Foto Jumento
Castelo de Almourol
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Aldeia de Monsanto [A. Cabral]
A mentira do dia d'O Jumento
Jumento do dia
Jumento do dia
Miguel Relvas
Os portugueses que se preparem para a surpresa, quando Relvas regressar do Brasil vai direito à Escola Naval, no Alfeite, requerer a equivalência ao curso de Marinha e de seguida requisita as divisas de almirante, depois de várias travessias do Atlântico o homem, que parece o resultado do cruzamento do Colombo com o Fernão de Magalhães, vai dizer que já navegou mais por esses oceanos mundo fora que qualquer filho da escola da Armada.
Só se assim se compreende que um político com linguagem de remador ande a sugerir à oposição que teme para o mesmo lado, isto é para o golpe de fascistas de discoteca que estão a dar no país a coberto da crise e com a cobertura de ratazanas dos gabinetes das organizações internacionais.
Este Miguel Relvas deve ser mesmo burro, só isso explica que com tantos altos estudos em ciência política na Universidade da Treta Lusófona ainda pense que alguém dá ouvidos à sua baboseiras, pior do que isso, há muitos portugueses que começam a vomitar compulsivamente só de verem esta personagem.
No Pravda
«Never in the history of politics has there appeared a man so ill-prepared to govern a country in crisis, never has a team appeared that is so inept or which has implemented such blind, laboratory policies such as the PSD (Social Democrats) government of Prime Minister Pedro Coelho and his illustrious ministers. Already in the nineties, the same party sported a Minister of Finance who was labeled "the mentally advanced one"; for the one that is there today, there are no labels, no words and no patience for him, the Prime Minister and that bunch of charlatans that has dried up the country to breaking point.»
Derrubar este governo é um dever ético
A destruição da classe média desejada por Passos Coelho e por Gaspar, que a coberto de mentiras e falsos desvios colossais está a ser implementada com o apoio de ratazanas de gabinete do FMI e do BCE conduzirá à destruição de todo o modelo social e isso só poderá ter como consequência o conflito social.
Esta direita de idiotas e fascistas de café está destruindo um modelo social tecido ao longo de décadas e que o próprio Salazar percebeu que a existência da classe média era indispensável para amortecer conflitos sociais, foi por isso que a promoveu. Este governo está a promover o ódio, atira função pública contra privados, atira privados contra juízes do Tribunal Constitucional, atira pobres contra os mais pobres, alimenta a conflitualidade para poder forçar uma política que desrespeita princípios constitucionais, que impõe factos consumados ao Presidente.
Esta estratégia de ratazanas fascistas só pode conduzir ao conflito social e deste só pode resultar um processo revolucionários, qualquer forma de comunismo é melhor do que o capitalismo que estes fascistas defendem e ditadura, por ditadura ninguém vai querer uma ditadura de imbecis. Se estes palermas estão pensando que vão implementar a política de Pinochet estão muito enganados.
Pois
Para além da austeridade aplicada ao português comum os funcionários públicos tiveram um corte de 10% do vencimento, pagam mais contribuições, tiveram maiores penalizações no caso das reformas antecipadas e perderam dois subsídios. Qual foi a posição de quase todos os que agora protestam e acusam o governo de brutalidade? Ficaram calados, optaram pelo cinismo de ficarem em silêncio pensando que se sacrificavam alguns portugueses e os outros se escapavam.
Mas mais uma vez temos que recordar o famoso poema de Bertolt Bretch:
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht (1898-1956)
Por cá enquanto a austeridade atingiu os funcionários públicos ninguém se importou, quando se aumentaram os impostos sobre o consumo dos mais pobres ninguém se importou, quando se aumentaram os passes sociais e se cortaram nas prestações sociais ficaram calados, quando os professores começaram a ser despedidos em massa ninguém protestou, mas agora que a brutalidade da austeridade chegou sob a forma de meia dose aos jornalistas, aos advogados e a muitos opinion maker aqui del Rei que a austeridade é demais.
Os funcionários públicos podiam perder o equivalente a 3,4 vencimentos que não havia problema, estava tudo a correr sobre rodas, mas quando os outros têm de pagar o equivalente a um vencimento é o ai Jesus que o país já não aguenta mais austeridade, até parece que até aqui tudo estava a correr bem e que a austeridade estava a ser ministrada em doses equilibradas e de forma inteligente e competente.
Muitos idiotas não perceberam o golpe que estava em curso, que os que se queixavam de que os custos salariais não pretendiam corrigir o suposto problema através do IVA ou do IRS, precisavam de um truque para roubar aos trabalhadores e entregar aos patrões. Sem o ouro do Brasil, sem os pretos de África, sem os apoios e proteccionismo da EFTA e acabados os subsídios de Bruxelas os nossos xulos só tinham uma forma de continuar a alimentar este capitalismo corrupto, os trabalhadores.
Os que pensavam que se sacrificavam os funcionários públicos numa noite dos cristais e tudo estava resolvido enganaram-se. E agora é tarde, um ano de bestialidade à solta levou a uma dívida bem superior, a um défice descontrolado e a níveis impensáveis de desemprego e de evasão fiscal, a austeridade vai chegar a todos e os que festejavam a desgraça da função pública perceberam tarde demais que também estavam na lista das vítimas destes fascistas de discoteca.
E acertou?
Mande-se uma dúzia de ovos XXL para o homem.
Nogueira Leite pirou-se ou vai pirar-se?
Goste-se ou não de Nogueira Leite o administrador da CGD está muito longe de ser um beneficiário do regime ainda que possa dizer que foi ele que ensinou alguma aritmética ao Nani de Massamá, Nogueira Leite tem um doutoramento invejável que lhe permite arranjar emprego onde quiser e ganhando muito mais do que o limitado ordenado do primeiro-ministro.
Pode-se criticar Nogueira Leite mas ao contrário de largas centenas de imbecis que subiram na vida no último ano o economista ganha muito menos do que ganhava, ganha muito menos, por exemplo, do que o idoso do Catroga, um economista de linguagem desbragada, que num dia diz uma coisa e no outro o contrário e que começa a dar mostras evidentes de quebra mental.
Nogueira Leite tem razões para dizer que se pagam cada vez mais impostos? É evidente que tem, como é evidente que os verdadeiros ricos estão a pagar menos. Nogueira Leite está proibido de discordar da actual política fiscal só porque em tempos apoiou Passos Coelho? Estou mais preocupado com gente como o Gaspar que ninguém conhecia, nem mesmo o Passos Coelho, e agora mandam no país com os resultados que estão à vista.
A jogada
Pode-se criticar Nogueira Leite mas ao contrário de largas centenas de imbecis que subiram na vida no último ano o economista ganha muito menos do que ganhava, ganha muito menos, por exemplo, do que o idoso do Catroga, um economista de linguagem desbragada, que num dia diz uma coisa e no outro o contrário e que começa a dar mostras evidentes de quebra mental.
Nogueira Leite tem razões para dizer que se pagam cada vez mais impostos? É evidente que tem, como é evidente que os verdadeiros ricos estão a pagar menos. Nogueira Leite está proibido de discordar da actual política fiscal só porque em tempos apoiou Passos Coelho? Estou mais preocupado com gente como o Gaspar que ninguém conhecia, nem mesmo o Passos Coelho, e agora mandam no país com os resultados que estão à vista.
A jogada
«Passos & Gaspar deviam ter anunciado mais uma medida estrutural: que se comprometem a ficar em Portugal nos próximos dez anos. O que digo? Quinze anos e a trabalhar no setor público. Demagógico? Sim, porque não? São de tal forma recessivas as medidas que Passos & Gaspar têm de dar o exemplo. Ficam aqui a roer os ossos duma economia desgraçada. Diz o Governo que a recessão vai ser 1% em 2013 e que o desemprego se ficará pelos 16%. Duvido. Não só porque Gaspar tem falhado todas as projeções, mas porque as famílias não vão conseguir respirar. Além do aumento das contribuições dos trabalhadores para a segurança social, as mexidas no IRS confiscam mais rendimento. Há ainda a somar o aumento do IMI e o fim dos benefícios fiscais. Os subsídios de desemprego e o rendimento social de inserção também sofrem outro corte. Nem os pensionistas - os velhos, caramba- se safam. Os dividendos e as mais-valias também são apanhados. Boa notícia? Nada disso. Já nem penso nos pequenos acionistas, só vejo mais uma torneira que se fecha. Esquizofrenia pura: o que Gaspar dá com uma mão às empresas (menos contribuição para a segurança social) tira com a outra (imposto sobre imóveis, mais IRC). O ministro das Finanças vai mais longe. Quer obrigar as empresas a aplicar sensatamente o dinheiro que deixam de gastar em TSU. Onde é que isto vai acabar? Impostos altíssimos, desemprego explosivo, um governo possuído por modelos económicos de alto risco e que, agora, até na gestão da tesouraria das empresas se intromete. Porquê esta loucura? Gaspar quer fechar 2013 com um défice muito mais baixo do que 4,5%. Se tudo correr como ele acha, os 4,9 mil milhões que arranjou com este esmagamento dão-lhe essa margem. Qual é o problema? Além de poder correr tudo muito mal (recessão atroz), no fim estaremos desfeitos. Pode até pagar-nos em bananas, seremos todos macacos. É assim o excel do Gaspar.» [DN]
André Macedo
A sexta-feira negra
«Na última sexta-feira, Pedro Passos Coelho fez a pública confissão da sua derrota. Um homem acabrunhado, curvado e antigo veio dizer-nos dos novos pesares que teríamos de suportar. O ambiente era denso, sépia e contrito. Ao lado, pendente e sem garbo, a bandeira portuguesa. Dezassete minutos durou a funesta declaração: mais impostos, mais retracção, mais subtracção de salários, mais infortúnio para os velhos, para os reformados, para os pensionistas. Enfim: os portugueses estão irremediavelmente condenados à pobreza, ao passado, à servidão sem mistério nem ambiguidade.
As causas da nossa infelicidade têm sido endossadas a outros. Quem trepa ao poder é imaculado, impoluto e virgem do mais escasso pecado. O caso vertente é uma melancólica repetição. Primeiro, Passos atacou Sócrates, com selvagem persistência; depois, foi-se à troika, e indicou-a como raiz de todos os nossos males; acabou por ultrapassá-la nas decisões; agora, coube a vez ao Tribunal Constitucional, que tentou, em vão, impedir a prática de um crime contra quem trabalha ou trabalhou. O coro de críticas contra o acórdão pertence, ele também, a uma estratégia simbólica de defrontar seja quem se opuser ao Governo. Esta cultura caótica não é casual: faz parte da dispersão do nosso civismo, que permite a impunidade a todos os cambalachos morais.
O certo é que o dr. Passos Coelho e os seus estão metidos numa embrulhada fatal. Além das mentiras graves e das omissões patéticas a que se habituaram, enfiaram o dr. Cavaco, seu aliado preferencial, numa camisa de onze varas. O homem não pode continuar em mutismo formal. As pressões para que interfira não caucionam nenhuma daquelas ambiguidades em que é obstinado. Acontece um porém: se o dr. Cavaco veta ou se opõe às disposições do dr. Passos, a este não resta senão demitir-se. O que parece estar longe dos seus propósitos. Então, que fazer?
As pesarosas explicações do dr. Passos no Facebook acirraram, ainda mais, os rancores, os ressentimentos e, até, os ódios. O documento é torpe nos objectivos, medíocre na gramática e absurdo nos princípios. A manifestação do dia 15, promovida na Internet, sustenta-se nesses desígnios emocionais. Cego, cego, e surdo, surdo, o dr. Passos presume ter criado um valor intrínseco, e favoravelmente contagioso. As recentes declarações do dr. Nuno Crato, cujas tropelias na Educação não se esgotam, são disso exemplo. Quando diz que os professores não irão para a rua protestar, ou confia no medo tornado endémico ou numa salvífica expressão de complacência para com a sua política.
Seja como for, penso que está a encerrar um ciclo, e dos mais agressivos, medíocres e perigosos na sociedade portuguesa. Nada pode preservar da condenação esta gente que se mobilou a si própria com sobranceria e desprezo. Esta gente de coração de gelo.» [DN]
Baptista-Bastos.
«O alargamento por mais um ano do prazo para redução do défice orçamental parece justificar todas as críticas já efetuadas à comunicação do primeiro- -ministro, tanto na forma como no conteúdo. A escritora dinamarquesa Karen Blixen dizia que os seres humanos são capazes de suportar todos os sofrimentos desde que eles façam sentido. Ora, a brusquidão desajeitada da comunicação de 7 de setembro, do chefe do Governo, foi incapaz de dar as razões e os argumentos, que são a base do sentido. Ora, depois de escutar o ministro das Finanças, ontem, percebi que as regras do jogo são outras. Numa resposta ao jornalista Nicolau Santos, o homem que tem a primeira e a última palavra sobre a condução da austeridade no nosso país, depois de aceitar que é legítimo colocar-se a questão de saber se a atual política pode correr o risco de criar um ciclo "diabólico", em que a recessão chama mais austeridade, e esta agrava a recessão, dispensou-se de contra-argumentar, afirmando que a sua crença é outra, a de que voltaremos, já em 2013, a ver sinais de inversão de tendência. É verdade que toda a política implica navegar na incerteza, mas, há uma diferença entre conhecimento incompleto e uma declaração de fé, que se ergue contra a força dos factos empíricos sem explicar como é que estes podem ser invertidos. Na verdade, a boa política é aquela que faz economia da violência, também porque não poupa na boa semântica. Substituir a política pela fé conduz, geralmente, ao contrário.» [DN]
Virtiato Soromenho-Marques.
«“Se os deficientes não tiverem uma família que possa suportar o custo da sua assistência não se pode atirar o fardo para cima da sociedade”
“Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los, mas a verdade é que não há alternativa. se não damos cabo deles, acabam por nos arrastar com eles para o fundo. E de facto não os vamos matar-matar, aquilo que se chama matar, como faziam os nazis. Se quiséssemos matá-los mesmo era por aí um clamor que Deus me livre. Há gente muito piegas, que não percebe que as decisões duras são para tomar, custe o que custar, e que, se nos livrarmos de um terço, os outros vão ficar melhor. É por isso que nós não os vamos matar. Eles é que vão morrendo. Basta que a mortalidade aumente um bocadinho mais que nos outros grupos. E as estatísticas já mostram isso. O Mota Soares está a fazer bem o seu trabalho. Sempre com aquela cara de anjo, sem nunca se desmanchar. Não são os tipos da saúde pública que costumam dizer que a pobreza é a coisa que mais mal faz à saúde? Eles lá sabem. Por isso, joga tudo a nosso favor. A tendência já mostra isso e o que é importante é a tendência. Como eles adoecem mais, é só ir dificultando cada vez mais o acesso aos tratamentos. A natureza faz o resto. O Paulo Macedo também faz o que pode. Não é genocídio, é estatística. Um dia lá chegaremos, o que é importante é que estamos no caminho certo. Não há dinheiro para tratar toda a gente e é preciso fazer escolhas. E as escolhas implicam sempre sacrifícios. Só podemos salvar alguns e devemos salvar aqueles que são mais úteis à sociedade, os que geram riqueza. Não pode haver uns tipos que só têm direitos e não contribuem com nada, que não têm deveres.
Estas tretas da democracia e da educação e da saúde para todos foram inventados quando a sociedade precisava de milhões e milhões de pobres para espalhar estrume e coisas assim. Agora já não precisamos e há cretinos que ainda não perceberam que, para nós vivermos bem, é preciso podar estes sub-humanos.
Que há um terço que tem de ir à vida não tem dúvida nenhuma. Tem é de ser o terço certo, os que gastam os nossos recursos todos e que não contribuem. Tem de haver equidade. Se gastam e não contribuem, tenho muita pena... os recursos são escassos. Ainda no outro dia os jornais diziam que estamos com um milhão de analfabetos. O que é que os analfabetos podem contribuir para a sociedade do conhecimento? Só vão engrossar a massa dos parasitas, a viver à conta. Portanto são: os analfabetos, os desempregados de longa duração, os doentes crónicos, os pensionistas pobres (não vamos meter os velhos todos porque nós não somos animais e temos os nossos pais e os nossos avós), os sem-abrigo, os pedintes e os ciganos, claro. E os deficientes. Não são todos. Mas se não tiverem uma família que possa suportar o custo da assistência não se pode atirar esse fardo para cima da sociedade. Não era justo. E temos de promover a justiça social.
O outro terço temos de os pôr com dono. É chato ainda precisarmos de alguns operários e assim, mas esta pouca vergonha de pensarem que mandam no país só porque votam tem de acabar. Para começar, o país não é competitivo com as pessoas a viverem todas decentemente. Não digo voltar à escravatura - é outro papão de que não se pode falar - mas a verdade é que as sociedades evoluíram muito graças à escravatura. Libertam-se recursos para fazer investimentos e inovação para garantir o progresso e permite-se o ócio das classes abastadas, que também precisam. A chatice de não podermos eliminar os operários como aos sub-humanos é que precisamos destes gajos para fazer algumas coisas chatas e, para mais (por enquanto) votam - ainda que a maioria deles ou não vote ou vote em nós. O que é preciso é acabar com esses direitos garantidos que fazem com que eles trabalhem o mínimo e vivam à sombra da bananeira. Eles têm de ser aquilo que os comunistas dizem que eles são: proletários. Acabar com os direitos laborais, a estabilidade do emprego, reduzir-lhes o nível de vida de maneira que percebam quem manda. Estes têm de andar sempre borrados de medo: medo de ficar sem trabalho e passar a ser sub-humanos, de morrer de fome no meio da rua. E enchê-los de futebol e telenovelas e reality shows para os anestesiar e para pensarem que os filhos deles vão ser estrelas de hip-hop e assim.
O outro terço são profissionais e técnicos, que produzem serviços essenciais, médicos e engenheiros, mas estes estão no papo. Já os convencemos de que combater a desigualdade não é sustentável (tenho de mandar uma caixa de charutos ao Lobo Xavier), que para eles poderem viver com conforto não há outra alternativa que não seja liquidar os ciganos e os desempregados e acabar com o RSI e que para pagar a saúde deles não podemos pagar a saúde dos pobres.
Com um terço da população exterminada, um terço anestesiado e um terço comprado, o país pode voltar a ser estável e viável. A verdade é que a pegada ecológica da sociedade actual não é sustentável. E se não fosse assim não poderíamos garantir o nível de luxo crescente da classe dirigente, onde eu espero estar um dia. Não vou ficar em Massamá a vida toda. O Ângelo diz que, se continuarmos a portar-nos bem, um dia nós também vamos poder pertencer à élite.” » [Público - Blogue de José Vítor Malheiros]
Autor:
José Vítor Malheiros.
Vem aí o maior dos despedimentos colectivos
«O Governo quer cortar no número de funcionários públicos e para isso não deverá renovar os contratos a prazo que terminem em 2013, revela hoje o Diário Económico.
De acordo as estatísticas públicas, citadas pelo jornal, no final de Março, existiam 88.014 contratados a prazo na administração directa e indirecta do Estado, incluindo nas Entidades Públicas Empresariais (EPE), sendo que a maioria dos contratados está no Ministério da Educação e Ciência (um total de 53.632).
A notícia surge depois de o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, ter afirmado esta terça-feira, em conferência de imprensa, que o Governo vai acelerar a redução de funcionários públicos no próximo ano.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
Este é o governo que fundamentou e continua a fundamentar o corte dos vencimentos na Função Pública com o argumento da garantia de emprego. Agora prepara-se para despedir cinquenta mil funcionários públicos promovendo o maior despedimento em massa na história económica do país.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Derrube-se o governo canalha.»
O paspalhão falou no Brasil
«O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, afirmou na terça-feira, no Brasil, que este não é momento para divergências políticas e que é importante para o País que todos "rumem" para o mesmo lado.» [CM]
Pois não, pode ter um governo fascista a governar à margem da Constituição e da vontade dos portugueses, mas não pode ter uma crise política. Ainda por cima é muito feio este rapaz ir para o Brasil ladrar para o país armado em caniche do Vítor Gaspar.
«O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, afirmou na terça-feira, no Brasil, que este não é momento para divergências políticas e que é importante para o País que todos "rumem" para o mesmo lado.» [CM]
Parecer:
Pois não, pode ter um governo fascista a governar à margem da Constituição e da vontade dos portugueses, mas não pode ter uma crise política. Ainda por cima é muito feio este rapaz ir para o Brasil ladrar para o país armado em caniche do Vítor Gaspar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se à merda esta merda de doutor.»
Primavera árabe já está a dar resultados na Líbia
«A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, confirmou na noite de terça-feira a morte de um funcionário do Departamento de Estado num ataque contra o consulado dos EUA em Bengasi, na Líbia.
"Estamos de coração partido com esta perda terrível", declarou Clinton em comunicado, salientando que Washington trabalha com diversos países para proteger as suas missões diplomáticas, depois de um grupo e manifestantes ter arrancado a bandeira dos EUA da embaixada norte-americana no Cairo (Egipto) e do ataque contra o consulado dos EUA em Bengasi, na terça-feira.
Os ataques de terça-feira ocorreram na sequência de um vídeo alegadamente realizado nos Estados Unidos e considerado uma ofensa contra o Islão.» [CM]
Parecer:
Os americanos andam a matar-se no Afeganistão para depois entregarem a Líbia aos extremistas e ainda pediram à França para bombardear o Kadafi.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pelo pior em países como o Egipto, a Líbia ou a Tunísia.»
Começou a confusão
«O ministro das Finanças acaba de entrar nas instalações da SIC, em Carnaxide, para uma entrevista onde voltará a falar de austeridade. À sua espera estavam dezenas de manifestantes, que não tardaram em contestar as medidas anunciadas esta tarde.» []
Parecer:
Estes ministros são doidos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Derrube-se o governo louco.»
Austeridade pela medida grossa
«O Governo está a pedir aos portugueses um esforço de redução do défice "na ordem dos 4,9 mil milhões de euros", valor quase seis vezes superior à redução necessária combinada com a troika.
O défice deste ano deverá ser de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e terá de cair para 4,5% em 2013, o que dá uma descida de "apenas" 850 milhões de euros, aproximadamente.
Governo quer evitar desvios orçamentais no próximo ano e acautelar a recessão. Em 2014, o défice pode mesmo ser inferior a 4,5%» [DN]
Parecer:
A folga tem de ser proporcional à incompetência do ministro.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Também tu Artur?
«O vice-presidente do CDS-PP Artur Lima criticou hoje o Governo por apresentar medidas de austeridade "altamente penalizadoras para as famílias", naquela que foi a primeira posição oficial de um dirigente nacional do partido sobre esta matéria.
"O CDS-PP nos Açores não está com o Governo da República, está contra estas medidas e, obviamente, que está contra o partido a nível nacional e digo isto com a responsabilidade que tenho de até ser vice-presidente do partido a nível nacional", afirmou Artur Lima, que é líder do partido nos Açores, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo.» [DN]
Parecer:
Aos poucos vão perdendo o medo e a vergonha.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Ó Ilda mete os putos na barraca!
«O porta-voz do CDS, João Almeida, fez esta manhã uma intervenção muito dura frente ao ministro das Finanças, mostrando-se frontalmente contra as mexidas na Taxa Social Única e criticando a subida das taxas de IRS ontem anunciada por Vítor Gaspar.
Segundo o Expresso apurou, o deputado centrista, que falava durante uma reunião dos grupos parlamentares do PSD e do CDS com o ministro das Finanças, também questionou a razão por que o Governo anunciou medidas que representam um aumento de receita de 5 mil milhões de euros, valor que não bate certo com a flexibilização das metas do défice (uma questão, aliás, também levantada por deputados do PSD).
Segundo contaram ao Expresso deputados que assistem à reunião, que ainda decorre, a resposta do ministro das Finanças foi igualmente dura. Começando por classificar a intervenção do porta-voz do CDS como "um disparate". Uma palavra que gelou a sala.
Almeida tinha criticado as alterações na TSU, com os trabalhadores a descontar mais 7% e os patrões a descontar menos 6%, considerando que eram uma transferência de capital dos trabalhadores para as empresas, que corta o rendimento disponível das famílias e não terá nenhum dos efeitos positivos sobre o emprego que o Governo tem anunciado. Gaspar reafirmou a cartilha oficial do Governo, de que esta é uma medida que vai ajudar o emprego e as empresas.» [Expresso]
Parecer:
Isto vai acabar mal.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pelo pior para este país entregue a Josefs Mengeles da economia.»
O homem da mercearia lança coluna de fumo
«O sociólogo António Barreto denunciou hoje a existência de "cláusulas secretas" nos contratos das Parcerias Público Privadas (PPP), considerando que "não é aceitável" que haja condições escondidas em contratos de "um Estado democrático".
"Eu sei há muito tempo, por acaso, há quatro anos que sei que há cláusulas secretas nas PPP", declarou aos jornalistas o sociólogo António Barreto, à margem do 4.º Congresso Português de Demografia, que decorre hoje e quinta-feira em Évora.
O sociólogo e antigo ministro da Agricultura advertiu que "não é aceitável que um Estado democrático tenha clausulas secretas", vincando que "não pode haver cláusulas secretas em contratos do Estado".» [DN]
Parecer:
Quando o país está estupefacto com a brutalidade da austeridade o António Barreto lança uma manobra de diversão numa tentativa miserável e idiota de desviar a atenção.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
Pois
«O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou esta quarta-feira no Parlamento que o Governo irá ainda tomar "algumas medidas temporárias" para alcançar a meta revista do défice de 5,0 por cento para este ano, para além das medidas já anunciadas.» [CM]
Parecer:
Depois da brutalidade das medidas já anunciadas falta ainda saber como é que os portugueses vão pagar o desvio colossal que só pode ser atribuído à incompetência maldosa do Gaspar, que parece seguir uma política destrutiva para aparecer como salvador a reformatar o país.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Corra-se com o ministro incompetente.»
Mário Soares está indignado
«O ex-Presidente da República Mário Soares afirmou esta quarta-feira estar "absolutamente indignado" face às novas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, adiantando que participaria na manifestação de sábado se não tivesse compromissos.» [CM]
Parecer:
POis, mas em plena campanha eleitoral interveio dando credibilidade a Passos Coelho.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
Até a troika se demarca da descida da TSU
«Abebe Selassie diz que "se houver apenas austeridade", a economia portuguesa "não vai sobreviver" e revela que a ideia de cortar o salários dos trabalhadores do privado foi do Governo e não uma exigência da troika.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Quem será o canalha que quer destruir o país.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Corra-se urgentemente com o licenciado da Lusófona, como o comprador de submarinos, com o Nani de Massamá e com o Gasparoika.»
Até tu António?
«As novas medidas de austeridade anunciadas nos últimos dias pelo Governo "ultrapassam os limites", advertiu hoje o sociólogo António Barreto, considerando que "há falta de perícia e inexperiência" no Executivo, porque "podia haver mais selectividade".
"Eu acho que estamos a ultrapassar os limites. Já estamos para lá e, sobretudo, continua a não se perceber o quê e o porquê" das medidas, afirmou António Barreto, à margem do 4.º Congresso Português de Demografia, que decorre hoje e quinta-feira em Évora. » [Jornal de Notícias]
Parecer:
Mais um candidato a juntar-se a D. Januário e levar os tabefes ou ver algum segredo privado escarrapachado na primeira página do CM.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se se está a falar em seu nome ou em nome da fundação do merceeiro.»
Braga de Macedo continua adiantado
«Em resposta à agência Lusa, depois de questionado sobre as medidas de austeridade anunciadas na terça-feira pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, Jorge Braga de Macedo afirmou, sem especificar quais, que "havia várias maneiras de substituir as medidas rejeitadas pelo Tribunal Constitucional".» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Os fretes pagam-se.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Até a CAP?
«O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), João Machado, disse hoje que as novas medidas de austeridade são "muito negativas" para o mercado interno e "vão trazer mais falências" ao sector.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
Digamos que com estas medidas o Gaspar CAPou a economia portuguesa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Falta de pontaria!
«A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, foi, esta quarta-feira, alvo de uma tentativa de agressão em Santarém, quando um indivíduo arremessou um ovo na sua direção enquanto discursava na sessão de apresentação do Prémio Agricultura 2012 -- Escolha Portugal.
O homem, entretanto identificado pela Polícia de Segurança Pública, entrou de rompante na sala do Teatro Sá da Bandeira, onde decorria a sessão, gritando "aldrabões" ao mesmo tempo que arremessou um ovo que passou de raspão junto à cabeça da ministra, sem contudo a atingir.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
É uma pena que não tenha levado com o ovo na cara até porque o vo é bem mais precioso do que a ministra.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao homem que aponte com mais cuidado.»
O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES
- zzz
«Depois da desastrosa comunicação ao país do Primeiro-Ministro, o “Pedro” (são a mesma pessoa) escreveu banalidades no “facebook” e foi alegremente cantar a “ Nini dos meus 15 Anos” para o Tivoli. Depois do ministro da Educação passar um ano a destruir o ensino público, o filho do primo-sobrinho-trineto em 2º grau do 1.º Barão e 1.º Visconde de Nossa Senhora da Luz (são a mesma pessoa, esclarece a “Wikipédia”) falou ao “Sol” e à “TVI”, como se fosse coisa boa o que até aqui fez. Assim começa o pior ano-lectivo da democracia, para os que sobrevivam a Passos e Crato.
Crato, interrogado no “Sol” sobre as causas do despedimento colectivo de 5.147 professores, disse que isso era consequência de “várias coisas”, mas só referiu uma: “… redução da população escolar em cerca de 200 mil alunos nos últimos anos…”. Quando voltou ao mesmo na “TVI”, manteve o número, mas clarificou o período: três últimos anos. Ora ou as estatísticas dos serviços que dirige estão erradas, ou mente. Eis os números (GEPE/ME, citado por PORDATA): no ensino básico tivemos um decréscimo de 10.000 alunos (1.051.384 em 2008 e 1.041.384 em 2011); no secundário registou-se um aumento de 80.265 alunos (289.714 em 2007 e 369.979 em 2010, números usados por não haver dados de 2011); e no pré-escolar verificou-se um aumento de 1.618 alunos (141.854 em 2008 e 143.472 em 2011). Será certamente oculta a ciência a que o matemático insigne recorreu para falar como falou. À Estatística não foi, certamente.
Crato já mostrou ser um acrobata dos melhores com as piruetas que deu desde os tempos do “Plano Inclinado”. Mas não é convincente como ilusionista. Com débil honestidade intelectual, comparou capciosamente a relação professor-alunos de Portugal e Áustria. Ora ele sabe que isso depende de outras variáveis (dispersão e extensão do curriculum, por exemplo) que não só do número de professores. E sabe que se quer falar de riqueza, o indicador válido é o que o Estado gasta por aluno. E sabe que estamos na cauda da Europa, 16 níveis abaixo da Áustria, bem abaixo da média da União Europeia a 27 (Eurostat, 2009). Invocar a Áustria neste contexto é tão infeliz e desajustado como ir cantar a “Nini” depois de pisotear quem já estava de rastos.
A imprensa noticiou que os alunos que durante os primeiros seis anos de escolaridade obrigatória (11 anos de idade) tivessem registado duas reprovações seguidas ou três alternadas aprenderiam uma profissão até ao nono ano. No 10º poderiam voltar à via “regular”, se quisessem prosseguir estudos. Essa solução, obrigatória para os casos descritos, estaria ainda ao alcance de quem a preferisse e iria ser testada numa dúzia de escolas experimentais. Nuno Crato vem agora dizer que nada será obrigatório, mas tão-só se os pais anuírem. Mas associar o ensino profissionalizante aos maus alunos é mau. Porque cola a aprendizagem de uma profissão a insuficiência intelectual. Iniciar nessa via uma criança de 11 anos é prematuro. Queremos uma formação básica que rasgue horizontes ou que gere, precocemente, mão-de-obra barata? Não será paradoxal a coexistência da obrigatoriedade de permanecer na escola até aos 18 anos com o início precoce da aprendizagem de uma profissão? Imaginemos um jovem que conclui o 6º ano com 11 anos e escolhe o tal curso profissionalizante de três. Termina-o com 14 anos, mas não pode trabalhar. Que faz até aos 18? Aprende outra profissão? Todas as profissões requerem períodos de formação de três anos? Acresce que, depois de tudo o que se tem feito para limpar administrativamente as reprovações no ensino básico, os casos de dois chumbos seguidos ou três intercalados têm expressão diminuta. O ministro desconhece essa realidade? Ou prevê que as alterações que introduziu façam disparar o número de reprovações? O ministro devia ter pensado nisto e dizer-nos, fundamentadamente, o que pensou. Do que acha, estamos fartos.
Em Fevereiro transacto, Nuno Crato mudou as regras de acesso ao ensino superior para os alunos do ensino recorrente. A medida entendia-se para corrigir uma gritante injustiça (a via regular exigia exames nacionais e a recorrente dispensava-os). Mas só deveria servir para futuro e nunca alterar as regras a meio do jogo. Prepotentemente, Crato traiu a confiança dos jovens no Estado. Muitos anularam as matrículas e desistiram. Alguns recorreram para tribunal. Todos os que o fizeram, 295, ganharam. Cerca de 3.700 aceitaram a ilegalidade e apresentaram-se a exames. Crato prometeu vagas supervenientes aos alunos do ensino regular que se consideraram prejudicados pelos 295 colegas. Sobre os 3.700, disse nada. Querem maior trapalhada? Que sentido de equidade e de justiça tem este homem? Eis o rigor de Crato: quem não chora não mama!»
Crato, interrogado no “Sol” sobre as causas do despedimento colectivo de 5.147 professores, disse que isso era consequência de “várias coisas”, mas só referiu uma: “… redução da população escolar em cerca de 200 mil alunos nos últimos anos…”. Quando voltou ao mesmo na “TVI”, manteve o número, mas clarificou o período: três últimos anos. Ora ou as estatísticas dos serviços que dirige estão erradas, ou mente. Eis os números (GEPE/ME, citado por PORDATA): no ensino básico tivemos um decréscimo de 10.000 alunos (1.051.384 em 2008 e 1.041.384 em 2011); no secundário registou-se um aumento de 80.265 alunos (289.714 em 2007 e 369.979 em 2010, números usados por não haver dados de 2011); e no pré-escolar verificou-se um aumento de 1.618 alunos (141.854 em 2008 e 143.472 em 2011). Será certamente oculta a ciência a que o matemático insigne recorreu para falar como falou. À Estatística não foi, certamente.
Crato já mostrou ser um acrobata dos melhores com as piruetas que deu desde os tempos do “Plano Inclinado”. Mas não é convincente como ilusionista. Com débil honestidade intelectual, comparou capciosamente a relação professor-alunos de Portugal e Áustria. Ora ele sabe que isso depende de outras variáveis (dispersão e extensão do curriculum, por exemplo) que não só do número de professores. E sabe que se quer falar de riqueza, o indicador válido é o que o Estado gasta por aluno. E sabe que estamos na cauda da Europa, 16 níveis abaixo da Áustria, bem abaixo da média da União Europeia a 27 (Eurostat, 2009). Invocar a Áustria neste contexto é tão infeliz e desajustado como ir cantar a “Nini” depois de pisotear quem já estava de rastos.
A imprensa noticiou que os alunos que durante os primeiros seis anos de escolaridade obrigatória (11 anos de idade) tivessem registado duas reprovações seguidas ou três alternadas aprenderiam uma profissão até ao nono ano. No 10º poderiam voltar à via “regular”, se quisessem prosseguir estudos. Essa solução, obrigatória para os casos descritos, estaria ainda ao alcance de quem a preferisse e iria ser testada numa dúzia de escolas experimentais. Nuno Crato vem agora dizer que nada será obrigatório, mas tão-só se os pais anuírem. Mas associar o ensino profissionalizante aos maus alunos é mau. Porque cola a aprendizagem de uma profissão a insuficiência intelectual. Iniciar nessa via uma criança de 11 anos é prematuro. Queremos uma formação básica que rasgue horizontes ou que gere, precocemente, mão-de-obra barata? Não será paradoxal a coexistência da obrigatoriedade de permanecer na escola até aos 18 anos com o início precoce da aprendizagem de uma profissão? Imaginemos um jovem que conclui o 6º ano com 11 anos e escolhe o tal curso profissionalizante de três. Termina-o com 14 anos, mas não pode trabalhar. Que faz até aos 18? Aprende outra profissão? Todas as profissões requerem períodos de formação de três anos? Acresce que, depois de tudo o que se tem feito para limpar administrativamente as reprovações no ensino básico, os casos de dois chumbos seguidos ou três intercalados têm expressão diminuta. O ministro desconhece essa realidade? Ou prevê que as alterações que introduziu façam disparar o número de reprovações? O ministro devia ter pensado nisto e dizer-nos, fundamentadamente, o que pensou. Do que acha, estamos fartos.
Em Fevereiro transacto, Nuno Crato mudou as regras de acesso ao ensino superior para os alunos do ensino recorrente. A medida entendia-se para corrigir uma gritante injustiça (a via regular exigia exames nacionais e a recorrente dispensava-os). Mas só deveria servir para futuro e nunca alterar as regras a meio do jogo. Prepotentemente, Crato traiu a confiança dos jovens no Estado. Muitos anularam as matrículas e desistiram. Alguns recorreram para tribunal. Todos os que o fizeram, 295, ganharam. Cerca de 3.700 aceitaram a ilegalidade e apresentaram-se a exames. Crato prometeu vagas supervenientes aos alunos do ensino regular que se consideraram prejudicados pelos 295 colegas. Sobre os 3.700, disse nada. Querem maior trapalhada? Que sentido de equidade e de justiça tem este homem? Eis o rigor de Crato: quem não chora não mama!»