1. Tem sido
óbvio que os vistos Gold atraíram ao país aquilo que mais convinha às
estatísticas que os governantes do CDS tanto gostam de exibir. Um projecto de
investimento leva tempo a implementar e a melhor forma de assegurar o sucesso
do esquema era atrair dinheiro fácil. É natural que este dinheiro fácil tenha
atraído gente que também gosta de ter dinheiro fácil.
2. É cedo
para atirar foguetes e a nossa justiça é tão dada a difamar primeiro e a provar
depois que o melhor será aguardar antes de tirar conclusões. Em qualquer caso é
óbvio que pela primeira vez os envolvidos são gestores públicos e isso diz
muito sobre os critérios políticos que presidiram à sua escolha. A escolha de um
director-geral é um acto político e os responsáveis governamentais pela tutela
dos organismos devem tirar as decisões mais adequadas.
3. Mais uma
vez a ministra da Justiça revelou ser um desastre e a nota comum a todos os
comentários de ontem foi o desprezo pelas suas palavras. Mais uma vez a senhora
se arma em justiceira metendo-se onde não se deve meter, tentando misturar processos para conseguir para ela a impunidade que diz querer acabar para os outros. Exige que quem
prejudica os organismos se demita mas esquece-se que também é seu dever demitir
quem no seu ministério se comportou de tal forma, da mesma forma que ignora as
suas próprias responsabilidades. Até parece que foi a oposição ou a tal minoria que ela acusa de querer impunidade que escolheu a secretária-geral do seu ministério.
4. A surpresa
do ministro da Presidência que a meio do dia ainda não sabia de nada,
mostrando-se surpreendido com as perguntas dos jornalistas durante o briefing realizado
após a reunião co Conselho de Ministro foi a imagem da incapacidade deste
governo que se vai afundando cada dia. Alguém acredita que estejam a ser feitas
buscas ao mais alto nível do ministério da Administração Interna e que o
ministro apenas comente com os seus colegas o estado do tempo ou as cheias de
Aveiro?
5. É
impossível que perante a bandalhice generalizada e o crescimento exponencial e
acelerado na concessão dos vistos ninguém neste governo se tenha apercebido de
que os vistos se estavam tornando num negócio de oportunidade muito apetitoso
em tempos de austeridade. Os responsáveis governamentais deste país devem andar
muito distraídos.
6. Até ao
momento nenhum governante assumiu as responsabilidades políticas pelas nomeações
que fizeram para os mais altos cargos da Administração Pública.
7. Como os
chineses que compram os vistos se limitam a depositar o dinheiro e a alugar as
casas que compraram seguindo de seguida para outros países europeus vão ser
mais os que estarão a residir no país com mandatos de prisão gold do que com os
vistos gold do Paulo Portas.
8. Coincidência ou não tudo onde o Paulo Portas se mete dá lugar a negócios que geram comissões e suspeitas de corrupção. A sua coordenação económica do governo mostra um político sem qualquer consistência, sem qualquer ideia para a economia e que se farta de viajar, de preferência por lugares exóticos de onde aparecem os clientes dos vistos gold.
9. A Europa do Durão Barroso, do Juncker ou de indígenas como Passos e Portas é uma Europa onde o investimento se consegue com esquemas e golpadas. Desinveste-se nas energias renováveis, na investigação, no ensino e na formação profissional para criar esquemas de atracção do dinheiro das máfias de todo o mundo. Combate-se a construção civil e arruina-se metade deste sector mas aposta-se na construção de luxo que depois é posta à venda por empresas de amigos e familiares.