segunda-feira, agosto 20, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

Periquito, Quinta das Conchas, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Alcochete [A. Cabral]   
 
Jumento do dia
  
Ministro Lambretas
 
O ministro Lambretas em vez do ser do trabalho ou dos assuntos sociais devia ser designado por ministro do desemprego e da miséria social. Agora os dados do desemprego são divulgados ao domingo?
 
«O número de inscritos nos centros de emprego aumentou 25% em julho em termos homólogos e agravou-se 1,5% face ao mês anterior, para 655.342 desempregados.
  
De acordo com a informação mensal publicada pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final de julho encontravam-se inscritos nos centros de emprego do Continente e das Regiões Autónomas mais 131.224 indivíduos do que um ano antes.» [Expresso]
   
 Crescimento em 2013

Compreende-se que Passos Coelho tenha escolhido uma jantarada dos militantes do PSD que ou por pertencerem à hierarquia ou por ainda crerem nele estiveram presentes e que se realizou no Aqua Show. No Aqua Show pois aquilo que o modesto licenciado em gestão por uma universidade sem nome é aquilo a que se designa por meter água. Ter sido um discurso para um número limitado de crentes equivale a fazer uma homilia, a uma profecia de um idiota que se julga profeta e se dirige aos seus crentes. Numa fase adiantada da jantarada para que com o pessoal já com alguns vapores alcoólicos estão mais disponíveis para a crendice.
Já estamos a quatro meses do final do ano e o governo ainda não sabe como corrigir o desvio na receita fiscal que continuará a agravar-se com o aprofundar da recessão, o governo ainda não propôs uma solução para o aumento das receitas ou a redução das despesas. Ora se ainda há meia dúzia de dias o primeiro-ministro assegurava que não queria nem mais tempo nem mais dinheiro isso significa que quer cumprir a meta do défice, custe o que custar (aos outros) como ele e o Gaspar tanto gostam.
 
Que se saiba o buraco financeiro aumenta, o desemprego e as despesas sociais crescem exponencialmente, a receita fiscal desce com a contracção no consumo e a redução do IRS em consequência do corte brutal de rendimentos e do desemprego. Algumas medidas entretanto adoptadas ainda não produziram todo o seu efeito, como é o caso, por exemplo, do aumento do IMI e a lei das rendas.
 
Para que a recessão se prolongue para 2013, senão mesmo para se agravar ao ponto de se tornar numa espiral, nem precisa do empurrão externo como o que resulta da crise financeira espanhola. Bastam as idiotices internas promovidas por um idiota e por um extremista louco.

 Uma sugestão ao Lambretas
 
O ministro Lambretas tem-se revelado um "dois em um", numa cama onde cabe um  bébé metem-se dois, num quarto onde cabe um idoso metem-se dois. Porque não em cada emprego que for criado pelos centros de emprego o ministro Lambretas não segue a mesma lógica e mete dois desempregados? Dividia-se o salário miserável em dois e criavam-se dois empregos.
 

  
 O discurso das begecas
   
«No Pontal, Passos Coelho reeditou a austeridade como ética. Tudo a favor, se é para ricos e pobres; tudo contra, se se trata de continuar a baixar salários, a pretexto da competitividade, quando o argumento nunca vale para começar a baixar… lucros.
  
Deixar de trocar de carro e de fazer férias no estrangeiro, a crédito? Arrendar casa em vez de comprar? Dar por findas as infra-estruturas de cimento? Sem discussão.
  
Agora, ter carro, fazer férias e dispor de habitação condigna, de par com saúde e educação, são bens a que muitos acederam e a que todos têm direito; e que estão em perigo, com um Governo de braço dado com o patronato mais ignaro da Europa, que anseia regressar a 24 de Abril e viver dos salários que não paga.
  
Desmascarar este projecto exige que sejam a Oposição e as forças sindicais a fazer da austeridade como ética a sua palavra de ordem, mostrando que uma coisa é o combate ao consumismo que infecta as sociedades modernas, outra o regresso ao passado de baixos salários, à boleia do equilíbrio orçamental e das exigências da troika.» [CM]
   
Autor:
 
Magalhães e Silva   

 Na verdade
   
«Está instituído em Portugal que o voto do PS é importante para a viabilização do Orçamento do Estado (OE). Parece que isso conta lá para fora, designadamente para quem emprestou dinheiro para nos salvar da bancarrota, mas nós fazemos contas e sabemos que os votos da maioria são suficientes para prosseguir com a actual política. Façamos então de conta que o voto contra do PS pode ser mau, mas não façamos títulos a dizer que o PS pode "chumbar" o OE, porque não pode.
  
Na verdade, para começo de conversa, convém deixar claro que quem mais vai influenciar o voto socialista é a troika. Se esses senhores insistirem na mesma fórmula e exigirem austeridade em cima da austeridade para cumprir a meta do défice, o PS terá de votar contra. Vai poder alegar que continua fiel ao acordo que assinou, mas indisponível para obrigar os portugueses a pagar para corrigir erros de uma fórmula que lhes foi imposta pelos mesmos que definiram as metas de défice a atingir em cada ano.
  
Na verdade, o PS não pode, ou não deve, incluir na rejeição a novas medidas de austeridade a solução que o Executivo se prepara para apresentar como forma de ultrapassar o veto do Tribunal Constitucional (TC) ao confisco dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos e pensionistas. Numa fórmula bem mais justa, o Governo está obrigado a distribuir esse sacrifício de 2 mil milhões de euros pelo sector público, pelos pensionistas e pelo sector privado.
  
O PS não votou contra o OE que instituiu o confisco dos subsídios aos funcionários públicos e pensionistas e se agora votar contra o OE porque os privados pagam solidariamente, então vai ter de assumir a tese de que os funcionários públicos e os pensionistas são uns malandros que vivem do dinheiro público e devem pagar mais que os outros. E, é claro, vai perder muitos votos entre os funcionários públicos e os pensionistas.
  
Na verdade, o principal problema do OE de 2013 nem sequer são esses 2 mil milhões de euros. Estamos todos tão concentrados na solução que o Governo vai ter de encontrar para ultrapassar o veto do TC que até já esquecemos que é preciso encontrar mais 2 mil milhões, que faltam no OE deste ano e vão faltar no próximo, e mais cerca de 2,5 mil milhões para reduzir o défice de 4,5% do PIB para 3% em 2013.
  
Na verdade, é aqui que se joga o voto dos socialistas. Têm de defender todas as reformas e toda a austeridade que assumiram ao assinar o memorando da troika e exigir mais tempo, coisa que já fizeram, para cumprir a meta do défice. Se a troika der mais tempo a Portugal para evitar mais medidas de austeridade, o PS não pode votar contra o OE. E se quiser até pode cantar vitória porque foi dado ao País aquilo que pediu.» [A. Cabral]
   
Autor:
 
Pedro Baldaia.
      
 A vingança de Francisco Louçã
   
«Ainda em março o New York Times, para falar delas em título, tinha de fazer sons onomatopaicos: "Russian Riot Grrrrrls Jailed" ("Presas as russas Rrrrraparigas da Revolta"). Vão dizer-me: mas como pode haver pudor em dizer o nome da banda russa, Pussy Riot, quando atrizes respeitáveis interpretam "The Vagina Monologues"?! Acontece, porém, que em inglês "pussy" está para "vagina" - sendo a mesma coisa - como na culinária a sandes de courato está para o tornedó. Por isso, há meia dúzia de meses, os jornais anglófonos escondiam com mil cuidados as Pussy Riot. Mas elas acabaram de saltar para os títulos. Ontem, o NYT já não as negava e o londrino Times tinha uma manchete de fazer corar a rainha Vitoria: "Pussy Riot uproar" (O Rebuliço das Pussy Riot). Não queiram saber a novidade que isto é para um debate político quase centenário... A seguir à Revolução de Outubro de 1917, os russos estavam divididos entre as teses de Estaline e as de Trotski. Os estalinistas, satisfeitos com o que tinham, a revolução num só país, apesar de a velha Rússia ser atrasada e de camponeses; os trotskistas, convencidos de que o socialismo só podia vingar se fosse exportado para os países industrializados e modernos. Na luta de poder em Moscovo, ganhou Estaline. Ora, o que agora vemos é que três raparigas punk conseguiram o que Trotski falhou. As Pussy Riot, à falta de impor a "riot" (revolta) à Rússia, impuseram a "pussy" aos ingleses e americanos.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
    
  
     
 Louçã diz que não vai para um conselho de administração!
   
«O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louça, defendeu, esta noite, que a sua sucessão representa a abertura a um novo ciclo político e que uma direção bicéfala é uma solução "para o século XXI".
  
"O que é estranho é que a sociedade não se faça representar nos partidos como ela é. No século XXI procuramos soluções para o século XXI", disse Louçã aos jornalistas à margem de um comício que teve lugar em Quarteira, Algarve.
  
Sublinhando a necessidade de abrir um novo ciclo político dentro do Bloco de Esquerda, o dirigente disse que a renovação tornará o partido mais forte "numa altura em que é preciso uma esquerda mais forte".» [Expresso]
   
Parecer:
 
Não me digam que os chineses o convidaram para a administração da EDP.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Louçã quem o convidou.»
      
 Mais uma vez a ameaça separatista
   
«O líder do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, considerou no sábado à noite, no Porto Santo, que foi o Governo Central, de coligação PSD/CDS-PP, a dar o primeiro passo de separatismo ao remeter ao arquipélago o pagamento da sua dívida.
  
“E no meio disto tudo, também temos que ter presente uma coisa: como viram a República disse ‘a Madeira que pague as suas dívidas e nós, República Portuguesa, pagamos as nossas’. Afinal quem são os separatistas?”, questionou Alberto João Jardim, que respondeu: “Quando um Estado como Portugal diz ‘amanhem-se lá na Madeira e paguem o que fizeram’, está dado o primeiro passo de separatismo, mas quem deu o passo foi o Governo de Lisboa”.» [i]
   
Parecer:
 
É sempre assim, sempre que quer dinheiro o Alberto vem com a ameaça separatista, um dia destes ainda vai ser o Continente e os Açores a declarar a independência em relação à ilha do Bokassa.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se para cima desta direita miserável.»