A austeridade brutal que vai para além da troika destina-se a salvar o capitalismo dos nossos patos-bravos, a ajudar empresários inúteis, incompetentes, corruptores que há décadas que vivem da exploração, da corrupção da classe política, da evasão fiscal. Os portugueses vão pagar mais impostos, ganhar menos e trabalhar mais horas para que sejam competitivos os empresários que enchem os bordéis e compram boas jóias às putas que promovem a amantes. Não admira que uma certa classe política esteja tão empenhada nesta política, são os seus que estão a salvar à custa de todo um povo.
Daqui a uma dúzia de anos o pedido de ajuda externo vai repetir-se, os patos-bravos estarão de novo com a corda ao pescoço e vai aparecer um Gaspar, um Álvaro ou qualquer outro idiota a assegurar que não há alternativa, só que já não haverão empresas públicas para privatizar, subsídios para cortar ou mais horas do dia para trabalhar. Nessa ocasião irão vender o ouro que resta, privatizar a água e o ar ou, o que é mais provável vindo destes sacanas, a proposta da prática do esclavagismo em dias ímpares.
A longo prazo esta política vai mudar o comportamento e a competitividade dos nossos patos bravos como mudou o colonialismo, as desvalorizações sucessivas dos anos 70 ou as ajudas comunitárias dos anos oitenta e noventa, o destino do dinheiro foi sempre o mesmo, putas, carros de grande cilindrada, corrupção, off-shores e casas de luxo. É isto que os patos-bravos sabem fazer, corromper políticos, ganhar dinheiro fácil e gasta-lo desta forma.
Não vejo um empresário dinâmico a vir a público defender esta política, vejo apenas patos-bravos de mistura com alguns canários que vivem de negócios fáceis como o negócio do alcoolismo. Esses empresários sabem que a saída do país não está em sifões de retrete ou na exportação de cuecas, está na qualidade, no valor acrescentado, no design e na inovação. A saída do país não está em mão-de-obra barata e escrava mas sim em mão de obra qualificada e exigente.
Com esta política pode ter-se a ilusão de algum crescimento à custa da exportação de sifões de retrete e de cuecas, mas a prazo estão a destruir o país, os jovens promissores que estão a fugir do país e dos sacanas que o governam nunca regressarão, só um doido vem para um país entregue a corruptos e patos-bravos. Esta política não só vai destruir a economia portuguesa a longo prazo como vai ter graves consequências sociais, Portugal é cada vez menos um país para gente inteligente, cientistas ou empresários inovadores, Passos Coelho está a transformá-lo num paraíso de sucateiros, empresas de lixos, fábricas de peúgas e cuecas, corruptos e empresários que nunca o deviam ter sido, vão-se os inteligentes e ficam os velhos e burros.
Só um doido aposta no ensino de um Crato que muito antes de fazer o que quer que seja já destruiu o trabalho de décadas, ninguém com um palmo de inteligência quer viver num país onde é o idiota do Álvaro a decidir que direitos sociais sobrevivem, ninguém acredita num país com um primeiro-ministro que tirou um curso numa universidade da treta aos trinta e muitos e só arranjou emprego aos quarenta, ninguém suporta viver num país que tem um ministro das Finanças que não respeita nem os colegas do governo.