A direita idiota liberada por um imbecil decidiu governar à
margem da lei e de qualquer princípio ético ou moral, acabaram-se as negociações
entre trabalhadores e patrões, acabara-se os processos de concertação e
acabou-se a constituição. O Tribunal Constitucional ousou fazer cumprir a
Constituição da República e Passos Coelho ficou irritado, a melhor forma que
encontrou para fazer que cumpria o acórdão do TC foi vingar-se usando-o para
tramar ainda mais os funcionários e pensionistas e ainda ir forçar os
trabalhadores a transferir uma parte dos seus rendimentos para os patrões. A
direita portuguesa perdeu a vergonha e ao revelar tamanha irresponsabilidade e
abuso arrisca-se a conduzir o país para o conflito social de consequências
imprevisíveis.
Cavaco Silva fala, fala, fala mas não faz nada, a verdade é
que no dia seguinte ao Presidente da República pronunciar-se sobre a hipótese
de serem impostos mais sacrifícios aos portugueses o primeiro-ministro
vingou-se e fez precisamente o contrário. Agora os portugueses ficam a aguardar
pela reacção de Cavaco e serão muitos os que neste momento questionarão qual
terá sido o verdadeiro preços do Pavilhão Atlântico.
Entretanto, a troika lá vai fazendo a sua quinta avaliação e
dessa ainda sobrará mais uns impostos a cobrar aos trabalhadores portugueses até
ao final do ano, ao que parece a incompetência do ministro das Finanças custou
ao fisco mais de dois mil milhões de euros e um pulo no défice que nos coloca a
par da Grécia.
Mas nem tudo são más notícias para os trabalhadores portugueses,
há pelo menos um que decidiu andar no sentido contrário e regressar ao país
para ganhar muito menos, prescindindo de uma posição que dizer ser a de número
dois de uma multinacional. Quando muitos fogem do país o Ponte regressa, quando
muitos se queixam dos impostos o Ponte decide ganhar menos, é caso para recear
uma de duas coisas, ou o Ponte andava a beber muita cerveja ou alguém lhe vai
pagar com jutos quando a RTP for entregue aos amigos do Relvas a título de
pagamento da ajuda prestada à direita imbecil para chegar ao poder.