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Marinho Pinto
Marinho Pinto é aquilo a que se pode designar por populista inteligente, promove o populismo mais primário mas tem o cuidado de dar ares de seriedade, disfarçando bem as suas ambições mais motivadas pela vaidade pessoal do que por um projecto coerente para o país. A estratégia de Marinho Pinto tem sido inteligente ao ponto de quase namorar o PS, afirmando-se como sendo de esquerda e desta forma evitando críticas deste quadrante político.
Mas Marinho Pinto sabe que o seu perfume azedou quando se soube da sua vontade de estar em Bruxelas enquanto pudesse,agora precisa de votos e a única forma de os conseguir é atacando a esquerda e principalmente o PS. Para o fazer vale tudo, incluindo a mentira descarada, para isso escolheu Almeida Santos para se aproveitar de bocas que se tornaram comuns e recorreu à mentira e à difamação.
Marinho Pinto é um vaidoso ambicioso e a esquerda tem cometido o erro de sorrir perante as suas alarvidades. Veremos a quem vai Marinho Pinto vender os votos que tiver nas próximas eleições.
«Se uma das funções do jornalismo é garantir a veracidade dos factos para que exista um debate público de qualidade, os leitores perdoarão que este texto não comece por um “quem fez o quê onde e quando” tradicional. Porque, como se verá, a resposta a essas perguntas é longa. Tudo começou numa entrevista, a este jornal. Marinho Pinto, recém-eleito líder do PDR, criticava, no dia 24 de Maio, o “conflito de interesses” que existe para os deputados que exercem advocacia. Deu um exemplo: Almeida Santos. E citou um caso: a “lei da amnistia de 1999”. Almeida Santos não gostou do que leu. E respondeu, por carta, ao PÚBLICO.
Palavra contra palavra? Não. Almeida Santos enviou também uma carta a Assunção Esteves, pedindo à presidente da Assembleia da República que esclareça o seu papel na tal lei que Marinho Pinto cita como mau exemplo, nesta passagem: “Não estou a dizer isto em off, é em on: o dr. Almeida Santos é um advogado de negócios e é uma das pessoas que mais negócios fizeram em Portugal na sua condição de líder político e de advogado (…) É vergonhoso esse acto que ele praticou contra a essência da democracia, porque permite que a Assembleia se tenha transformado numa plataforma onde circulam interesses absolutamente opacos, muitas vezes ilegítimos, tráficos de influências. Vá ver o que foram os debates sobre a amnistia (…) A última lei de amnistia e perdão de penas de 1999: os advogados até se arranhavam uns aos outros para meter crimes dos seus clientes que pagavam melhor ou que tinham mais poder. A lei foi aprovada em Assembleia e foi alterada na ida para a Presidência para promulgação. A lei aprovada que consta do boletim da Assembleia é diferente da que foi publicada no Diário da República e não é uma diferença só de correcções. Tem crimes diferentes abrangidos.”
O PÚBLICO reconstituiu os passos da lei, que Marinho Pinto diz ter sido alterada antes da promulgação. No Diário da Assembleia da República (a que Marinho Pinto chama “boletim”) do dia 23 de Abril de 1999 relata-se a aprovação, por unanimidade, do projecto de lei 667/VII em votação final global. Depois de aprovado, o projecto deu origem à Lei 29/99, promulgada em 29 de Abril pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, e publicada no Diário da República, I SÉRIE-A nº 110 de 12-5-1999.
Os dois textos têm, apenas, duas diferenças. No projecto – por lapso – existem duas alíneas c) do artº 2º, ponto 2 e uma alínea k). Na versão final há só uma alínea c) e a sequência passa do j) para o l), ignorando a letra k), como é normal. Os diplomas são submetidos, após aprovação, a uma “comissão de redacção”, onde estão representados todos os partidos com assento parlamentar, que se encarrega de corrigir essas falhas. O que importa, para o caso, é a descrição dos crimes em ambos os textos. É aí que entra a segunda diferença, um pouco mais importante. Há um crime que deixa de ser amnistiado na versão final, o que parece contrariar o sentido da acusação de Marinho Pinto. Se a intenção era “meter crimes”, ou seja, amnistiar mais gente, o diploma final faz o contrário: acrescenta mais um crime aos que não estão abrangidos pela amnistia consagrada no projecto-lei - o “tráfico de menor gravidade”, tal como vem descrito na legislação de combate ao tráfico de droga (artº 25º do DL 15/93). Esta é a única alteração que se consegue detectar entre a aprovação e a promulgação da lei e deve-se ao facto de ser um crime “de pequena gravidade” – o que encaixaria no espírito da lei – mas numa época em que o combate à droga era uma prioridade da investigação criminal, o que fez com que fosse excluído da amnistia.» [Público]
Portas aderiu ao Estado Islâmico
Pelo menos é o que parece ao esticar o dedo indicador, um sinal que para os extremistas do EI significa a afirmação de que há um único Deus que é Alá e um único profeta que é Maomé. Este Portas já deu tanta cambalhota que nele nada me surpreende.
Marinho Pinto
Marinho Pinto é aquilo a que se pode designar por populista inteligente, promove o populismo mais primário mas tem o cuidado de dar ares de seriedade, disfarçando bem as suas ambições mais motivadas pela vaidade pessoal do que por um projecto coerente para o país. A estratégia de Marinho Pinto tem sido inteligente ao ponto de quase namorar o PS, afirmando-se como sendo de esquerda e desta forma evitando críticas deste quadrante político.
Mas Marinho Pinto sabe que o seu perfume azedou quando se soube da sua vontade de estar em Bruxelas enquanto pudesse,agora precisa de votos e a única forma de os conseguir é atacando a esquerda e principalmente o PS. Para o fazer vale tudo, incluindo a mentira descarada, para isso escolheu Almeida Santos para se aproveitar de bocas que se tornaram comuns e recorreu à mentira e à difamação.
Marinho Pinto é um vaidoso ambicioso e a esquerda tem cometido o erro de sorrir perante as suas alarvidades. Veremos a quem vai Marinho Pinto vender os votos que tiver nas próximas eleições.
«Se uma das funções do jornalismo é garantir a veracidade dos factos para que exista um debate público de qualidade, os leitores perdoarão que este texto não comece por um “quem fez o quê onde e quando” tradicional. Porque, como se verá, a resposta a essas perguntas é longa. Tudo começou numa entrevista, a este jornal. Marinho Pinto, recém-eleito líder do PDR, criticava, no dia 24 de Maio, o “conflito de interesses” que existe para os deputados que exercem advocacia. Deu um exemplo: Almeida Santos. E citou um caso: a “lei da amnistia de 1999”. Almeida Santos não gostou do que leu. E respondeu, por carta, ao PÚBLICO.
Palavra contra palavra? Não. Almeida Santos enviou também uma carta a Assunção Esteves, pedindo à presidente da Assembleia da República que esclareça o seu papel na tal lei que Marinho Pinto cita como mau exemplo, nesta passagem: “Não estou a dizer isto em off, é em on: o dr. Almeida Santos é um advogado de negócios e é uma das pessoas que mais negócios fizeram em Portugal na sua condição de líder político e de advogado (…) É vergonhoso esse acto que ele praticou contra a essência da democracia, porque permite que a Assembleia se tenha transformado numa plataforma onde circulam interesses absolutamente opacos, muitas vezes ilegítimos, tráficos de influências. Vá ver o que foram os debates sobre a amnistia (…) A última lei de amnistia e perdão de penas de 1999: os advogados até se arranhavam uns aos outros para meter crimes dos seus clientes que pagavam melhor ou que tinham mais poder. A lei foi aprovada em Assembleia e foi alterada na ida para a Presidência para promulgação. A lei aprovada que consta do boletim da Assembleia é diferente da que foi publicada no Diário da República e não é uma diferença só de correcções. Tem crimes diferentes abrangidos.”
O PÚBLICO reconstituiu os passos da lei, que Marinho Pinto diz ter sido alterada antes da promulgação. No Diário da Assembleia da República (a que Marinho Pinto chama “boletim”) do dia 23 de Abril de 1999 relata-se a aprovação, por unanimidade, do projecto de lei 667/VII em votação final global. Depois de aprovado, o projecto deu origem à Lei 29/99, promulgada em 29 de Abril pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, e publicada no Diário da República, I SÉRIE-A nº 110 de 12-5-1999.
Os dois textos têm, apenas, duas diferenças. No projecto – por lapso – existem duas alíneas c) do artº 2º, ponto 2 e uma alínea k). Na versão final há só uma alínea c) e a sequência passa do j) para o l), ignorando a letra k), como é normal. Os diplomas são submetidos, após aprovação, a uma “comissão de redacção”, onde estão representados todos os partidos com assento parlamentar, que se encarrega de corrigir essas falhas. O que importa, para o caso, é a descrição dos crimes em ambos os textos. É aí que entra a segunda diferença, um pouco mais importante. Há um crime que deixa de ser amnistiado na versão final, o que parece contrariar o sentido da acusação de Marinho Pinto. Se a intenção era “meter crimes”, ou seja, amnistiar mais gente, o diploma final faz o contrário: acrescenta mais um crime aos que não estão abrangidos pela amnistia consagrada no projecto-lei - o “tráfico de menor gravidade”, tal como vem descrito na legislação de combate ao tráfico de droga (artº 25º do DL 15/93). Esta é a única alteração que se consegue detectar entre a aprovação e a promulgação da lei e deve-se ao facto de ser um crime “de pequena gravidade” – o que encaixaria no espírito da lei – mas numa época em que o combate à droga era uma prioridade da investigação criminal, o que fez com que fosse excluído da amnistia.» [Público]
Portas aderiu ao Estado Islâmico
Pelo menos é o que parece ao esticar o dedo indicador, um sinal que para os extremistas do EI significa a afirmação de que há um único Deus que é Alá e um único profeta que é Maomé. Este Portas já deu tanta cambalhota que nele nada me surpreende.
O crime que deveria tirar o sono a Blatter
«O jornal americano The Washington Post fala nos 150 milhões de dólares do escândalo da FIFA que levaram, ontem, à demissão de Sepp Blatter. Mas fala também num número mais modesto e que é o que aqui me traz. Entretanto, deixem-me lembrar algumas balizas, para ajuizarmos: mortos nas obras dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008: seis; no Mundial de Futebol da África do Sul, 2010: dois; nos JO de Londres, 2012: um; no Mundial do Brasil, 2014: dez. Assim, desde 2008, nos dois maiores acontecimentos desportivos, Mundial de Futebol e JO, em países tão diversos - e da Ásia, África, Europa e América -, a diferença vai de um a dez mortos. Um morto é sempre uma tragédia, nunca é uma estatística, disse um dos maiores assassinos da história, José Estaline. Mas em obras tão grandes e longas a diferença tão curta, de um morto (Londres) a dez (Brasil), é quase irrelevante e pode ser explicada por acidentes. Quer dizer, consequência do acaso. Portanto, não previsível por quem decidiu a escolha daqueles lugares... Acabo, agora, as balizas para ajuizarmos o que se segue. Passo ao tal número do The Washington Post. Mais modesto e bem mais tremendo. Mortos nas obras, desde que o Qatar foi escolhido, em 2010, para realizar o Mundial de 2022: 1200. Leram bem, mil e duzentos. E ainda faltam sete anos de obras, mas fiquemos pelos já mortos. 1200. Um número destes não é acidente. Não é imprevisível. E atacam Blatter pelo mero roubo de 150 milhões...» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
PS: Ferreira Fernandes foi praticamente o único comentador que não cedeu à gulodice do dinheiro e da corrupção e se lembrou de outras vítimas de Blatter pelas quais o ocidente demonstra um grande desprezo. Se fossem europeus...
Pelé vira a casaca
«Pelé assumiu ter sido “apanhado de surpresa” com a demissão de Blatter, mas reiterou que os casos de corrupção que assolam a FIFA é tema que não lhe diz respeito.
“Nesta vida tudo muda. Para reorganizar as coisas é importante contar com gente honesta e esta organização [FIFA] precisa de pessoas boas. Os casos de corrupção não me dizem respeito”, considerou Pelé.
Na segunda-feira, questionado sobre a reeleição de Blatter, Pelé revelou que estava “a favor” do dirigente suíço.
“É melhor ter gente com experiência nestes cargos. Foi perfeito”, comentou, na altura, o tricampeão mundial pelo Brasil (1958, 1962 e 1970).» [Observador]
Parecer:
Enfim, sem vergonha na cara.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
O milagre do emprego
«A questão há muito que é colocada ao secretário de Estado da Administração Pública. Afinal quantos desempregados trabalham nos organismos públicos ao abrigo dos contratos emprego-inserção (CEI)? A resposta chegou nesta quarta-feira pela voz de José Leite Martins: há 46 mil pessoas nesta situação a trabalhar nas administrações central e local.» [Público]
Parecer:
Ao que parece o que cria emprego é o crescimento da despesa e não o da economia.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Isto está a ficar bonito
«Depois de semanas de tensão e de ameaças de uma nova manifestação de polícias, o braço-de--ferro entre os sindicatos da PSP e a ministra da Administração Interna conheceu ontem um novo capítulo. A Federação Nacional dos Sindicatos da Polícia (FENPOL) escreveu ao primeiro-ministro a queixar-se de Anabela Rodrigues.
Em causa está a “postura” da ministra nas reuniões com as estruturas sindicais para negociar o novo estatuto profissional da polícia. Na carta enviada a Passos Coelho, a que o i teve acesso, a FENPOL acusa o gabinete de Anabela Rodrigues de ser “profundamente desconhecedor” das matérias em discussão, como horários de trabalho ou a idade de passagem à pré- -aposentação. Os polícias criticam a “diminuta capacidade negocial e de celeridade de decisão” da ministra e avisam o primeiro-ministro de que o conflito com Anabela Rodrigues está “a agudizar-se”.» [i]
Parecer:
Os polícias já vão fazer queixinhas contra a ministra ao primeiro-ministro, como diriam os ideólogos da direita o poder está a cair na rua. O primeiro ministro mostrou medo e agora os polícias querem uma estãncia balnear na Ameixoeira e a reforma antecipada a tempo de fazerem filhos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»