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Górgula da Sé de Lisboa
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Aparelhando [A. Cabral]
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Marcelo Rebelo de Sousa
Temos um primeiro-ministro que tem uma qualidade ímpar na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, ao fim de 18 meses de asneiras recuou numa asneira que ia pondo o país de pernas para o ar, recuou forçado dias depois e a meio de um Conselho de Estado onde a medida ia ser explicada, recuou perante uma boa parte dos portugueses na rua, recuou perante a rejeição da benesse pelos próprios empresários. Mesmo assim, insiste agora que a medida foi mal compreendida, que deve sem implementada aos bocadinhos, isto é, continua a pensar que é o único soldado do batalhão que tem o passo certo.
Mas o professo Marcelo acha que ser cobardolas, incoerente e incapaz de explicar as suas próprias políticas é uma qualidade digna de um grande primeiro-ministro. Pois professor Marcelo estás aqui ainda vais dizer que o Gaspar é uma doçura de homem.
«O ex-líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa defendeu hoje que o primeiro-ministro agiu "bem" ao recuar na Taxa Social Única (TSU), considerando que o Governo ainda não anunciou novas medidas porque está a "ajustar" com a "troika`.
"Devemos estar naqueles dias finais de acerto (Governo e "troika`)" e, por isso, "é muito difícil que o primeiro-ministro possa dizer aos portugueses aquilo que ainda está a acertar", afirmou o antigo presidente do PSD e conselheiro de Estado, em declarações à agência Lusa.» [DN]
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É mais do que evidente que o MP nada encontrou nem esperava encontrar na casa dos ex-governantes que estão a ser julgados na praça pública por iniciativa de quem decidiu dar a conhecer as buscas à comunicação social. Se o MP encontrasse alguma coisa o responsável não deveria ser julgado por corrupção mas sim por estupidez, só alguém tão estúpido tinha a informação à espera que um MP lerdo lá fosse procurar.
A experiência da justiça portuguesa mostra que a maioria das buscas domiciliárias apenas servem para iniciar julgamentos na praça pública, para humilhar os supostos suspeitos e para traumatizar familiares, entrar por uma casa a dentro quase de madrugada para nada encontrar nada serve a justiça, apenas serve de petisco para a comunicação social.
Era bom que os portugueses já que souberam das escutas pudessem ler os fundamentos com que o MP requereu o mandato judicial e o despacho do juiz que as autorizou, bem como os resultados. É evidente que tudo isto irá saber-se, mas isso sucede muitos meses depois de terem sido feitos os julgamentos por jornalistas com vocação para juízes dos tribunais plenários.
Se os magistrados portugueses tivessem de indemnizar o Estado pelo prejuízo dado por certas investigações talvez os recursos cobrados a gente pobre e que sofre fossem melhor gastos, em prol da justiça.
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«Da 5ª avaliação da execução do Programa de Assistência Financeira resultou finalmente o reconhecimento de que o Governo, apesar dos sacrifícios pedidos aos portugueses, vai falhar a meta do défice prevista para este ano.
Não é ainda claro o valor exacto desse desvio mas o Ministro das Finanças terá dado aos parceiros sociais a indicação de que estaria a contar com um défice real de 6,1% no final do ano, ou seja, 1,6 p.p. acima da meta de 4,5% do PIB. É muito provável que esta seja mais uma previsão errada.
Os mais recentes dados da execução orçamental, revelados pela Direcção-Geral do Orçamento, mostram que a quebra das receitas fiscais, em vez de se atenuar, tende a agravar-se. Na verdade, retirando o efeito da antecipação da cobrança do IRS verificada este ano (e que dá uma aparência enganadora de melhoria ao conjunto das receitas fiscais), fica à vista o verdadeiro impacto do que se está a passar com o imposto mais importante - o IVA: o valor acumulado da receita do IVA cobrada desde o início do ano, que em Julho estava a cair 1,1% (em termos homólogos), cai agora 2,2%! Basta lembrar que, ainda há poucos meses, Vítor Gaspar fez o Orçamento Rectificativo prevendo não uma redução mas sim um aumento das receitas do IVA superior a 11% (!) para se perceber que estamos perante um "desvio colossal".
Seja como for, o facto é este: foi o falhanço do Governo na execução orçamental deste ano que levou a "troika" a ter de rever as metas do Programa de Assistência Financeira, de tal modo que a meta do défice prevista para este ano (4,5% do PIB) ficou adiada para 2013. Dito de outra forma: o que o Governo não conseguiu este ano, terá de conseguir no próximo. Mas há ainda outra maneira, bem mais reveladora, de dizer exactamente a mesma coisa: a medida da austeridade adicional que o Governo vai exigir aos portugueses no Orçamento para 2013 corresponderá, essencialmente, ao desvio na execução orçamental que se registar este ano. É isto que significa fazer em 2013 o que o Governo não fez em 2012 - e é por isso, aliás, que saber o valor real do défice no final do ano, isto é, saber a expressão exacta do fracasso do Governo na execução orçamental, é tão importante para perceber o Orçamento que vamos ter e os sacrifícios que vão ser pedidos.
Sendo assim, há duas conclusões que importa reter. Em primeiro lugar, o seu a seu dono: ao contrário do que alguns pretendem, toda a austeridade adicional que vier aí no Orçamento de 2013 é da total responsabilidade do actual Governo e tem uma única razão de ser - cobrir o fiasco na execução orçamental deste ano, que é consequência da desastrada opção do Governo por uma "austeridade além da ‘troika'".
Em segundo lugar, o Ministro das Finanças tem de explicar, de uma forma que se entenda, porque é que anunciou para 2013 um programa adicional de austeridade da ordem dos 4900 milhões de euros ao mesmo tempo que diz estimar para este ano um défice real de 6,1%, o que corresponderia a um desvio de cerca de 2800 milhões de euros - um desvio colossal, é certo, mas muito longe de explicar a dimensão astronómica da austeridade anunciada para o próximo ano. A verdade é que as contas não batem certo e o facto de serem apresentadas por Vítor Gaspar já há muito que deixou de ser garantia suficiente.» [DE]
Pedro Silva Pereira.
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«Passaram apenas 18 meses desde que PSD, PP, PCP, BE e PEV se uniram para chumbar o pacote de medidas acordado pelo Governo com o BCE e a UE para garantir que Portugal não seria o terceiro país do euro a recorrer a um resgate financeiro. O chumbo, era sabido, implicaria a demissão do Executivo socialista e, no clima de pressão dos mercados financeiros sobre as dívidas soberanas, o resgate.
Na Alemanha, Merkel deu largas à sua fúria num discurso no parlamento, criticando o chumbo do pacote que tinha, frisou, o apoio do BCE e da UE. Os mesmos BCE e UE aos quais o governo demissionário, perante o disparar dos juros, foi obrigado menos de um mês depois a pedir ajuda financeira de emergência.
Toda a gente está recordada destes factos; como toda a gente terá presente que o motivo invocado pela oposição para recusar as medidas e derrubar o Governo foi um alegado "excesso de austeridade sobre as pessoas". Afinal, tudo isto se passou apenas há ano e meio. E levou só um ano e meio para se tornar claro - para aqueles para quem não o foi logo - que não existia em nenhum dos partidos que chumbou o PECIV outro propósito que não o de derrubar o Governo, custasse o que custasse, e desencadear eleições. O PSD e o PP fizeram-no porque esperavam, como sucedeu, ter votos suficientes para governar. O PCP, o BE e o PEV fizeram-no porque tinham a esperança de roubar votos ao PS e porque sabem que quanto mais à direita for o Governo mais têm possibilidades de os angariar. Ninguém, nestas cinco agremiações políticas, perdeu um minuto a pensar nos terríveis custos, para o País, desse ato. Ninguém se ralou com o expectável reforço da austeridade de que a Grécia e a Irlanda eram quadro vivo; ninguém quis sequer saber do que mais um resgate significava para a UE e para o euro. Ninguém pensou em responsabilidade, em solidariedade, em nós - ninguém, a começar pelo locatário de Belém.
Portugal podia, mesmo com o PECIV aprovado, ter sido, mais tarde, forçado a pedir um resgate? Não sabemos. Não sabemos o que teria sucedido se em vez de um Cavaco tivéssemos um presidente e em vez de um Passos e um Portas, um Jerónimo e um Louçã, gente mais ralada com os portugueses do que com ganhos partidários. O que sabemos é o que sucedeu. Que, a três meses do fim do ano, não fazemos ideia de qual o défice com que aí vamos chegar, nem de como será possível atingir a meta para 2013; que Cavaco humilhou e desautorizou o primeiro-ministro, erigindo o Conselho de Estado em poder executivo; que temos um Governo zombie; que o clamor da rua sobe e que o discurso infeccioso contra "os políticos" e a democracia cresce.
Que no meio disto a ministra da Justiça comente buscas em casa de ex-governantes como "o fim da impunidade" é um paroxismo de ironia. Cuidado, muito cuidado com o que se deseja. A nossa história recente deveria ter-nos ensinado pelo menos isso.» [DN]
Fernanda Câncio.
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«Passos Coelho cedeu, e bem, aos protestos, deixando cair a transferência de rendimentos do empregado para o empregador, mas manteve firme a intenção de reduzir os salários por via fiscal.
O País rebelou-se quando o primeiro-ministro anunciou um aumento radical das contribuições sociais dos portugueses. A ignomínia de pôr os trabalhadores a financiarem a redução da taxa social única das empresas foi a gota de água, mas o que fez encher o copo de forma tão acelerada foi o simples corte salarial que, curiosamente, de todas as medidas de austeridade anunciadas, foi a mais transversal (excepto o IVA).
Passos Coelho cedeu, e bem, aos protestos, deixando cair a transferência de rendimentos do empregado para o empregador, mas manteve firme a intenção de reduzir os salários por via fiscal. É uma questão aritmética e o plano de ajustamento orçamental negociado com a troika assim o exige.
Começou então a discussão em torno da equidade dos cortes salariais e da necessidade de garantir que os ordenados mais baixos não são afectados. É de saudar esta preocupação, que Passos Coelho e os seus ministros tanto enfatizam nos seus discursos, mas é pena que só se coloque do lado da receita. Quando a austeridade se aplica por via da despesa raramente se fala na distribuição dos sacrifícios.
E por despesa entenda-se a que conta na hora de fazer as contas do Estado: os gastos com serviços públicos prestados na área da saúde, educação, transportes e protecção social. É desta despesa que Passos Coelhos nos falará quando divulgar os seus planos para 2013 e 2014.
Será que os cortes na despesa são justamente repartidos pela população portuguesa? Claro que não. O aumento das tarifas dos transportes públicos, o agravamento das taxas moderadoras, a diminuição de recursos no ensino público não afecta do mesmo modo ricos e remediados porque estes utilizam (e dependem) muito mais os serviços sociais do Estado do que aqueles.
Ora, quando chega a altura de comentar o que é equitativo ou não, o que é justo ou injusto, a avaliação depende sempre, ainda que de forma inadvertida, de quem a faz: além dos valores e ideologia, são determinantes o seu modo de vida e a sua estrutura e dimensão de rendimentos.
Uma coisa é defender, por princípio, o Serviço Nacional de Saúde. Outra coisa é precisar dele para tratar da saúde dos seus filhos; uma coisa é achar-se bem que o Estado disponha de escolas para ensinar os pobres. Outra coisa é ter os filhos a estudar na escola pública; uma coisa é defender a importância dos transportes públicos. Outra é precisar deles para ir trabalhar diariamente.
A despesa (que financia os serviços públicos) é o rendimento dos pobres. Nessa medida, os cortes na despesa pública são impostos sobre os pobres. São, por isso, altamente regressivos porque afectam mais quem menos tem, o que, em Portugal, corresponde também à maioria da população. » [Jornal de Negócios]
Manuel Esteves.
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«A líder do PSD/Açores, Berta Cabral, recusa ser associada ao primeiro-ministro e presidente do seu partido, Pedro Passos Coelho.
Em entrevista à RTP Açores, Berta Cabral lembra que tem um passado e assegura que o PSD/Açores tem autonomia em relação ao PSD do continente.
A Antena1 sabe que Pedro Passos Coelho não deverá ir aos Açores. Neste momento não há nada previsto e a campanha para as eleições regionais começa já este domingo.» [RTP]
Parecer:
A sarna, também conhecida por escabiosa tem agora uma variante lusa, o Passos Coelho.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
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«O défice orçamental nos primeiros seis meses do ano atingiu os 6,8 por cento do Produto Interno Bruto, em contabilidade nacional (a que conta para Bruxelas), correspondente a -5.597 milhões de euros, indicou hoje o INE.» [DN]
Parecer:
Se lhe acrescentarmos o roubo dos subsídios chegamos à conclusão que o competentíssimo Gasparoika é o pior ministro das Finanças desde a implantação da República.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ponha-se o Gaspar no lugar do cavalo do D. José na estátua do Terreiro do Paço.»
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«O ex-líder do PSD Marcelo Rebelo de Sousa defendeu hoje que o primeiro-ministro agiu "bem" ao recuar na Taxa Social Única (TSU), considerando que o Governo ainda não anunciou novas medidas porque está a "ajustar" com a "troika`.» [DN]
Parecer:
Temos um primeiro-ministro em quem ao fim
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
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«Os encargos que o Estado assumiu com as Parcerias Público Privadas (PPP) vão custar os portugueses 13, 1 mil milhões de euros, durante os próximos dez anos, segundo um estudo da Ernest & Young, soube o “Diário de Notícias”.» [i]
«O Estado concedeu mais de 1,37 mil milhões de euros em benefícios fiscais a empresas, em 2010, avança o Diário Económico.» [i]
Parecer:
Se as PPP custarão uma média de 1,3 mil milhões de euros e a incompetência do ministro das Finanças já custou mais de 4 mil milhões em quebra de receitas fiscais só num ano e a procissão ainda vai a meio. à incompetência do Gaspar há que juntar os mil milhões em benefícios fiscais a empresários sem se perceber bem porquê.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Substitua-se o cavalo do D. José pelo Gaspar.»
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«As estimativas do Executivo apontam para um saldo negativo de quase 700 milhões de euros na Segurança Social este ano.
A Segurança Social poderá registar um défice de 694,1 milhões de euros em 2012, de acordo com as estimativas do Governo enviadas pelo INE para Bruxelas.» [DE]
Parecer:
Compreende-se agora o porque de tanta excitação do Lambretas, que até se esqueceu do CDS.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mais um candidato à remodelação.»
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«"Como é que os jornais souberam que foram feitas buscas [domiciliárias]? O julgamento na praça pública em nada abona a favor da investigação", disse o presidente da Câmara do Porto, na sessão de abertura da segunda Reunião Anual da Justiça Administrativa (REAJA), subordinada ao tema "A Justiça Administrativa em Tempos de Crise".
O autarca referia-se a Mário Lino, António Mendonça e Paulo Campos, os ex-governantes socialistas alvo de buscas domiciliárias no âmbito do inquérito às PPP, lamentando que a informação sobre a investigação tenha passado para a comunicação social.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Agora que a panelinha estava tão bem montada.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se o gesto, que haja alguém que diga não.»
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«A taxa de poupança das famílias cresceu em 0,2 pontos percentuais para 10,9%, no segundo trimestre do ano, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
No trimestre em análise verificou-se corte nos gastos do consumo superior à queda do rendimento disponível, o que permitiu que a taxa de poupança aumentasse. “O aumento da poupança reflectiu a redução da despesa de consumo final das Famílias, em cerca de 1,0%, mais intensa que a diminuição do rendimento disponível (0,8%)”, explica o INE.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
É o resultado de tanto disparate do Gaspar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se por cada vez mais recessão.»
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«“O diálogo social permite o desenvolvimento e permite a coesão. Mas só é possível se de parte a parte tivermos, permanentemente, a preocupação de, ao dia, auditarmos aquelas que são as nossas iniciativas e responsabilidades”, afirmou Miguel Relvas.
O ministro dos Assuntos Parlamentares assinou esta sexta-feira o protocolo de colaboração do Plano Estratégico “Impulso Jovem”. Durante a cerimónia, o governante destacou que este plano é “uma verdadeira parceria nacional” naquilo “que é um objectivo comum que é o de combatermos hoje uma realidade muito forte no nosso País e que é uma realidade que nos tem de preocupar permanentemente que é o desemprego e dentro do desemprego, o desemprego jovem”.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Este incompetente ainda não percebeu que já é um cadáver político em adiantado estado de putrefacção.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Enterre-se por uma questão de higiene nacional.»
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