Em matéria de previsões económicas o primeiro-ministro é o
resultado do cruzamento entre o Teixeira dos Santos, o professor de economia
que ao longo da sua vida polítca não acertou numa única previsão, com o professor
Alexandrino, mantém-se firme e hirto na certeza de que lá pra o final de 2012 o
crescimento aparece, que em 2013 a economia tem uma erecção capaz de levar o país
à felicidade e que em finais desse anos vamos ao mercado financeiro com a mesma
facilidade com que vamos à Ribeira comprar batatas. O problema é que as previsões
da recessão não param de ser corrigidas em alta, os impostos estão em queda
livre e já ninguém acredita que Portugal consiga o agora tão desejado acesso
aos mercados.
Nesta semana o governo parece ter-se instalado no mercado da
Ribeira, na banca do sô Relvas estava a TAP à venda, na banca do Gaspar
vendia-se a CIMPOR, na banca do sô Portas estava à venda a alma do CDS e na
banca do sô Álvaro não se vendia nada, diziam-se graçolas e atacava-se a
concorrência. Na hora de trabalhar este governo arregaça as mangas e é o todos
ao molho e fé em Deus, não se percebe muito bem quem vende o quê, o Álvaro tem
os Transportes mas quem vende a TAP é o Relvas. No meio disto tudo aparece um
administrador da Jerónimo Martins, a empresa do merceeiro holandês, a
acompanhar os negócios, talvez porque de mercearias e vendas a retalho são eles
os especialistas. Só não se entende muito bem o que um administrador de uma
empresa holandesa tem que ver com a venda da participação da CDG numa empresa
de cimentos.
Ao fim de uma semana não se sabe da conclusão do inquérito À
violência polícia sobre jornalistas, bastou ler os jornais para se saber que a
violência foi desnecessária e que a polícia avançou para a agressão sem
qualquer justificação. Mas esta coisa de elaborar relatórios tem a sua
dificuldade, não convém que apareçam em cima do acontecimento e para que sejam
devidamente aldrabados devem deixar passar algum tempo, o necessário para que
fiquem esquecidos. Entretanto o país anda a alimentar os pitbulls do Macedo com
dinheiro dos contribuintes.