Foto Jumento
Pato-mandarim, Quinta das Conchas, Lisboa
Jumento do dia
Horácio Pinto, director do SIS
O director do SIS é um dirigente exemplar, depois das horas de serviço anda com o seu pessoal nos gabinetes dos amigos a limpar os computadores. O problema é quando faz o serviço a pedido de amigos que estão sendo investigados e a limpeza visa impedir a investigação. Este senhor está quase de partida, mas isso não o impede de pedir a demissão, mesmo que a demissão seja aceite na véspera do fim da sua comissão. A dignidade não faz mal a ninguém e depois do que sucedeu o gesto não tem assim tanta dignidade, mas mesmo assim é a única coisa que lhe resta.
Uma pergunta à senhora impunidade
Do que está à espera para exigir a demissão do presidente do Instituto de Registos e Notariado (IRN) ou para o demitir? Ou este senhor é uma excepção à sua cruzada contra a impunidade?
A bandalhice
A bandalhice institucional neste país é tão grande que as secretas já limpam computadores a suspeitos de cometerem crimes de corrupção e de branqueamento de capitais. E no meio deste pântano de corrupção institucional generalizada há uma ministra que aparenta não estar num estado de normalidade a berrar que dantes é que havias impunidade!
Horácio Pinto, director do SIS
O director do SIS é um dirigente exemplar, depois das horas de serviço anda com o seu pessoal nos gabinetes dos amigos a limpar os computadores. O problema é quando faz o serviço a pedido de amigos que estão sendo investigados e a limpeza visa impedir a investigação. Este senhor está quase de partida, mas isso não o impede de pedir a demissão, mesmo que a demissão seja aceite na véspera do fim da sua comissão. A dignidade não faz mal a ninguém e depois do que sucedeu o gesto não tem assim tanta dignidade, mas mesmo assim é a única coisa que lhe resta.
Uma pergunta à senhora impunidade
Do que está à espera para exigir a demissão do presidente do Instituto de Registos e Notariado (IRN) ou para o demitir? Ou este senhor é uma excepção à sua cruzada contra a impunidade?
A bandalhice
A bandalhice institucional neste país é tão grande que as secretas já limpam computadores a suspeitos de cometerem crimes de corrupção e de branqueamento de capitais. E no meio deste pântano de corrupção institucional generalizada há uma ministra que aparenta não estar num estado de normalidade a berrar que dantes é que havias impunidade!
Carta a Subir Lall, funcionário do FMI
«Caro Subir, ilustríssimo membro da troika, notei a frase que deixou cair na entrevista ao "Jornal de Negócios", no princípio desta semana: "Penso que ainda ninguém percebeu muito bem como é que a taxa de desemprego está a baixar". Adivinho-lhe o cenho franzido perante a partida que a realidade prega ao modelo. Adiante.
A descida da taxa de desemprego é uma boa notícia. E, como julgo percebê-la, gostaria de partilhar consigo a minha interpretação e respetivas consequências.
De acordo com os dados mais recentes, a taxa de desemprego está nos 13,1%, tendo caído 2,4 pontos percentuais face ao mesmo período do ano passado. São umas 690 mil pessoas, quase metade das quais não beneficia de qualquer subsídio de desemprego. Se retivermos os "desencorajados", que são os não empregados que já desistiram de procurar emprego, teremos mais 300 mil. Ponha em números redondos: um milhão de seres humanos, mais 200 mil do que os que estavam em situação equivalente no início do programa da troika. Este resultado é seu.
E, se precisar de colori-lo, pode destacar o desemprego entre os mais jovens: um em cada três. Ou os casais em que ambos os cônjuges estão desempregados: 11 mil, mais 7 mil do que em 2011. Ou as insolvências de empresas decretadas na primeira instância, que atualmente são 44 por dia. Resumindo: espero, meu caro, que ao menos perceba por que é que o desemprego subiu tanto, nestes três anos em que às políticas da troika se somaram as "políticas para além da troika", abençoadas por si e os seus chefes.
Podia ter aumentado mais? Podia, sim, a taxa podia ser ainda mais alta. Sobretudo, se não tivesse voltado a funcionar o antigo escape da população portuguesa, a emigração. 350 mil pessoas emigradas nos últimos três anos, estimado Subir, em cada dia partindo mais de 300 - velhos e jovens, homens e mulheres, de todos os níveis de instrução. Também pode pôr isto do seu lado.
Agora, não percebe por que é que caiu o desemprego registado pelo INE nos últimos 12 meses. Como não percebe? Não vejo aqui nenhum mistério. Primeiro, a economia (mais até o setor de bens não transacionáveis, vê a ironia?) e o Estado criaram trabalho: quase 100 mil novos empregos. Quando a economia cresce, Subir, o emprego cresce. Depois, o número de desempregados que se encontram em ações de formação e programas ocupacionais do IEFP subiu significativamente: são agora, em números redondos, 150 mil, mais 40 mil do que há um ano, mais 130 mil do que no início do "ajustamento".
Não é uma crítica. Longe do credo neoliberal, louvo as políticas ativas de emprego e de formação, como uma responsabilidade e um recurso próprio dos poderes públicos, também para contrariar o efeito das crises. Para mim, a vergonha não é haver 150 mil ocupados que não contam para as estatísticas do desemprego, mas que não estão propriamente empregados. Vergonha é o facto de 240 mil jovens portugueses nem estarem a estudar, nem empregados, nem em formação. (Também aí tem Você créditos firmados, embora deva partilhá-los, pelo menos, com o Prof. Nuno Crato).
O que eu não compreendo é a sua admiração. Pois é fácil de ver por que tem caído o desemprego, quanto isso resulta da política de ocupação subsidiada, e quão frágil é, portanto, a recuperação que as estatísticas registam e eu saúdo.
Por isso, caro Subir, talvez devessem ser, todos os seus, menos arrogantes. Quando o jornal lhe pergunta, e bem, como é que se paga a dívida em quase deflação, Você responde secamente: "aumenta o desafio". Homem, não, é ao contrário. Jogado pelas suas regras, o desafio foi perdido. E sabe quem sofreu as consequências desse desafio mal jogado e mal perdido? A economia, o emprego, as pessoas. (As pessoas, Subir, você deve ter uma ideia do que são, certo?)» [JN]
Autor:
Augusto Santos Silva.
Uma limpeza oportuna
«O Serviço de Informações de Segurança (SIS) confirmou hoje, à agência Lusa, ter estado no Instituto de Registos e Notariado (IRN) a fazer "uma limpeza eletrónica", a pedido do presidente desta entidade, "fora do horário de expediente".
Esta confirmação surge depois do Expresso ter revelado, na edição impressa de hoje, que o SIS foi apanhado a detetar as escutas no escritório de António Figueiredo, um dos principais suspeitos. Ontem, contactado por escrito pelo Expresso o SIRP recusou-se a comentar.
Em questões colocadas pela Lusa, na sequência da notícia do Expresso, sob o título "PJ [Polícia Judiciária] apanha líder do SIS a ajudar suspeito dos vistos gold", o secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), que tem o SIS sob sua responsabilidade, afirma que este serviço "mantém estreita colaboração institucional/operacional, em matérias de elevada sensibilidade, com o IRN".
"Nesse contexto, foi solicitada pelo presidente do IRN uma limpeza eletrónica nas instalações centrais do Instituto, a qual foi considerada justificada pelos motivos [atrás] expressos, tendo o SIS procedido em conformidade".» [Expresso]
Parecer:
Este país é uma anedota e o tal senhor que beneficiou da limpeza nem se demitiu nem foi demitido, pediu a suspensão do cargo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Os responsáveis do SIS envolvidos nesta "limpeza" já ficaram demitidos? Depois disto ninguém faz uma limpeza no SIS? Quantas limpezas deste tipo já fez o SIS?»
Advogados gold para os arguidos gold
«Tem sido um corrupio de advogados a entrar e a sair do edifício do Campus da Justiça, em Lisboa, onde, durante este final de sexta-feira, decorre o interrogatório aos detidos do processo de investigação sobre a corrupção na atribuição dos vistos Gold. E o leque de advogados inclui alguns nomes de topo.
O advogado João Medeiros vai representar o diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Palos. Medeiros pertence ao escritório PLMJ – A.M. Pereira, Sáragga Leal, Oliveira Martins, Júdice e Associados, e entre os seus clientes conta-se o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa, Jorge Silva Carvalho.
Já o advogado Rui Patrício, do escritório Morais Leitão, Galvão Teles e Soares da Silva, vai representar o presidente do Instituto de Registos e Notariado, António Figueiredo. Patrício é advogado de José Penedos no processo Face Oculta e já foi representante do BIC.
Perto das seis da tarde, entrou também no edifício o advogado Carlos Pinto Abreu, ex-candidato à Ordem dos Advogados e que já recebeu o prémio de melhor advogado do Ano em Direito Criminal, mas ainda não se sabe quem é que vai representar. Às 20h saiu, numa interrupção para jantar, e recusou dizer aos jornalistas quem representa: “Este processo é secreto. Nenhum advogado pode revelar nada. Secreto é, secreto fica”.» [Observador]
Parecer:
Não importa a origem do dinheiro, quando o há aparecem os advogados caros.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Foram os muçulmanos que descobriram a América
«O presidente da Turquia afirmou este sábado que terão sido os muçulmanos que descobriram as Américas, e não Cristóvão Colombo, e três séculos antes do descobridor de Génova.
“Os contactos entre a América Latina e o Islão datam do século XII. Os muçulmanos descobriram a América em 1178, não foi Cristóvão Colombo”, disse o responsável durante um discurso em Istambul, na cimeira dos líderes muçulmanos da América Latina.
Recep Erdogan disse ainda que Colombo fez referência a uma mesquita numa colina da costa de Cuba e que a Turquia até está pronta, nesta altura, para construir lá uma mesquita: “gostaria de falar sobre isso com os meus irmãos cubanos. Uma mesquita ficaria perfeita nessa colina”, disse.» [Observador]
Parecer:
Se calhar foi algum turco.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Portas fica a marinar até ao Verão
«A reedição de um novo projecto político para o país protagonizado pelos dois partidos da direita com vista às eleições legislativas de 2015 só deverá ser discutida pelas direcções do PSD e do CDS no próximo Verão. O PSD mudou a trajectória e deixou de ter pressa quanto a uma aliança com o parceiro de coligação.
No rescaldo das europeias em Maio passado - em que a coligação Aliança Portugal (PSD/CDS-PP) teve o pior resultado de sempre -, os sociais-democratas lançaram o tema já a pensar nas legislativas. Mas o CDS não se mostrou entusiasmado, embora na moção que Paulo Portas levou ao congresso seja dito que, “havendo um governo de coligação, razões muito fundamentadas podem justificar a formação de alianças”. Mais recentemente, Portas veio dizer que “não se deve ter pressa em demasia”, porque isso revela “uma coisa que não é boa, ansiedade”. Por outro lado, sublinhou que “não se deve demorar em excesso, porque na vida e na política há o momento certo”.
E para o PSD o momento para os dois partidos decidirem uma nova aliança é mais lá para a frente. Agora que o Presidente da República já afirmou que as legislativas não serão antecipadas, “as orientações que existem no PSD são claras: para já, o Governo está concentrado no Orçamento do Estado e depois do OE arrumado as atenções vão centrar-se na discussão dos fundos comunitários durante o primeiro trimestre do próximo ano”, declarou ao PÚBLICO fonte social-democrata. “O Governo vai estar concentrado na governação até ao limite máximo e esse limite máximo é Julho, altura em que arranca a pré-campanha das legislativas”, acrescentou a mesma fonte. Mas se o Governo se vai empenhar na governação, já o partido vai concentrar-se no seu trabalho, a pensar no próximo combate eleitoral.» [Público]
Parecer:
Assim tem tempo para ir a mais alguns destinos duvidosos vender vistos gold.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Deseje-se boa viagem ao Portas Gold»
António Costa está peocupado com os restaurantes
«Segundo Costa, as propostas do PS "não vão transformar num bom Orçamento o que é um mau Orçamento", mas permitirão acudir "desde já" a alguns dos problemas mais graves que resultantes da crise económica e social e minimizar o seu "efeito devastador sobre muitas e muitas famílias".
"Se a maioria viabilizar as propostas do PS, não teremos um melhor Orçamento, mas teremos uma sociedade onde os desempregados, as crianças e jovens pobres e os que estão em risco de perder a habitação estarão pelo menos mais protegidos e a sociedade estará um pouco mais coesa e com menor drama social", acrescentou.
As propostas apontam, designadamente, para o prolongamento por mais seis meses do subsídio social de desemprego, para a redução da taxa do IVA para a restauração, para o aumento "bastante acima da inflação" do abono de família, para uma majoração especial de 15% neste abono para as famílias monoparentais e para o restabelecimento do passe escolar.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
Como candidato a primeiro-ministro devia estar mais preocupado com a elevadíssima evasão fiscal neste sector.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»