Nesta semana os portugueses tiveram a oportunidade de
assistir a uma ópera bufa com grandes actores e que se prolongou ao longo de
dias, começou com um primeiro-ministro com um QI que parece situar-se entre o
deficiente mental e o imbecil, que anuncia um roubo colectivo aos trabalhadores
portugueses, empurrando muitas famílias para a insolvência e uma hora depois
está mais a sua fisioterapeuta a rir à gargalhada num teatro de Lisboa.
O artista principal fez o mundo rir ao sugerir que um país
que está a entrar numa espiral de recessão o que precisa é de mais uma boa dose
de austeridade, e se o Estado já tem dinheiro que baste então tira-se um
ordenado aos abastados empregados para darem aos proletários patrões. Assim, o
pessoal do Partido Comunista Chinês esfrega os punhos cerrados de alegria
enquanto o seu serviçal Catroga arrecada os pentelhos da TSU dos seus 10.000
trabalhadores ricaços para que a mercearia da esquina que tem a electricidade
desligada por falta de pagamento possa pagar os salários atrasados. A solução do imbecilóide de Massamá foi tão
apreciada pelas instituições internacionais que o FMI já está a pensar em
sugerir ao mundo o corte de um salário aos trabalhadores para financiar as
amantes dos patrões, dizem que patrões felizes e satisfeitos investem mais e,
portanto, criam emprego.
Outro bom desempenho nesta ópera bufa foi ao do submarinista
do governo, ora emerge, ora submerge e da última vez que veio cá acima
encomendar tremoços deu um tiro no porta-aviões deixando-o a meter água por
todos os lados. A verdade é que passada a crise o submarinista é a face humana
do governo enquanto o imbecilóide não passa de moço de recados do Gasparoika, o
submarinista é inteligente enquanto o imbecilóide devia estar na CERCI, o
submarinista sobreviveu enquanto o imbecilóide é um cadáver político na morgue
governamental que acabará por ser enterrado como mendigo já que ninguém o vai
querer levantar e muito menos fazer de carpideira.
José Seguro decidiu fazer finalmente uma boa interpretação e
deixou o sogro do dono do Pavilhão Atlântico a falar sozinho, se este sonhava
ser o salvador da pátria que se desunhasse pois depois de derrubar um governo tão
legítimo quanto ele se a ideia era aparecer como salvador da pátria teria de o
seu com o seu afilhado de Massamá. Ao recusar ir para o governo sem o aval dos
eleitores fechou a porta da história ao Silva da Coelha, ao assegurar que iria
remeter o OE para o Tribunal Constitucional retirou-lhe qualquer margem para
assobiar para o ar no momento de promulgar mais um golpe inconstitucional.
Do lado do PCP o papel é sempre o mesmo, o secretário-geral
da CGTP disse, com a arrogância do costume, que não ia à manifestação porque
estaria a organizar a do dia 29 e acabou por ser um dos mais activos
manifestantes, ao mesmo tempo que a organização do PCP, a estrutura que mais
trabalhou para ajudar Passos e Portas a chegarem ao poder, quase esqueceu a
manif do dia 29 para se concentrar nos seiscentos mil manifestantes do dia 15.
Para este PCP, bem como para o BE nesta versão de liderança conjugal, nada
muda, em vez de uma ópera bufa optam sempre pela palhaçada.