denunciado pela fundação sueca Agape, que já apresentou queixa à polícia. Algumas autarquias ponderam fazer o mesmo em Portugal.
  
A burla pode ultrapassar um milhão de euros.
  
Por causa destas obras de beneficiência, Carlos Quaresma foi condecorado em março, pelo Governo.» [SIC]
 
Parecer:
 
Digamos que eu governo nasceu tão torto que desde a escolha dos seus membros até à dos condecorados é só erros de casting!

PS: Parece que a SIC considera a beneficência uma ciência, talvez tenha razão neste caso, foi a ciência da burla.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»