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Luar na aldeia de Monsanto [A. Cabral]
Jumento do dia
Passos Coelho
O governo canalha continua com uma estratégia de comunicação que faria corar o Joseph Goebbels, agora soprou para o jornal "i" que a manter-se o corte na TSU o coitadinho do Passos Coelho perderia mais do que um salário mínimo mensal, logo este pobre homem que trabalhou que se desunhou durante toda a vida que está a fazer o sacrifício de ser primeiro-ministro para salvar o país.
O que se esqueceram de sugerir ao "i" foi que depois de ser primeiro-ministro o Passos Coelho além de poder pedir uma pensão vitalícia ainda pode telefona ao mecenas Ângelo Correia para lhe arranjar um daqueles empregos que não desapareceram por causa da crise, o mesmo Ângelo Correia que poderá vir a ser um dos empresários que mais beneficiará com as privatizações que Passos decidiu para além da troika.
Até se compreende que Passos Coelho se recuse a aceitar que já é um cadáver político em adiantado estado de putrefacção e se recuse a aceitar o enterro, ele e o seu amigo Relvas vão prolongar o mais possível este governo canalha e tudo farão para ressuscitarem. Mas não se aceita que continue a tratar os portugueses como idiotas que se deixam manipular por manobras de contra-informação que começam a lembrar os tempos de Goebbels. É que o Goebbels não só era muito mais inteligente do que o Relvas como esta mesmo licenciado, até era tratado por dr. Paul Goebbels pois em vez de apresentar um requerimento na Lusófona como o Relvas, o nazi alemão alcançou um Ph.D. pela Heidelberg University em 1921. Os nossos são o que são um licenciou-se na Lusíada e o outro meteu um A4 na Lusófona.
Coitadinho do Passos Coelho.
«Os cálculos do i consideraram o aumento da taxa contributiva em sete pontos percentuais, de 11% para 18%, incluindo os suplementos remuneratórios, como as despesas de representação, e pressupuseram o aumento salarial de 570 euros brutos por mês devido ao efeito da diluição de um dos subsídios retidos no ano passado, em 12 meses.
Passos Coelho recebe um salário mensal bruto de 6.580 euros, incluindo despesas de representação, descontando 724 euros com a taxa de 11%. Contudo, com a devolução de um dos subsídios à função pública, Passos passará a ganhar cerca de 7.128 euros brutos mensais. O agravamento da TSU para 18% sobre este novo vencimento vai corresponder a descontos mensais de 1.184 euros, o que significa que, feitas as contas, a diferença mensal deverá fixar-se em torno de 559 euros mensais, ou seja, mais do que o actual salário mínimo.» [Notícias ao Minuto]
Ora troikas tu, ora troiko eu
O Gasparoika e os seus amigos da troika anda a brincar com Portugal e com os portugueses, sujeitando-nos a experiências Mengelianas como se Portugal fosse um campo de concentração e os portugueses fossem cidadãos de segunda a quem não se reconhece o estatuto de europeus.
Esgotado argumentos como o dos excessos dos pobres estes cobardes não para de apertar o torniquete no pescoço dos portugueses abaixo de ricos mas não são capazes de assumir a autoria das ideias. Num dia o corte da TSU foi uma brilhante ideia dos imbecis do governo, no dia seguinte a ideia já foi da troika, depois é o senhor do FMI que diz que a troika não teve ideia nenhuma, perante as manifestações um atrasado mental de Bruxelas, um tal Simon O'Connors que diz o que o comissão dos Assuntos Monetário manda, veio fazer chantagem sobre um país soberano ameaçando de o pôr a pão e água se não cortasse a TSU, agora é o Passos que vai comunicando isenções ao aumento da TSU e não se sabe muito bem como isto vai acabar.
A austeridade começa a ser um baile de canalhas onde se canta "agora troikas tu, depois troiko eu".
Passos Coelho muda o nome para Espaços Coelho
É que no raciocínio do pobre homem há muitos espaços em branco, só pensa a espaços.
Depois do 15 de Setembro
«Qual é o momento em que aquilo que parecia normal se torna intolerável? Que gesto transforma a submissão em recusa? Aquilo que aconteceu em Portugal só surpreende os cultores do povo de brandos costumes. Só esses não entenderam que as palavras proferidas por Passos Coelho a 7 de Setembro derrubaram a ideia acalentada pelo executivo de que os portugueses são um povo manso que aceitaria com um sorriso nos lábios todas as experiências neoliberais que a troika estava disposta a inventar. Para mal de tal gente, as pessoas cedo perceberam que a insistência na sangria como cura de um país era falsa. Os remédios da troika não salvam, apenas servem para pagar com juros de agiota os dinheiros da troika e dar aos amigos do costume as empresas públicas construídas com o dinheiro de gerações de portugueses.
As centenas de milhares de pessoas que tomaram as ruas das cidades em 15 de Setembro tornaram o momento irreversível. Preferiram levantar-se a aceitar o que lhes garantiam que era inevitável. Em mais de 40 cidades desaguaram manifestações sem donos em que um multidão plural respondeu a um apelo concreto: não queremos mais as políticas da troika e o governo dos mais troikistas do que a troika.
Querem convencer-nos de que não há alternativas a esta submissão. É preciso esclarecer que não há é futuro com este Memorando. Recusar a corrida para o abismo é o primeiro passo para construir outro caminho.
Vivemos um tempo de mudança. É preciso fazer uma verdadeira revolução que devolva o poder às pessoas. Esta política não foi discutida nem votada. Temos o direito de escolher o futuro. Não tenhamos medo da palavra. Trata-se de uma recusa absoluta da forma como nos têm governado: uma verdadeira revolução democrática.
É possível fazer uma revolução sem pronunciar a palavra? É possível viver sem pensar em palavras? A revolução é como a paixão, parte da não aceitação daquilo que existe e do desejo de conseguir aquilo que é dado como impossível. São rupturas que criam as suas próprias condições de possibilidade, dão vida aos seus próprios antecedentes passados. Como escrevia Rimbaud quando pensava no inferno e se propunha transformar o mundo e mudar a vida, “l’amour est à reinventer, on le sait”.
Vivemos uma época divertida em que nos apresentam, como conquistas civilizacionais, o café sem cafeína, o amor sem riscos e a política sem revolução. Uma campanha de um site de encontros francês proclamava com orgulho: “É possível ter paixão sem ficar apaixonado.” E acrescentava: “Pode perfeitamente estar apaixonado sem sofrer.” Para resolver este embate, o site propunha uma espécie de “coaching do amor” para menorizar este choque traumático que é um encontro com o outro.
Nesta cruzada pela segurança das almas juntam-se os liberais. Não há nada mais parecido com a doutrina do mercado capitalista que esta ideia das relações afectivas e sexuais como uma questão de gozo ligada a expectativas de consumo.
Na política como na vida, deve-se lutar para reinventar o risco e a aventura contra a segurança e o conforto. Badiou defende que há no amor, como na revolução, uma capacidade de produzir verdade e uma semente da universalidade que transcende num momento a nossa própria mortalidade. Seja isso o que for, passa pela capacidade de se somar ao outro. Aquilo que começa por um encontro do acaso torna-se um momento de ruptura, como escrevia Mallarmé: “L’hasard est enfin fixé…”
As palavras são o momento dessa ruptura.» [i]
Nuno Ramos de Almeida.
Passos joga ao sete-e-meio
«Sabem jogar ao sete-e-meio? É muito simples. Usam-se apenas 40 cartas do baralho, ficando de fora oitos, noves e dez. As figuras valem meio, o ás conta por um e as outras cartas, do duque à manilha, são contabilizadas pelo seu valor nominal.
O banqueiro dá uma carta, escondida, a cada jogador, que tem de decidir logo se fica ou se quer mais uma - e nesse caso tem de escolher qual delas fica aberta na mesa, se a nova ou a primeira - e assim sucessivamente até optar por parar.
No final, o banqueiro (chamado de dealer, na versão internacional do jogo, que dá pelo nome de blackjack, usa o baralho todo, tem um sistema de contabilização um pouco diferente em que a meta é fazer 21 pontos) vai tirando cartas para si até se dar por satisfeito.
Quem fizer mais de sete e meio rebenta - ou seja, perde. Em caso de empate, ganha o banqueiro. O objetivo de cada jogador é fazer sete e meio. Se o conseguir fica com a banca, isto se o banqueiro não tiver a sorte de igualar a pontuação que dá o nome ao jogo.
Se pensarmos bem, a nossa vida, em todos os seus aspetos - desde o profissional ao afetivo, passando pelo social - é uma sucessão permanente de jogos de sete-e-meio.
Encontrar a nossa companhia perfeita é como jogar ao sete-e-meio. Temos uma sena e temos de tomar uma decisão. Ficamos ou pedimos mais uma carta? Jogamos pelo seguro ou vamos tentar ser mais felizes, perseguindo o sete e meio?
A equação da decisão de mudarmos ou não de emprego é igual à do jogador do sete-e-meio. Tens uma quina e um duque - sete pontos, portanto. Ficas-te ou pedes mais uma carta, na esperança que te saia uma dama, valete ou rei? Jogas pelo seguro ou vais tentar fazer sete e meio, apesar de correres o risco de rebentares?
Os políticos também estão sempre a jogar ao sete-e-meio. Passos Coelho tinha na mão um terno e uma figura. Três e meio. Como se tratava de jogo era demasiado baixo para ganhar e precisava de fazer sete e meio para igualar o resultado de um jogador, arriscou a cartada de transferir dinheiro do salário dos trabalhadores para os bolsos dos patrões, através de mudanças na TSU, que se revelou desastrosa. Saiu-lhe um sete e ele fez dez e meio. Rebentou com estrondo, perdendo a banca e a iniciativa do jogo.
O drama do primeiro-ministro é que tudo leva a crer que só lhe resta uma única oportunidade para ir a jogo e recuperar a iniciativa. É na sexta-feira. O busílis é que não lhe basta ganhar, ter a sorte de lhe sair uma sete como primeira carta e ficar-se. Não. Tem de fazer sete e meio para reganhar a banca.
Para conseguir esse jogo perfeito, Passos não pode ter medo de ousar recuar na sua proposta peregrina sobre a TSU. Porque, como nos avisou Kierkgaard, ousar é perder momentaneamente o equilíbrio. Mas não ousar é perder-se.» [JN]
Jorge Fiel.
Duplicam os casais de desempegados
«O número de casais em que ambos os cônjuges estão desempregados mais do que duplicou em agosto, um novo recorde desde que a informação é recolhida, tendo o Instituto do Emprego e Formação Profissional registado 9.438 casais nesta situação.» [DN]
Parecer:
A destruição do país e o regresso da escravatura está a correr a bom ritmo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao herr Gaspar.»
Puxão de orelhas?
«O histórico militante social-democrata Ângelo Correia considera que o primeiro-ministro não pode "perder a face" nem a "autoridade" mas deve recuar nas alterações à Taxa Social Única (TSU).» [DN]
Ângelo prometeu dar um puxão de orelhas ao seu ex-empregado.
«O histórico militante social-democrata Ângelo Correia considera que o primeiro-ministro não pode "perder a face" nem a "autoridade" mas deve recuar nas alterações à Taxa Social Única (TSU).» [DN]
Parecer:
Ângelo prometeu dar um puxão de orelhas ao seu ex-empregado.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se»
Tornado de fogo
«O australiano, de 52 anos, estava a procura de um local para filmar o seu filme perto de Curtin Springs Station, a cerca de 80 km de Uluru, no norte do país quando virou a câmara para o que parecia um pequeno fogo num arbusto.
Afinal era um tornado de fogo com 30 metros de altura que durou durante 40 minutos. Sendo que nas raras vezes em que o fenómeno ocorreu durou cerca de dois minutos. O realizador descreveu que estavam 25º C e não estava vento apesar do jacto de fogo.» [DN]
Haja dignidade!
«A escritora Maria Teresa Horta, distinguida com o Prémio D. Dinis pelo romance "As Luzes de Leonor", disse hoje à Lusa que não o aceita receber das mãos do primeiro-ministro, conforme o previsto.
A entrega do Prémio D. Dinis esteve agendada para a próxima sexta-feira, numa cerimónia com a presença do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
"Na realidade eu não poderia, com coerência, ficar bem comigo mesma, receber um prémio literário que me honra tanto, cujo júri é formado por poetas, os meus pares mais próximos - pois sou sobretudo uma poetisa, e que me honra imenso -, ir receber esse prémio das mãos de uma pessoa que está empenhada em destruir o nosso país", explicou Maria Teresa Horta à Lusa.
"Sempre fui uma mulher coerente; as minhas ideias e aquilo que eu faço têm uma coerência", salientou a escritora que acrescentou: "Sou uma mulher de esquerda, sempre fui, sempre lutei pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores".
Para Maria Teresa Horta, "o primeiro-ministro está determinado a destruir tudo aquilo que conquistámos com o 25 de Abril [de 1974] e as grandes vítimas têm sido até agora os trabalhadores, os assalariados, a juventude que ele manda emigrar calmamente, como se isso fosse natural".
A autora afirmou que "o país está a entrar em níveis de pobreza quase idênticos aos das décadas de 1940 e 1950 e, na realidade, é ele [Passos Coelho], e o seu Governo, os grandes mentores e executores de tudo isto".» [DN]
Parecer:
Ainda há gente digna num país onde muitos se encolhem na esperança de levarem gorjetas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Elogie-se o gesto.»
Sacanice bancária
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Parecer:
Para o governo os bancos não correm riscos e muito menos os que resultam de uma crise financeira de que são responsáveis. Se uma casa desvalorizou em consequência da crise financeira os bancos não correm riscos e receberão a totalidade do valor da casa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se quanto é que os partidos do poder receberam por fora para fazerem mais este frete e quem foi o intermediário do negócio pois está muito dinheiro em causa para que não tenha havido gorjetas.»