terça-feira, abril 10, 2012

Podiam ter feito melhor


A direita podia ter esperado mais alguns meses para conquistar o poder, evitando um pedido de ajuda internacional prematuro. Mas não, apoiando-se num Cavaco mais interessado na vingança pessoal do que empenhado na defesa dos interesses do país , a direita assaltou o poder e conquistou-o com a ajuda da esquerda conservadora e de uma coligação de interesses corporativos ressabiados.

A direita podia ter jogado pelo seguro, mas não, optou por sujeitar o país a experiências conduzidas por gente inexperiente e com evidentes deficiências de formação democrática.
 
A direita podia ter evitado ou mesmo ter sido mais discreta na corrida ao pote dando o prometido exemplo ao país, mas não, não resistiram à tentação, à fome de muitos anos de mistura com a gulodice e até os velhos, autênticos diabéticos políticos como o Catroga, se atiraram descaradamente ao pode, tem sido uma vergonha, ao mesmo tempo que se adopta austeridade para uns, é o abuso para outros.

A direita poderia ter centrado a sua acção na crise, mas não, aproveitaram-se da crise para promover uma brutal mudança do modelo económico e social num prazo curtíssimo, sujeitando os portugueses a um empobrecimento forçado com o objectivo de promover uma reengenharia social.

Face à gravidade da situação a direita podia ter optado por um governo formado por gente experienyte e competente, mas não, optaram por um governo formado por gente sem quaisqeur provas dadas, alguns ministros têm-se vindo a revelar idiotas e o primeiro-ministro insiste me não perceber que não está à altura das circunstâncias.

A direita podia ter centrado a atenção na crise financeira e no interesse nacional, mas não, o Presidente da República achou que era a altura para exibir a sua pequenez e aproveitar-se das circunstâncias para promover as suas vinganças pessoais.

A direita podia ter sido mais justa distribuindo os custos da crise em função das possibilidades dos cidadãos, mas não, optaram por deixar os ricos de foram e acusando os pobres e a classe média de terem consumido acima das suas possibilidades e promoveram o empobrecimento forçado destas classes.

A direita podia ter aplicado o memorando com a troika de forma equilibrada, mas não, optou por aplicar e endurecer as medidas aplicadas aos trabalhadores e esqueceram-se ou adiaram a aplicação das medidas aplicáveis aos poderosos.
A direita podia minimizar o impacto da austeridade na actividade económica, mas não, optou por ser muito mais troikista do que a troika e aumentaram o peso das medidas concentrando-as no tempo.

A direita podia ter assegurado que a austeridade não reduzia a eficácia da máquina fiscal, mas não, escolheram a pior altura para promover uma fusão desnecessária e retiraram à máquina fiscal os recursos financeiros necessários para trabalhar e assegurar as metas do memorando.

A direita podia ter promovido a união dos portugueses no combate à crise, mas não, distribuíram os custos da austeridade em função dos segmentos eleitorais, perdoando a uns e sacrificando aqueles cujo voto foi perdido ou desprezado.

Agora que o país se encaminha para o colapso a direita podia ter a coragem de assumir as responsabilidades, mas não, insistindo na negação de uma crise internacional preferem falar de factores externos.