Foto Jumento
Rossio, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Caloura, Ilha de São Miguel, Açores [A. Cabral]
Jumento do dia
Miguel Macedo
Parece que o problema do país não é apenas financeiro e a culpa não é só do Sócrates, das PPP e das renováveis como a direita argumentava, o problema do país é que tem um povo que não presta, gente gandula e mal qualificada, empresários acomodados que pagam salários a tempo e horas, funcionários públicos que são proxenetas, Portugal é um país pouco recomendável e só não teria o destino de Sodoma e Gomorra porque Deus decidiu dar-lhe mais uma oportunidade e encarnou em símbolos de virtudes.
Graças a Deus que antes da condenação eterna o país teve a graça divina e é governada por gente exemplar, para primeiro-ministro um trabalhador incansável que aos oito anos já trabalhava na fábrica de sapatos do país, um Miguel Relvas que desde a primeira classe até ao doutoramento na Lusófona foi sempre o melhor aluno, um Gaspar a quem deu não deu qualquer beleza ou "chamaste-me?" para que se pudesse concentrar nos estudos sem ser atraído por colegas pecaminosas, um Paulo Portas que até optou pelo celibato para que pudesse mergulhar com os seus submarinos na defesa da causa pública, um Álvaro que abandonou uma das melhores cátedras da América para explicar aos portugueses que se investirem no pastel de nata ficam cheios de guita, um António Borges para ajudar o governo a tratar os portugueses tal como ele trata dos cavalos na sua quinta de Alter do Chão e um Miguel Macedo que trabalha tanto que já pediu ao Passos Coelho um subsídio suplementar só para pagar o desodorizante pois não consegue suportar a vida sem o seu 'Axe Effect'.
É por isso que esta gente não se limita a governar, a sua missão é divina e os portugueses pecaram, cometeram colectivamente o pecado da gula e por isso devem ser condenados a uma dura penitência, se comiam demais agora passam fome, se ousavam ter casa agora vão para debaixo da ponte, se tinham emprego e faziam cera agora vão para o desemprego, se eram empresários de sucesso porque alimentavam o pecado do consumo devem ir à falência.
Isto é um país de gandulos, de gente que em vez de trabalhar anda nas putas, gente que em vez de uma nação é uma associação de pecadores dedicados ao pecado da gula, em síntese, os portugueses não são gente, a maioria deles são esse insecto, inútil e repuganate com o nome de cigarras. Há que as exterminar, há que transformar Portugal no Auschwitz das cigarras, as que ainda tiverem emprego podem trabalhar enquanto não forem necessárias, as mais jovens são expulsas do país e as outras vão servir de cobaias nas experiências do dr. Gaspar.
Resta-nos esperar que o Macedo e os outros sejam formigas de asa e possam voar daqui para fora, mais tarde ou mais cedo as cigarras fartam-se destes canalhas e nessa hora levarão um banho de Sheltox. Os portugueses já tinham percebido que isto era uma praga, pior do que as pragas do Egipto, agora que já sabem que é uma praga de formigas basta escolher o veneno para acabar com elas.
Isto não é um governo e o PSD parece estar a deixar de ser um partido, a visão messiânica de um imbecil está a transformar o PSD numa seita religiosa extremista, como as que costumam aparecer nos EUA e costumam acabar em desgraça, seja em tiroteio como sucedeu com os davidianos de David Koresh que acabaram mortos num tiroteio com o FBI, em Waco no Texas, com os crentes da igreja Templo dos Povos de Jim Jones que se suicidaram ou foram assassinados com cianeto na Guiana.
Esta mistura de extremismo político encapotado, com desrespeito pelos fundamentos de uma sociedade que se rejeita, com o desprezo pela opinião do povo (que se lixem as eleições), com a rejeição do diálogo como o da concertação social, com um total desprezo pelas consequências humanas de políticas brutais e uma visão divina da política é uma combinação que só pode levar o país ao desastre. O nazismo assentavam em visões místicas, o fascismo apoiava-se no cristianismo e o Franco era um cruzado, agora há novamente uma missão messiânica e tal como Hitler matou judeus e o Franco fuzilou republicanos enquanto lhe apeteceu, agora vem idiota dizer que a maioria dos portugueses são cigarras. Estamos perante gente que deve ser corrida do poder, devem ser derrubados antes que sejam eles a derrubar Portugal.
«O ministro da Administração Interna (MAI), Miguel Macedo, disse hoje em Campia, Vouzela, que Portugal "não pode continuar um país de muitas cigarras e poucas formigas". ao mesmo tempo que enaltecia o "esforço do povo" para ultrapassar a crise.» [DN]
Adriano Correia de Oliveira - Trova do tempo que passa
Generosidade
O governo prometeu que ia cortar nas rendas excessivas e descobriu que as mais recentes não eram assim tão excessivas, mas como promessas são promessas lá combinou com a EDP uma solução para calar a populaça idiota.
O governo prometeu renegociar as PPP mas ficou com pena das empresas e dos bancos, cortar nas PPP era cortar num sector já em crise e atingir a banca que tinha emprestado o dinheiro. EM vez de cortar nas PPP cortou na manutenção das infraestruturas.
O governo prometeu cortar nas estruturas do Estado e promoveu duas reestruturação, fundiu (há quem diga que do fundiu só se aproveita o f) e alterou o estatuto do Banco de Portugal. Graças à alteração do estatuto do BdP quando o Gaspar regressar para o seu conforto não ficará sujeito aos cortes que está a impor aos funcionários públicos. No fisco é o que se vê, um dia destes apenas há fisco para o IRS, para os outros impostos, bem como contribuições, será aberta uma repartição de finanças nas Berlengas.
Mas o governo também tem os seus momentos generosos e tentou ajudar a EDP e o pessoal das rendas, os amigos das PPP e todos os os outros pobres empresários com a TSU.
Modelar
Desta crise resultou uma palavra, modelar. Como tudo é determinado através dos modelos do Gaspar as medidas ajustam-se modelando-as, quando se quer que os portugueses fiquem sem casa e sem comer cortam-se dois vcencimentos e aumentam-se os impostos, quando se quer que fiquem apenas sem casa corta-se só um vencimento, se o objectivo e que apenas deixem de comer corta-se só um vencimento. Para o Passos e para o Gasparoika a política económica é um botão em que cada posição corresponde um vencimento
Música dos tempos que passam
Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz
Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações
Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!
"Não, não subscrevo" de Jorge de Sena, por Mário Viegas
NÃO, NÃO, NÃO SUBSCREVO...
Não, não, não subscrevo, não assino
que a pouco e pouco tudo volte ao de antes,
como se golpes, contra-golpes, intentonas
(ou inventonas - armadilhas postas
da esquerda prá direita ou desta para aquela)
não fossem mais que preparar caminho
a parlamentos e governos que
irão secretamente pôr ramos de cravos
e não de rosas fatimosas mas de cravos
na tumba do profeta em Santa Comba,
enquanto pra salvar-se a inconomia
os empresários (ai que lindo termo,
com tudo o que de teatro nele soa)
irão voltar testas de ferro do
capitalismo que se usou de Portugal
para mão-de-obra barata dentro ou fora.
Tiveram todos culpa no chegar-se a isto:
infantilmente doentes de esquerdismo
e como sempre lendo nas cartilhas
que escritas fedem doutras realidades,
incompetentes competiram em
forçar revoluções, tomar poderes e tudo
numa ânsia de cadeiras, microfones,
a terra do vizinho, a casa dos ausentes,
e em moer do povo a paciência e os olhos
num exibir-se de redondas mesas
em televisas barbas de faláeia imensa.
E todos eram povo e em nome del' falavam,
ou escreviam intragáveis prosas
em que o calão barato e as ideias caras
se misturavam sem clareza alguma
(no fim das contas estilo Estado Novo
apenas traduzido num calão de insulto
ao gosto e à inteligência dos ouvintes-povo).
Prendeu-se gente a todos os pretextos,
conforme o vento, a raiva ou a denúncia,
ou simplesmente (ó manes de outro tempo)
o abocanhar patriótico dos tachos.
Paralisou-se a vida do pais no engano
de que os trabalhadores não devem trabalhar
senão em agitar-se em demandar salários
a que tinham direito mas sem que
houvesse produção com que pagá-los.
Até que um dia, à beira de uma guerra
civil (palavra cómica pois que
do lume os militares seriam quem tirava
para os civis a castanhinha assada),
tudo sumiu num aborto caricato
em que quase sem sangue ou risco de infecção
parteiras clandestinas apararam
no balde da cozinha um feto inexistente:
traindo-se uns aos outros ninguém tinha
(ó machos da porrada e do cacete)
realmente posto o membro na barriga
da pátria em perna aberta e lá deixado
semente que pegasse (o tempo todo
haviam-se exibido eufóricos de nus,
às Áfricas e às Europas de Oeste e Leste).
A isto se chegou. Foi criminoso?
Nem sequer isso, ou mais do que isso um guião
do filme que as direitas desejavam,
em que como num jogo de xadrez a esquerda
iria dando passo a passo as peças todas.
É tarde e não adianta que se diga ainda
(como antes já se disse) que o povo resistiu
a ser iluminado, esclarecido, e feito
a enfiar contente a roupa já talhada.
Se muita gente reagiu violenta
(com as direitas assoprando as brasas)
é porque as lutas intestinas (termo
extremamente adequado ao caso)
dos esquerdismos competindo o permitiram.
Também não vale a pena que se lave
a roupa suja em público: já houve
suficiente lavar que todavia
(curioso ponto) nunca mostrou inteira
quanta camisa à Salazar ou cueca de Caetano
usada foi por tanto entusiasta,
devotamente adepto de continuar ao sol
(há conversões honestas, sim, ai quantos santos
não foram antes grandes pecadores).
E que fazer agora? Choro e lágrimas?
Meter avestruzmente a cabeça na areia?
Pactuar na supremíssima conversa
de conciliar a casa lusitana,
com todos aos beijinhos e aos abraços?
Ir ao jantar de gala em que o Caetano,
o Spínola, o Vasco, o OteIo e os outros,
hão-de tocar seus copos de champanhe?
Ir já fazendo a mala para exílios?
Ou preparar uma bagagem mínima
para voltar a ser-se clandestino usando
a técnica do mártir (tão trágica porque
permite a demissão de agir-se à luz do mundo,
e de intervir directamente em tudo)?
Mas como é clandestina tanta gente
que toda a gente sabe quem já seja?
Só há uma saída: a confissão
(honesta ou calculada) de que erraram todos,
e o esforço de mostrar ao povo (que
mais assustaram que educaram sempre)
quão tudo perde se vos perde a vós.
Revolução havia que fazer.
Conquistas há que não pode deixar-se
que se dissolvam no ar tecnocrata
do oportunismo à espreita de eleições.
Pode bem ser que a esquerda ainda as ganhe,
ou pode ser que as perca. Em qualquer caso,
que ao povo seja dito de uma vez
como nas suas mãos o seu destino está
e não no das sereias bem cantantes
(desde a mais alta antiguidade é conhecido
que essas senhoras são reaccionárias,
com profissão de atrair ao naufrágio
o navegante intrépido). Que a esquerda
nem grite, que está rouca, nem invente
as serenatas para que não tem jeito.
Mas firme avance, e reate os laços rotos
entre ela mesma e o povo (que não é
aqueles milhares de fiéis que se transportam
de camioneta de um lugar pró outro).
Democracia é isso: uma arte do diálogo
mesmo entre surdos. Socialismo à força
em que a democracia se realiza.
Há muito socialismo: a gente sabe,
e quem mais goste de uns que dos outros.
É tarde já para tratar do caso: agora
importa uma só coisa - defender
uma revolução que ainda não houve,
como as conquistas que chegou a haver
(mas ajustando-as francamente à lei
de uma equidade justa, rechaçando
o quanto de loucuras se incitaram
em nome de um poder que ninguém tinha).
E vamos ao que importa: refazer
um Portugal possível em que o povo
realmente mande sem que o só manejem,
e sem que a escravidão volte à socapa
entre a delícia de pagar uma hipoteca
da casa nunca nossa e o prazer
de ter um frigorifico e automóveis dois.
Ah, povo, povo, quanto te enganaram
sonhando os sonhos que desaprenderas!
E quanto te assustaram uns e outros,
com esses sonhos e com o medo deles!
E vós, políticos de ouro de lei ou borra,
guardai no bolso imagens de outras Franças,
ou de Germânias, Rússias, Cubas, outras Chinas,
ou de Estados Unidos que não crêem
que latinada hispânica mereça
mais que caudilhos com contas na Suíça.
Tomai nas vossas mãos o Portugal que tendes
tão dividido entre si mesmo. Adiante.
Com tacto e com fineza. E com esperança.
E com um perdão que há que pedir ao povo.
E vós, ó militares, para o quartel
(sem que, no entanto, vos deixeis purgar
ao ponto de não serdes o que deveis ser:
garantes de uma ordem democrática
em que a direita não consiga nunca
ditar uma ordem sem democracia).
E tu, canção-mensagem, vai e diz
o que disseste a quem quiser ouvir-te.
E se os puristas da poesia te acusarem
de seres discursiva e não galante
em graças de invenção e de linguagem,
manda-os àquela parte. Não é tempo
para tratar de poéticas agora.
(Fev. 1976)
O estertor
«1- Quando ficou claro que o caminho escolhido era o empobrecimento generalizado, quando os portugueses perceberam que todos os sacrifícios foram em vão e que os que se agora pedem também o serão, quando resolveu pôr em causa o equilíbrio social, o Governo perdeu o respeito das pessoas e assinou a sua certidão de óbito. Era, ao menos, desejável que mantivesse a compostura. Que preservasse o mínimo de dignidade institucional. Mas, como em muitas coisas neste Governo, seria pedir demais. O Governo insiste em oferecer-nos o espectáculo do seu estertor.
Assistimos, bastante irritados, a um primeiro-ministro que pára um País para anunciar uma medida que nitidamente não estudou, nem mediu as suas consequências, para uns dias mais tarde vir dizer que afinal a vai modelar, demonstrando que não tinha percebido o que estava em causa. Depois de ver as centenas de milhares de pessoas que desfilaram, na semana passada, começou a perceber a dimensão da sua negligência e o colossal erro que tinha cometido. É bem demonstrativo da quebra de ligação entre um primeiro-ministro e o povo que governa, serem precisas manifestações daquele tamanho para que ele pensasse voltar atrás com a sua decisão - e é no mínimo curioso, para quem dizia que não governava em função de manifestações. Revela bem o seu isolamento ter ficado surpreendido com a reacção de todos os parceiros sociais.
Um homem que toma uma decisão daquela importância e depois recua por não ter estudado, reflectido e ouvido muita gente, pode não ser cego, surdo e mudo, mas falta-lhe obviamente alguma coisa para poder ser primeiro-ministro. Qual será a próxima medida estratégica não pensada a ser apresentada que passado uns dias irá parar ao lixo?
Observamos Passos Coelho a ser publicamente humilhado pelo Presidente da República quando pede a comparência de Vítor Gaspar para que explique ao Conselho de Estado as alterações à TSU. Para a humilhação ser completa, o Conselho de Estado emite um comunicado que é uma espécie de açoite ao primeiro- -ministro: congratula-se com decisões dos países da Zona Euro em relação à disponibilidade do BCE para comprar dívida no mercado secundário e em prosseguir com políticas de emprego e crescimento, ou seja, tudo ao contrário do que Passos Coelho tem defendido. E, claro está, de braço ao pescoço, o primeiro-ministro anuncia ao Conselho de Estado "o estudo de alternativas à alteração da TSU".
Ficamos boquiabertos quando vemos o ministro Portas a dar uma conferência de imprensa em que critica o Governo de que faz parte e fala de medidas que com certeza se esqueceu de sugerir no local próprio. Ou do pormenor de ter dito que foi apenas por razões de emergência nacional que aprovou as alterações à TSU, mas, claro, não quis deixar de partilhar as suas preocupações connosco, quinze dias depois... Quanto a falta de sentido de Estado estamos conversados: o ministro dos Negócios Estrangeiros está no Governo certo.
O estertor nunca é um espectáculo dignificante, mas o que estamos a assistir está para lá do suportável.
2- Surpreendentemente, há quem ache que uma remodelação poderia dar um novo fôlego ao Governo. Esqueçamos, por instantes, que os cadáveres não respiram. Só alguém completamente alheio da realidade pode acreditar que existe um profissional competente que aceite fazer parte dum Governo que tem por estratégia a implementação duma política que vai levar o País ao mais absoluto caos.
E será que alguém crê que um homem ou mulher com capacidade para exercer funções governamentais aceitaria ir para um Governo com uma orgânica que o faz completamente inoperacional? Ou pertencer a um Governo sem o mínimo de coordenação política ou núcleo político forte? Ou aceitar fazer parte dum Governo em que os ministros dos dois partidos não confiam uns nos outros, sobretudo Passos Coelho e Paulo Portas? Ou ter de alinhar com as políticas suicidas de Merkel e Cia.? Ou estar num Executivo em que Relvas e Gaspar põem e dispõem? Claro que não. Mas vamos imaginar que o primeiro-ministro prometia ao tal profissional uma mudança. Que tudo iria ser diferente: nova política, nova coordenação ministerial, boys partidários expulsos, gente competente e conhecedora do País, fim da patetice populista do Governo pequeno, fim do Governo paralelo chefiado por Borges mais comissões e grupos de trabalho. Acreditaria o tal cavalheiro que o primeiro-ministro iria de facto mudar? Obviamente que não.
O responsável por o Governo ter chegado ao estado a que chegou é o primeiro-ministro. Passos Coelho matou o Governo, não será ele a ressuscitá-lo. E nada mudará enquanto ele for o primeiro-ministro.» [DN]
Pedro Marques Lopes.
Grande Gasparoika!
«Quase 10% do crescimento das exportações de mercadorias este ano resultam da venda de ouro, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Nos primeiros sete meses de 2012, Portugal exportou 26.914 milhões de euros em bens. Este valor é superior em 2193 milhões ao que se registou no mesmo período do ano passado (subida de 8,9%; valores nominais).
Ora, nos primeiros sete meses de 2012, as exportações de ouro portuguesas ascenderam a 455,9 milhões de euros. Comparando com o mesmo período de 2011, Portugal vendeu mais 201 milhões de euros em ouro, um crescimento superior a 75%.
Ou seja, do aumento de 2.193 milhões de euros nas exportações portuguesas, quase um décimo (9,15) deve-se ao crescimento das vendas de ouro.» [Expresso]
Parecer:
Mas que grande ajustamento, mas que grande impacto das reformas nas exportações, mas que grandes mentirosos os estarolas da troika e do governo, um décimo das exportações são de ouro que os portugueses vendem para resistir à austeridade.
Não é difícil de perceber que uma boa parte do crescimento das exportações corresponde à exportação do ouro e é porque não há muito mais para vender que o grande crescimento das exportações acabou.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Derrube-se o governo dos canalhas.»
Viciado em moções de censura
«O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, convidou todas as forças políticas da oposição para uma convergência na apresentação de uma moção de censura ao governo.
"Queremos que haja uma posição de força das oposições", afirmou Louçã aos jornalistas após uma reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda realizada em Lisboa.
Francisco Louçã admite que a censura ao governo seja materializada num único texto para a moção ou de várias moções de censura apresentadas em simultâneo.» [i]
Ainda há pouco tempo era um admirador de Passos Coelho e ajudou-o a chegar ao poder, precisamente graças a uma moção de censura cujo voto foi indispensável à direita.
«O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, convidou todas as forças políticas da oposição para uma convergência na apresentação de uma moção de censura ao governo.
"Queremos que haja uma posição de força das oposições", afirmou Louçã aos jornalistas após uma reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda realizada em Lisboa.
Francisco Louçã admite que a censura ao governo seja materializada num único texto para a moção ou de várias moções de censura apresentadas em simultâneo.» [i]
Parecer:
Ainda há pouco tempo era um admirador de Passos Coelho e ajudou-o a chegar ao poder, precisamente graças a uma moção de censura cujo voto foi indispensável à direita.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
Acordai homens que dormis, ou come nasce um hino
«Na mão um cartaz – “Acorda” – e meio a dançar, Maria Anicas tentou passar o cordão policial. Sem sucesso. “Quero ir para o pé dos gatunos! Queria ver o [Passos] Coelho lá na minha terra na época da caça”, diz. Vai a manifestações há 40 anos porque, diz, “não se pode acomodar”. E também porque não tem “dinheiro para comer, nem sequer para ir ao médico”.
Maria Anicas não sabia, mas a palavra que trouxe escrita no cartaz deu o mote para a música. A vermelho, as contralto, a branco as sopranos. Preto e azul são as cores dos tenores e dos baixos. Juntaram-se apenas para cantar “Acordai” de Fernando Lopes da Graça em frente ao Palácio de Belém. “Acordai, acordai, homens que dormis”, cantaram. Fizeram-no pelo menos por quatro vezes, levando atrás de si milhares de pessoas.
Sofia Cosme, flautista, estava à pressa, queria cantar mais uma vez, desta vez frente ao cordão de polícias da Equipa de Intervenção Rápida da PSP, que foi sendo reforçado à medida que a noite ia caindo, sempre provocando um coro de assobios. Explicou que são músicos amadores que se juntaram, porque esta “música tem tudo a ver com o que se está a passar em Portugal”. “A embalar a dor, a embalar a dor, dos silêncios vis”, já estão os restantes a cantar.» [i]
Portugal é um país de muitas cigarras, diz o cantor Macedo
«O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, elogia o “esforço do povo” para ultrapassar a crise e considera que Portugal não pode ser “um país de muitas cigarras e poucas formigas”. Uma fábula que diz ser “pedagogia para os tempos difíceis”.
Miguel Macedo falava em Campia, Vouzela, onde inaugurou o novo edifício do destacamento local dos bombeiros debaixo de assobios e protestos de um grupo de elementos da comissão de luta contra as portagens nas auto-estradas A24, A25 e A23.
O ministro desvalorizou a presença os manifestantes, cerca de duas dezenas, considerando que o protesto constitui “um direito das pessoas”.
Num recado mais explícito, no entanto, fez referência à fábula da formiga (a trabalhadora) e da cigarra (a preguiçosa), contextualizando-a no contexto da crise que o país atravessa, que disse ser “muito, muito difícil”. E falou em “constrangimentos de soberania financeira”, referindo-se aos termos do memorando acordado com a troika.» [Público]
Parecer:
O rapaz tem toda a razão, para além de ele ser o trabalhador incansável que todos conhecem, ainda tem um primeiro-ministro que começou a trabalhar ou a fazer de conta nas empresas do Ângelo Correia quando já tinha mais de quarenta anos, tem o Relvas, perdão, o doutoríssimo Relvas que suou as estopinhas para ser doutor. Digamos que neste governo há tantas formiguinhas incansáveis que nas reuniões do Conselho de Ministro o pessoal vai de botas de borracha por causa do suor.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o incansável ministro à bardamerda e aproveite-se a oportunidade para se saber qual a condenação aplicada ao polícia que agrediu jornalistas no Chiado.»
Alguém se reconciliou com o Passos
«O CDS-PP considerou hoje que a reunião de sexta-feira do Conselho de Estado deu "um contributo importante para a reconciliação necessária dos portugueses com as instituições".
Em declarações à agência Lusa, através de contacto telefónico, Nuno Magalhães, líder da bancada parlamentar do CDS-PP, sintetizou em três pontos a reação do partido ao comunicado da reunião do Conselho de Estado, começando por sublinhar a abertura do Governo.
"O Governo mostrou abertura para procurar uma solução alternativa à TSU (Taxa Social Única) e isso revela humildade e espírito concertivo", disse Nuno Magalhães.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
Depois da reunião do Conselho de Estado e graças aos bons ofícios do senhor Silva que, como se sabe, é um Presidente amado e considerado pelos portugueses, ficamos todos apaixonados por Passos Coelho, o mais inteligente«, competente, honesto e qualificado dos primeiros-ministros que já governaram Portugal. Viva Passos Coelho! Viva Paulo Portas! Viva Portugal!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
Temos agricultora!
«A ministra da Agricultura pegou hoje na tesoura e no balde e foi cortar uvas numa vindima no Douro, para mostrar que está atenta às dificuldades que afetam a viticultura duriense.» [DN]
Parecer:
Ainda bem que a senhora não é ministra da pasta dos assuntos sociais, imagine-se o que seria se dedicasse um dia ao problema da prostituição e lhe desse uma de ser populista!
Esta menina do CDS ainda não percebeu que o aque a agricultura portuguesa precisa não é que ela parta uma unhita agarrada a uma tesoura só para aparecer nas fotografias, aquilo de que a agricultura precisa é de alguém no ministério que saiba o que está fazendo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»