Não, o primeiro-ministro de Portugal nunca se rebaixou perante a troika, nunca lhes fez vénias, nunca lhes foi obediente. O primeiro-ministro de Portugal não foi além da troika para ser simpático e obediente coma troika, como disse Gaspar não estavam sendo brutais por causa da troika mas sim pelos portugueses. O seminário em que Gaspar disse isso nunca se realizou e a fotografia que mostra um Passos curvado perante um mero funcionário da Comissão Europeia supostamente tirada durante esse seminário é uma montagem.
Não, o primeiro-ministro de Portugal não cortou quatro feriados apenas para agradar
à senhora Merkeel, a mesma que agora diz que em Portugal há licenciados a mais com a mesma ignorância que dantes insinuava que entre férias e feriados os portugueses não trabalhavam.
Não, o primeiro-ministro de Portugal nunca aprovou um guião de reforma do Estado copiado de um relatório subservientemente encomendado ao FMI e cuja autoria foi depois atribuída ao irrevogável submarinista Paulo Portas.
Não, o primeiro-ministro de Portugal nunca recebeu a senhora Merkel em visita de apoio às políticas da troika nem o seu ministro das Finanças alguma vez escreveu artigos laudatórios das políticas da troika para serem publicados no site do ministério das Finanças alemão.
Não, o primeiro-ministro de Portugal nunca desejou a vinda da troika, nunca aceitou de bom grado as directivas da troika, nunca usou a troika para se justificar, nunca combinou nada com a troika, nunca se escudou na troika para fazer colocar ao serviço de obscuros professores de Harvard.
A troika esteve em Portugal durante três anos contra a vontade da direita, a mandar adoptar políticas que a direita não aceitou e durante esses três anos teve de enfrentar a oposição firme de Pedro Passos Coelho, quem esteve ao lado da troika, quem defendeu as políticas da troika, quem reviu o memorando para agravar as medidas da troika foi a oposição.