segunda-feira, novembro 10, 2014

Tempo para psicólogos

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Aquilo a que temos assistido nos últimos dias na vida política portuguesa é política de tempos de chumbo, mas a dureza das palavras, a crispação dos políticos e as estratégias ensaiadas escondem uma realidade, estamos num tempo rico para psicólogos, alguns comportamentos e mesmo os novos discursos políticos reflectem mais um estado de alma do que estratégias cuidadosamente preparadas. Se os anarquistas têm razão ao dizer que o poder corrompe e o poder absoluto corrompe de forma absoluta,  não deverá ser fácil a quem tem governado com um total desprezo por tudo e por todos ver que as sondagens os condenam à perda do poder. 
  
A ministra da Justiça vez uma reforma brilhante implementada de forma exemplar, o Crato vê a escolas abrirem no momento certo, Passos Coelho vem o crescimento no horizonte como se a turba de investidores levantasse uma nuvem de poeira, Aguiar-Branco vê os russos a invadir Portugal, o imbecil da Horta Seca vê a Catherine Deneuve a tomar banho com o António Costa na nova “piscina” junto ao arsenal, a Maria Luís vê a realidade a exceder as previsões, Portas vê os contribuintes a serem reembolsados pelo que pagaram de sobretaxa.
  
Poderíamos começar pelo imbecil da Horta Seca e a sua fixação na Catherine Deneuve, sem querer foi enganado pelo psico e quem não deve ter gostado da referência foi o Paulo Portas. Então vai lembrar-se logo de uma artista cuja alusão está proibida no CDS desde que o seu nome foi usado maldosamente como alcunha de um ministro do CDS no governo do Durão Barroso? E ainda por cima brinca com a velha alcunha atribuída a alguém do CDS por andar no Parque Eduardo VII disfarçado com uma cabeleira loira, segundo noticiou o francês Le Point, com tiques efeminados? De certeza que era no António Costa que o imbecil da Horta Seca estava a pensar? Pires de Lima devia consultar um psicólogo sobre esta sua fixação na artista francesa.
  
E o que dizer de Aguiar-Branco que no road show do OE 2015 assegurou que o PSD e o CDS ganhariam ao PS do António Costa porque, disse ele, “somos melhores”? Tanto quanto se sabe Aguiar-Branco nunca deverá ter sido melhor do que ninguém em nada e vê-lo pôr-se atrás de um Passos Coelho que o humilhou na luta pela liderança do PSD para fazer frente a António Costa só pdoe levar a sugerir-lhe que consulte um psicólogo.
  
E o que pensar de Cavaco quando fala em partidos que se beliscam, em ponto final ou em crispações? Cavaco tem um conflito psicológico com o passado com o qual mantém uma relação bipolar, umas vezes chama a atenção para o que diz ou o que escreveu no passado para justificar o presente. Cavaco é uma personagem do Halloween, uma assombração pois nada está sempre no passado, o que diz hoje resulta do que ele disse ou outros disseram no passado. Outras vezes faz o inverso, agarra-se ao presente para negar a existência do passado, é o que faz argumentando com a Constituição como justificação para não adiar as eleições quando há um ano foi para a Feira da Ladra vender eleições antecipadas.
  
A política portuguesa começa a deixar de ser um domínio do debate político oou económico para ser um tema do foro da psicologia e da psiquiatria. Começa a fazer sentido que as televisões comecem a dispensar os comentadores políticos para contratarem psicólogos e psiquiatras que expliquem aos portugueses que estão metidos num manicómio que está de pernas para o ar, um manicómio onde os doentes mais graves e profundos estão armados em médicos.