A comunicação social tem vindo a dar conta de algumas críticas e receios do FMI ao programa de austeridade que está a ser implementado em Portugal, ainda hoje a edição impressa do jornal Público dava conta dos receios de que o Estado possa perder uma boa parte dos seus melhores quadros, algo que parece preocupar mais a instituição financeira internacional do que um governo formado à base de gente cuja matriz é precisamente o ódio à competência no Estado.
Estamos perante uma demarcação do FMI em relação à política económica do Gaspar, serão apenas receios manifestados publicamente por esta instituição ou o FMI está a dizer que nem tudo o que se está a passar me Portugal merece o seu acordo e que não assumirá as consequências caso as coisas corram mal. A verdade é que sempre existiram divergências entre os membros da troika e entre esta e o governo. A troika defendia uma descida da TSU e venceu a tese de Vítor Gaspar do empobrecimento forçado e feito á revelia da democracia, António Borges saiu do FMI em conflito com a actual directora e agora é ministro sombra do governo, a troika optou pelo silencia público na sequência da última avaliação tendo o Gaspar chamado a si todo o protagonismo, mais recentemente é o governo a demarcar-se da troika dizendo que não lhe comunicou previamente algumas decisões.
A verdade é que toda a gente já percebeu que as coisas estão a correr mal, os erros de previsão do competente Gaspar fazem esquecer os de Teixeira dos Santos, o desemprego cresce em exponencial, não se sabe bem a que período temporal se aplicam os abusos do Gaspar, o aumento dos impostos revelou-se ineficaz pois ao aumento das taxas não corresponde um aumento equivalente das receitas, todos rezam para que a economia não entre numa espiral de recessão. Portugal está hoje mais endividado, mais pobre e menos competitivo do que no dia em que a direita chumbou o PEC IV.
A política governamental é pouco transparente, o governo português é menos transparente do que os governos de algumas ditaduras, agora já nem se sabe o que o governo decidiu, decide-se às escondidas e os portugueses só sabem o que foi decidido quando já está em vigor, os cidadãos são tratados como doentes mentais. Não se sabe bem o que está neste momento acordado entre a troika e o governo, a oposição é desprezada nas negociações entre o governo e a troika, udo é feito nas costas dos portugueses e do parlamento.
Não admira que o FMI se comece a demarcar e tome uma posição bem mais dura do que as que têm sido tomadas, por exemplo, por António José Seguro. Fica-se com a impressão de que o FMI receia o por e começa a demarcar-se dos excessos de austeridade do governo português e da dupla formada pelo extremista Gaspar e pelo ignorante Passos Coelho.
Aliás, o próprio Paulo portas há muito que saiu de cena e se na campanha eleitoral o líder do CDS prometeu ser o amaciador a aplicar a seguir ao shampoo mata-piolhos aplicado por Passos Coelho, a verdade é que desde que roubou o AICEP ao sô Álvaro o Paulinho das Feiras desapareceu e o papel de amaciador tem sido desempenhado pelo suposto líder da oposição.