A postura do governo português e do seu presidente em relação à Grécia roçou o miserável, depois de anos a ofender um país amigo com comparações pejorativas que faziam da Grécia uma nação de gandulos, esta gente voltou a oportunidades para se meterem na frente da lista de lambedores das botas da senhora Merkel, desta vez chamando a si o papel de chiuauas da chanceler alemã, não parando de “ladrar “aos gregos.
Enquanto a Europa procurava uma solução estes senhores andaram a exibir cofres cheios de dinheiro emprestado com a cobertura do BCE e exigiam dos gregos o cumprimento de regras sem adiantarem que regras são essas que esse país de gente incumpridora se recusou a cumprir. Compreende-se que alguém que se diz muito institucionalista, salvo no que refere ao respeito por essa instituição basilar do regime democrático que é a Constituição, exigisse dos gregos o cumprimento de regras, o pior que lhe podia suceder é que a Grécia negociasse onde ele sempre foi a favor da rendição incondicional e bajuladora, ou que a Grécia afirmasse a sua soberania onde por estas bandas se assumiu o estatuto de protectorado.
Foi lamentável ver um Passos Coelho afazer peitaça perante as dificuldades dos gregos num gesto de graxa ao governo alemão, mesmo assim nem a senhora Merkel, nem o seu ministro das Finanças prestaram muita atenção a estes fãs incómodos, longe vão os tempos em que a chanceler alemã vinha a Lisboa exibir o exemplo português ou em que o Gaspar era convidado a escrever artigos para o site do ministério das Finanças alemão. O pior que a senhora Merkel poderia fazer num processo negocial com a Grécia seria exibir Portugal como um modelo de referência, Cavaco bem pode andar por aí apregoando o sucesso porque nalguns aspectos, como o da emigração de quadros, Portugal ainda está pior do que a Grécia. Naquele país a juventude não foi convidada a emigras, o património público não foi vendido em saldo e, pelo menos por enquanto, os seus grupos financeiros ainda não foram à falência.
Mas enquanto esta gente andou a fazer peitaça fazia figas para que fosse encontrada uma solução para a crise naquele país pois se isso não suceder Portugal caminha para o mesmo abismo, de nada servindo os cofres de dinheiro emprestado ou a mentira do sucesso económico. Os tais cofres de uma Maria Luís que andou armada em Tio Patinhas poderia dar para assegurar o financiamento do Estado durante um par de meses, mas não financiaria a economia, não garantiria estabilidade ao sistema financeiro e não impediria uma corrida de muitos portugueses aos seus depósito pondo em causa a estabilidade dos bancos.
Dizer que nada sucederá durante uns meses revela uma incompetência nunca vista num governo, como se o único problema do país fosse o financiamento da sua dívida e como se a única consequência de uma bancarrota grega fosse a instabilidade dos mercados financeiros. Essa é a consequência mais óbvia mas, porventura, a menos grave, a pior é que de repente cairia a noite sobre a economia europeia e isso teria consequências muito graves ao nível das nossas empresas.
Portanto, cumprindo as tais regras de que o outro senhor falou ou mandando essas mesmas regras às urtigas da Quinta da Coelha, com cofres cheios ou com cofres vazios, o melhor para a Grécia, para a Europa e para Portugal é que seja encontrada uma solução que não só evite a bancarrota da Grécia mas que também recoloque este país numa trajetória de crescimento económico. Não é bem isso que o pessoal da peitaça quer, pois mais uma vez preferem não correr riscos eleitorais a defenderem o interesse nacional, é é o melhor para os portugueses e principalmente para aqueles que Passos escolheu para serem as principais vítimas dos seus ódios ideológicos.