O programa ou o simulacro de programa da direita foi uma frustração, com tanto economista, alguns deles até pertencentes a uma espécie de secreta de economistas, os partidos da direita transformaram em programa um PEC feito à pressa. Isto é, a direita faz tudo ao contrário, faz um PEC, com base neste elabora um programa e no fim os tais economistas elaboram o seu projecto.
Não admira que o país esteja mais interessado na travessia da 2.ª Circular pelo Jorge Jesus do que num programa feito para preencher calendário por dois partidos descrentes numa vitória eleitoral. Até nisso Jorge Jesus leva vantagem, a não ser que seja atropelado se atravessar a 2.ª Circular a pé o mais certo é sobreviver pelo menos até ao Natal, já a coligação dificilmente sobreviverá a Setembro e enquanto o Jesus ainda andar aos abraços e beijinhos com o Bruno de Carvalho já o Passos andará aos safanões com o Portas, lembrando os safanões do Cardozo no dia em que o Benfica perdeu a Taça que o Jesus ia dedicar ao paizinho, precisamente contra um Vitória liderado por um outro Vitória.
Mas voltando com os pés à terra e às nove garantias de nada feitas pela direita importa reter a última sob o título "Garantimos um Estado mais justo e eficiente, queremos uma sociedade com maior autonomia e liberdade de escolha". O que se promete é toda uma revolução não assumida e disfarçada sob o lema ideológico da "liberdade de escolha".
«Se nos comprometemos com um Estado menos burocrático, é também porque acreditamos que as sociedades evoluídas e prósperas são aquelas em que o serviço público tem qualidade e as famílias e as empresas têm maior liberdade de escolha. Como referimos atrás, a nossa opção é defender e revigorar o Estado Social e as suas condições de viabilidade em sectores tão importantes como a saúde, a segurança social, a educação ou a luta contra a pobreza. A nossa orientação é mesmo, no perímetro dos serviços públicos, diversificar projectos e aumentar a escolha. Isso não é incompatível, como a experiência de décadas claramente demonstra, com políticas de contratualização com os sectores da economia social ou com a iniciativa privada que obedecem a um quadro legal definido e a uma regulação forte.»
A direita não está a esconder apenas um corte nas pensões, está disfarçando a privatização de uma boa parte dos serviços públicos no ensino e na saúde. O programa do governo tem oito garantias sem qualquer conteúdo programático e uma garantia que é a segunda versão do ir mais além da troika.
É uma pena que a direita não seja mais clara, se fossem objectivos nas suas propostas o povo português poderia votar sem ser enganado.
PS: sobre as condições contratuais da ida do Jesus para o SCP apenas tenho uma dúvida, quem vai pagar os penteados do treinador, o Bruno de Carvalho ou o Sobrinho com o dinheiro que o BES enterrou em Angola?