sexta-feira, setembro 07, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura -


 
   Foto Jumento
 

Tomar
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Angra do Heroísmo [J. Ferreira]
 
Jumento do dia
   
Alberto da Ponte
   
Não é todos os dias que um glorioso administrador luso, quase  apresentado como número dois (até faz lembrar o António Borges quando se pavoneava com o título pomposo de vice da Goldman Sachs de que nunca foi) de umas das maiores multinacionais do planeta, que está na sede da empresa a definir a estratégia mundial de uma marca e reportando-se directamente ao presidente larga todos os seus privilégios perante o apelo da pátria.

No meio de tanta ambição pessoal Alberto da Ponte deu um exemplo ao país, até porque ser presidente de uma empresa cujo futuro está nas mãos do Relvas é como estar disposto a aceitar servir o país à frente do departamento de limpeza da CML.

Alberto da Ponte está de parabéns e é um exemplo para o país, que venham todos os Albertos da Ponte perdidos por esse mundo fora para servir humildemente o país. Obrigado Alberto, obrigado Miguel.
    
 Cinismo

Os responsáveis do CDS assumem-se como os grandes opositores ao aumento dos impostos mas Paulo Núncio, o centrista dos Assuntos Fiscais vai ao parlamento anunciar uma redução dos escalões do IRS, isto é, um forte aumento dos impostos a coberto de uma falsa reforma do imposto. Aliás, os últimos anos o IRS tem aumentado brutalmente graças aos truques manhosos de Paulo Núncio.

 Confusões linguísticas?
 

Fica-se com a impressão de que o pessoal do CM faz de tradutor do governo, designadamente, do Gaspar e o Álvaro e confundem deliberadamente restrições salariais com cortes salariais, coisas que podem ser bem diferentes. Fica-se agora à espera que os patrões do CM dêm um exemplo de competitividade e sigma a sugestão dos cortes salariais aplicando-os aos seus jornalistas.
 
 Alberto da Ponte na RTP

Agora, sempre que virmos um programa da RTP temos de ir ao balão, ouvir aquela estação embebedará mais do que um barril de cerveja Sagres.

 RTP

Relvas arranjou uma "ponte" entre o património dos portugueses e o da Ongoing?
   

  
 A máscara enfim caiu
   
«Nos exames trimestrais, já se tornou habitual cedermos a iniciativa política. Deixarmos até que a língua portuguesa seja trocada pelo inglês sem tradução - mesmo nos documentos oficiais. É a vida. Jogamos fora cá dentro: encolhemos os ombros, engolimos as medidas, curvamos a espinha. Na verdade, é tudo simbólico: lavamos as mãos do nosso próprio destino. Eles mandam, nós cumprimos.
   
O que acha a troika desta boa vontade? Ora bem, se Relvas é o ministro das equivalências e Borges o equivalente a ministro, então a troika, mais coisa menos coisa, equivale ao nosso Governo. Tudo normal, portanto. Será mesmo assim? Esta semana, num encontro com um grupo de sindicalistas, a troika sublinhou que afinal a responsabilidade das medidas é do Executivo português, não dela. O bom, o mau e o péssimo do memorando de entendimento deve ser atribuído só ao Governo. É ele que executa e presta contas.
   
Naturalmente, a frase caiu mal. Soou a traição, embora na realidade, contra todas as indignações, tenha calhado muito bem. Devíamos ter festejado o acontecimento. Aquela frase é uma boa frase. Aquela frase dá-nos algum espaço de manobra, responsabiliza-nos e abre um debate que até agora parecia chutado para as margens da espuma partidária.
   
A este gesto que a troika fez sem querer, sem pensar e talvez sem medir as consequências podemos chamar de nation building - a expressão que as Nações Unidas usam para dar algum poder aos países ajoelhados. Significa capacitar os nativos que eles têm de começar a andar pelo próprio pé. Não vale a pena culpar os outros, embora isso faça parte do processo de cura: negação, raiva (histeria), negociação, depressão, aceitação. Já passámos pelas primeiras quatro fases, embora com a ordem trocada e sem nunca aprofundar o terceiro passo - a negociação.
   
É essa possibilidade que agora se reabre diante de nós. Não passámos a ter avenidas floridas à nossa frente, a margem continua estreita, as metas impossíveis, a Zona Euro uma bomba relógio. Mas caiu por terra o imperativo moral (moralista) do Governo - verguem-se, ó culpados - que se abatia sobre os portugueses. O memorando deixou de ser o tapume teórico e a escritura que justificava todas as medidas e agruras. Perdida em parte a desculpa, não resta ao Governo senão assumir a ideologia em nome próprio, com virtudes e defeitos, embora no contexto económico atual. O que equivale a dizer: resta a Passos Coelho governar além da troika, não para a troika - para o País. Caiu finalmente a máscara. Pode até ser bom. Pode moderar os piores instintos.» [DN]
   
Autor:
 
André Macedo.
   
 Querem deslocalizar o pau de marmeleiro
   
«É uma estátua de duas toneladas de bronze distribuídas por dois homens e um pau de marmeleiro, glorificando uma lenda que uma cidade fez sua. O seu tipo de justiça, com um varapau, está para Fafe como o chapéu está para Fernando Pessoa, é um pormenor, só isso, e até cai bem. A justiça de Fafe, lenda antiga, só corporizada em 1981 com a tal estátua que foi colocada nas traseiras do tribunal. Agora - é essa a notícia - o presidente da Câmara quer deslocalizar a estátua, não por razões económicas como acontece às fábricas, mas por incompatibilidade de vizinhança. A justiça pelas próprias mãos ficaria mal ao lado de um tribunal... Como se não vivêssemos num país com um cemitério chamado dos Prazeres e um aeroporto chamado Sá Carneiro. Nos 31 anos de vizinhança, nunca um pleito do tribunal de Fafe, mal influenciado pela estátua, saiu para as traseiras à bordoada, tal como os aviões não se puseram a despenhar no Porto ou os enterros a dançar em Campo de Ourique. Os nossos líderes, com mil desses falsos cuidados connosco, ofendem-nos a inteligência. E, no caso de Fafe, até tresleem. O Visconde de Moreira de Rei, usando o varapau, tal como contou o Barão de Espalha Brasas, cujo poema épico deu início à lenda, foi, afinal, um precursor da justiça moderna, proporcionada e pedagoga. Tendo sido provocado a duelo, não escolheu a espada ou a pistola, que são fatais, mas o pau, que não mata e, bem aplicado no lombo, educa.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
     
  
     
 Unicer aprova escolha da Centralcer para a RTP
   
«António Pires de Lima (filho), presidente da Unicer (Super Bock), aprova a escolha governamental de Alberto da Ponte - seu arqui-rival durante anos na presidência da fábrica da Sagres, a Sociedade Central de Cervejas - para a presidência da RTP.» [DN]
   
Parecer:
 
E o que é que o país tem que ver com a opinião do senhor das bebedeiras Superbock?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      
 Agora é que o dizes?
   
«Barroso defendeu hoje em Bruxelas que os Estados-membros devem melhorar a sua competitividade sem pôr em causa o Estado Social.
   
José Manuel Durão Barroso, que falava na abertura de uma conferência de dois dias sobre Emprego, organizada pela Comissão Europeia, disse discordar daqueles que defendem que, face aos desafios de competitividade que a Europa enfrenta, deveria ser equacionado o modelo social e a economia social de mercado.
   
"A Comissão discorda desta análise, precisamente porque sabemos, e podemos vê-lo na prática, que alguns dos países mais competitivos na Europa e do mundo são precisamente aqueles que são mais ativos em termos da europa social que queremos construir", disse.» [DE]
   
Parecer:
 
Barroso no seu melhor, à rasca e a fugir do barco da austeridade como se fosse uma ratazana.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Durão Barroso que instruções foram dadas ao representante da Comissão na Troika.»
   
 Terá sido ideia de José Sócrates
   
«Um capitão que assessorou tecnicamente a Marinha no processo de aquisição dos submarinos afirma num documento reservado que o Ministério da Defesa aceitou reduzir as capacidades dos dois submarinos comprados a um consórcio alemão sem baixar o preço dos submergíveis.
   
O relatório datado de Abril de 2004 - consta de um dos inquéritos judiciais a este negócio, arquivado em Junho - alerta ainda para falhas na negociação do apoio logístico no pós-compra, o que implica que os aparelhos terão um custo mais elevado de manutenção e operação. A Marinha estima que a manutenção dos dois aparelhos vá custar sete milhões de euros por ano.
  
"Constata-se que o preço dos dois submarinos (712 milhões de euros) não sofreu qualquer alteração em relação ao valor da adjudicação [em 2003], embora, como já se explanou no presente documento, a configuração dos submarinos tenha sido degradada", escreve o capitão-de-mar-e-guerra Rui Rapaz Lérias, o oficial mais antigo no Grupo de Projecto dos Submarinos, que assessorou tecnicamente a Marinha neste dossier. O documento foi elaborado uns dias depois da assinatura do contrato de aquisição dos submarinos pelo então ministro da Defesa, Paulo Portas. E é justificado por Rapaz Lérias com a necessidade de que "fique definitivamente registada a responsabilidade das partes envolvidas no processo de tomada de decisão que se desenrolou nos últimos três meses antes da assinatura do contrato", numa altura em que estava prestes a deixar as funções de director de projecto.
   
O militar lamenta ainda muitas das opções aceites pelo grupo de apoio ao ministro da Defesa, integrado pelo contra-almirante Cardoso Caravana, que assessorava. Entre estas está a mudança do fornecedor do sistema electrónico de guerra dos submarinos, um equipamento que considera nuclear para o valor militar dos aparelhos, que acabou "entregue a duas empresas sem qualquer experiência na produção de sistemas" como este, o que constitui "um risco tecnológico relevante". O objectivo da alteração era poupar cerca de três milhões de euros, mas o militar considera que neste caso a mudança não se justificava, "tanto mais que o preço dos submarinos propriamente ditos se manteve". Critica também que se tenha aceitado pagar um milhão de euros por alguns "melhoramentos" dos submarinos, considerando que as alterações "foram claramente sobrevalorizadas". 
   
O capitão sublinha que discordou que o grupo de apoio tenha decidido "retirar do âmbito do fornecimento contratual todos os bens relativos ao apoio logístico de terra, designadamente as ferramentas especiais, os sobresselentes de terra para os dois primeiros anos de operação, os equipamentos de medida e teste, o equipamento auxiliar de manutenção e o equipamento oficinal". E critica a forma como foi negociado o apoio logístico pós-compra, o que, realça, "terá implicações nefastas nos custos de sustentação dos submarinos".
   
Relativamente à formação e treino que o consórcio alemão ficou obrigado a dar, Rapaz Lérias critica o montante cobrado (4,557 milhões de euros), que considera "muito elevado", insistindo que se poderiam ter poupado mais de 300 mil euros. Também enfatiza que o grupo de apoio ao ministro da Defesa Paulo Portas retirou dos serviços a prestar pelos alemães o alojamento dos militares em formação e treino, uma despesa que estima em 1,5 milhões de euros.» [Público]
   
Parecer:
 
É uma pena que José Sócrates nunca tenha sido relacionado com o negócio dos submarinos, a esta hora tudo estaria investigado e nenhum estatuto livraria Sócrates de escutas ou lhe daria direito a certificados de inocência.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Mais gregos do que os gregos
   
«Em Portugal, o Eurostat revela que a contração do PIB foi de -0,1% no primeiro trimestre de 2012 e de -2,3 no segundo trimestre de 2011.» [Expresso]
   
Parecer:
 
Passos Coelho vai deixar de ser mais 'troikista' do que a 'troika' para passar a ser mais grego do que os gregos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Um Kg de açúcar vale 28 acções do BCP
   
«As acções do BCP caíram no início da sessão de hoje 11,8% para mínimos de três meses em 0,075 euros, reflectindo o efeito diluitivo do aumento de capital de 500 milhões de euros que será feito a um desconto de 53%, face à cotação de fecho de ontem.
   
A Administração do Millennium bcp deu ontem 'luz verde' ao previsto 'cash call' de 500 milhões de euros, reservado a accionistas ao preço de subscrição de 0,04 euros por acção, que implica um desconto de 53% face à cotação de fecho.» [DE]
   
Parecer:
 
Pobre Opus.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Opte-se pelo kg de açúcar, é um melhor investimento do que acções do Opus Millennium.»
   
 Nem todos são mais troikistas do que a troika
   
«A Hungria não vai aceitar um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE) com as condições impostas pelas duas instituições, declarou hoje o primeiro-ministro, Viktor Orban, na sua página no Facebook.
   
"A esse preço (...) e dessa forma, não. Não precisamos de uma garantia financeira", indicou num vídeo divulgado na referida página, em alusão a um empréstimo de 15 mil milhões de euros que a Hungria está a negociar com o FMI e a UE.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Os húngaros não quererão o nosso Santinho de Massamá mais os Gasparoika?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»