Agora que ninguém nos ouve deixem-me dizer-lhes que ia desatando a rir à gargalhada quando vi António Costa na procissão do Santo Cristo dos Milagres, apreciei especialmente aquele olhar com um ângulo de 45 graus, como quem tenta ver o senhor um pouco acima da cabeça de quem vai à sua frente, o ar de reflexão e o corpo firme e erecto como se tivesse engolido um taco de bilhar. E por aqui ficam as minhas considerações laicas pela presença de altos dignitários nas cerimónias religiosas. Marcelo foi à Procissão Senhor dos Passos (provavelmente para brincar com o Passos Coelho), António Costa aproximou-se do senhor na procissão do Santo Cristo dos Milagres, enfim, a coabitação é tão perfeita que ainda os vou ver, no próximo ano, carregando um andor numa qualquer procissão da Semana Santa.
Quem também não se esqueceu da procissão açoriana foi a Assunção Cristas, uma politica que como o próprio nome sugere se inspira em Jesus Cristo e talvez por isso foi ministra de uma pasta onde as rezas por boas colheitas terão sido a sua principal obra. Ao que parece a líder d CDS foi aos Açores em missão religiosa, cumprindo uma promessa, também em missão religiosa regressou a Lisboa onde comemorava o Dia da Mãe.
EM matéria de fingimentos o único que disse o que lhe ia na alma foi o Passos, o de Massamá e não o da procissão do Marcelo. O líder do PSD que tem estado em câmara ardente desde o último congresso do PSD foi discursar no congresso dos pirralhos para lhes dizer que aquela coisa do “social-democracia sempre” não passou de uma treta para enganar os portugueses que, como é saído, são uma data de parvos. O que ele defende mesmo é que todo o legado europeu em matéria de Estado-social é para jogar fora e que essa coisa da social-democracia considerar que o Estado é importante para a equidade e a justiça social não passa de tiques ultraconservadores. Ser social-democrata nos tempos de hoje é combinar o salazarismo com os Chicago Boys, parindo um modernaço de Massamá.
Por cá não deixou de ser divertido ver o diálogo entre os partidos e o líder da CGTP numa conversa mais ou menos encenada para as televisões verem. Tem a sua graça ver o líder da CGTP e a Catarina Martins extasiados porque agora vive-se muito melhor do que no tempo de Passos Coelho, mas esquecem-se do chumbo do PEC IV decidido para levar esse mesmo Passos ao poder. O país está muito pior do que alguma vez teve, mas quando se tem fome qualquer papo-seco do dia anterior sabe a pão-de-ló!
Por cá não deixou de ser divertido ver o diálogo entre os partidos e o líder da CGTP numa conversa mais ou menos encenada para as televisões verem. Tem a sua graça ver o líder da CGTP e a Catarina Martins extasiados porque agora vive-se muito melhor do que no tempo de Passos Coelho, mas esquecem-se do chumbo do PEC IV decidido para levar esse mesmo Passos ao poder. O país está muito pior do que alguma vez teve, mas quando se tem fome qualquer papo-seco do dia anterior sabe a pão-de-ló!
Os monárquicos escondem-se no CDS e passam por republicanos, os neo-salazaristas dizem-se social-democratas para a eternidade, o primeiro-ministro procura a eternidade na ala dos governantes numa procissão açoriana, enfim, tudo isto começa a fica confuso, ainda vou ver um monárquico da extrema-esquerda a lidera o CDS, afirmando-se socialista, laico e republicano, ao mesmo tempo que carrega um andor na procissão do Senhor dos Passos ao lado de um presidente da ponta esquerda da direita.