Por aquilo que se tem visto o governo tenta passar a mensagem de que há duas soluções para os problemas do país, a bora que é proposta por Passos Coelho e Paulo Portas e a má que é a defendida por António Costa. Quanto ao passado que está em avaliação parece ser o anterior à legislatura que agora termina e que supostamente deverá estar em avaliação.
Mas não basta que um programa seja bom, antes de discutir as suas virtudes ter-se-á de se reflectir se aqueles que o propõem são suficientemente competentes. Acontece que aquilo que a direita propõe para a próxima legislatura é precisamente o mesmo que tem vindo a ser feito nos últimos quatro anos. O governo exibe trabalho feito mas será que foi assim tão bem feito?
Uma das garantias dadas pela direita respeita à reforma do Estado, precisamente uma das áreas em que falhou, não tendo sido sequer capaz de cumprir o que estava previsto no memorando. O governo chegou ao ridículo de encomendar uma “refundação” do Estado ao FMI cuja implementação ficou a cargo de Paulo Portas, que se revelou incompetente para a execução da tarefa a que se propôs.
Na Administração Pública é o que se vê, a meses as eleições uma ministra desajeitada tenta fazer à pressa estatutos para as polícias, isso depois de ela própria acusar o seu próprio governo de incompetência, ao ir ao parlamento informar que quando chegou ao ministério tudo estava por fazer.
No sector da saúde é que se tem visto, um ministro que começa por atribuir as mortes nas urgências a situações de incumprimento por parte de empresas privadas, depois acusa a Ordem dos Médicos de permitir a formação de médicos em número insuficiente e acaba por se desculpar com uma epidemia de gripe que ninguém viu. O sector privado da saúde teve bons resultados pois o grande trabalho deste governo tem sido desnatar o SNS, enxotando para os hospitais privados dos os que têm recursos para os pagar.
Na educação o espectáculo tem sido tão triste que há anos que o ministro deixou de aparecer em público, ao que parece anda a tirar a barriga de misérias e faz turismo governamental pela quatro partidas do mundo, pode chegar ao final da legislatura com o carimbo de incompetente, mas já ninguém lhe tira quatro anos de vida luxuosa à custa dos contribuintes. A incompetência deste ministro foi tanta que nem sequer conseguiu um início de ano lectivo com a aparência de normalidade.
Pior do que o ministro da Educação só a da Justiça que conseguiu pôr tudo de pernas para o ar e mesmo dando tudo o que lhe era pedido pelos grupos corporativos do sector chega ao final do mandato zangada com os magistrados, a quem tinha prometido melhores vencimentos. Acontece o meso com um Aguiar-Branco que passeou a sua inutilidade durante quatro anos nada fazendo e chega ao fim desprezado pelos oficias das forças armadas, cujas associações vão estar pela primeira vez ausentes nas comemorações do dia 10 de Junho.
Na agricultura e pescas a ministra que se notabilizou por adoptar um dress code sem gravata para poupar na energia passeou de feira em feira chamando a si os louros das empresas do trabalho das empresas do sector e dos governos anteriores. Quem houve falar esta senhor é bem capaz de pensar que as oliveiras que permitiram ao país exportar azeite crescem tão despreza como as couves e foi a Crista que as mandou plantar.
Nas Finanças cortou-se a tudo e a direito e onde estava um Vítor Gaspar que reconheceu o falhanço e partiu, está uma senhora que chama a si os louros do trabalho de BCE, diz que está com os cofres cheios e esconde que os juros baixos de que beneficia se devem às políticas do BCE que o governo sempre condenou.