terça-feira, dezembro 13, 2011

Miséria humana


O descontrolo emocional da ministra italiana frente às câmaras de televisão permitiu a muitos portugueses o confronto como o ambiente de alegria no trabalho que se vive no nosso governo. Não admira, o ministro da caridade foi promovida de vespa a Audi de luxo, o Paulo Portas consegue finalmente viajar mais do que o Mário Soares e tira a barriga de misérias em voos de classe executiva e hotéis de cinco estrelas, a Assunção brinca à agricultura como se fosse uma dona de casa arrumando as prateleiras de vegetais do frigorífico, o Gaspar finalmente teve um país para testar todas as suas hipóteses, incluindo as que nem o Pinochet ousaria aplicar.

Os que têm um pouco de memória nem precisam de ver as imagens da ministra italiana, recordar-se-ão do Passos Coelho a pedir desculpa por ter viabilizado o OE de 2010, agora que as medidas são brutais a reacção do Passos Coelho é partilhar as gargalhadas com que o Gaspar se diverte no parlamento. Nem uma palavra para os que sofrem, para os muitos que daqui a uns meses estarão a entregar a casa ao banco, para os deixarão de ir à consulta por falta de dinheiro, nem o mais pequeno sinal de preocupação com o aumento brutal do desemprego que aí vem.

Para quem anda atento as lágrimas de Passos Coelho em relação ao OE de 2010 eram de crocodilo, o rapaz sempre viveu à grande e à francesa e nunca teve que trabalha, empregou-se quase aos quarenta e mais do que um ordenado o que Ângelo Correia lhe pagava seriam gorjetas a título de mecenato político. Temos um primeiro-ministro sem qualquer sensibilidade, que corta despesas e brutaliza os seus concidadãos só para agradar à senhora Merkel.

Este desprezo pelas condições de vida dos portugueses, esta ausência de preocupação em relação às consequências sociais das medidas que adoptam, esta indiferença em relação às injustiças sociais promovidas pelas políticas governamentais não são, ao contrário do que alguns admiradores (como o director do jornal “i” fez ao ponto de defender um novo salazarismo, o gasparismo) um sinal de coragem política ou de competência, são antes um sinal de profunda miséria humana, de total corrupção de valores, de ausência de escrúpulos.

Este governo levou a miséria humana aos extremos e não me refiro á que muitos portugueses irão sofrer graças à mais brutal política de classe que um governo ocidental adoptou para favorecer empresários incompetentes, refiro-me antes à miséria humana que são os próprios governantes que temos.