segunda-feira, setembro 03, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura -


 
   Foto Jumento
 

Goraz ou Garça-nocturna [Nycticorax nycticorax] no Jardim Gulbenkian, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Pôr do sol na aldeia de Monsanto [A. Cabral]
 
Jumento do dia
  
Passos Coelho
 
Devia ser proibido servirem bebidas alcoólicas na universidade de Verão dos pirralhos da J do PSD...
 
A redução da despesa ocorreu devido a uma medida declarada insconstitucional e adoptada por conta de um falso desvio inventado pelo próprio Passos e as reduções das rendas têm um impacto quase nulo. Passos Coelho mentiu aos pirralhos, pobres miúdos, é de pequenino que se torce o pepino e estes candidatos a boys foram a Castelo de Vide levar uma injecção de mentiras.
 
«O primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho garantiu este domingo que o défice está ser reduzido apesar do comportamento adverso da receita fiscal.
    
"Volto a sublinhar que o défice está a cair, e cai sobretudo por causa da despesa e não por causa da receita, o que não deixa margem para duvidar de que o Governo está a cumprir o seu compromisso de cortar a despesa do Estado e a consolidar as finanças públicas", referiu o líder do PSD no discurso de ‘reentré' politica que marca o final da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide.» [CM]
 

  
 Mais desiguais
   
«Há uma consequência do revolucionário ajustamento: vem aprofundar ainda mais um problema endémico da sociedade portuguesa, a desigualdade.
  
Os números sobre o aumento de pessoas que ganham apenas o salário mínimo e os níveis de desemprego são prova disso. Convém não esquecer que as principais medidas para controlar as contas públicas e atingir os objectivos do défice teriam sempre como consequência o aumento da desigualdade. Portugal já é o mais desigual país da União Europeia e deliberadamente vai ser ainda mais.
   
O aumento dos impostos indirectos, os cortes de salários dos funcionários públicos, o corte nas pensões, o aumento do preços dos transportes, da electricidade, da água, afectam sobretudo a classe média, a mais baixa classe média. Não parece ser necessário enunciar que o aumento do IVA ou a subida de preços de transportes faz diminuir proporcionalmente muito mais o rendimento dos mais pobres do que dos mais ricos. Mais, sabemos que o sistema de saúde publica foi, a par com a educação pública, um dos factores de diminuição da desigualdade no século passado em Portugal. Se se põe em causa esse acesso as consequências serão devastadoras para o equilíbrio social.
A classe média portuguesa não é propriamente semelhante à da maioria dos países da União. Convém recordar que o salário médio em Portugal é cerca de 750 euros. O programa de empobrecimento em curso não diminuirá apenas o poder de compra da classe média, transformará essa imensa maioria em gente pobre.
   
Níveis de desigualdade como os que temos e como os que vamos ter corroem a comunidade. Potenciam a percepção de existirem cidadãos de primeira e segunda classe, impossibilitam a concertação social, põem em causa aquilo que é a verdadeira argamassa social: a confiança entre os cidadãos. Sem a sensação de que há direitos e deveres iguais, que os sacrifícios são equitativamente distribuídos, que a justiça não distingue ricos e pobres (e essa impressão já existe) a sociedade corre o risco de desintegração. Quanto mais duro for o momento que uma comunidade viva, mais necessária é a sensação de pertença e de desígnio comum, e, que não restem dúvidas, a desigualdade extrema potencia todos os conflitos.
  
Claro está, o Governo - e a troika - está convencido de que este evidente agravamento da desigualdade será momentâneo ou pelo menos invertido num curto espaço de tempo. No fundo, o Governo acredita que desta forma será possível construir riqueza e que só a construindo se poderá depois distribuir. Esse caminho tem vários problemas. O primeiro é estar longe de ser provado que a fórmula que está a ser aplicada crie riqueza, os resultados até agora conhecidos provam exactamente o contrário. Mais, os países com mais bem-estar, mais desenvolvidos, com mais regalias sociais são as terras em que a desigualdade é menor e que cresceram sem a porem em causa. Se isto não diz nada sobre as consequências de ainda maior desigualdade não sei o que dirá. E que não restem dúvidas: a democracia corre sérios riscos. Atirar ainda mais pessoas para a pobreza, retirar ou dificultar o acesso à saúde e educação não será sustentável politicamente numa fase em que tanta gente está privada dos mais básicos bens. Já foi dito e redito: o amor à democracia não está no DNA dos povos, ninguém troca pão por votos. Experiências de grande crescimento económico nestes moldes existiram em ditaduras, nunca em democracias. Chile e agora a China são dois bons exemplos. Não deixa de ser perturbante que a direita portuguesa esteja distante do debate sobre a desigualdade e que dê de mão beijada à esquerda a liderança da análise deste problema. O combate contra a desigualdade não é, nunca foi, um exclusivo da esquerda, é uma questão civilizacional que a direita europeia - até a portuguesa com a normalidade democrática - liderou em diversas alturas. Mas é difícil pedir o que quer que seja ao PSD, ao nível da reflexão sobre as grandes questões, quando o partido está ideologicamente dominado por gente que se formou na extrema-esquerda ou por rapazes que nunca saíram da faculdade. Melhores dias virão.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes. 
     
  
     
 Cavaco atira areia para os olhos da troika
   
«"Essa é uma questão que, com certeza, em primeiro lugar, se coloca do lado das entidades internacionais. Até porque elas fizeram determinadas previsões, por exemplo, para o défice orçamental de 2011, que falharam", afirmou.
   
Cavaco Silva falava à imprensa à margem da Taça Portugal Solidário, que se realiza no Oceânico Victoria Clube de Golfe, em Vilamoura, um torneio com o alto patrocínio da Presidência da República.
   
"Quando foi negociado o acordo com o Governo anterior, a troika fez uma avaliação do que seria o défice orçamental no ano 2011, e mesmo com medidas extraordinárias que este Governo tomou, foram necessárias transferências dos fundos de pensões dos bancos", sublinhou.» [Expresso]
   
Parecer:
 
O que Cavaco está tentando é disfarçar as responsabilidades do seu governo e de si próprio, o défice de 2012 nada tem que ver com o de 2011 e é da inteira responsabilidade fo governo e de Cavaco Silva. Recorde-se que há bem pouco tempo Cavaco falava em crescimento e em criação de emprego neste segundo semestre, previsões que a troika nunca fez.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o espectáculo degradante.»
      
 Pobre António Borges
   
«"Não tenho conhecimento de que exista alguma proposta oficial. O Presidente da República, como é óbvio, não comenta declarações de consultores do Governo", afirmou aos jornalistas.» [Expresso]
   
Parecer:
 
O frete que fez ao Relvas transformou-o num saco de boxe.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   

 Via do Infante às moscas
   
«A Via do Infante, no Algarve, registou no segundo trimestre deste ano uma quebra no tráfego médio diário (TMD) superior a 52% em relação ao mesmo período de 2011, recebendo agora pouco mais de 7.700 viaturas.» [Expresso]
   
Parecer:

Já não sei onde fica há um par de anos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Plantem-se figueiras na faixa da direita e alfarrobeiras na da esquerda.»
   
 Umas décimas, diz Cavaco Silva
   
«O défice orçamental no primeiro semestre do ano ter-se-á situado nos 6,9% em contabilidade nacional, a que conta para Bruxelas, calcula a Unidade Técnica de Apoio Orçamental, que alerta para os habituais agravamentos no último trimestre do ano.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Como Cavaco é simpático, generoso e tolerante perante este governo, mais um pouco e ainda organiza um baile no pavilhão Atlântico para comemorar todo este amor entre Belém e São Bento. É preciso estar muito apaixonado para chamar a um desvio de 2,4% algumas décimas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»