sábado, dezembro 03, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Quiosque da Av. da Liberdade, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Cortiços, aldeia de Monsanto [A. Cabral]
   
Jumento do dia


Pedro Passos Coelho

Passos Coelho apressou-se a elogiar os militares que salvaram os seis pescadores, mas é pena que seja hipócrita e se esqueça de dizer que ainda há poucos dias decidiu tirar-lhes os subsídios porque ganham mais do que os do sector privado. É evidente que no sector privado não há militares, mas de um ex-gestor do lixo que só começou a trabalhar aos quarenta e mesmo assim teve que ser o ti Ângelo Correia a empregá-lo não se pode esperar que tenha neurónios muito ágeis.
 
Felizmente que os pescadores de Caxinas foram encontrados e salvos, isso sucedeu graças a gente que trabalhou muitas horas seguidas, em horários e tendo como única preocupação a vida alheia. Essa gente que deu o seu melhor são desses "sacanas" dos funcionários públicos que ganham mais do que os outros e levaram o país à falência, essa gente que trabalhou sem horas nem descanso até ter encontrado e salvo os seis pescadores são funcionários públicos e a maioria deles vão perder os subsídios porque um governo sacana assim o decidiu.
 
Duvido que este economista de habilitações de qualidade duvidosa possa sentir orgulho como político, eu sinto-o como funcionário público garças aos "filhos da escola". Se fosse o primeiro-ministro sentiria vergonha e não teria lata para aparecer em público a aproveitar-me da situação.
    
«Pedro Passos Coelho felicita ainda "todos os que estiveram directamente envolvidos nas operações de resgate dos tripulantes" da embarcação, "em especial as mulheres e os homens da Marinha e da Força Aérea Portuguesa, que foram incansáveis durante os dia de busca e resgate".

"O seu esforço, que teve como resultado o resgate com vida de seis pessoas, é um motivo de orgulho para todos os Portugueses", congratula-se.» [DN]
  
 Uma música dedicada aos bárbaros do norte e aos piolhosos do sul da Europa
 
"Libertad " (Chile 1994) Nana Mouskori uma cantora desse país chamado Grécia a que alguns porcos que aprenderam a tomar banho há meia dúzia de anos e alguns piolhosos que enriqueceram depois do 25 de Abril se referem como se fosse uma qualquer Burundi na Europa..
  

 
 Feministas ucranianas contra prostituição no Euro 2012
  
  
 Pensamento do dia


Tradução:
Dois homens, um atrás do outro.
Devíamos ter percebido logo que o Euro
Nos iria enrabar a todos!

 Pobre parlamento
 
O governador do Banco de Portugal, um senhor que ganha mais do que o presidente do FED e dirige uma instituição que há décadas que fica de fora de qualquer medida de austeridade foi ao parlamento tratar um deputado de forma inaceitável. Em vez de mandar o senhor governador para o olho da rua Eduardo Cabrita, que presidia aos trabalhos da comissão parlamentar, lá foi dizendo que  "há regras de serenidade que a todos se aplicam e que espero sejam seguidas por todos".

A questão aqui não é a de regras de serenidade mas sim de respeito pela instituição parlamentar e por aquilo que os deputados representam, a vontade dos eleitores. O senhor governador foi arrogante e mal educado e não só deveria ter sido expulso das instalações da Assembleia da República como todos os deputados se deveriam ter reunido na exigência da sua demissão do cargo público que exerce.
 
Hoje foi a vez do governador ter sido uma besta com um deputado, amanhã com quem se irá o governador armar em besta, com o primeiro-ministro ou com o Presidente da República.
    
Senhor governador do BdP, demita-se, vá à vida, desapareça, desempate a loja!
      
 

 E usar a cabeça?

«É noite, há gente que acorre para um amontoado de homens que se debruça, na calçada, sobre algo. Alguém grita: "Chega, pá." E aparecem polícias, que rodeiam os homens debruçados. É, explica quem filmou e testemunhou, o vídeo que regista o espancamento, por polícias à paisana, e a detenção, pelos polícias fardados, de um jovem estrangeiro, na sequência da manifestação do dia da greve geral. De imediato contextualizado pela PSP como reacção a um ataque "violentíssimo" do detido, aliás um "anarca alemão procurado pela Interpol" e com ficha no seu país, a um polícia, polícia esse hospitalizado em consequência da agressão.

Esta tão assertiva versão da PSP, que anunciou no entanto a abertura de um inquérito, foi reforçada pelo ministro da Administração Interna, que elogiou a actuação da polícia durante a manifestação (apesar de ressalvar igualmente o inquérito à mesma) e pelo director nacional da corporação, que chegou a lamentar que os jornalistas quisessem saber do jovem detido e ninguém perguntasse pelo estado de saúde do polícia "barbaramente agredido", "muito mais importante".

Ao contrário do gabinete de comunicação da PSP, do seu director e do ministro da tutela, sou avessa a antecipar conclusões de inquéritos ou a "saltar para conclusões". Mas, neste caso, não tenho remédio: quando se anuncia um inquérito oficial e ao mesmo tempo se explica que correu tudo de acordo com as regras, parece inevitável concluir que o dito não é para levar a sério. Aliás, é comum: perante incidentes em que pode estar em causa abuso de autoridade ou excesso do uso da força, PSP e GNR teimam em pespegar com a versão dos envolvidos nos seus comunicados oficiais, demonstrando assim a importância que dão à lei e à verdade dos factos.

E sendo isto tão claramente assim, não pode deixar de espantar que os media continuem a reproduzir aquilo que só pode, até confirmação, ser usado com muitas aspas. O detido, que segundo se noticia foi posto em liberdade depois de presente em tribunal, será mesmo "procurado pela Interpol"? E rotulam-no como "anarca" porquê? Perguntaram-lhe qual a ideologia que defende? Mais: se todos os polícias envolvidos no corpo a corpo com o rapaz estão à paisana e devemos concluir que a ter existido uma agressão foi a um deles, não se deve perguntar o que o levaria a atacá-lo? Aproveitando o ensejo, ocorre também questionar o enquadramento legal da presença de agentes à civil, armados (pelo menos com bastões) no meio de manifestações. São o quê, infiltrados? É suposto tratar as manifestações como ocorrências suspeitas, onde se espera o cometimento de crimes?

"Nós não andamos com bastões nem com pistolas nem com algemas para mostrar mas para usar se for necessário", diz o director nacional da PSP. Apesar de infelizes, as declarações são exactas: a polícia tem, num Estado de direito, o monopólio do uso da força. Mas, como todos nós, usando a lei - e, de preferência, a cabeça.» [DN]

Autor:

Fernanda Câncio.
  
 Regresso às aulas

«Questionado sobre a opinião de um gestor de empresas, no quadro da última greve geral, o líder da CGTP, Carvalho da Silva, reagiu deste modo: “(Ele) é licenciado em gestão e marketing. Eu acho que o deviam levar à universidade e retirar-lhe o diploma".

"Porque há uma coisa que está demonstrada até à exaustão: o aumento das horas de trabalho não aumenta a produtividade". Será mesmo assim? Eis um tema interessante, que vale a pena debater.

Consideremos a produtividade/hora de um empregado e atribuamos-lhe o valor de ‘x', para um horário de trabalho de 8 horas por dia. Se, em determinada altura, o horário passar para 9 horas por dia, o que é que acontece? Presumivelmente, a produtividade/hora mantém-se. Mas se formos acrescentando sucessivamente mais horas, o mais provável é que a média vá diminuindo, que mais não seja por cansaço. A produtividade marginal é decrescente.

Passemos agora ao conceito de produtividade/pessoa, continuando a atribuir o valor de ‘x' a cada hora das 8 horas de trabalho por dia. Se, em determinada altura, o horário for acrescido de uma hora, parece claro que a produtividade/pessoa aumenta, passando de 8x para 9x em cada dia. Aliás, aumentará tanto mais quanto mais horas de trabalho houver. E só não será assim a partir do momento em que a hora adicional tenha produtividade nula.

Quando Carvalho da Silva diz que "o aumento das horas de trabalho não aumenta a produtividade", atenção! Depende do conceito escolhido! E o da produtividade/pessoa é bem mais importante. Agora as estatísticas. Produtividade/hora, com EUA igual a 100: a Europa produz 85 e Portugal 49. Produtividade/pessoa, com EUA igual a 100: a Europa produz 75 e Portugal de 54. Conclusões a reter: na Europa trabalha-se menos do que na América; em Portugal trabalha-se mais do que em qualquer das duas.

Com isto chegamos à famosa meia hora que o Governo tanto insiste em acrescer ao actual horário de trabalho. As comparações atrás mencionadas não deixam dúvidas: a produtividade/hora é tendencialmente decrescente e a produtividade/pessoa já tem horas a mais. Ou seja, se queremos mesmo aumentar a produtividade, o alvo não deve estar nos trabalhadores mas nas empresas que os contrataram. Dito de outro modo: precisamos de mais investimento e de melhor organização. Já tinham pensado nisso?

Esta lição é de borla.» [DE]

Autor:

Daniel Amaral.
  
 Tratar dos "pentelhos"

«Com o precedente aberto pelo ilustre militante do PSD, professor e ex-ministro das finanças Eduardo Catroga, julgo que ninguém levará a mal o título deste texto. Embora a brejeirice não faça o meu género, não consegui encontrar melhor expressão para o tema desta semana.

À época, em plena campanha eleitoral, Catroga fez furor ao afirmar: "em vez de andarem a discutir as grandes questões que podem mudar Portugal, andam a discutir - passe a expressão - pentelhos".

Ora sucede que a frase se aplica na perfeição ao atual governo PSD que Catroga, com o seu argumento peludo, tanto queria eleger. E conseguiu. Mas decorridos seis meses, ainda não se viu uma única medida que possa realmente contribuir para mudar Portugal. Aliás, excetuando o que se associa a maior receita e alguma, pouca, redução na despesa, este governo não mostra vontade de mudar nada. Não são apresentadas medidas, não há no discurso do primeiro e dos principais ministros um único sinal que sugira vontade de transformar positivamente a sociedade. Tudo parece limitar-se a uma eventual poupança casuística. E digo eventual porque umas vezes as contas não estão feitas e, outras, é evidente que estão mal feitas. Certas poupanças saem muito caro. Por exemplo, na educação, na ciência ou no turismo, onde o aumento do IVA na restauração pode resultar em quebras de receita em vez de ganhos, para além de perda de competitividade internacional e aumento do desemprego.

Mas, mais do que estes "casos", em que escasseiam dados, estudos, ponderação, debate, e reina o princípio da "tentativa e erro" e do pode ser que resulte, falta conhecimento e coragem para abordar seriamente os problemas. Em suma, o governo de Passos Coelho ainda não passou dos tais "pentelhos" de Catroga. Das coisas miúdas, simplistas, de curto prazo. Por exemplo: retirar dois subsídios não resolve o problema de fundo que é, como toda a gente sabe, o excesso de funcionários e de organismos públicos. Paga-se menos mas mantém-se a mesma máquina pesada, ineficiente, limitadora da iniciativa dos cidadãos. Não muda nada e se muda alguma coisa é para pior. A redução de salários fará crescer a má vontade, a preguiça e os esquemas paralelos dos funcionários públicos. Pelo contrário, seria importante reduzir substancialmente o número de funcionários, exigir melhor formação, aumentando responsabilidade e salário.

Do mesmo modo, mais meia hora de trabalho não irá resolver a falta de competitividade da maioria das nossas empresas. Porque essa falta deriva da deficiente formação, dos próprios empresários e dos trabalhadores, e sobretudo de uma cultura de mercearia, sem ambição nem visão que não aposta no risco, na criatividade e na inovação. Ou seja, trabalha-se mais mas não melhor.

No ensino passa-se algo de similar. Imaginar que o reforço do português e da matemática, embora importante, possa, por si só, gerar uma maior capacitação dos alunos, é não entender o mundo contemporâneo e muito menos o futuro que espera estes jovens quando terminarem os seus estudos. A ideia de que existem disciplinas-nucleares, ou seja, mais importantes do que outras é não ver que o conhecimento hoje é multidisciplinar, transversal e diversificado.

Vivemos numa sociedade que exige cada vez mais criatividade e inovação. E isso só se consegue com uma formação assente na experimentação, na cooperação e, sobretudo, no desenvolvimento de projetos criativos. Em oposição a isto que é consensual, Nuno Crato achou por bem eliminar a área de projeto no 2º ciclo, quando devia ter feito o seu "upgrade", tal como vai sucedendo um pouco por todo o mundo. Acabar com as aulas de informática também não é boa ideia. Porque se é certo que a maioria dos alunos sabe trabalhar com o computador melhor que os professores (esquecendo os pobres), isso devia levar, também aqui, a um upgrade do formato dessas aulas e nunca à sua eliminação.

Ou seja, Nuno Crato olha para a pilosidade, mas não para o corpo inteiro.

Quanto ao resto é o que se sabe. Medidas avulsas, esquemas mesquinhos para sacar dinheiro aos contribuintes, dança de cadeiras, engenharias financeiras mas que não atacam a essência dos problemas. Só pentelhos, portanto.» [Jornal de Negócios]

Autor:

Leonel Moura.

 Um trabalhador em apuros

«Deixa-me sempre pesaroso (embora só agora tenha assistido a tal coisa) ver o Fisco exigir 750 mil euros de impostos a um pobre trabalhador, mesmo que esse trabalhador seja o homem mais rico de Portugal e um dos 200 mais ricos do Mundo. Ainda por cima, o Fisco assaca a Américo Amorim coisas feias como ter feito, sem licença, obras de engenharia criativa na contabilidade das suas empresas.

A má vontade da Justiça contra Américo Amorim não é de hoje. Já em 1991, o MP o acusara de abuso de confiança e desvios em subsídios de 2,5 milhões de euros do Fundo Social Europeu; felizmente Deus e a morosidade dos tribunais escrevem direito por linhas tortas e o processo acabou por prescrever. Depois foi a "Operação Furacão" e uma investigação por fraude fiscal e branqueamento de capitais, mas tudo acabou de novo em bem e sem julgamento.

Agora as Finanças não compreendem os contratempos hormonais das empresas de Américo Amorim e recusam aceitar como despesas os seus gastos em tampões higiénicos e outras exigências da feminilidade como roupas, cabeleireiros ou massagens. Até as contas da mercearia e festas e viagens dos netos o Fisco acha impróprias de um grupo de empresa só pelo facto de os grupos de empresas não costumarem ter netos.

Um trabalhador consegue juntar um pequeno pé-de-meia de 3,6 mil milhões e o Estado quer reduzir-lho a pouco mais de 3,599 mil milhões. Muito ingrato é ser trabalhador em Portugal!» [Jornal de Negócios]

Autor:

Manuel António Pina.
     

 Os goebelzinhos meteram água

«O Governo ainda não decidiu sobre a hipótese de ser concedida tolerância de ponto no Natal e Fim de Ano, mas "a seu tempo" serão tomadas as medidas necessárias para que "a festa da família" seja "celebrada condignamente".» [CM]

Parecer:

OS pequenos Goebels do governo sopraram ao jornal "i" a generosidade de Passos Coelho mas parece que a manobra não está a correr, os portugueses ainda são orgulhosos ao dispensarem as esmolas do antigo gestor do lixo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
  
 O pequeno Marques Mendes

«Ex-líder do PSD denunciou ontem na TVI24 que as escolas de Gouveia dão o dia de aniversário a pessoal não docente. Se calhar ao fim-de-semana, passa para 2.ª.» [CM]

Parecer:

Compreende-se que um homem pequenino seja dominado por complexos ao ponto de se preocupar com coisas miseráveis.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Marques Mendes porque não vai trabalhar e deixa de nos entreter com palhaçadas.»
  
 Pobre Paulo Bento

«Selecção portuguesa defronta três ex-campeãs europeias. Portugal joga primeiro com a Alemanha e encerra a fase de grupos com a Holanda. 

O sorteio da fase final do Euro 2012 não foi "simpático" para a selecção portuguesa. Portugal ficou no grupo B juntamente com Holanda, Dinamarca e Alemanha, nada mais, nada menos que três selecções que já venceram europeus.» [DN]

Parecer:

Depois da forma como tenho sido tratado neste país sou espanhol!

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Deseje-se a melhor sorte a Paulo Bento e à sua selecção, que faça pelo menos um pontito.»
  
 Um governador do BdP muito arrogante
 
«Numa discussão relativa à exposição da banca à dívida soberana portuguesa, o governador do BdP irritou-se com o deputado do PS, acusando-o de "má fé intelectual" num registo pouco habitual em audiências nas comissões parlamentares.

"Se não sabe o que é o 'crowding out', vá aprender!", disse o governador do BdP, num tom alterado, a Galamba.

Após as declarações de Carlos Costa, o presidente da comissão de Orçamento e Finanças, Eduardo Cabrita, notou que na discussão parlamentar "há regras de serenidade que a todos se aplicam e que espero sejam seguidas por todos".

Na sua intervenção seguinte, João Galamba descreveu o comportamento do governador do BdP como "inaceitável", e exigiu um pedido de desculpas: "Penso que o senhor foi deselegante de forma injustificada."» [DN]

Parecer:

este senhor ganha muito mais do que o presidente do FED e os seus empregados vivem à margem da realidade do país e estão isentos de qualquer medida de austeridade incluindo o corte dos subsídios.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se o senhor governador do BdP que enquanto os seus viverem acima da média à custa da riqueza alheia não tem o direito de levantar a voz seja a quem for.»
  
 Zorrinho sem opinião sobre constitucionalidade do corte de subsídios

«"Nós confiamos totalmente na apreciação que sobre isso fizer o senhor Presidente da República, seja num sentido seja noutro, nós estamos completamente de acordo", afirmou Carlos Zorrinho aos jornalistas.

O líder da bancada socialista falava à saída da reunião do grupo parlamentar, depois de confrontado com a eventual intenção de deputados do PS em suscitar a fiscalização sucessiva da constitucionalidade dos cortes nos subsídios dos funcionários públicos e pensionistas. » [Jornal de Negócios]

Parecer:

O idiota está disponível para concordar com tudo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»