domingo, maio 08, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do dia
    
Passos Coelho, trate de Massamá

Umas vezes o traste de Massamá é mentiroso, outras vezes esse mesmo traste é ridículo, desta vez, a propósito da inauguração da túnel do Marão Passos foi mentiroso e ridículo. Disse o traste que enquanto primeiro-ministro não inaugurou obras, mandava o ministro da Economia em nome do governo.

Foi manhoso na forma como o disse, referiu-se a obras julgando que assim excluía outras inaugurações, mas mentiu, como primeiro-ministro inaugurou várias obras e no caso do Museu dos Coches juntou-se a Cavaco para inaugurar uma obra que tudo fez para não se concretizar, mas que a meses das eleições dava jeito apresentar como obra sua. Aliás, a vontade de o inaugurar foi tanta que o fizeram ainda com a obra inacabada. Mas inaugurou também a ponte da foz do Dão, na IP3, entre muitas obras.

Aliás, não foi só enquanto primeiro-ministro no exercício que Passos fez inaugurações, já depois de ter passado á clandestinidade como primeiro-ministro no exílio o traste de Massamá ficou famoso pela inauguração do Centro Escolar de Lordelo. Pode dizer que foi a convite do município, mas a verdade é que sempre que um primeiro-ministro ou um Presidente da República inaugura o que quer que seja fazem-no sempre a convite de outra entidade.

«O antigo chefe do Governo Pedro Passos Coelho disse na sexta-feira que, se fosse primeiro-ministro, "não estaria" na inauguração do túnel do Marão, indicava o ministro da Economia, defendendo que sobre uma obra "consensual" não se devem "reclamar louros".

"Creio que o túnel do Marão é uma obra bastante consensual em Portugal. Não vale a pena reclamar louros sobre ela. Mesmo que eu fosse primeiro-ministro, coisa que hoje não sou, e a obra fosse inaugurada amanhã, eu não estaria lá", referiu Pedro Passos Coelho.

O ex-primeiro-ministro, que falava no Porto à margem da apresentação das publicações "Europa - Pela Nossa Terra" disse que "nunca" esteve numa obra de inauguração enquanto liderou o Governo. "Nem de estradas, nem de autoestradas, nem de pontes, nem de coisa nenhuma. Estaria lá com certeza o senhor ministro da Economia em representação do Governo", afirmou.


No entanto, tal não corresponde totalmente à realidade. Alguns exemplos: em Agosto do ano passado, a pouco mais de um mês das eleições legislativas, o então primeiro-ministro inaugurou a nova Ponte da Foz do Rio Dão, uma obra que custou mais de 10 milhões de euros e fica integrada no Itinerário Principal (IP) 3, entre Mortágua e Santa Comba Dão.» [Público]

Imagens de algumas inaugurações do traste de Massamá:

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Inauguração da ponte sobre o Dão

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Inauguração de arruamentos de Chaves

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Inauguração do Museu dos Coches

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Inauguração da sede da PJ

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 Um Presidente radiante

Eu gosto de irradiar felicidade, diz Marcelo em Maputo.

Enfim, "embrulha mais esta, ó traste de Massamá!".



      
 Iraque, evocações presidenciais
   
«Costuma dizer-se que a memória é selectiva e que os relatos históricos são reconstruções narrativas, que não dispensam nem uma parte de interpretação nem alguma subjectividade. Até poderá ser assim, mas as chamadas fontes em história permitem colmatar lacunas e reconstituir factos passados. Posto isto, inspirado pela leitura dos semanários de fim de semana, atrevo-me a fazer uma breve revisitação dos anos 2002-2003 deste século, determinantes que foram para o caos que hoje se vive no plano internacional. Refiro-me ao Iraque.

Sendo certo que já em 2001 estava na agenda internacional, e sobremaneira na americana, em Portugal, a questão do Iraque só emerge no quadro dos contactos que então mantinha com o primeiro-ministro no início de Setembro de 2002. Lembro-me, concretamente, de uma extensa conversa telefónica sobre a matéria, a 9 de Setembro, aquando do seu regresso de um encontro na Sardenha, com congéneres europeus, durante o qual se teria desenhado com maior clareza a possibilidade, apoiada por ingleses, espanhóis e italianos, de uma intervenção no Iraque, mesmo sem mandato das Nações Unidas.

Recordo bem esta conversa não só por ter marcado a introdução da questão do Iraque na agenda interna, de que passou a ser um ponto recorrente, como por ter revelado ab ovo [de início] as diferenças de posição entre mim e o chefe do executivo. Este, para além de então ter esgrimido o argumento do interesse nacional, que seria o de preservar o elo atlântico no contexto europeu, mencionou ainda que lhe custaria ver certos países do lado dos EUA e Portugal com uma posição diferente – pensando porventura em Espanha –, não sem que, a rematar, me tivesse lembrado que cabia ao governo a condução da política externa, um preceito constitucional que me não ocorreria desrespeitar, mas que me não impedia de emitir opiniões, um direito que a Constituição igualmente reconhece ao Presidente.

A convicção certa, com que então ficara, de que o Iraque se viria a tornar num factor de polarização PR versus PM, foi-se adensando e tornou-se evidente no nosso encontro semanal de 19 desse mês, depois de uma intervenção do primeiro-ministro no Parlamento. Mas, para mim, não era menos premente a necessidade de gerir esta divergência de forma adequada, sem a tornar num factor de vulnerabilização do funcionamento regular das nossas instituições.

O último trimestre de 2002 foi marcado pelo peso crescente da questão do Iraque, quer no plano internacional – fosse das Nações Unidas, em que se deve destacar a aprovação da Resolução 1441 de 8 Novembro ou da NATO, tendo-se realizado a Cimeira de Praga nessa altura –, quer no europeu, com declarações recorrentes no âmbito dos Conselhos de assuntos gerais e das relações externas, reiterando o apoio ao teor da Resolução 1441 e o apelo ao “desarmamento do Iraque no que respeita às armas de destruição maciça”.

No entanto, a verdade é que a unanimidade que parecia subjazer a estas declarações, foi-se estiolando à medida que nos bastidores se intensificaram os indícios de que haveria uma iniciativa militar em preparação. Dentro desta lógica, a procura pelos EUA de apoios levou a uma clara polarização entre os parceiros europeus, de resto ao arrepio das opiniões públicas europeias que manifestaram uma rara unanimidade contra um conflito armado.

A divisão europeia tornou-se óbvia com, por um lado, a tomada de posição conjunta de Chirac e Schröder (22 de Janeiro de 2003) sobre a oposição a qualquer acção militar sobre o regime iraquiano e a chamada “carta dos Oito”, publicada a 30 de Janeiro, que, na véspera, o primeiro-ministro me informara ir assinar, embora sem me mostrar o texto, mas que enquadrou com argumentos semelhantes aos que viria a expender no Parlamento a 31 de Janeiro – ou seja, basicamente que para Portugal a neutralidade não era opção. Entre Fevereiro e Março desse ano, convoquei o Conselho de Estado por duas vezes e todas as intervenções públicas que fiz, designadamente na Declaração ao país a 19 de Março, já depois da Cimeira das Lajes, deixei sempre clara a importância de preservar o papel do multilateralismo na construção da paz e na resolução dos conflitos, bem como o da desejável unidade e autonomia europeias em matéria de política externa.» [Público]
   
Autor:

Jorge Sampaio.

    

 Esta senhora tem um discurso de extrema-dieita
   
«"O que vemos hoje é que o PS se está a deixar levar pela agenda da esquerda radical. Vale a pena perguntar quem é que manda no Ministério da Educação, se é Mário Nogueira, se o PCP, o BE, ou o PS, que sempre teve uma visão mais moderada e conciliadora nesta matéria e sempre reconheceu o serviço público de educação prestado por escolas não estatais", disse a líder do CDS aos jornalistas, durante uma visita à feira quinzenal de Vale de Cambra.

Assunção Cristas reafirmou a preocupação do partido com a "inquietude e ameaça aos contratos de associação ao ensino particular e cooperativo, que presta um serviço público de grande qualidade, em benefício das famílias portuguesas".» [DN]
   
Parecer:

A líder do CDS tem um discurso em que apenas considera os seus ódios de estimação, tudo o resto é um arrazoado de mentiras misturadas com argumentos da treta. Parece querer ser uma Le Pen inspirada em Cristo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»