quarta-feira, setembro 26, 2012

A grande troikada


  
O povo português está a levar uma grande troikada, aliás, como Passos Coelho acha que os portugueses mais pobres adoram troikar, são umas cigarras que em vez de andarem a trabalhar incansavelmente para encher a dispensa para o Inverno, divertem-se a dar troikadas, troikam, de manhã, troikam à tarde, troikam à noite, troikam todas as benditas horas. Generoso como é e como bom português sempre disposto a dar uma boa troikada, o Passos Coelho achou que um ministro que se preze, não dá uma troikada, dá duas e como em Portugal não há duas sem três lá vai uma troikada porque andam aí uns empresários desenTSUados que não conseguem pagar salários.

É evidente que o Belmiro não precisa de ser enTSUado, o homem é tão forreta que não muda de carro antes de cair o chassis nem gasta dinheiro em pastilhas azuis para andar por aí nas troikadas. Aliás, acontece com os ricos o mesmo que os pobres, quanto menos dinheiro mais tesos, logo quanto mais tesos mais enTSUados. Foram queixar-se ao Moedas mas ele não tinha solução, aliás a pobre figura até é um pouco espanta troikas, é por isso que nunca o vemos com a troika, ele chega e a troika desaparece. Mas foi ao Passos e perguntou o que fazia de tanto empresário que por não terem dinheiro para salários andavam enTSUados.

O Passos pensou, pensou, consultou o seu ministro Gaspatroikas e o assessor especial especializado em troikadas financeiras. Pois o assessor lembrou-se que em tempos tinha proposto uma nova experiência, dar uma troikada colectiva aos trabalhadores, uma desvalorização fiscal conhecida também por uma Geraldina, isso mesmo uma Geraldina nos trabalhadores do privado e para que os funcionários públicos não fiquem com inveja levam também com a troika, nem os reformados com Alzheimer ou incontinência urinária se escapam, na hora da Geraldina terão de tirar as fraldas compradas na promoção dos 50% do Soares do Pingo Doce, se recebe pensão paga pelo Estado também leva troikada que é para não se armarem em cigarras que em vez de andarem a troikar preferem cantar!

É por isso que o Passo tanto gosta do Soares dos Santos, Pingo Doce, Doce, logo troikada. Soares dos Santis é um empresário troikado, enTSUado como se espera de um empresário digno de ser etiquetado como formiga, neste caso uma formiga de asa pois o homem já voou para a Holanda. Já o Belmiro de Azevedo é um desenTSUado, um empresário conformado, já não consegue dar uma troikada para a caixa.

Este povo anda a ser tão troikado que daqui a uns anos vamos ter uma geração fruto desta troikada colectiva, desta Geraldina, o Passos Coelho até vai parecer um daqueles médicos malucos dos EUA (é nos EUA que aparecem estes malucos) que se julgam muito inteligentes e decidem troikar artificialmente todas as suas clientes, depois nascem quinhentos irmãos. EM Portugal vão ter a geração Coelho, os americanos tiveram o baby boom, nós vamos ter o baby troika, uma geração de portugueses que resultaram das troikadas do Passos Coelho. Vão ser todos lourinhos, com franjinha, falando com ar de serem muito inteligente mas dizendo apenas baboseiras, vulgaridades e asneiras.

Esses portugueses do baby boom não serão grande coisa, só se vão lembrar de trabalhar lá para os quarentam, vão querer troikar todas as cantoras, como são burros basta ouvirem uma burra a zurrar e lá vai troikada. Mas têm sorte pois o Macedo já deve estar a receber subsídio de residência, talvez vá para Braga e nessa altura muda a residência para a casa de Lisboa. Se fosse agora os portugueses do baby troika estavam troikados, tinham de andar com um autocolante com uma imagem de uma cigarra na lapela, só começam a trabalhar aos quarenta e quando decidem mexer o rabo vão trabalhar para o padrinho.
 
O governo gosta tanto de dar troikada nos portugueses que é o Gaspatroikadas a inventar duas troikadas por orçamento, uma para ter a certeza de que se satisfaz e outra para deixar os portugueses satisfeitos. Até o santo do Macedo se deixou de missas de acção de graas e dá uma troikada nos doentes, é uma espécie de penitência que faz para que os seus pecados sejam perdoados. Até o Gaspar gosta de dar as suas troikadas, mas o pobre diabo é tão desajeitados e entre o cluster do pastel de nata e a Florida do Algarve não acerta uma, com as troikadas dele não haveria baby troikada. O Santo do Paulo Portas, um bom cristão parece ter vergonha, sempre que o Passos Dá uma troikada geraldina aos portugueses desaparece e quando os portugueses protestam vem dizer que uma troikada à pressa dói, é preciso negociar, é importante começar com os preliminares na concertação social, troikada sem preparação e sem jeito é uma troikada a mais, os portugueses já não aguentam mais troikadas.

Até o Graça Moura pede para suspender o Acordo Ortográfico, depois de o ter estudado com especial atenção reparou numa grave omissão capaz de irritar a troika e levar à saída de Portugal do Euro. Não está lá o importantíssimo verbo troikar. Eu troiko, tu troikas, ele troika, nós troikamos,vós tróikais, eles troika. E a culpa foi do Sócrates não só porque era um mau troikão, assinou o acordo ortográfico sem o verbo troika, que era mesmo que a eliminação da palavra de saudade (saudade de troikar, por exemplo). Aliás, a única troikada que o Sócrates deu foi o Acordo Ortográfico, Sócrates era um mau troikão, nem troikava nem saia de cima e por vontade dele ainda não se tinha pedido ajuda à troika para enTSUar os nossos empresários, os nossos banqueiros, as nossas formiguinhas. Até o homem da Quinta da Coelha ficou todo enTSUado que nem podia quando soube que o genro comprou o Pavilhão Atlântico por uma quantia que nem dava para ir às ditas dar umas troikadas, compreende-se que diga que começa a doer tanta troikada, não há dito que aguente.

O problema é que daui a uns tempos a troika vai correr conosco do Euro, somos tão maus que escolhemos um primeiro-ministro que gosta muito de dar troikadas mas não é capaz de dar uma troikada bem dada. Se fosse noutro tempo estava troikado, engana o povo português mesmo com uma troikada mal dada e era obrigado a casar com o povo. Depois iríamos todos ao Tivoli cantar a "Nini dos meus 15 anos". Isso se alguém não se lembrasse de gritar "Vem aí o grande troikão do Passos Coelho e todos cantariam o «Corre Nina» que ainda ficas sem eles" com que Paulo de Carvalho concorreu ao Festival da Eurovisão de 1970.