Muito daquilo a que temos assistido em Portugal poderia ser sintetizado num livro tendo como título “Manual de destruição de um país”. O incrível é que o governo foi eleito ainda que um programa já esquecido, o país continua a ter um Presidente da República, forças armadas, Tribunal Constitucional, imprensa supostamente livre, Procuradoria-Geral da República e muitas outras instituições que assistem tranquilamente à implosão de um país comandada por um licenciado em gestão que até está convencido de que em aritmética há um mínimo denominador comum.
Para destruir um país:
Forma-se um governo de gente mal preparada ou totalmente ignorante para as pastas que assumem e que sendo ignorantes até podem ficar com super ministérios como o que foi atribuído a Assunção Cristas.
Transformam-se os compromissos internacionais assumidos na causa de todos os males e inventam-se todas as mentiras necessárias para justificar o extremismo do ministro das Finanças ou para encobrir os abusos do Alberto João.
Adoptam-se medidas de austeridade brutais sobre um grupo social que é exibido perante o país como um grupo de inúteis e parasitas, culpado pela situação a que chegou o país.
Eliminam-se todas as expectativas para os mais jovens empurrando os mais qualificados, profissionalmente ou academicamente, para a emigração em busca de conforto como disse o secretário de Estado da Juventude, cargo que devido à quebra da natalidade e à fuga do país só existe para dar emprego a um boy.
Adopta-se uma política económica que conduza o país a uma espiral de recessão que justifique todas as medidas pensadas pelo Gaspar mas que não constam do acordo com a troika. Quando o país for incapaz de controlar o défice porque a recessão reduziu a receita fiscal culpa-se novamente os funcionários públicos de todos os males do país, um pouco à semelhança do que Hitler fez com os judeus, ainda que para já apenas esteja previsto o despedimento em massa de funcionários públicos.
A recessão brutal é um excelente argumento para despedir funcionários públicos e para o encerramento de serviços públicos de qualidade, designadamente, hospitais e escolas.
Designa-se um ministro da Educação que cuja função não é melhorar a qualidade do ensino mas destruir todos os progressos alcançados, adoptando-se um conceito de ensino dos tempos do Salazar. É preciso despedir professores e para isso é indispensável aumentar os alunos por turma ou proceder à alteração dos currículos. Um país subdesenvolvido e empobrecido não precisa de quadros mas sim de mão de obra barata e pouco qualificada que trabalhe mais horas de trabalho por semana sem qualquer compensação remuneratória.
Designa-se para ministra da Justiça uma senhor que oscila entre não saber o que faz e fazer o que o sindicato dos magistrados manda. A melhor forma de tornar a justiça célere e eficaz é condenar com base em suspeitas sempre que o arguido não consiga provar a sua inocência, há quem lhe chame justiça à americana mas vai ser conhecida como justiça sumária à portuguesa.
Lança-se a suspeita sobre o exercício o direito constitucional à manifestação disfarçando polícias de extremistas anti-governo, vitimizando o governo e criando condições para questionar os direitos cívicos.
PS: Aceitam-se aditamentos e sugestões na caixa de comentários para ajudar Passo Coelho, Portas e Gaspar a cumprirem a sua missão com competência e celeridade.