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Jumento do dia
Maria Luís
Haja um mínimo de seriedade, um jantar de propaganda do seu partido não é o local apropriado para tomar decisões ou divulgar decisões que dizem respeito a todo o país.
«A ministra das Finanças anunciou hoje no Cadaval que o Governo vai, ao contrário da Grécia, antecipar este mês o pagamento de dois mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para poupar nos juros.
"Vamos reembolsar antecipadamente perto de dois mil milhões de euros ao FMI para poupar nos juros e fazemos este reembolso antecipado porque, com o nosso trabalho, conseguimos que os juros que pagamos no mercado da dívida sejam efetivamente mais baixos", afirmou Maria Luísa Albuquerque.
A ministra das Finanças, que falava durante um jantar com militantes da distrital do PSD/Oeste, no concelho do Cadaval, adiantou que o Governo "já iniciou os procedimentos" para esse fazer o reembolso antecipado "ainda este mês".» [DN]
Pafiosos
Serão assim designados os que pertencem PàF, o que em português significa que t~em muita páfia, orgulhosos, presunçosos, empafiados. Por exemplo que o presunçoso Marcelo rebelo de Sousa é um pafioso e que o empenho de Cavaco nesta coligação é tal que tem de estar empafiado.
Maria Luís
Haja um mínimo de seriedade, um jantar de propaganda do seu partido não é o local apropriado para tomar decisões ou divulgar decisões que dizem respeito a todo o país.
«A ministra das Finanças anunciou hoje no Cadaval que o Governo vai, ao contrário da Grécia, antecipar este mês o pagamento de dois mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para poupar nos juros.
"Vamos reembolsar antecipadamente perto de dois mil milhões de euros ao FMI para poupar nos juros e fazemos este reembolso antecipado porque, com o nosso trabalho, conseguimos que os juros que pagamos no mercado da dívida sejam efetivamente mais baixos", afirmou Maria Luísa Albuquerque.
A ministra das Finanças, que falava durante um jantar com militantes da distrital do PSD/Oeste, no concelho do Cadaval, adiantou que o Governo "já iniciou os procedimentos" para esse fazer o reembolso antecipado "ainda este mês".» [DN]
Pafiosos
Serão assim designados os que pertencem PàF, o que em português significa que t~em muita páfia, orgulhosos, presunçosos, empafiados. Por exemplo que o presunçoso Marcelo rebelo de Sousa é um pafioso e que o empenho de Cavaco nesta coligação é tal que tem de estar empafiado.
Portugal à Frente! Mas à frente em quê?
«Dizem-nos que se chama Portugal à Frente porque o interesse nacional é o que os move. Não questiono, em circunstância alguma, a bondade das intenções e, muito menos, o patriotismo de quem quer que seja. Mas o nome da aliança renovada entre PSD e CDS não deixa de me causar interrogações e perplexidades.
A primeira - e óbvia - é à frente em quê? Portugal é, segundo a insuspeita Cáritas, o país da Europa onde a taxa de risco de pobreza e de exclusão social mais cresceu no último ano. Somos, de acordo com todos os relatórios internacionais, a terceira dívida pública mais elevada da UE e um dos países onde este parâmetro mais cresceu. Temos, de acordo com o Eurostat, o quinto desemprego mais elevado dos países europeus. Estamos também na cauda da zona euro - quintos a contar do fim - no que respeita ao valor do salário mínimo, só ultrapassados neste ranking por potentados económicos como a Estónia, a Letónia, a Lituânia e a Eslováquia. Temos, em termos relativos, das maiores vagas emigratórias dos países europeus. Será desta vanguarda trágica que, quem governa, nos quer impingir orgulho?
Manda a honestidade que se diga que, de facto, na comparação com o Portugal de 2011, há um ou outro indicador mais favorável. Desde logo os juros da dívida. Mas o mesmo rigor impõe que se assuma que esta realidade só foi possível graças ao "canhão Draghi", isto é, à intervenção do Banco Central Europeu.
Regresso ao nome de batismo da coligação de direita, porque a política também se faz de siglas. Se "Portugal à Frente" for representado pelas iniciais dos dois substantivos, unidas pela preposição, o resultado é P.A.F. Curiosamente a mesma sigla poderia significar Programa de Assistência Financeira. Bem sei que há não muito tempo, PSD e CDS celebraram o primeiro aniversário da saída da troika. Mas não me esqueço de que foi o atual primeiro-ministro quem assumiu com entusiasmo, nos idos de 2011, que o programa de ajustamento seria o seu programa de governo. E que não só o quis concretizar sem desvios, apesar da dor infligida, como não hesitou em decidir, e isso hoje é indesmentível, ir muito para além do memorando.
Mas, se quisermos simplificar, podemos deixar cair a preposição da sigla e ficamos apenas com P.F. Ora, para traduzir esta designação as possibilidades são infindáveis. "Promessas Falhadas" ou "Promessas Falsas", afinal de contas a leitura factual daquilo que foram estes quatro anos, analisados a partir dos compromissos assumidos - e nunca cumpridos - por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas na campanha das últimas legislativas. Isto é, para pedir o voto valeu prometer tudo, mesmo sabendo que nunca se iria cumprir. Cortar subsídios de férias e de Natal era um disparate, aumentar impostos nem pensar, que o país não aguentava, reduzir salários ou pensões era uma invenção sem sentido, despedir funcionários não passava de uma mistificação. Enfim, a mentira como modo de fazer política.
Mas P.F. pode também significar "Portugal a Fingir". Paulo Portas dizia, ufano e triunfal, que "a ideia de crise já bazou". Não sei que país conhece o vice-primeiro-ministro, mas só pode ser o mesmo retratado há meses pelo líder parlamentar do PSD, quando afirmava que "a vida das pessoas não está melhor mas o país está muito melhor". "Portugal a Fingir" é também sinónimo desta coligação em que, como é público e notório, o Pedro passa a vida a olhar por cima do ombro, não vá o Paulo fazer das suas. E nem sequer se preocupam em disfarçar.
São estas pessoas, que têm cadastro político em vez de currículo, que nos vêm agora garantir "previsibilidade", "confiança" e "estabilidade política". São estas pessoas que querem mexer na Segurança Social sem nos dizer como - sim, já sabemos que é cortar nas pensões atribuídas - que nos vêm pedir novo cheque em branco. Repito por isso a pergunta: Portugal à Frente, mas em quê?» [DN]
Autor:
André Macedo.
A Alemanha no seu melhor
«A Associação de Futebol da Alemanha terá pressionado o chanceler Gerhard Schröder a enviar armas para Arábia Saudita, para assim garantir o voto daquele país na votação para escolher o organizador do Mundial de Futebol de 2006 – que a Alemanha acabaria por ganhar. Além do envio dos rockets para o país do Médio Oriente, grandes empresas alemãs como a Volkswagen e a Bayer, terão prometido grandes investimentos na Tailândia e na Coreia do Sul, com a mesma intenção. Ainda na novela da investigação à FIFA, foi revelada este fim-de-semana uma carta, que a investigação acredita provar o pagamento da África do Sul à FIFA no valor de 10 milhões de dólares.
A investigação à corrupção na FIFA está a implicar não só dirigentes da organização, mas também governos de vários países em todo o Mundo. O jornal alemão Die Zeit escreveu este fim-de-semana que para assegurar a organização do Mundial de Futebol de 2006, o Governo de Gerhard Schröder enviou armas para a Arábia Saudita de modo a que o país não votasse em Marrocos, que também estava na corrida para ser anfitrião deste evento.» [Observador]
Parecer:
Que grande regabofe, ainda há poucos dias a senhora Merkel pedia a cabeça do presidente da FIFA.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
A vingança dos curdos
«O partido do Presidente e ex-primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan está prestes a perder uma maioria absoluta na Turquia pela primeira vez desde 2002. Com mais de 95% dos votos contados nas eleições disputadas neste domingo, o AKP, o Partido da Justiça e Desenvolvimento, conseguiu para já 40,8% dos votos e 258 deputados, falhando assim o mínimo de 276 assentos necessários para uma maioria absoluta.
Os resultados do AKP estendem-se a Erdogan e ao seu projecto político. Erdogan quer alterar a constituição e concentrar mais poderes no cargo de Presidente – que neste momento é ele próprio. Para isso, o Presidente turco precisava que o AKP atingisse uma maioria confortável no Parlamento. Não o conseguiu.
O insucesso do AKP será o sucesso do recém-criado HDP, o partido secularista pró-curdo que apostou tudo nestas eleições e que acaba por ser decisivo. O HDP (Partido Democrático do Povo) assegurou já a fasquia mínima de 10% dos votos que é exigida pela Constituição turca para que um partido entre na Assembleia. As últimas contagens, aliás, colocam o HDP nos 12,9% e 78 deputados. Caso falhasse esta margem, os votos e assentos do HDP seriam distribuídos pelos partidos mais votados, o que beneficiaria o AKP. » [Público]