segunda-feira, dezembro 19, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento 


Igreja de Nossa Senhora da Porciúncula, Convento dos Barbadinhos, Santa Engrácia, Lisboa
(Localização no Google Maps)
Imagens dos visitantes d'O Jumento


  
Grafitti, Porto [A. Moura]
  
Jumento do dia


Miguel Relvas, Batanete dos Assuntos Parlamentares

Miguel Relvas assumiu como ninguém a inutilidade do seu governo, informou os jornalistas de que o governo ia pensar 2012 mas que não esperassem conclusões. Dificilmente alguém teria a capacidade de síntese para chegar a tão notável caracterização, este governo reúne-se informalmente para pensar sobre 2012 e muito provavelmente terão feitos apostas sobre a liga ou sobre as aquisições do Benfica neste Natal.
  
«No Conselho de Ministros informal, que decorre este domingo no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, o ministro dos Assuntos Parlamentares fez uma declaração aos jornalistas para dizer que a reunião está a servir para o Executivo preparar o próximo ano e que não se esperam conclusões do encontro.» [CM]

 Senhores da Troika: a fusão do fisco foi um sucesso

Quando o ministério das Finanças mostrar a nova estrutura do fisco vai mostrar como cortou muitos serviços e quanto poupou, o que agradará à troika. O que não lhes vai explicar é que duas direcções-gerais foram destruídas para que sobrassem serviços eliminados suficientes para promover os afilhados da DGCI e ainda mostrar poupanças, cortaram-se vagas de directores-gerais e subdirectores-gerais da DGAIEC e da DGITA para criar novos lugares na DGCI e promover a clientela da fila da frente, eliminaram-se serviços da DGAIEC e da DGCI para manter os da DGCI. Os serviços com estruturas mais modernas e que sofreram reestruturações sucessivas para manter as clientelas da DGCI.

Os resultados globais são de poupança e o director-geral da DGCI, agora arvorado em presidente de uma autoridade, vai ser elogiado pelo grande trabalho, os funcionários da DGAIEC e dois ou três da DGAIEC estar-lhe-ão gratos para a vida. Promovido a presidente da autoridade da treta que agora nasceu o director-geral da DGCI nunca o deixou de ser e aquilo que supostamente era para ser uma fusão transformou-se num saque sem regras.

OS dirigentes da DGCI visitaram instalações das alfândegas para escolherem as que mais lhes agradam, passearam-se nos corredores da DGAIEC com a sobranceria própria de centuriões romanos em províncias ocupadas, enquanto os dirigentes locais lhe manifestavam a obediência devida ao conquistador na esperança de lhes serem mantidos pequenos privilégios e receberem as migalhas do saque. Os dirigentes da DGCI disseram que instalações, que serviços e mesmo que pessoas querem que lhes cabiam a título de saque, só não se lembraram de exigir que lhes entregassem as esposas porque os tempos são outros.

Em vez dos interesses do Estado defenderam-se os interesses da elite, a nova estrutura orgânica dos serviços aduaneiros não passa de um pequeno bairro de lata, com os serviços amontoados com sobras que os da DGCI não desejaram. Compreende-se que os dirigentes da DGCI desconheçam os serviços aduaneiros e se movam por interesses pessoais ou por ódios antigos, mas de um professor universitário esperar-se-ia mais distanciamento, elevação intelectual, imparcialidade. Mesmo na perspectiva do ocupante seria desejável alguma generosidade. Mas nem isso, faltou-lhes inteligência para tanto.

Ignoraram a importância dos serviços, a sua dimensão na protecção da soberania nacional, a sua importância estratégica para defender o país contra os mais diversos tráficos ilícitos, ignoraram a dimensão da nova instituição pelas responsabilidades na defesa da fronteira externa, aos dirigentes da DGCI e ao seu director-geral tudo se resumiu a proteger ou aumentar os tachos na DGCI à custa dos outros directores-gerais, pouco importando a defesa dos interesses nacionais ou dos interesses comunitários.

Para os que serviram o Estado e a União Europeia durante décadas ao serviço das Alfândegas foi um momento de vergonha, foi uma humilhação ver uma instituição com mais de oitocentos anos ser invadida, destruída e saqueada sem dignidade, apenas a troco de uns pequenos tachos, para que meia dúzia de amigos possam ganhar mais umas centenas de euros.

Se como disse o ministro das Finanças esta seria uma fusão modelo então muito mal estará este país, vai regressar ao tempo dos visigodos.
  
 Mensagem de Natal do director de Finanças

  
Quatro linhas de mensagem que poderiam resumir-se em três palavras "comam e calem". O director de finanças, equiparado para efeitos salariais a subdirector-geral, faz o seu papel e interpreta os desejos do poder o melhor que pode e só falta dizer aos seus funcionários enquanto não forem doentes em fase terminal trabalhem com um sorriso mesmo que o meu querido ministro decida cortar-vos a totalidade dos vencimentos e aumentar-vos o horário de trabalho.
 
Há limites para a graxa ao poder mas nestes tempos negros de graças, subserviência, oportunismo e arbitrariedade tudo vale.

 Orgamos precoces


Esta fixação erótica da direita em Sócrates devia ser caracterizada como uma patologia psiquiátrica.
  
 A pior das troikas

A pior das troikas não é a do pilim, é a formada pelo incompetente Passos Coelho, pelo pimba Relvas e pelo extremista Gaspar.
 Pobres professores

Deram tudo o que tinham para derrubar Sócrates e levar Passos Coelho a primeiro-ministro, manifestaram-se, perderam centenas de euros em salários de dias de greve, fizeram esperas a Sócrates, fizeram de tudo um pouco e agora o desejado diz-lhes que se estão a mais no Portugal que ele governa o melhor é desempatarem a loja e emigrar.

 Dúvida

O Partido Socialista ainda é um partido ou já foi convertido em associação recreativa do Largo do Rato?

 Morte à inteligência

O secretário de Estado da Juventude sugeriu aos jovens que partissem, Passos Coelho diz aos professores que emigrem, amanhã dirão aos professores universitários que não fazem falta, depois dirão aos investigadores que estão a mais. Um dia destes o lema de Passos Coelho será o mesmo da falange espanhola e Francisco Franco, morte à inteligência.
  
 

 Ponham-se finos

«1. O deputado socialista Pedro Nuno Santos afirmou estar-se marimbando para o banco alemão que, segundo ele, emprestou dinheiro a Portugal. Também não está minimamente preocupado se chamarem irresponsáveis aos portugueses. Ele até sabe a forma de pôr os alemães com as pernas a tremer: ameaçá-los com a bomba atómica do "não pagamos".

De acordo com a moda actual, passadas uma horas, o deputado veio esclarecer as suas próprias palavras. O que tinha dito não era propriamente não pagar a dívida, era utilizar a ameaça como uma espécie de truque negocial. Isso de bombas atómicas, presume-se, era para romper com as falinhas mansas. No meio da interpretação autêntica e para que não restassem dúvidas acerca do alcance das aparentemente tão desabridas palavras, esclareceu: afinal era apenas um jantar de militantes.

"Ponham-se finos", tinha gritado para os alemães, em Castelo de Paiva, o vice-presidente da bancada socialista. O Governo e os partidos da coligação levantaram-se, indignados, com tão irresponsáveis palavras, aproveitaram para mostrar aos portugueses a suposta falta de sentido de Estado do deputado. Lembraram que se não formos pagando a dívida corremos o risco de não termos dinheiro para pagar salários e suspiraram de alívio por não terem de explicar umas conversas com a sra. Merkel sobre a privatização da EDP e o aumento das taxas moderadoras. Tudo normal, teoricamente: o PS estava a fazer oposição e, para variar, a dizer qualquer coisinha de esquerda, e o Governo estava a defender o que julga ser o melhor para o País e, pelo caminho, a lembrar que tinham sido os socialistas a assinar o acordo com a troika.

Só que Pedro Nuno Santos não estava a falar nem para os nossos credores nem sequer para o Governo: estava a falar para dentro do seu próprio partido. Estava a lembrar aos socialistas que é suposto o principal partido da oposição fazer oposição, coisa que efectivamente não tem feito.

Alemães, marimbanços, bombas atómicas, não pagamento de dívidas, foram apenas pretexto para dizer aos militantes que o Partido Socialista devia deixar-se de "falinhas mansas" e que Seguro tinha se de "pôr fino". Não foi com certeza, por acaso, que o discurso foi feito num encontro partidário. Era capaz de apostar que o tom irritado do vice-presidente da bancada socialista se devia mais ao facto de os socialistas estarem a perder tempo com mais um patético pacote sobre a corrupção (deve haver mais leis sobre corrupção do que corruptos, em Portugal), com a inenarrável discussão sobre a constitucionalização do défice e o porte muito sério e responsável do líder do partido, do que propriamente com a questão do pagamento ou não pagamento da dívida.

Não deixa de ser extraordinário que o secretário-geral do Partido Socialista não tenha conseguido sequer por uma vez marcar a agenda política desde que foi eleito, e um vice-presidente da bancada, com umas declarações discutíveis, mas de puro conteúdo político, ponha o PS na berlinda e mostre que há mais do que afectos e conversa mole para os lados do Rato.

O que este episódio nos diz vai muito para lá do que foi realmente dito. Mostra que Seguro não tem mão no seu próprio partido e que os socialistas estão fartos de não terem discurso como oposição, melhor, estão fartos de falinhas mansas.

Pedro Nuno Santos apenas anunciou o que já muita gente tinha percebido: a liderança de António José Seguro morreu antes mesmo de ter nascido. E por culpa do secretário-geral do PS bastaram poucos meses para já haver gente a afiar as facas.

2. Parece que se vai proceder a uma alteração na Constituição com o objectivo de se consagrar um limite ao défice. Já que se vai estar com a mão na massa, porque não constitucionalizar um tempo ameno em Setembro para as vindimas, o fim de chuva em Agosto para não prejudicar o turismo, a obrigação dos nossos clientes externos nos comprarem rolhas e proibir os mercados de aumentar juros? Aceitam-se mais propostas.

3. Em pouco mais de dez dias, o primeiro-ministro deu quatro entrevistas. Quando um primeiro-ministro fala, é de esperar que tenha alguma coisa de novo a dizer aos seus concidadãos. O momento em que um líder se dirige ao povo não pode transformar--se numa banalidade. Pior, não pode ser uma repetição incessante de banalidades ou uma conversa em que faz de mero comentador da actualidade. Se assim for, em pouco tempo ninguém o escutará. E quando tiver uma novidade realmente importante, o primeiro-ministro será o Pedro da fábula que também mete um Lobo.» [DN]
Autor:

Pedro Marques Lopes.
    

 Governo inglês tem plano de resgate de ingleses no caso do fim do euro

«O Governo inglês tem um plano de contingência para retirar os seus nacionais de Portugal e Espanha de aviões, barcos e autocarros se o euro colapsar, noticia este domingo a imprensa britânica.» [CM]

Parecer:

Com planos destes deviam ser corridos já.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se aos ingleses que aproveitem e partam já.»
  
 Endoideceu ou é só estúpido?

«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sugere que os professores desempregados emigrem para países lusófonos, realçando as necessidades do Brasil.
 
Questionado sobre se aconselharia os “professores excedentários que temos” a “abandonarem a sua zona de conforto e a “procurarem emprego noutro sítio”, Passos Coelho respondeu: “Em Angola e não só. O Brasil tem também uma grande necessidade ao nível do ensino básico e secundário”, disse durante uma entrevista com o Correio da Manhã, que foi publicada hoje.

Pedro Passos Coelho deu esta resposta depois de ter referido as capacidades de Angola para absorver mão-de-obra portuguesa em sectores com “tudo o que tem a ver com tecnologias de informação e do conhecimento, e ainda em áreas muito relacionadas com a saúde, com a educação, com a área ambiental, com comunicações”.

“Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm, nesta altura, ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos”, disse ainda o primeiro-ministro.

“Estamos com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma: ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado da língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa”, explicou.

Portugal é um dos países da Europa com menores níveis de escolarização da população, segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2011, publicado no mês passado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Para as crianças que entram agora na escola, esta diferença é bastante menor: o número de anos de escolaridade esperados era de 15,9, no caso de durante a vida da criança se mantiverem as taxas de escolarização actuais, o que pode estar em causa dada a dimensão da crise. Em Espanha era de 16,6 anos, na Irlanda de 18 e na Alemanha de 15,9.» [Público]

Parecer:

Sóa alguém muito irresponsável e com um QI de idiota se lembra de sugerir que os professores desempregados emigrem. Dizer que os professores ou outros quadros desempregados devem deixar o país é o mesmo que afirmar que no país que este idiota governa não há esperança e apenas há lugar para os que Passos Coelho considera ser necessários.
  
Se alguém pensava que a troika formada pelo demente Passos, pelo pimba Relva e pelo Oliveira Gaspar além de empobrecer os portugueses apostam num país miserável de gente sem qualificações pode agora ter a certeza.
 
Portugal está entregue a um idiota.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
  
 Uma pastilha elástica chamada Mário Nogueira

«O social-democrata Luís Filipe Menezes afirmou este domingo que "nada há a esperar" de dirigentes sindicais mais antigos, como o secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, e exortou os sindicatos a adoptarem nos seus estatutos o princípio da limitação de mandatos.

Menezes reagiu deste modo a declarações de Mário Nogueira, que aconselhou o primeiro-ministro a emigrar, depois de este ter admitido que os professores portugueses podem encontrar no mercado de língua portuguesa uma alternativa ao desemprego em Portugal. » [CM]

Parecer:

Ainda há poucos meses quando o Mário Nogueira liderava a oposição da direita e da direita conservadora a Sócrates o Mário Nogueira era recebido com todas as honras por Luís Filipe Menezes. Agora que o visado pelas critícas do sindicalista o ex-líder do PSD sugere o afastamento de Nogueira.

Este Menezes está a ficar com tiques fascistas se é que já não o era ou não os tinha, os que não lhe agradam devem ser riscados da vida política ou sindical. O mais grave é que este rapaz é conselheiro de Estado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  
 Grande Paulo Macedo

«»País atingiu o nível mais baixo de sempre nas mortes de crianças com menos de um ano, ficando no topo da lista de países com melhores resultados, com 2,5 óbitos por cada mil bebés que nascem com vida.

De acordo com o director-geral da Saúde, Francisco George, "não há países com níveis melhores do que aqueles que foram atingidos em Portugal". Com 256 óbitos de crianças a viver em Portugal, houve uma redução de cem mortes num ano (eram 362), menos 30% num ano.» [DN]

Parecer:

Foi chegar, ver e curar, Portugal nunca teve um ministro da Saúde como este Batanete!

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Organize-se uma missa de acção de graças na Sé de Lisboa e proponha-se a beatificação e canonização ainda em vida do Opus Batanete.