sábado, abril 21, 2012

Aproxima-se a hora de Passos Coelho


O primeiro-ministro demonstra pouca consideração humana pelo líder da UGT com quem assinou um acordo de concertação social que não se cansa de exibir como se tivesse sido impresso em folhas feitas com a pela dos trabalhadores portugueses.

O (faz de conta que é) ministro da Economia anda por aí com aquele ar de cruzamento do Groucho Marx com macaco africano anda por aí a dizer que o governo não se mete na opa da Cimpor, quando sabe que mais uma vez não foi tido nem achado no negócio e que como sucede desde o QREN tudo é decidido pelo Gaspar, agora coadjuvado pelo seu ministro adjunto António Borges.

Até a ministra da Justiça achou que devia dar um ar da sua graça cabendo-lhe neste regime dos sovietes à Passos Coelho o exercício do direito de pressão sobre os tribunais, achou que devia instruir o Tribunal Constitucional no sentido de considerar constitucional a perda dos subsídios por parte daqueles cujos votoa o PSD não espera receber nas próximas legislativas. Não admira tanta pouca vergonha por parte da loura do governo, durante os últimos dias os partidos têm discutido a nomeação de juízes daquele tribunal como se estivessem a leiloar lugares de estátuas humanas na Rua Augusta.

Mas esta sexta-feira ficou a perceber-se a razão desta estranha mistura de bebedeira e nervosismo nas hostes governamentais, afinal o optimismo com os resultados económicos e a agressividade verbal dos ministros não passava de uma reacção psicológica provocada pelo medo e desorientação.

O Gaspar bem pode exibir o seu país como um caso de nação governada por incompetentes até ao dia em que a mão divina o trouxe para o governo. Com a despesa a aumentar acima dos 5% e os impostos a descer a um ritmo superior aos 5% o Vítor Gaspar não tem o direito de dar lições de moral ao país e muito menos ir para Washington enlamear o país, Os primeiros três meses demonstram um desvio colossal em relação aos orçamentos, o inicial e o extraordinário. Um desvio colossal alimentado pela incompetência de um ministro que nada sabe de política fiscal, que pensa que um país é um laboratório e que os seus cidadão são idiotas a quem ele pode sujeitar às medidas que bem entender.
  
Compreende-se o nervoso e até mesmo este ladrar em ambiente de matilha governamental, é quase preciso fazer de propósito para que Gaspar apareça atrás de Seguro nas sondagens, com o PS a subir e a aproximar-se do PSD. O discurso dos culpados da crise está a falhar, ao julgamentos do caso Freeport, da Independente e da Face Oculta estão a revelar-se um fiasco e o Sócrates até já perdeu o exclusivo das primeiras páginas do Correio da Manhã.
  
O governo está entregue a si próprio e à competência dos seus membros.