Desde que Passos Coelho decidiu promover a pantomina do primeiro-ministro no exílio que em Portugal deixou de haver oposição. Se não fosse a obrigação de estar no parlamento, o líder do PSD recusava-se a assumir o seu novo estatuto. O exemplo mais ridículo desta postura pouco inteligente, ocorreu a propósito da inauguração do túnel do Marão. Passos nunca estaria presente numa posição que significaria o reconhecimento do estatuto de António Costa, por isso optou por dizer o que fazia quando era primeiro-ministro, mas para justificar a sua ausência voltou a um velho hábito seu, o de mentir sem qualquer vergonha.
A oposição conduzida por um CDS agora dirigido por Assunção Cristas obedece mais a uma agenda ideológica e à necessidade de afirmação face ao PSD do que em relação ao governo. Assunção Cristas critica o governo para afirmar que é mais contundente nas críticas do que o PSD, propõe alternativas desenhadas à pressa para dizer que o PSD não faz propostas, aproxima-se do PS para se afirmar mais consensual perante um PSD que é obrigado a negar consensos com um governo que não reconhece.
O resultado destas opções da direita em matéria de oposição está à vista, o governo é que é a geringonça e a máquina da direita, muito moderna e bem oleada, está gripada. EM consequência disso a imagem que a direita dá ao país é a de que espera e deseja ma desgraça para que Passos possa regressar como salvador.
Nem mesmo em relação ao Presidente da República a direita sabe como se relacionar. O CDS tem optado por ignorar Marcelo Rebelo de Sousa. Do lado do PSD Passos Coelho regressou ao cinismo do congresso em que designou o agora presidente por catavento e opta por piadas assassinas, desta vez disse que Marcelo estava radiante, como se fosse uma criança com um brinquedo novo. Não esperou pela resposta, Marcelo explicou-lhe o que leva um presidente, como qualquer português, a estar radiante.
Passos é um homem só e abandonado, o PSD arrasta-se atrás de um líder que todos consideram acabado, um líder que se sente perseguido por todos uns lados, um Presidente que todos pensam desejar ver o líder do PSD pelas costas, um primeiro-ministro que se apoia e apoia o Presidente e uma líder do CDS que se afirma pela diferença.
A oposição é liderada, pelo menos até as autárquicas por um líder falhado que pensou que ganhar eleições em regime parlamentar era a mesma coisa que ficar à frente de um campeonato de futebol, um líder que espera continuar a sê-lo no caso de acontecer uma desgraça ao país, isto é, mais do que um líder da oposição o traste de Massamá é uma alma penada.