Foto Jumento
Cores de Outono na Quinta das Conchas, Lisboa
Jumento do dia
Passos Coelho
O líder de um partido que na oposição se dedicou a organizar manifestações falsamente espontâneas, muitas vezes em colaboração com a extrema-esquerda, não tem autoridade moral para vir agora dizer que a maioria dos presidentes de juntas de freguesia do país foram organizados por alguém para vaiar o Relvas. Parece que começa a cruzada contra a oposição cujo exercício começa a ser tratado como uma subversão, mais um tique fascista deste governo.
«"Não vamos adiar esta reforma! Este não é um problema pessoal, é um problema do país", assegurou, durante o discurso da sessão evocativa em memória de Francisco Sá Carneiro, num hotel da cidade do Porto.
O primeiro-ministro observou que o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, foi alvo "de uma contestação organizada", mas vincou que a reforça é para avançar.» [DE]
Um governo de aldrabões
Se alguém tinha dúvidas deixou de as ter, o governo adiou a negociação do fundo de pensões da banca para depois da aprovação do OE, desta forma os portugueses não tiveram a sensação de que os subsídios dos funcionários e dos pensionistas lhes estavam a ser roubados para serem entregues aos empresários que financiaram a eleição dos partidos da direita.
Depois dos fundos comunitários e do endividamento externos os chulos da economia portuguesa vão buscar o dinheiro com que enriquecem às prendas de natal e à mesa dos funcionários e pensionistas. Resta a esperança de Cavaco SIlva enviar o OE para o Tribunal Constitucional ou que ainda hajam deputados do PS com coragem para desobedecer ao caniche do Passos Coelho que lidera este partido.
«"Não vamos adiar esta reforma! Este não é um problema pessoal, é um problema do país", assegurou, durante o discurso da sessão evocativa em memória de Francisco Sá Carneiro, num hotel da cidade do Porto.
O primeiro-ministro observou que o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, foi alvo "de uma contestação organizada", mas vincou que a reforça é para avançar.» [DE]
Um governo de aldrabões
Se alguém tinha dúvidas deixou de as ter, o governo adiou a negociação do fundo de pensões da banca para depois da aprovação do OE, desta forma os portugueses não tiveram a sensação de que os subsídios dos funcionários e dos pensionistas lhes estavam a ser roubados para serem entregues aos empresários que financiaram a eleição dos partidos da direita.
Depois dos fundos comunitários e do endividamento externos os chulos da economia portuguesa vão buscar o dinheiro com que enriquecem às prendas de natal e à mesa dos funcionários e pensionistas. Resta a esperança de Cavaco SIlva enviar o OE para o Tribunal Constitucional ou que ainda hajam deputados do PS com coragem para desobedecer ao caniche do Passos Coelho que lidera este partido.
O vírus demagógico
«A demagogia tem duas características muito interessantes: é altamente contagiosa e em quase todos os casos infecta o seu criador.
Esta semana, o Governo foi atingido pelo vírus que decidiu criar e lançou uma outra estirpe que mais cedo ou mais tarde também o afectará.
O primeiro caso foi o da aquisição de um carro para a utilização do ministro Mota Soares, uma viatura no valor de 86 000 euros.
Assim, de repente, não me recordo de mais do que meia dúzia de pessoas com as responsabilidades de um ministro da Segurança Social. O orçamento que gere é um dos maiores em Portugal, tem centenas de organismos sob a sua tutela e muitos milhares de funcionários para dirigir. Talvez não fosse má ideia saber qual o carro destinado a um administrador de uma qualquer empresa pública debaixo da sua alçada ou até investigar que tipo de carro o BPN ou o BCP atribui a um director. Também para quem não saiba, o ministro é obrigado a deslocações quase diárias pelos mais recônditos lugares do nosso país. Queriam o quê? Que se deslocasse de Vespa ou num utilitário? Se calhar era bastante esclarecedor a divulgação do salário do ministro acrescido do valor do leasing da dita viatura. Talvez aí se percebesse o quão baixa é a sua retribuição face às suas responsabilidades. E, para quem está realmente com problemas de amnésia, recordo quais são: tratar do bem comum, e, no caso dele, dos mais carecidos.
É, aliás, provável que um qualquer quadro de uma multinacional se risse às gargalhadas e agradecesse aos anjinhos nunca ter tido vontade de ir para a política.
Pode o sr. ministro queixar-se de ter sido tão violentamente criticado? Provavelmente ele pode, mas foi o Governo de que faz parte e a classe política a que pertence que ajudou a dar asas ao tal vírus demagógico - e, já que estamos com a mão na massa, o seu partido tem contribuído largamente para o clima antipolíticos. Não foi este Governo que lançou uma campanha de moralização que metia redução das férias dos deputados, o fim das gravatas em ministérios para ajudar a poupar no ar condicionado, o fim da utilização de carros no fim-de-semana, as patéticas viagens do primeiro-ministro em executiva e um sem-número de anúncios apenas para pensarmos que agora sim íamos ter uma gente muito pia e casta à frente dos destinos da nação? Pois é. Não é que não imaginássemos que estas conversas serviam para enganar tolos, não é que não soubéssemos que estas tretas apenas serviam para nos desviar da discussão da verdadeira essência dos problemas, não é que não especulássemos sobre o dia em que estas historietas explodissem nas mãos dos seus criadores, mas ainda guardamos, feliz ou infelizmente, uma enorme dose de ingenuidade. O pior é que quando perdemos a inocência tendemos a tornar-nos radicais e irremediavelmente estúpidos. Ninguém se surpreenderá se começarmos a ler histórias em jornais sobre os restaurantes que os nossos políticos frequentam, fatos que vestem ou casas onde vivem.
Bom, pode ser que a história do carro sirva, pelo menos, para que o Governo perceba que a demagogia é como cuspir para o ar: a saliva acaba sempre por cair-nos na boca.
O segundo caso de criação de uma nova estirpe demagógica é a história do fim de alguns feriados. Diz que temos muitos. Já tínhamos sido avisados de que trabalhávamos pouco e que precisávamos de aumentar a nossa produção. Pois claro, acabamos com quatro feriados e vai ser um aumento de produtividade fantástico.
Mas será que alguém acredita que os nossos níveis de produtividade têm alguma coisa a ver com o número de feriados? Será que alguém embarca na desonestidade da comparação com outros países? Alguém se preocupou em perceber quanto ganham os trabalhadores nessas terras? Como aí é organizado o trabalho? Que benefícios têm esses trabalhadores? Quantas horas trabalham? A propósito, já alguém reparou que temos 52 domingos por ano? Se acabássemos com meia dúzia é que era bom, ia ser uma produtividade de fazer corar de inveja qualquer chinês.
Mas esqueçamos esta converseta impostora. Será que estamos todos esquecidos e ninguém recorda que isto é um país com muitos séculos de história, que os feriados são uma espécie de património histórico, que os próprios feriados católicos são, quer se queira quer não, fruto do nosso passado comum? Quero lá saber se os outros povos têm mais ou menos dias santos ou datas comemorativas. Os que temos são nossos, os que decidimos como comunidade celebrar e que têm um significado, atente a maioria da população a eles ou não.
O Governo vai propagando o vírus da demagogia e sofrerá com ele, mas os portugueses é que ficarão seriamente doentes.» [DN]
Esta semana, o Governo foi atingido pelo vírus que decidiu criar e lançou uma outra estirpe que mais cedo ou mais tarde também o afectará.
O primeiro caso foi o da aquisição de um carro para a utilização do ministro Mota Soares, uma viatura no valor de 86 000 euros.
Assim, de repente, não me recordo de mais do que meia dúzia de pessoas com as responsabilidades de um ministro da Segurança Social. O orçamento que gere é um dos maiores em Portugal, tem centenas de organismos sob a sua tutela e muitos milhares de funcionários para dirigir. Talvez não fosse má ideia saber qual o carro destinado a um administrador de uma qualquer empresa pública debaixo da sua alçada ou até investigar que tipo de carro o BPN ou o BCP atribui a um director. Também para quem não saiba, o ministro é obrigado a deslocações quase diárias pelos mais recônditos lugares do nosso país. Queriam o quê? Que se deslocasse de Vespa ou num utilitário? Se calhar era bastante esclarecedor a divulgação do salário do ministro acrescido do valor do leasing da dita viatura. Talvez aí se percebesse o quão baixa é a sua retribuição face às suas responsabilidades. E, para quem está realmente com problemas de amnésia, recordo quais são: tratar do bem comum, e, no caso dele, dos mais carecidos.
É, aliás, provável que um qualquer quadro de uma multinacional se risse às gargalhadas e agradecesse aos anjinhos nunca ter tido vontade de ir para a política.
Pode o sr. ministro queixar-se de ter sido tão violentamente criticado? Provavelmente ele pode, mas foi o Governo de que faz parte e a classe política a que pertence que ajudou a dar asas ao tal vírus demagógico - e, já que estamos com a mão na massa, o seu partido tem contribuído largamente para o clima antipolíticos. Não foi este Governo que lançou uma campanha de moralização que metia redução das férias dos deputados, o fim das gravatas em ministérios para ajudar a poupar no ar condicionado, o fim da utilização de carros no fim-de-semana, as patéticas viagens do primeiro-ministro em executiva e um sem-número de anúncios apenas para pensarmos que agora sim íamos ter uma gente muito pia e casta à frente dos destinos da nação? Pois é. Não é que não imaginássemos que estas conversas serviam para enganar tolos, não é que não soubéssemos que estas tretas apenas serviam para nos desviar da discussão da verdadeira essência dos problemas, não é que não especulássemos sobre o dia em que estas historietas explodissem nas mãos dos seus criadores, mas ainda guardamos, feliz ou infelizmente, uma enorme dose de ingenuidade. O pior é que quando perdemos a inocência tendemos a tornar-nos radicais e irremediavelmente estúpidos. Ninguém se surpreenderá se começarmos a ler histórias em jornais sobre os restaurantes que os nossos políticos frequentam, fatos que vestem ou casas onde vivem.
Bom, pode ser que a história do carro sirva, pelo menos, para que o Governo perceba que a demagogia é como cuspir para o ar: a saliva acaba sempre por cair-nos na boca.
O segundo caso de criação de uma nova estirpe demagógica é a história do fim de alguns feriados. Diz que temos muitos. Já tínhamos sido avisados de que trabalhávamos pouco e que precisávamos de aumentar a nossa produção. Pois claro, acabamos com quatro feriados e vai ser um aumento de produtividade fantástico.
Mas será que alguém acredita que os nossos níveis de produtividade têm alguma coisa a ver com o número de feriados? Será que alguém embarca na desonestidade da comparação com outros países? Alguém se preocupou em perceber quanto ganham os trabalhadores nessas terras? Como aí é organizado o trabalho? Que benefícios têm esses trabalhadores? Quantas horas trabalham? A propósito, já alguém reparou que temos 52 domingos por ano? Se acabássemos com meia dúzia é que era bom, ia ser uma produtividade de fazer corar de inveja qualquer chinês.
Mas esqueçamos esta converseta impostora. Será que estamos todos esquecidos e ninguém recorda que isto é um país com muitos séculos de história, que os feriados são uma espécie de património histórico, que os próprios feriados católicos são, quer se queira quer não, fruto do nosso passado comum? Quero lá saber se os outros povos têm mais ou menos dias santos ou datas comemorativas. Os que temos são nossos, os que decidimos como comunidade celebrar e que têm um significado, atente a maioria da população a eles ou não.
O Governo vai propagando o vírus da demagogia e sofrerá com ele, mas os portugueses é que ficarão seriamente doentes.» [DN]
Autor:
Pedro Marques Lopes.
Um desvairado gosto pela fava
«O Expresso publicou ontem uma mentira. Só pode. Disse que na Assembleia Municipal de Cascais, tendo sido apresentada uma moção para que o cabaz de Natal e o bolo-rei oferecidos habitualmente aos deputados municipais pela autarquia fossem distribuídos este ano por famílias carenciadas, a votação ficou empatada (16-16); e tendo o presidente (em exercício) da Assembleia sido chamado a desempatar, votou pela habitual oferta aos deputados, e não a pobres. Essa, a notícia do Expresso. Manifestamente falsa. Primeiro, porque Cascais, com fama de ser de gente bem, é também de gente boa como as de Abrantes e Vouzela. Segundo, porque a sua Assembleia Municipal é composta pelos mesmos partidos que estão na Assembleia da República, o que confirma a normalidade do município. Terceiro, porque se fala aqui de autarcas, isto é, dos políticos portugueses que mais próximos estão dos seus eleitores. Quarto, porque a moção não pedia aos deputados para prescindir de parte dos seus direitos (salário, por exemplo), mas de oferta paga com dinheiro dos munícipes. E quinto, porque, se a votação 16-16 feita em grupo ainda podia esconder a honra de cada um, a votação do desempate era pessoal, com nome e cara: nenhum político com bom senso (já não falo de sentido de justiça) se permitiria dar aquele voto. Logo, o Expresso mentiu. Só pode. Porque a ser verdade a outra hipótese, a tacanhez de certos políticos assusta.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
Mais um sucesso do Gaspar
«Os recém-licenciados apontam a falta de oportunidades e o facto de não verem "luz ao fundo do túnel" na crise portuguesa como factores que os "empurram" para fora do país e para dentro das escolas de línguas.» [DN]
Parecer:
Quando o homem conseguir salvar o país, só cá estão os Rabaças e os Coelhos
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «O último a abandonar o país que apague a luz.»
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «O último a abandonar o país que apague a luz.»
Passos Coelho que não se esqueça do que tem dito
«"Quando os países são indisciplinados e colocam em risco outros, é natural que os que geriram bem as suas economias e emprestam dinheiro queiram receber garantias em como o que emprestam será bem utilizado. Esse governo económico que precisamos de construir na Europa é essencial para que a Europa possa ser solidária", sustentou o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas.» [DE]
«"Não podemos esquecer que a reconstrução da Alemanha após a guerra não teria sido possível sem o apoio dos parceiros ocidentais, e por isso temos o dever histórico de mostrar solidariedade com outros países, o que se aplica especialmente à Grécia", disse Helmut Schmidt num comício que antecedeu a abertura do congresso dos sociais-democratas (SPD), em Berlim, e em que participaram cerca de nove mil pessoas.» [DE]
Parecer:
Passos Coelho ignora que há mais Alemanha para além da senhora Merkel. Vale a pena comparar o discurso do submisso Coelho e o do ex-chanceler Helmut Schmidt.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o nível de su8bserviência de Coelho.»
Muito obrigado Álvaro
«Portugal vendeu mais calçado a Itália do que comprou nos primeiros nove meses do ano, o que acontece pela primeira vez, estando também muito perto de 'apanhar' a Espanha, adiantou à Lusa fonte da Associação de Industriais do Calçado.
"A indústria portuguesa de calçado exportou para Itália dois milhões de pares de calçado, no valor de 39,80 milhões de euros e importou 1,8 milhões de pares, no valor de 39,76 milhões de euros", adiantou à Lusa o porta-voz da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS).» [Expresso]
"A indústria portuguesa de calçado exportou para Itália dois milhões de pares de calçado, no valor de 39,80 milhões de euros e importou 1,8 milhões de pares, no valor de 39,76 milhões de euros", adiantou à Lusa o porta-voz da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS).» [Expresso]
Parecer:
Temos de agradecer ao Álvaro, sem as suas idiotices e banalidades, sem a redução dos feriados e o aumento do horário de trabalho nada disto seria possível.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Obrigadinho Batenete da Rua da Horta Seca.»
Grande canalha
«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, pede cautela em relação ao excedente de 2000 milhões de euros que vão ser injectados na economia, graças à transferência dos fundos de pensões da banca para o Estado este ano. Isto porque não quer que fique a ideia de que esse excedente crie uma margem para desvios na consolidação das contas públicas. “Não há folgas, nem almofadas”, acentuou, para explicar que o Governo já não vai contar com esta medida extraordinária para corrigir do défice do próximo ano.» [Público]
Parecer:
Financia uns com o aumento de austeridade sobre os outros.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»