Não há grande diferença entre escolher Junckers para presidente da Comissão Europeia ou designar Ricardo Salgado como presidente do BCE, tanto um como o outro geriram o que tinham a gerir com base em vigarices e pouco se importando com as consequências e vítimas dos seus actos de gestão oportunista.
É ridículo que um político que ajudou empresas a prejudicar outros países e cidadãos europeus a troco de benefícios fiscais para o seu país tenha sido presidente do Eurogrupo e depois promovido presidente da Comissão Europeia. Aquele que pagava boas pensões de reforma à custa do desvio de receitas fiscais de outros Estados-membros da EU estava o Eurogrupo a exigir que cortassem nos pensionistas de outros países para compensar os desequilíbrios orçamentais.
Este é o espectáculo degradante da Europa da senhora Merkel, do Durão Barroso e do Junckers, uma Europa sem valores, gerida por oportunistas e com base num discurso miserável onde a competitividade é conseguida através de vigarices. E não vale a pena dizerem que foram surpreendidos, todos sabiam e há muito que alguns países europeus são oportunistas.
Por coincidência o Eurogrupo é agora presidido por um holandês, o ministro das finanças de um país que se tem dedicado a desviar empresas de outros Estados-membros a troco de vantagens fiscais. Além disso, conta ainda com o porto de Roterdão, um porto que toda a Europa sabe que permite facilidades muito para além do admitido, sendo um verdadeiro buraco.
Muito do progresso de países como a Holanda e o Luxemburgo é conseguido à custa do prejuízo que as suas manobras mafiosas provocam aos parceiros comunitários e os governantes destes países oportunistas estão entre os mais fundamentalistas nos ataques aos países do Sul da Europa.
Faz tanto sentido a Europa ter Junckers à frente da Comissão Europeia como faria escolher Ricardo Salgado para liderar o banco Central Europeu. Até ficava tudo entre amigos e família pois Ricardo Salgado foi o principal mecenas de Durão Barroso.
PS: é uma pena que o imbecil não brinque com a taxas e taxinhas do Luxemburgo ou da Holanda com o mesmo ar de canalha idiota com que gozou de forma pouco digna com António Costa. Fazia mais sentido e gabava-lhe a coragem, já que quanto ao humor é duvidoso e apenas revela que o brilhante senhor do CDS não passa de um apalermado.