terça-feira, novembro 18, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Rossio, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Lobo D'Ávila, porta-voz do CDS

Algo está muito mal num país onde um responsável de um dos aprtidos da coligação elogia um ministro demissionário dizendo que era um ministro (do PSD) quesou criar pontes com o CDS. Mas agora a competência dos ministros mede-se pelas simpatias que suscita no CDS?

«"É também a política portuguesa que fica mais pobre. Perde temporariamente um dos melhores políticos da atualidade. Perde temporariamente um político que, vivendo o PSD como poucos, sempre soube criar pontes com o CDS. Eu tive e tenho orgulho de ter feito parte desta equipa do Miguel Macedo. Isso para mim é muito claro", escreveu Lobo D'Ávila na rede social ´facebook'.» [Observador]

 Vergonha

O mesmo governo cheio de bons princípios na austeridade revela-se um bandalho nesta questão dos vistos gold pois vende facilidades a cidadãos de terceiros países que depois circulam livremente não só em Portugal mas principalmente na Europa. A verdade é o ministro Poiares Maduro ao dizer que quem investe em Portugal deve cá viver não passa de alguém que ou é imbecil ou quer fazer os outros de imbecil, todos sabemos que a maioria dos falsos investidores só passam por Portugal para obter o visto de cidadãos portugueses de primeira.

A questão que agora se coloca e que não diz respeito apenas a Portugal é a de saber quem é que graças à corrupção em Portugal conseguiu entrar facilmente na Europa. Quando as mais altas instâncias do Estado funcionam com base na corrupção é legítimo recear que a troco de umas garrafas de vinho qualquer mafioso ou bandido do Estado Islâmico pode circular livremente na Europa com a cobertura de um visto gold emitido por Portugal.

 Coincidências

Uma das empresas que segundo a investigação do caso Labirinto terá sido criada para sacar dinheiro aos chineses tem o nome de Flowmotion. Verifico na web se esta empresa tem algum site e dou com uma outra FlowMotion dedicada ao negócio de lubrificantes. Enfim, por cá o negócio também era lubrificar, lubrificava-se a máquina do Estado e isso ajudava os chineses a penetrar na EUropa.

 Passos não quer ou não consegue remodelar?

É mais do que óbvio que há vários ministros deste governo que já não conseguem voar por terem asas partidas, no caso da incompetente da Justiça a pobre senhor já tem as asas e as patas partidas. A questão agora é saber se Passos não quer remodelar convencido de que levando o governo até ao fim ganha votos, ou se não consegue remodelar um governo onde ninguém quer entrar.
  
 Quantos critérios de responsabilidade política?

É óbvio que neste governo o conceito da responsabilidade política varia em função do ministro e aquilo que conduz a que um ministro apresente a demissão serve para que outra ministra se sinta de pedra e cal e ainda tenha a pouca vergonha de dizer que acabou a impunidade, sugerindo que graças ao seu trabalho no governo o ministro da Administração Interna tenha sido obrigado a pedir a demissão.

Não se compreende igualmente que o secretário de Estado com a tutela do sector tenha ficado calado à espera que o ministro assumisse a responsabilidade política, quando se sabe e o próprio ministro o disse que não tinha tomado qualquer decisão no âmbito do dossier dos vistos, o que se explica pelo simples facto de tal competência ter sido delegada no secretário de Estado.

Igualmente calado ficou o responsável pela criação deste imenso mercado de tráfico de influências e corrupção. As facilidades criadas no âmbito do regime e os mecanismo de aprovação criaram um modelo de decisão extremamente vulnerável à influência política e isso só poderia ter como consequência a corrupção.

 Uma pergunta a Sócrates, António Costa e outros

Se o Miguel Macedo era tão bom ministro, tinha uma relação tão boa e cordial com a oposição e era tão merecedor de elogios porque razão se multiplicaram agora nesses elogios e durante mais de três anos não o elogiaram uma única vez? Até apetece dizer que com elogios na hora da demissão mais valem as críticas no desempenho do cargo.

Teria sido mais lógico exigir a manutenção de Miguel Macedo no cargo e a demissão do secretário de Estado que tem a tutela do sector e da ministra da Justiça por desrespeito sistemático dos valores da justiça, designadamente da presunção da inocência.
  

 E terão comprado caramelos em Ayamonte?
   
«Polícia Judiciária (PJ) suspeita de uma viagem do presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), António Figueiredo, e do ministro demissionário Miguel Macedo, em junho, a Espanha, por considerar que pode estar relacionado com o processo dos vistos gold e com uma eventual fuga a escutas em território português.

Segundo avança o Correio da Manhã, quando António Figueiredo soube que era suspeito por corrupção no caso de atribuição dos vistos gold, ainda antes do verão, contactou o amigo e ministro Miguel Macedo, alegadamente para discutirem o caso. E pensando que o presidente do IRN podia estar sob escuta, os dois foram então passar um fim de semana a Espanha, junto à fronteira, onde as escutas ambientais da PJ não chegavam. Esta viagem à zona de Ayamonte, junto a Vila Real de Santo António, que de acordo com o mesmo jornal está documentada na investigação da PJ, pode estar a implicar Miguel Macedo no caso dos vistos gold no sentido em que o torna conhecedor da investigação.

Para além da conhecida proximidade a Figueiredo, e da alegada viagem à fronteira para fugir às escutas da Polícia Judiciária, o Correio da Manhã lembra ainda um bilhete para a Champions que o ministro terá pedido para o empresário chinês Zhu Xiaodong, sócio da filha de Figueiredo na Golden Vista Europe, que agora é um dos 11 presos no âmbito da Operação Labirinto.»
  
(...)Segundo o DN, Manuel Palos acelerava os processos a pedido especial, não só de António Figueiredo como de outros “altos funcionários do Estado”, mas sem receber contrapartidas financeiras, diz. Palos terá afirmado que o fazia por ter “instruções políticas para fazer tudo para dinamizar os vistos gold” ou as autorizações de residência. Uma “instrução política” que não terá vindo do gabinete de Paulo Portas, grande impulsionador da medida, segundo escreve o mesmo jornal. “Daqui não houve certamente nenhuma instrução política”, descartou fonte do gabinete do vice-primeiro-ministro ao Diário de Notícias. [Observador]
   
Parecer:

Convenhamos que parra quem está de férias no Algarve ir a Ayamonte é a mesma que ir ao Vaticano para quem vai visitar Roma. Mas essa de um ministro andar a cravar bilhetes de futebol para um amigo chinês já é demais, digamos que este pessoal dos vistos gold era mesmo muito poupadinhos.

A dúvida agora é saber quem dava instruções políticas para acelerar processos e se essas instruções teriam ou não contrapartidas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Todos "comem" nos aeroportos
   
«A revisão da comparticipação da receita do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) atribuída às forças e serviços de segurança não resulta de qualquer aumento do valor cobrado aos passageiros, segundo a portaria n.º 236/2014, que produz efeito a partir de 01 de novembro.

Com esta revisão, a PSP vai receber mais sete cêntimos por cada passageiro em voos dentro do espaço Schengen (para 0,36 euros), mais 22 cêntimos nos voos intracomunitários fora do espaço Schengen (1,01 euros) e mais 44 cêntimos para os voos internacionais (para 2,14 euros).

Já a comparticipação às restantes forças de segurança -- Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e Guarda Nacional República (GNR) -- permanece inalterada.

O SEF recebe 0,44 euros, 1,18 euros e 2,57 euros por passageiro embarcado em voos com destino dentro do espaço Schengen, intracomunitários fora do espaço Schengen e internacionais, respetivamente.

Já a GNR aufere 0,07 euros, 0,17 euros e 0,38 euros.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

É peciso alimentar as receitas extras das polícias.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao governo que serviços presta a GNR nos aeroportos.»

 O Império contra-ataca
   
«O ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), Jorge Silva Carvalho, critica o Ministério Público por fugas de informação no caso dos vistos gold e questiona mesmo sobre se a Procuradoria-Geral da República já abriu algum inquérito por violação do segredo de justiça.

Silva Carvalho está acusado de acesso indevido a dados pessoais, abuso de poder e violação de segredo de Estado, num processo relacionado com escutas a um jornalista do Público que escreveu sobre o mal-estar causado por mudanças de espiões e dirigentes quando aquele era diretor do SIED.

Num texto publicado no Facebook, o ex-espião diz ter várias dúvidas sobre o que está a acontecer, nomeadamente, sobre se “os operadores judiciários têm sempre de usar este modus operandi para investigar um caso… através do uso sistemático de leaks cirúrgicos” e acusa mesmo o juiz Carlos Alexandre de querer ser “uma estrela de televisão”.

“Será que seria possível aos operadores judiciários proteger as instituições da República mesmo quando os titulares dos seus cargos são pessoas menos qualificadas ou menos profissionalmente capazes”, questiona. Sobre Carlos Alexandre: “Será que o senhor super-juiz de Instrução Criminal não pode fechar a janela ou por uma cortina no seu gabinete? Se quer ser estrela de televisão talvez esteja na profissão errada…”. Isto, porque houve imagens das televisões que mostraram no fim de semana o juiz no seu gabinete no Campus de Justiça, uma vez que o edifício moderno no Parque das Nações tem paredes completamente envidraçadas.» [Observador]
   
Parecer:

Este senhor parece querer ressuscitar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

 Portugal: o país que não precisa de investir em ciência
   
«Em 2013, os 28 países da União Europeia gastaram 273,5 mil milhões de euros em I&D, fazendo com que as despesas em I&D em percentagem do PIB atingissem 2,02% da riqueza produzida.


Em Portugal, segundo os mesmos dados, foram investidos 2.322 milhões de euros em I&D, o equivalente a 1,36% do PIB, segundo o Eurostat, o que coloca o país no meio da tabela quanto aos gastos de I&D por estados-membros.

Em 2004, ainda de acordo com a comparação feita pelo Eurostat, Portugal tinha despendido 1.110 milhões de euros em I&D, ou seja, 0,73% do PIB, pelo que em nove anos duplicou o investimento nesta área.

Quanto a quem assume o investimento em I&D, em Portugal, 47% foi assegurado pelas empresas, 38% pelo ensino superior, 6% pelo setor das administrações públicas e 9% por organizações privadas não lucrativas.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Uma demissão do Crato teria feito mais sentido e seria mais higiénico para o país do que a demissão de Miguel Macedo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao ministro que se demita e vá aprender teoria dos números para não cometer erros elementares como o do concurso dos professores.»
  
 O Crato volta à carga
   
«Os professores contratados, com menos de cinco anos de serviço, deverão ser postos à prova a 20 de dezembro de 2014 em instituições de ensino superior. Esta é, pelo menos, a intenção do Ministério de Nuno Crato, que já começou a perguntar aos reitores se têm “disponibilidade” nas instituições para receberem os docentes nesse sábado de manhã.


A notícia foi avançada esta tarde pela Fenprof, em comunicado, e confirmada pelo Observador junto de uma instituição. A mesma fonte refere que o ministério questiona sobre a disponibilidade, “não dando qualquer prazo para a resposta”. Questionada, fonte oficial do Ministério da Educação e Ciência apenas respondeu que “tal como já foi dito por diversas vezes, e tal como previsto na legislação, a PACC realiza-se anualmente”.» [Observador]
   
Parecer:

Quem deveria prestar provas são os responsáveis pela fórmula do concurso dos professores.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao Crato que parta.»
  

   
   
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