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Rio Tejo [A. Cabral]
Jumento do dia
Gasparoika, ministro da troika
Vítor Gaspar é mais uma prova humana de que tem o dito cujo tem medo, depois de aumentar a segurança para se proteger no seu forte do Terreiro do Paço o ainda ministro das Finanças cede aos militares.
«Os ministros da Defesa e das Finanças estiveram cara a cara com os quatro chefes militares, numa reunião inédita. O encontro aconteceu esta terça-feira, no Ministério da Defesa. A situação nas Forças Armadas, com menos verbas e congelamento das promoções, é das mais complicadas dos últimos anos e, por isso, requereu esforços excepcionais.
Do encontro, saíram alguns sinais positivos, com o Governo a aceitar que possa haver, em alguns casos, promoções com respectivo aumento salarial. Mais um ponto em que fica aquém dos dotes de Salazar, o da coragem política.
O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, já tinha admitido, como forma de compatibilizar os cortes orçamentais com as necessidades específicas da hierarquia militar, que pudessem existir promoções sem pagamento equivalente – um princípio que as associações militares contestaram de imediato.» [Sol]
«Os ministros da Defesa e das Finanças estiveram cara a cara com os quatro chefes militares, numa reunião inédita. O encontro aconteceu esta terça-feira, no Ministério da Defesa. A situação nas Forças Armadas, com menos verbas e congelamento das promoções, é das mais complicadas dos últimos anos e, por isso, requereu esforços excepcionais.
Do encontro, saíram alguns sinais positivos, com o Governo a aceitar que possa haver, em alguns casos, promoções com respectivo aumento salarial. Mais um ponto em que fica aquém dos dotes de Salazar, o da coragem política.
O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, já tinha admitido, como forma de compatibilizar os cortes orçamentais com as necessidades específicas da hierarquia militar, que pudessem existir promoções sem pagamento equivalente – um princípio que as associações militares contestaram de imediato.» [Sol]
Para os que têm a bexiga grande
Desta vez os japoneses foram ultrapassados simultaneamente nos jogos e na modernização dos sanitários!
E empreservativos, quanto gastou?
Investiga Azenha!
Diga adeus à sua reforma
«Há coisas que não mudam e o ataque às gerações futuras é uma delas. Em Portugal, os governos surpreendem sempre pela criatividade e desfaçatez e os cidadãos pelo conformismo. Já tinha escrito sobre a matéria recentemente, mas tenho de voltar ao tema porque o ataque aos futuros pensionistas prossegue a um ritmo que acabará por trazer a desgraça mais rápido do que se pensava.
Como quem manda é a troika e a troika não quer saber do futuro, o ministro das Finanças vai derrotando, um a um, os restantes ministros até que eles percebam que, nas actuais circunstâncias, estão equiparados a gestores de insolvência. O que me incomoda é que os seis mil milhões de euros que a banca entregou ao Estado, e que deveriam servir para pagar as reformas de milhares de bancários, desapareceram num abrir e fechar de olhos. A maioria para tapar buracos e pagar dívidas. Perante este assalto, estranho que nem o ministro da Segurança Social se incomode, nem o líder da oposição tenha uma palavra a dizer. E os senhores de Bruxelas, que tanto rigor exigem nas cimeiras, pactuam afinal com uma aldrabice em que aceitam uma receita extraordinária sem terem em conta os encargos futuros.
Retomo o que escrevi há dois meses: "Mais cedo que tarde, vão dizer- -nos que o nosso sistema de Segurança Social já não é sustentável e explicar-nos que, por mais descontos que tenhamos feito, o Estado não poderá dar-nos mais do que um rendimento mínimo." Nessa altura, vão tentar convencer-nos de que o sistema de Segurança Social que construímos era irrealista, que fazíamos vida de ricos, sendo pobres. Os governantes que nas últimas décadas desbarataram fundos de pensões, nacionalizados para pagar erros de governação, estarão a assobiar para o lado.
No meio desta desgraça que se abate sobre as futuras gerações de pensionistas, temos o primeiro-ministro a falar de um excedente de dois mil milhões de euros e o líder da oposição a encher-se de razão porque, afinal, havia uma almofada. Nem um nem outro se dão conta de que nos estão a empobrecer para todo o sempre. Ficar mais pobre agora para pagar erros do passado e preparar o futuro é aceitável, mas não podemos aceitar que estejam a utilizar o dinheiro que lhes confiámos, para nos devolverem na velhice, sem sequer nos darem uma explicação.
Na situação de emergência que vivemos, tudo se passa na maior das tranquilidades. É até possível ouvir o ministro Vítor Gaspar dizer que esta operação é "actuarialmente equilibrada". O cálculo actuarial é usado para determinar o risco dos seguros e das finanças e, se o ministro fez as contas, deveríamos ficar descansados. Mas eu não fico, porque ele não vai estar lá para responder quando eu for pensionista e pedir a devolução do dinheiro que lhes confiei. Adeus reforma.» [DN]
Como quem manda é a troika e a troika não quer saber do futuro, o ministro das Finanças vai derrotando, um a um, os restantes ministros até que eles percebam que, nas actuais circunstâncias, estão equiparados a gestores de insolvência. O que me incomoda é que os seis mil milhões de euros que a banca entregou ao Estado, e que deveriam servir para pagar as reformas de milhares de bancários, desapareceram num abrir e fechar de olhos. A maioria para tapar buracos e pagar dívidas. Perante este assalto, estranho que nem o ministro da Segurança Social se incomode, nem o líder da oposição tenha uma palavra a dizer. E os senhores de Bruxelas, que tanto rigor exigem nas cimeiras, pactuam afinal com uma aldrabice em que aceitam uma receita extraordinária sem terem em conta os encargos futuros.
Retomo o que escrevi há dois meses: "Mais cedo que tarde, vão dizer- -nos que o nosso sistema de Segurança Social já não é sustentável e explicar-nos que, por mais descontos que tenhamos feito, o Estado não poderá dar-nos mais do que um rendimento mínimo." Nessa altura, vão tentar convencer-nos de que o sistema de Segurança Social que construímos era irrealista, que fazíamos vida de ricos, sendo pobres. Os governantes que nas últimas décadas desbarataram fundos de pensões, nacionalizados para pagar erros de governação, estarão a assobiar para o lado.
No meio desta desgraça que se abate sobre as futuras gerações de pensionistas, temos o primeiro-ministro a falar de um excedente de dois mil milhões de euros e o líder da oposição a encher-se de razão porque, afinal, havia uma almofada. Nem um nem outro se dão conta de que nos estão a empobrecer para todo o sempre. Ficar mais pobre agora para pagar erros do passado e preparar o futuro é aceitável, mas não podemos aceitar que estejam a utilizar o dinheiro que lhes confiámos, para nos devolverem na velhice, sem sequer nos darem uma explicação.
Na situação de emergência que vivemos, tudo se passa na maior das tranquilidades. É até possível ouvir o ministro Vítor Gaspar dizer que esta operação é "actuarialmente equilibrada". O cálculo actuarial é usado para determinar o risco dos seguros e das finanças e, se o ministro fez as contas, deveríamos ficar descansados. Mas eu não fico, porque ele não vai estar lá para responder quando eu for pensionista e pedir a devolução do dinheiro que lhes confiei. Adeus reforma.» [DN]
Autor:
Paulo Baldaia.
A doutrina do castigo
«1 Ia ser a cimeira definitiva, e tudo aponta para que, de facto, tenha sido. Parece claro que se desistiu definitivamente do euro, da Europa, e se deram importantes passos para que a democracia seja o próximo pilar do sonho europeu a ruir.
Os líderes europeus concordaram que a melhor maneira de sairmos da crise económica é agravá-la ainda mais. A austeridade está a criar desemprego, falências, pobreza? Claro que sim, então vamos apostar em ainda mais austeridade e criar mais recessão. É que é esta a única conclusão da bendita cimeira. Não serão com certeza as constitucionalizações dos limites dos défices ou as multas automáticas para os incumpridores que gerarão crescimento económico ou farão os défices baixar. Ou melhor, os défices baixarão, não existirá é economia.
A cada dia que passa, cresce a sensação de que estamos nas mãos de gente muito parecida com aqueles comunistas que assistindo ao colapso do império soviético defendiam que o mal não era o sistema, era não se ter ido ainda mais longe na sua implementação.
Os líderes europeus portaram--se como um médico que vendo o paciente a morrer da doença do legionário decide tratar uma dor de estômago. Ninguém nega a necessidade de controle orçamental, mas focar toda a estratégia dum espaço económico apenas nisso é um suicídio, uma absoluta loucura. Sobretudo quando é hoje transparente que a crise das dívidas soberanas advém de uma crise sistémica e não do descontrolo orçamental.
Não é preciso ir muito atrás na história da Europa para descobrirmos momentos em que comunidades inteiras falharam, em que países semearam a destruição, em que se cometeram as mais terríveis atrocidades. Fossem, após esses acontecimentos, merkels e sarkozys a decidir o futuro e ainda tínhamos os povos responsáveis por esses, muitas vezes, colossais erros de castigo. É, no fundo, o que está a ser feito. Estamos na presença de uma nova teoria: a doutrina do castigo. Há que castigar milhões e milhões de pessoas, pô-las no desemprego, falir empresas, recuperar as sopas dos pobres. E porquê? Porque se portaram mal.
Quando, em Janeiro, a Itália for ao mercado tentar colocar dívida num valor sete vezes superior ao pacote inteiro de ajuda a Portugal e os mercados torcerem o nariz, virá alguém dizer: "Não, planos para crescer não temos. Não, medidas para criar riqueza não há. Mas estamos a castigar a malandragem que andou para aí a gastar à tripa forra. Não chega?"
2 Os verdadeiros objectivos da construção europeia eram, no princípio, singelos: manter a paz num continente que nunca a tinha conhecido por muito tempo e garantir o apoio dos povos à democracia. Os homens que a imaginaram sabiam que para preservar a paz e instaurar a democracia era fundamental garantir boas condições de vida aos cidadãos, fazer crescer a economia, assegurar uma razoável distribuição da riqueza, manter baixos níveis de desemprego.
O plano Marshall foi, por exemplo, um instrumento político essencial para garantir os meios sem os quais a paz e a democracia liberal pouco tempo subsistiriam. Trazer isto à colação parece despropositado, mas, infelizmente, não é.
A memória parece não ser o forte de quem hoje tem a responsabilidade de guiar os destinos dos povos europeus. Não poucas vezes, temos a sensação de que esta gente tem como garantida a irreversibilidade da paz e da democracia na Europa. Esquecem--se de que a miséria e o desemprego são os maiores rastilhos para a procura de soluções ditatoriais, para o crescimento de sentimentos xenófobos, para o endeusamento dos demagogos e dos populistas. Na Europa, aliás, nunca escassearam.
A manter-se tudo como até agora, faltará pouco para ouvirmos slogans contra essa tal de democracia que só traz fome e desgraça. Vai ser tarde demais.» [DN]
Os líderes europeus concordaram que a melhor maneira de sairmos da crise económica é agravá-la ainda mais. A austeridade está a criar desemprego, falências, pobreza? Claro que sim, então vamos apostar em ainda mais austeridade e criar mais recessão. É que é esta a única conclusão da bendita cimeira. Não serão com certeza as constitucionalizações dos limites dos défices ou as multas automáticas para os incumpridores que gerarão crescimento económico ou farão os défices baixar. Ou melhor, os défices baixarão, não existirá é economia.
A cada dia que passa, cresce a sensação de que estamos nas mãos de gente muito parecida com aqueles comunistas que assistindo ao colapso do império soviético defendiam que o mal não era o sistema, era não se ter ido ainda mais longe na sua implementação.
Os líderes europeus portaram--se como um médico que vendo o paciente a morrer da doença do legionário decide tratar uma dor de estômago. Ninguém nega a necessidade de controle orçamental, mas focar toda a estratégia dum espaço económico apenas nisso é um suicídio, uma absoluta loucura. Sobretudo quando é hoje transparente que a crise das dívidas soberanas advém de uma crise sistémica e não do descontrolo orçamental.
Não é preciso ir muito atrás na história da Europa para descobrirmos momentos em que comunidades inteiras falharam, em que países semearam a destruição, em que se cometeram as mais terríveis atrocidades. Fossem, após esses acontecimentos, merkels e sarkozys a decidir o futuro e ainda tínhamos os povos responsáveis por esses, muitas vezes, colossais erros de castigo. É, no fundo, o que está a ser feito. Estamos na presença de uma nova teoria: a doutrina do castigo. Há que castigar milhões e milhões de pessoas, pô-las no desemprego, falir empresas, recuperar as sopas dos pobres. E porquê? Porque se portaram mal.
Quando, em Janeiro, a Itália for ao mercado tentar colocar dívida num valor sete vezes superior ao pacote inteiro de ajuda a Portugal e os mercados torcerem o nariz, virá alguém dizer: "Não, planos para crescer não temos. Não, medidas para criar riqueza não há. Mas estamos a castigar a malandragem que andou para aí a gastar à tripa forra. Não chega?"
2 Os verdadeiros objectivos da construção europeia eram, no princípio, singelos: manter a paz num continente que nunca a tinha conhecido por muito tempo e garantir o apoio dos povos à democracia. Os homens que a imaginaram sabiam que para preservar a paz e instaurar a democracia era fundamental garantir boas condições de vida aos cidadãos, fazer crescer a economia, assegurar uma razoável distribuição da riqueza, manter baixos níveis de desemprego.
O plano Marshall foi, por exemplo, um instrumento político essencial para garantir os meios sem os quais a paz e a democracia liberal pouco tempo subsistiriam. Trazer isto à colação parece despropositado, mas, infelizmente, não é.
A memória parece não ser o forte de quem hoje tem a responsabilidade de guiar os destinos dos povos europeus. Não poucas vezes, temos a sensação de que esta gente tem como garantida a irreversibilidade da paz e da democracia na Europa. Esquecem--se de que a miséria e o desemprego são os maiores rastilhos para a procura de soluções ditatoriais, para o crescimento de sentimentos xenófobos, para o endeusamento dos demagogos e dos populistas. Na Europa, aliás, nunca escassearam.
A manter-se tudo como até agora, faltará pouco para ouvirmos slogans contra essa tal de democracia que só traz fome e desgraça. Vai ser tarde demais.» [DN]
Autor:
Pedro Marques Lopes.
Mais uma situação em que Portugal serve de cobaia
«Belmar da Costa, dirigente da Comunidade Portuária de Lisboa, explicou à agência Lusa que esta situação poderá decorrer das alterações ao quadro legal que rege o trabalho portuário, uma das medidas que consta do Memorando de Entendimento assinado entre o Governo e a 'troika' internacional. "O que está em causa são os estivadores, que têm um regime laboral específico e poder para parar os portos", explicou o dirigente da Comunidade Portuária de Lisboa. Belmar da Costa disse que "Portugal será uma cobaia" nesta matéria e recordou que o Governo já tentou por duas vezes, sem sucesso, fazer alterações.
"Porque é que o Governo não fala com os presidentes das comunidades portuárias, que conhecem os estivadores. Porque é que o Governo não nos ouviu ou não nos ouve?", questionou. Os presidentes das comunidades portuárias de Leixões, Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa, Setúbal e Sines já pediram duas vezes uma audiência aos ministros da Economia e do Ambiente, que tutelam o setor. Como nenhum dos pedidos teve resposta, os presidentes das comunidades portuárias avançaram com um terceiro.» [DN]
"Porque é que o Governo não fala com os presidentes das comunidades portuárias, que conhecem os estivadores. Porque é que o Governo não nos ouviu ou não nos ouve?", questionou. Os presidentes das comunidades portuárias de Leixões, Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa, Setúbal e Sines já pediram duas vezes uma audiência aos ministros da Economia e do Ambiente, que tutelam o setor. Como nenhum dos pedidos teve resposta, os presidentes das comunidades portuárias avançaram com um terceiro.» [DN]
Parecer:
Isto já não é um país, é uma espécie disso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
No "VAI E VEM"
No Pedro Santana Lopes o post "Pois!"
Via CC.
PS: É evidente que mais tarde ou mais cedo o governo dá uma cambalhota e torna-se num grande defensor do TGV. A verdade é que o projecto nunca esteve em causa, o que a direita queria eram as comissões, talvez porque as dos submarinos foram mal distribuídas...